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O Mercosulino 11/08/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

11.08.2010 Jornal ‘Folha de S. Paulo" Caderno: Mundo Bogotá e Caracas juram paz duradoura Hugo Chávez afirma a seu colega colombiano que não permitirá a presença de grupos armados em seu território Líder venezuelano e Juan Manuel Santos "relançam" as relações bilaterais, rompidas desde o dia 22 de julho FLÁVIA MARREIRO ENVIADA A SANTA MARTA (COLÔMBIA) Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Hugo Chávez, "relançaram" ontem a relação bilateral, rompida por Caracas em julho, com a criação de uma comissão para discutir o tema mais sensível: a suposta presença de guerrilheiros colombianos em solo venezuelano. O anúncio foi feito após encontro entre os dois líderes em Santa Marta, no Caribe colombiano. Chávez repetiu ao menos três vezes que não colabora ou apoia as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e que se compromete "a não permitir a presença de grupos armados em seu território". A nova comissão, formada pelos chanceleres e que buscará um mecanismo de cooperação para "prevenir a presença de grupos armados à margem da lei", será acompanhada pela secretaria-geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). O encontro entre Chávez e Santos aconteceu na Quinta de San Pedro Alenjadrino, onde morreu o prócer da independência dos países, Simón Bolívar (1783-1830). Os dois citaram frase do "libertador" para selar a paz.Santos elogiou a reunião com Chávez, e disse ter deixado no passado "as diferenças fortes" que mantiveram enquanto ele era ministro da Defesa de Uribe -e um dos maiores críticos de Caracas. Propôs "virar a página". CHÁVEZ PAZ E AMOR Já Chávez, que felicitou o colombiano pelo aniversário de 59 anos ontem, empreendeu um discurso comedido. "Presidente, eu peço que o senhor acredite em mim", disse o venezuelano, e pediu que as "fofocas, os informes e coordenadas" fossem conversadas diretamente. Ele fazia referência à denúncia do então presidente Álvaro Uribe na OEA (Organização dos Estados Americanos) de que seu país abrigava guerrilheiros das Farc. Em 22 de julho, a delegação colombiana apresentou coordenadas da suposta presença de acampamentos da guerrilha no vizinho, provocando a ruptura das relações por Caracas. Ontem, Chávez afirmou ter ordenado patrulhamento para checar as denúncias. A revista não encontrou acampamentos, disse. Ele evitou até criticar o acordo militar entre Colômbia e EUA, assinado no ano passado, pelo qual os militares americanos poderão usar até sete base colombianas. Se até poucos dias atrás o acordo com Washington era um dos pontos aventados por Chávez para sustentar que a Colômbia -ainda de Uribe- preparava um ataque contra seu país com apoio dos EUA, ontem ele afirmou que a declaração de princípios bilateral fechada era uma garantia suficiente. O texto prevê que a relação bilateral seguirá "estritamente o direito internacional", aplicará os princípios de não ingerência e respeitará a soberania e integridade territorial dos Estados. No encontro foram criadas ainda outras comissões bilaterais: comércio, discussão de um acordo de complementação econômica, investimento social na fronteira, e infraestrutura comum. Jornal "Correio Braziliense" Caderno: Mundo Santos e Chávez selam reatamento Colômbia e Venezuela restabelecem relações diplomáticas e acertam o passo no combate à guerrilha das Farc Viviane Vaz Um comunicado conjunto divulgado pouco depois das 18h no Balneário de Santa Marta, no Caribe colombiano, anunciou o reatamento de relações entre Colômbia e Venezuela — a missão à qual se tinham proposto os presidentes Juan Manuel Santos, empossado em Bogotá no último sábado, e Hugo Chávez, que havia rompido os laços no último dia 22. Reunidos desde o início da tarde na Quinta de San Pedro Alejandrino, última residência do libertador Simón Bolívar, os dois governantes acertaram a formação de cinco comissões de trabalho, uma delas encarregada de monitorar a atividade da guerrilha colombiana na fronteira, pivô da crise diplomática. De acordo com Santos, o visitante teria assumido o compromisso de impedir a presença de rebeldes em território venezuelano. "O presidente Chávez me garantiu que não vai permitir a presença de grupos armados em seu território. Acredito que esse é um passo importante para que nossas relações se mantenham sobre bases firmes", afirmou o anfitrião, que celebrava também o 59º aniversário. "Não vamos permitir