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O Mercosulino 07/07/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

07.07.2010 Jornal "Valor Econômico" Caderno: Brasil Cúpula Brasil-UE deve ignorar acordo com a África para a produção de etanol Assis Moreira, de Genebra O encontro de cúpula Brasil-União Europeia (UE), na semana que vem em Brasília, dificilmente terá a assinatura de acordos sobre transporte aéreo, vistos de turismo e negócios, além de parceria triangular com a África em biocombustíveis, frustrando expectativas do lado brasileiro. Por outro lado, a negociação do acordo de livre comércio UE-Mercosul estará na agenda, mas Bruxelas já avisou que só em dezembro quer trocar novas ofertas de liberalização agrícola, industrial e de serviços. Alega que precisa antes definir um quadro normativo - regras de origem, salvaguarda, barreiras técnicas, fitossanitárias etc. Na prática, a UE mantém o pé fora do acelerador, em meio a pressões do setor agrícola protecionista, enquanto empresas europeias buscam desesperadamente ampliar seus negócios em mercados com forte crescimento. O "draft" do comunicado conjunto Brasil-UE, ao qual o Valor teve acesso, mostra em oito páginas promessas de convergência e cooperação nas áreas política, econômica e financeira, que deverão ser destacadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelos presidentes da União Europeia, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia (o braço executivo da UE), José Durão Barroso. Na prática, as coisas se complicam. A ideia era anunciar em Brasília um avanço na parceria triangular Brasil-UE-África para a produção de etanol no continente africano, a ser vendido no mercado europeu. A iniciativa faz parte do plano brasileiro de criar um mercado internacional de etanol. Os dois primeiros países africanos escolhidos a serem anunciados são Moçambique e Quênia. Mas os europeus querem adiar por um mês o anúncio envolvendo o Quênia, só após o referendo naquele país sobre uma nova Constituição. Além disso, o presidente Mwai Kibaki, visitado ontem por Lula, foi eleito em 2007 num pleito julgado fraudulento por parte da comunidade internacional e continua sob suspeita em capitais europeias. Na parceria com a África, o Brasil entrará com tecnologia e expertise na produção do biocombustível. Os africanos terão vantagens para produzir e dar opção para produtores pobres melhorarem sua renda. E os europeus terão a garantia de abastecimento e de importação de etanol produzido sob estritos critérios de sustentabilidade ambiental e social delineados pelo Parlamento Europeu. Apesar da disposição brasileira, acordos bilaterais que deveriam ser assinados na cúpula ficam para mais tarde em boa parte por causa dos procedimentos internos de decisão no bloco europeu. Por exemplo, cada acordo precisa ser traduzido em 22 idiomas, passar de novo por comitês de países e mais tarde pelos parlamentos nacionais. Os europeus continuam fazendo consultas internas para tentar assinar pelo menos os dois acordos de transporte aéreo, mas parece difícil. O mais importante é o reconhecimento mútuo de certificados entre a Anac e a Easa, o órgão regulador europeu. Com isso, os aparelhos da Embraer e outros produtos aeronáuticos, já certificados no Brasil, não precisarão de nova certificação europeia. É importante também porque terá reflexos na exportação para outros países, que poderão se apoiar apenas na certificação brasileira. O segundo acordo é sobre a designação de companhias dos países membros como europeias, não mais pelo país de origem, o que deveria facilitar as negociações de novos voos entre a Europa e o Brasil. A UE quer ir além e remover restrições a investimentos estrangeiros em companhias nacionais, para ampliar, alegando que haveria uma redução nos custos de preços das passagens. Por sua vez, o acordo para eliminação de vistos para turismo e negócios por três a seis meses em todos os 27 países da UE também é vítima da lentidão no processo de decisão do bloco, mas a ausência de vistos já existe com a maioria dos países. O que falta é concretizar tudo num só acordo, acabando com incertezas, inclusive para os europeus que vão ao Brasil. O "draft" sinaliza a necessidade de estimular o crescimento e diversificação do comércio e investimentos entre o Brasil e a UE. Mas muito disso vai passar pela negociação UE-Mercosul. Uma nova reunião técnica entre os dois blocos deve ocorrer em setembro. O Brasil aceita discutir o