que fofocas nos coloquem outra vez para brigar", respondeu o presidente venezuelano. Os termos do reatamento foram acertados ao longo de um almoço requintado — ceviche, lagostas ao molho de ervas, lombo com pimenta e arroz de coco —, seguido pela reunião a dois. A chanceler María Ángela Holguín teve encontro paralelo com o colega venezuelano, Nicolás Maduro, e por fim reuniram-se os quatro com o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Néstor Kirchner. O governo brasileiro, que tinha sido comunicado sobre o provável reatamento na noite anterior, quando Santos telefonou para o colega Luiz Inácio Lula da Silva, reagiu prontamente por meio de nota divulgada pelo Itamaraty. "O Brasil saúda a decisão também pela importância do diálogo entre Caracas e Bogotá para o avanço da integração sul-americana", diz o texto, que manifesta "grande satisfação" e renova a oferta de seguir cooperando para a reaproximação dos vizinhos, "por meios bilaterais e no âmbito da Unasul". O novo presidente colombiano deixou entrever que os interesses econômicos (1)e comerciais pesaram significativamente na superação do impasse, deflagrado por denúncia de seu antecessor, Álvaro Uribe, à Organização dos Estados Americanos (OEA). Os atritos entre Uribe e Chávez provocaram desde 2009 o congelamento do comércio bilateral, que movimenta US$ 7 bilhões anuais, com prejuízo imediato de ambos os lados da fronteira: no ano passado, a corrente de comércio caiu para US$ 1 bilhão, e a Colômbia registra 20 mil desempregados em regiões de fronteira. "Estamos identificados, Chávez e eu, com a necessidade básica de promover o bem-estar de nossos povos", afirmou Santos. Segurança máxima Os dois presidentes se reuniram sob a vigilância de 1,5 mil policiais e militares colombianos e mais de 100 seguranças venezuelanos. Desde a chegada de ambos a Santa Marta, a disposição de "virar a página", como expressou o visitante, era evidente. "Colômbia, venho ratificar-lhe meu amor, o amor de um bolivariano. Viemos com a vontade, com o coração à frente, para começar pacientemente a reconstruir que foi derrubado", disse Chávez. "Contamos com muitos recursos para reconstruir as boas relações. Queremos construir a paz entre nós, custe o que custar", prosseguiu. Santos prometeu fazer tudo o que estivesse ao alcance: "Buscaremos que as relações melhorem cada dia mais. Peço a Deus e ao libertador (Bolívar) que nos inspirem". 1 - Dívida à mesa A chanceler colombiana, María Ángela Holguín, e o colega venezuelano, Nicolás Maduro, tiveram um encontro paralelo aos dos presidentes. Entre os ministros, um dos temas mais importantes, segundo a anfitriã, foi a busca de um mecanismo que possa fazer a Venezuela pagar a exportadores colombianos uma dívida de US$ 800 milhões pendente desde julho de 2009, quando Hugo Chávez rompeu as relações comerciais com o vizinho. "Está entre os primeiros pontos da agenda. Mais que o restabelecimento de relações, buscaremos o pagamento dessa dívida, que é prejudicial para os empresários que trabalham com a Venezuela", destacou Holguín. Jornal do Senado Caderno: Mercosul Ingresso da Venezuela pode facilitar o critério de proporcionalidade no Parlasul Segundo parlamentares brasileiros, argentinos e uruguaios, a presença venezuelana proporcionaria um maior equilíbrio no Legislativo do Mercosul, o que facilitaria a definição do número de representantes de cada país Após tomar posse como presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) prometeu ontem empenhar-se pela aprovação, até o final do ano, do critério de representação cidadã, que estabelecerá o número de parlamentares a serem eleitos em cada país. Mas a solução final para a questão, que vem sendo debatida há dois anos, poderá sair apenas depois da decisão do Congresso do Paraguai a respeito do Protocolo de Adesão da Venezuela, já aprovado por Brasil, Argentina e Uruguai. É que o ingresso da Venezuela permitirá, segundo parlamentares brasileiros, argentinos e paraguaios, a existência de maior equilíbrio no Parlasul, a partir do momento em que novos representantes venham a ser eleitos, já com base na adoção do critério de proporcionalidade. Ao final das duas etapas de transição previstas no protocolo constitutivo do parlamento, o Brasil terá 75 parlamentares e a Argentina, 43. O Paraguai e o Uruguai ficarão com 18 parlamentares cada um. E a Venezuela, uma vez confirmada, contará com 30. — O Brasil é tão grande que representa mais da metade da América do Sul, em termos de colégio eleitoral. Um país sozinho não pode ter o controle de um parlamento. Então, temos que ter uma proporcionalidade atenuada. E a entrada da Venezuela ajudaria muito nesse equilíbrio do parlamento — admitiu Mercadante. Cautela Temendo uma derrota na votação do protocolo de adesão, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, retirou a mensagem que havia encaminhado ao Congresso solicitando a aprovação da Venezuela. Mas está prestes a reenviar a proposta, segundo o parlamentar Alfonso González Núñez, chefe da representação paraguaia no Parlasul. — O governo do Paraguai está agora fazendo lobby pela aprovação do protocolo de adesão e, quando contar com os votos necessários, deverá reenviá-lo ao Legislativo — informou González Núñez. Pouco antes da última reunião de cúpula do Mercosul, realizada no início do mês na cidade argentina de San Juan, o governo argentino fez circular uma proposta que manteria indefinidamente os números da proporcionalidade referentes à primeira etapa do processo de transição — ou seja, 37 vagas para o Brasil, 26 para a Argentina, 18 para o Paraguai e 18 para o Uruguai, atuais integrantes do bloco. O passo para a etapa seguinte, segundo o documento, rejeitado pelo governo brasileiro, dependeria de mudanças nos quóruns e maiorias previstos no Protocolo Constitutivo do Parlasul — em uma tentativa de se conter a influência brasileira. O tema chegou a ser tratado na reunião da Mesa Diretora do Parlasul, na segunda-feira. O senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) fez um apelo a González para que o Congresso do Paraguai coloque brevemente em votação o Protocolo de Adesão da Venezuela. Funcionários selecionados por concurso público O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) apresentou na segunda-feira, em Montevidéu, proposta que determina a realização de concursos públicos para a escolha de funcionários do Parlamento do Mercosul (Parlasul). Ela passará por duas comissões antes de chegar ao Plenário e, caso seja aprovada, o primeiro concurso poderá ser realizado até o início de 2011. Atualmente, segundo Rosinha, o Parlasul tem 27 funcionários, geralmente indicados por parlamentares do bloco. O deputado defende a escolha de até cem funcionários por meio de concurso, que seriam chamados segundo as necessidades da instituição. Todos os candidatos devem demonstrar proficiência em espanhol e português, segundo a proposta. Para Dr. Rosinha, o parlamento precisa contar com funcionários de dedicação exclusiva e que acompanhem de perto o processo de integração regional. — A vantagem de se realizar um concurso público será a de contar com um corpo técnico que tenha identidade com a integração. Um quadro de funcionários capazes e comprometidos com a instituição — disse Rosinha. Jornal "Valor Econômico" Caderno: Internacional Venezuela e Colômbia restabelecem relações Agências internacionais Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciaram ontem à noite o restabelecimento das relações diplomáticas, rompidas em 22 de julho pelo governo venezuelano. "O resultado foi muito positivo. Decidimos que os dois países restabelecem suas relações e relançam um plano de trabalho para que todos os aspectos das relações possam ser analisados", disse Santos, após reunião com Chávez em Santa Marta, Colômbia. Os dois presidentes se comprometeram a criar cinco comissões de trabalho para tratar do pagamento da dívida que a Venezuela tem com exportadores colombianos (e que teria alcançado já US$ 800 milhões) e para a retomada das relações comerciais, virtualmente suspensas por Chávez em julho de 2009. As comissões também discutirão um acordo de complementação econômica, investimentos em ações sociais na fronteira, projetos conjuntos de infraestrutura e medidas para aumentar a segurança na fronteira. O bloqueio comercial a produtos colombianos determinado por Chávez em 2009 foi uma represália a um acordo fechado pelo então presidente colombiano, Álvaro Uribe, com os EUA que prevê um aumento das tropas americanas em bases militares na Colômbia. Com o mercado venezuelano praticamente fechado, as exportações colombianas, que em 2008 foram de US$ 6 bilhões, fechariam este ano em US$ 1 bilhão. Não estava claro ontem se os governos esperam que as comissões a serem criadas destravem as exportações ainda este ano. Chávez e Santos também se comprometeram a evitar ingerências em questões de política interna um do outro e Chávez assegurou que não tolerará a presença de guerrilheiros colombianos