quadro normativo, como quer a UE, mas já avisou que isso deve incluir o que fazer com os subsídios agrícolas. O Mercosul não quer dar preferência em seu mercado, com redução de tarifas, para produtos europeus agrícolas dopados por subvenções. Caderno: Agronegócios Prazo para subsídios da UE em xeque Brasil e Argentina se confrontaram ontem com a União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC), sobre o prazo para eliminação dos subsídios à exportação no comércio agrícola. Para os sócios do Mercosul, o prazo acertado é 2013, como definido na conferência ministerial da OMC em Hong Kong em 2005. Ou seja, com ou sem conclusão da Rodada Doha, os bilhões de dólares de subvenção às exportações devem acabar dentro de três anos. A UE reagiu, lembrando que 2013 foi uma data condicional, que depende de uma série de outros elementos da negociação global. Por exemplo, o prazo definido em Hong Kong para concluir Doha foi 2006, o que não foi respeitado. Nos últimos tempos, a UE reativou subsídios à exportação por um certo período, inclusive para o açúcar. O que a discussão na OMC mostra é que os negociadores continuam discutindo na expectativa de um dia os líderes políticos resolverem concluir a rodada. Jornal "O Estado de S. Paulo" Opinião Itaipu e os vários Paraguais brasileiros Claudio J. D. Sales Após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo da África do Sul, é importante voltarmos nossas atenções para um verdadeiro gol contra os brasileiros que está sendo maquinado pelo governo federal e sua base aliada no Congresso Nacional, em resposta a pressões de políticos paraguaios que não têm muito compromisso com a verdade. Se a Câmara dos Deputados aprovar o Projeto de Decreto Legislativo n.º 2.600/2010, que altera o tratado que deu origem à Usina Hidrelétrica de Itaipu (tratado assinado em 1973, peça jurídica perfeita e que deveria permanecer como tal até 2023), os brasileiros desembolsarão R$ 5,5 bilhões adicionais em benefício dos paraguaios. Na audiência pública sobre o tema que foi realizada no dia 29 de junho, o representante do Ministério das Relações Exteriores, desprovido de argumentos racionais para justificar essa alteração descabida, apelou para comparações sem lógica, como "PIB do Paraguai antes de Itaipu versus PIB do Paraguai após Itaipu". O que estaria sugerindo o diplomata? Que Itaipu prejudicou o produto interno bruto (PIB) do Paraguai? Bem sabe o diplomata que a usina, que hoje responde por 15% das receitas paraguaias, só trouxe enormes benefícios ao nosso vizinho. A prevalência da dimensão política sobre a técnico-econômica é marcante: o Ministério de Minas e Energia, colíder natural do tema, não assumiu posição de destaque sobre o assunto. Na mesma linha, é compreensível o comportamento recente do outro representante do governo na mesma audiência, que procurou defender a alteração do tratado e a doação bilionária aos paraguaios. Ficou evidente que esse competente profissional foi forçado a sucumbir às pressões do governo federal, de certa forma contradizendo suas inúmeras manifestações passadas ? em artigos, apresentações públicas e entrevistas ? contrárias à exploração política e oportunista dos paraguaios. Mas não é possível tolerância parecida com aqueles diplomatas que pretendem influenciar os parlamentares sobre este tema sem estudar minimamente o setor de energia. Isso ficou claro na mesma audiência pública, diante da falta de domínio técnico do representante do Ministério das Relações Exteriores, que cometeu erros conceituais graves ? propositais ou não ?, como confundir "venda de energia" com "remuneração por energia excedente". Talvez a aposta fosse que, complexo como é o setor energético, ninguém percebesse as falácias ali apresentadas. Aposta errada. Toda a estratégia do governo federal consiste em defender o seguinte raciocínio: apesar de não haver nenhuma necessidade de alteração, e apesar de o Paraguai ter sido beneficiado com a propriedade de 50% da usina sem ter assumido nenhum risco (já que 100% do financiamento para a construção da usina foi feito com garantias do Tesouro brasileiro), precisamos prover "novas ajudas" aos nossos irmãos paraguaios, tão necessitados. Esquecem esses políticos que a grande ajuda ao Paraguai é dada pelo próprio Tratado de Itaipu, que possibilitou que o país se tornasse proprietário de 50% da usina sem que tivesse à época (assim como não tem hoje) condições financeiras para tal. Esses senhores também se