em seu território. As relações diplomáticas haviam sido suspensas em julho após Uribe ter acusado Chávez de dar guarida à guerrilha. Acordo põe pressão em exportadores brasileiros Marcos de Moura e Souza, de São Exportadores brasileiros devem voltar a enfrentar a concorrência da Colômbia no mercado da Venezuela assim que os países andinos retomarem seu fluxo comercial, após reatarem relações diplomáticas ontem. Os presidentes Hugo Chávez e Juan Manuel Santos reuniram-se ontem para discutir a normalização dos laços comerciais e diplomáticos. O encontro avançou pela noite. Mas, para as empresas com negócios na Venezuela, a concorrência colombiana preocupa, mas menos do que a desaceleração do próprio mercado venezuelano. As importações totais da Venezuela caíram entre janeiro e março 41,1% na comparação com o mesmo período de 2009, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) da Venezuela. As vendas brasileiras este ano estão também longe da marca recorde de 2008. Naquele ano, as exportações para a Venezuela passaram dos US$ 5 bilhões (veja gráfico). Em 2010, pelo ritmo registrado até junho, pode ficar em torno de US$ 3,5 bilhões. A economia venezuelana deve encolher este ano 3% - seria a única da América do Sul a ter recessão no ano. O país sofreu um baque em suas receitas com a queda acentuada do preço do petróleo desde 2008, quando o barril chegou aos US$ 140. O preço se recuperou um pouco, mas ainda é pouco mais que a metade do pico registrado dois anos atrás. Isso reduziu a demanda interna na Venezuela. Empresários brasileiros conseguiram ganhar algum mercado na Venezuela após o presidente Hugo Chávez ter determinado, em julho de 2009, um virtual congelamento nas importações de produtos da Colômbia. A Venezuela vinha sendo até então um dos principais mercados para a Colômbia. A interrupção das compras foi uma reação de Chávez a um acordo firmado pelo então presidente colombiano, Álvaro Uribe, com os EUA que prevê um aumento nas tropas americanas em bases militares em solo colombiano. Segundo Fernando Portela, da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, o Brasil substituiu em parte as vendas de açúcar, café e boi vivo que a Colômbia vinha fazendo para a Venezuela. Empresas da Argentina, Uruguai, Equador e Nicarágua, entre outros países da região também ampliaram sua participação no mercado do país. Os ganhos do Brasil e dos demais por causa da disputa diplomática, no entanto, ficaram aquém das perdas pela recessão na Venezuela. Em termos de logística, a Colômbia é um parceiro muito mais favorável à Venezuela que a maioria dos outros "novos" fornecedores. Uma operação de importação da Colômbia de alguns itens, por estrada, levava em alguns casos apenas 24 horas. As vendas do Brasil, por navio, chegam a levar 20 dias, diz Portela. Jornal "O Estado de S. Paulo’ Caderno: Economia Argentina teme represália do Brasil Marina Guimarães, correspondente / Buenos Aires Empresários argentinos do setor de máquinas agrícolas temem represálias do Brasil por causa das restrições do governo de Cristina Kirchner à importação dos produtos. "Pode haver tensões com o Brasil pela demora na concessão de licenças de importação aos produtos provenientes do país vizinho", reconheceu o vice-presidente da Câmara de Fabricantes de Maquinaria Agrícola (Cafma), Carlos Castellani. Segundo ele, o governo começou a regular as importações locais do setor há quase um ano, mas a situação piorou nos últimos dois meses. Cautela. Para Castellani, "a política de restrição tem de ser muito cautelosa porque, além de travar a importação do produto, pode também travar a produção local que, às vezes, depende de algum elemento importado". Ele disse que o assunto deve ser tratado amanhã, na reunião do comitê bilateral que acompanha o comércio entre os dois países. O Brasil possui 65% do mercado argentino de máquinas e tratores, segundo estimativas da Associação de Fábricas Argentinas de Tratores (Afat). Brasil já é o décimo maior parceiro chinês Comércio bilateral somou US$ 32,51 bilhões de janeiro a julho, com crescimento de 54,6% Cláudia Trevisan, correspondente / Pequim O Brasil se tornou o décimo maior parceiro comercial da China entre janeiro e julho deste ano, segundo dados divulgados ontem pelo governo de Pequim. De acordo com as estatísticas chinesas, o comércio bilateral somou US$ 32,51 bilhões no período, com alta de 54,6% em relação aos mesmos meses de 2009. O Brasil estava na 12.ª posição entre os principais parceiros comerciais da China em 2009. O volume de exportações e importações entre janeiro e julho de 2010 superou o da China com países como Cingapura (US$ 32,3 bilhões), Rússia (US$ 30,7 bilhões), Holanda (US$ 30,3 bilhões), Tailândia (US$ 29,2 bilhões) e Inglaterra (US$ 26,6 bilhões). Pelos dados do Ministério do Desenvolvimento, o fluxo de comércio com a China foi de US$ 29,9 bilhões no mesmo período, o que representou expansão de 39,4% em relação aos sete primeiros meses de 2009. A discrepância entre os dados ocorre por diferenças metodológicas. Enquanto o Brasil subtrai o valor do frete para transporte dos produtos, a China o inclui, o que infla os seus dados. Os dois países criaram no ano passado um grupo de trabalho para harmonizar suas estatísticas de comércio. De janeiro a julho deste ano, as importações brasileiras da China cresceram a um ritmo bem superior ao das exportações, o que provocou a redução do superávit comercial com o país asiático. De janeiro a julho do ano passado, as vendas do Brasil à China superaram as compras em US$ 5,32 bilhões, cifra que caiu para US$ 3,6 bilhões em igual período de 2010. Se forem consideradas as estatísticas do Brasil, as exportações para a China neste ano somaram US$ 16,73 bilhões, com alta de 25% ante igual período de 2009. As importações cresceram 63%, para US$ 13,13 bilhões. Do lado das exportações brasileiras para a China, o produto que teve maior aumento nas vendas foi o petróleo, com embarques de US$ 2,15 bilhões no primeiro semestre, 574% a mais que em igual período de 2009, já que as vendas de julho não foram divulgadas. Petrobrás. O salto nos negócios com a China se deve principalmente ao contrato de financiamento de US$ 10 bilhões assinado em 2009 entre o China Development Bank e a Petrobrás, diz o representante da estatal em Pequim, Marcelo Castilho. A linha de crédito foi garantida por outro contrato entre a Petrobrás e a chinesa Sinopec para a exportação de petróleo por dez anos. No primeiro ano, a entrega deve ser de 150 mil barris/dia, quantidade que subirá a 200 mil barris/dia nos nove anos seguintes do prazo de financiamento. Castilho observa que, apesar de o empréstimo ter sido anunciado em maio, a Petrobrás só sacou a primeira parcela em dezembro, o que deu início à contagem do prazo de dez anos. Na avaliação do executivo, os embarques para a China devem fechar o ano em pouco mais de US$ 3 bilhões, cifra que deverá alcançar US$ 4 bilhões em 2011. Fluxo comercial US$ 32,3 bi -foi o comércio bilateral entre China e Cingapura registrado entre janeiro e julho deste ano US$ 30,7 bi -foi o fluxo acumulado entre o país asiático e a Rússia de janeiro a julho deste ano, segundo dados apontados nas estatísticas do governo da China, que incluem importações e exportações. Caderno: Internacional Após 19 dias, Colômbia e Venezuela retomam relações diplomáticas Esforços bilaterais. Presidentes reúnem-se na cidade colombiana de Santa Marta, perto da fronteira; Bogotá, adotando um tom um pouco mais cauteloso que o de Caracas, tenta conseguir compromisso do líder venezuelano de combate à guerrilha em seu país AP e EFE BOGOTÁ - Após mais de quatro horas de reunião, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Hugo Chávez, anunciaram ontem o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países após um encontro na cidade colombiana de Santa Marta. Chávez havia cortado as relações em 22 de junho, após a Colômbia denunciar a presença de guerrilheiros colombianos em território venezuelano. "É algo que temos de celebrar", disse Santos. "Decidimos virar a pagina e pensar no futuro de nossos povos e países." Chávez também estava exultante. "Como diria Bolívar, colocamos a pedra fundamental em nossa nova relação", respondeu o venezuelano. Chávez havia chegado à reunião otimista, com seu tradicional estilo histriônico, e Santos havia prometido resultados positivos, embora tenha adotado um tom mais cauteloso. Logo na chegada, o venezuelano presenteou seu colega colombiano com uma biografia de Simón Bolívar, patriarca da independência de boa parte da América espanhola - ontem foi aniversário de Santos. "Venho para ratificar meu amor eterno pela Colômbia. Queremos construir a paz entre nós, custe o que custar", disse Chávez, vestido com um agasalho com as cores da bandeira da Venezuela. Santos havia chegado a Santa Marta horas antes. "Temos muita vontade de que esta reunião produza efeitos certos e duradouros. Pelo bem de nossos povos faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que assim seja", disse. O encontro ocorreu na Quinta de San Pedro Alejandrino, onde morreu Bolívar, em 1830. Cerca de 1.700 agentes de segurança fizeram a vigilância. Também esteve presente na reunião o secretário-geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner. A chanceler da Colômbia, María Angela Holguín, manteve um encontro paralelo com o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro. As relações da Colômbia com a Venezuela e o Equador deterioraram-se bastante durante a gestão do antecessor de Santos, Álvaro Uribe - especialmente depois que militares colombianos bombardearam um acampamento do líder guerrilheiro Raúl Reyes em território equatoriano, em março 2008. Há três semanas, Chávez rompeu relações com a Colômbia depois que Uribe apresentou à Organização dos Estados Americanos (OEA) fotos, imagens e mapas que comprovariam a presença de 1.500 membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na Venezuela. No passado, Santos foi um duro crítico de Chávez e o venezuelano também não poupou condenações ao colombiano. Principalmente após Santos, como ministro da Defesa, ordenar o ataque às Farc no Equador. Desde a campanha, porém, Santos prometia retomar relações com Caracas. Ontem, após a reunião, os dois pareciam ter esquecido as diferenças. "Agora, trabalharemos para reativar o comércio. Temos um potencial como poucos países", disse o venezuelano. "Estamos identificados, Chávez e eu, com a necessidade de priorizar o bem-estar de nossos povos", afirmou Santos. "Por isso, construiremos uma relação duradoura." Diferenças no passado HUGO CHÁVEZ -PRESIDENTE DA VENEZUELA "Imaginem a ameaça para a paz do continente se esse cavalheiro alcançar seu objetivo e for eleito. Santos é um pupilo da extrema direita ianque" (Março de 2009) JUAN MANUEL SANTOS PRESIDENTE DA COLÔMBIA "A estratégia de Chávez há muito tempo é inventar fantasmas perigosos no exterior para dominar o interior. É uma velha tática fidelista" (Outubro de 2009) Saída para crise afasta OEA e fortalece Unasul João Paulo Charleaux O fim da crise entre Colômbia e Venezuela não mexerá só com a agenda bilateral. Para alguns analistas, ela é vista como parte de um rearranjo de forças entre dois organismos que disputam prestígio e influência na América do Sul. De um lado, ganha espaço a jovem União das Nações Sul-Americanas (Unasul), de outro, a centenária Organização dos Estados Americanos (OEA) perde influência. E, com ela, os EUA. Até o encontro de ontem, em Santa Marta, a Colômbia considerava a Unasul "um foro antiamericano e anticolombiano", diz Andrés Mejía, analista do Instituto de Ciência Política, de Bogotá. Essa percepção foi motivada pelo tratamento inamistoso que o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe recebeu da Unasul até agosto do ano passado, quando a organização criticou duramente um acordo militar entre Washington e Bogotá. "Santos parece ter superado essa desconfiança e aceitado melhor a mediação da Unasul", diz Mejía. "Um organismo só crescerá na região se o outro diminuir. Há um processo acentuado de descrédito da OEA e, com isso, a Unasul tentará cada vez mais atrair estes conflitos para sua esfera da influência." Vice de Lugo tenta conter especulação sobre sucessão Presidente paraguaio passa por exames em São Paulo e Franco, com quem tem tensa relação, assume o poder Ariel Palacios, correspondente / Buenos Aires O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, chegou ontem a São Paulo para ser submetido a uma série de exames no Hospital Sírio-Libanês e verificação da dimensão de seu câncer linfático, anunciado publicamente na semana passada, quando os médicos em Assunção removeram um linfoma de sua virilha. No fim de semana, a preocupação no âmbito político em Assunção aumentou depois que o governo admitiu a existência de outro linfoma na região do tórax. O vice-presidente Federico Franco - um conservador com quem Lugo, com origens na esquerda, possui uma tensa relação - assumiu a presidência interinamente. Franco é um dos líderes do conservador Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que na eleição presidencial de 2008 obteve 75% do total de votos de Lugo (que não contava com partido próprio). O PLRA também é a principal base da coalizão do governo Lugo, a Aliança Patriótica para a Mudança no Parlamento. Mas Franco reclama que, apesar do peso de seu partido, não obteve poder suficiente no governo. No ano passado, em meio ao escândalo dos filhos não reconhecidos do ex-bispo, Franco entusiasmou-se com a possibilidade de ocupar a presidência e disse que estava pronto caso Lugo fosse afastado por impeachment. Ontem de manhã, antes da partida de Lugo, Franco reduziu os receios do presidente. "É lamentável falar sobre sucessão nesta hora", disse, acrescentando que, apesar do câncer, o ânimo de Lugo é muito sólido. O chefe da casal civil, Miguel López Perito, braço direito de Lugo, criticou as especulações sobre uma eventual sucessão. Segundo ele, "o presidente terá seu sucessor, mas somente em 15 de agosto de 2013". As diversas forças políticas no Paraguai já começam a especular sobre um cenário no qual Lugo esteja fora do poder. Uma pesquisa realizada pelo jornal ABC indicou que 51% dos entrevistados consideram que o estado de saúde de Lugo pode causar instabilidade política. Outros 45% consideram que a saúde presidencial não afetará o cenário de poder e 4% não têm opinião formada. Lugo tomou posse em 2008. Os mandatos presidenciais no Paraguai são de cinco anos. Caso Lugo renuncie ao cargo ou morra antes de completar os primeiros três anos de mandato, seriam convocadas novas eleições. Franco só poderia tornar-se presidente automaticamente - e completar o mandato de Lugo - caso a ausência do presidente ocorra após três anos de governo. De todas formas, Franco desponta como o principal candidato para as eleições de 2013. Exames. Em São Paulo, Lugo passará por uma tomografia, exames de sangue e uma biópsia da medula, entre outros testes. O médico pessoal de Lugo, Néstor Martínez, afirmou que hoje à tarde receberá um relatório preliminar. O tratamento médico, segundo especialistas que acompanham o presidente paraguaio, não deve impedir que Lugo continue exercendo o poder até o final de seu mandato. PARA ENTENDER Fernando Lugo completará dois anos de governo no domingo. Ele chegou ao poder após derrotar o Partido Colorado, que havia estado 61 anos no poder. Segundo pesquisa, somente 35,2% dos paraguaios consideram que a gestão de Lugo foi "boa ou muito boa". Outros 41,9% a definem como "regular" e 22,9%, como "ruim". Jornais dos Países Membros do Mercosul Argentina "Clarín" Sección: Política Timerman quiere un diálogo directo entre la Unasur y EE.UU. Dijo que se negocia un encuentro de ese bloque con Obama. Honduras divide. El canciller Héctor Timerman aterrizó ayer en Washington muy confiado en que la reunión que mantendrá hoy con la Secretaria de Estado Hillary Clinton será muy positiva. En el Departamento de Estado, Clarín pudo percibir también una buena predisposición. "Argentina es un socio que valoramos . Tenemos muy buena cooperación en el terreno de la no proliferación nuclear, en la lucha contra el terrorismo y contra el narcotráfico y en las misiones de paz fundamentalmente en Haiti" dijo a esta corresponsal un diplomático estadounidense. Timerman considera que las relaciones bilaterales están pasando muy buen momento ya que no hay entre los dos países ningún conflicto mayor. "No pienso plantear ninguna queja con respecto al informe donde la CIA dice que la estadísticas argentina no son creíbles simplemente porque la CIA no tiene ninguna credibilidad" explicó durante el diálogo que mantuvo ayer con tres periodistas argentinas, incluida esta corresponsal, en el que dejó en claro que fue Hillary quien lo llamó por teléfono para invitarlo a venir a verla a Washington. "Hillary y Cristina tienen un buen diálogo desde que ambas eran senadoras. Han establecido una buena relación entre ellas" explicó. Según él, pese a toda la preocupación que hay en Washington con respecto a la guerra en Afganistán o al conflicto en Medio Oriente, Hillary tiene parte de su corazón en América latina. "Tiene una debilidad por nuestra región", señaló explicando que quiere aprovechar este "viento a favor" para dos cosas: aumentar el comercio bilateral entre Argentina y EE.UU. y para aumentar el interés en el Departamento de Estado hacia instituciones como la Unasur. "Me gustaría que haya una diálogo directo entre Unasur y EE.UU." dijo Timerman agregando que Costa Rica está negociando la posibilidad de que Obama reciba a los presidentes Unasur. De hecho cuando ayer el portavoz del Departamento de Estado Philip Crowley describió los temas que Hillary piensa discutir con Timerman, incluyó las conversaciones entre Chávez y Santos pero en ningún momento habló del rol de la Unasur en el acercamiento entre los dos. Tanto de un lado como del otro son conscientes de las diferencias entre Buenos Aires y Washington con respecto a Honduras. EE.UU. quiere que Honduras regrese a la OEA mientras que la Argentina dice que todavía no están dadas las condiciones. Este sin duda será el punto más delicado de la reunión de hoy. En la Comisión de Medios El canciller Héctor Timerman se reunió ayer con el presidente de la Comisión Federal de Comunicaciones de los Estados Unidos (FCC el equivalente del Comfer en la Argentina), Julius Genachowski para "intercambiar experiencias" en materia de medios. "Es la primera vez que tenemos una ley democrática en Argentina que regule el sistema audiovisual por lo tanto es lógico que nos contactemos con otros países democráticos y que han combatido monopolios como lo hizo la Argentina". dijo Timerman. Cuando Clarín le preguntó poco antes de la reunión si le iba a explicar a Genachowski que la diferencia entre los Estados Unidos y la Argentina es que en nuestro país existe un monopolio de medios estatales, la respuesta fue lacónica. "No. Porque enla Argentina no hay monopolio estatal", dijo. Uruguay "El Pais" Sección: Política Nacional Mercosur: informan sobre libre residencia y trabajo El ministro de Trabajo, Eduardo Brenta, informó ayer que en el encuentro de ministros del ramo del Mercosur en la Cumbre presidencial de San Juan, se ratificó la libre circulación de personas en los países del bloque. Dijo que se distribuirá una cartilla para informar a los trabajadores cómo obtener permisos de trabajo y residencia en cada país.

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06.08.2010 Jornal "Folha de S. Paulo" Caderno: Dinheiro Diplomata questiona adesão ao livre comércio O diplomata brasileiro Victor do Prado, chefe de gabinete-adjunto do diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, questionou ontem a "real utilidade" dos tratados regionais de livre comércio (TLCs) que vêm se multiplicando nos últimos anos. "Sempre dá boa foto [acordo de livre comércio], mas saber se vai ser utilizado na prática é outra história." Prado cita estudo de 2009 do Banco de Desenvolvimento da Ásia que mostra que só 22% das 609 empresas pesquisadas na região usam as preferências tarifárias estabelecidas nos acordos. "Quando vejo que o Mercosul fez acordo com o Egito, pergunto-me quem vai usar essas preferências." Acordos são pouco eficazes porque, com exceção da proteção à agricultura, as principais barreiras às importações nos países desenvolvidos atualmente são não tarifárias e não estão incl

O Mercosulino 15/09/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

15.09.2010 Jornal do Senado Caderno: Mercosul Parlasul acompanhará eleições no Brasil e na Venezuela Venezuela ainda não respondeu ao Parlasul autorizando a presença dos observadores O Parlamento do Mercosul (Parlasul) deverá enviar observadores para acompanhar as próximas eleições na Venezuela e no Brasil. Eles são integrantes do Observatório da Democracia estabelecido há dois anos pelo parlamento, com os objetivos de promover o intercâmbio de experiências e a cooperação em matéria eleitoral entre os países do bloco, além de contribuir para o cumprimento do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul. Em correspondência enviada ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), atual presidente do Parlasul, indicou como observadores das eleições brasileiras, marcadas para 3 de outubro, 11 parlamentares de Argentina, Paraguai e Uruguai. Um deles será o argentino Claudio Lozano,

O Mercosulino 30/07/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

30.07.2010 segunda-feira, 26 Jornais dos Países Membros do Mercosul Paraguay "ABC" Opinión Hegemonía de Brasil y Argentina sobre Paraguay Gracias a la gentileza del Banco Itaú tuve la oportunidad de asistir a la conferencia del profesor Fernando Cardoso en la que abordó el tema vinculado a la ubicación del Brasil en el contexto regional. El privilegio de escuchar a un maestro en el pensamiento económico, social y político, reconocido y admirado en su país y en el mundo por su orientación, que enfatiza el desarrollo social sobre las reglas de la economía clásica, fue para mí muy breve, por lo que no me resulta fácil reproducirlas en mi mente, pese al deseo insatisfecho de profundizar sus ideas, expresadas con la sencillez que supone el dominio de los temas y la notoria experiencia del conferencista para exponerlas. No obstante, mi atención se detuvo cuando hábilmente descartó la posibilidad de que la política del Brasil sea vista como hegemónica en la re