esquecem de olhar ao seu redor e perceber que em nosso Brasil há vários "Paraguais" que poderiam ser muito beneficiados com os R$ 5,5 bilhões que o governo federal quer caridosamente transferir para o governo Fernando Lugo. No âmbito de nossas prioridades, temos, por exemplo, a situação vivida nas últimas semanas por dois Estados brasileiros. As enchentes em Pernambuco e Alagoas já causaram mais de 50 mortes e deixaram esses Estados em situação mais do que crítica. Curiosamente, os Índices de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e Alagoas (0,718 e 0,677, respectivamente) são menores que o do Paraguai (0,752). Também não se pode esquecer que em 1986 e em 2005 já houve alterações, em benefício dos paraguaios, na mesma remuneração atualmente em discussão. Em ambas o Congresso não foi ouvido ? atos que podem até mesmo ser interpretados como inconstitucionais. E mais recentemente, em 2007, o governo federal decidiu liberar o Paraguai do pagamento da correção da dívida, imputando esse ônus aos consumidores brasileiros. Esses episódios provam que os pleitos e as pressões paraguaias nunca cessarão. Ceder agora revelará que o Brasil admite "dever" algo ao Paraguai ? o que é uma grande falácia; e ficará aberta uma enorme avenida para futuras demandas ao sabor dos próximos governos paraguaios, que sempre verão em Itaipu tema predileto em suas campanhas eleitorais. Onde passa um boi... É hora de saber quem de fato está do lado do povo brasileiro. Espanta ver alguns deputados de nosso país colocando paraguaios antes de brasileiros igualmente carentes. A esperança é que podemos contar com um bom número de parlamentares capazes de dar transparência às ações político-ideológicas de governantes, como ficou evidenciado ? e documentado ? no debate daquela audiência pública. Chegou a hora de dizer não a mais um pleito de alteração do Tratado de Itaipu. Essa é a melhor forma de dizer sim a essa obra, que tem gerado tantas riquezas para o Brasil e para o Paraguai e, após 2023, será uma verdadeira "Casa da Moeda" para os paraguaios: dívidas quitadas, receitas livres, a partir de uma obra viabilizada integralmente pelo Brasil. Da mesma forma que Itaipu, em 1973, "inundou" uma disputa territorial entre Brasil e Paraguai, é hora de "afogar" mais uma manifestação de uso político-eleitoral-ideológico-oportunista e evitar que sejam extorquidos R$ 5,5 bilhões dos milhões de brasileiros que anseiam por esses recursos para que seja mudada a sua dura realidade. Caderno: Economia Estiagem na Argentina leva Brasil a autorizar transferência de energia Setor diz que custo de R$ 2,3 bi vai para conta de luz, mas governo nega Mônica Tavares BRASÍLIA. Homologada ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a transferência de até 2.100 megawatts (MW) de energia para a Argentina está causando reação em parte do setor. É o caso do Instituto Acende Brasil. Segundo o presidente da entidade, Claudio Sales, o consumidor brasileiro pagará mais pela cooperação entre os vizinhos do Mercosul, se em algum momento o governo brasileiro autorizar o repasse de energia hidráulica ao país vizinho. A transferência de energia aos argentinos está sendo autorizada pelo sexto ano consecutivo e abrange o período de estiagem, de maio até agosto. A quantidade equivale a metade do que será gerada pela usina de Belo Monte. Normalmente é fornecida energia térmica, paga em dinheiro pelos argentinos. Quando é oferecida energia hidráulica, a Argentina faz a devolução ao Brasil com o mesmo tipo de energia, sempre nos meses de setembro e novembro. — A transferência de energia hidráulica traz um custo ao consumidor brasileiro. Esta água que é transferida para a Argentina não é o mesmo produto devolvido. Ela tem um custo adicional de R$ 2,3 bilhões repassados para a conta de luz dos brasileiros. Este valor é gasto para preservar os reservatórios das usinas hidrelétricas — explicou ele. Para o presidente do Instituto Acende Brasil, a transação comercial poderia ser feita diretamente pelas empresas brasileiras, sejam elas públicas ou privadas. Desta forma, não estaria embutido o custo que os consumidores pagam. Consumidor brasileiro não será onerado, diz governo O secretário de Energia, do Ministério de Minas e Energia, Josias Matos de Araujo, rebateu as críticas. Ele explicou ainda que a prioridade sempre é o fornecimento de energia para os consumidores brasileiros. A sobra enviada para a Argentina, destacou, é energia de usinas térmicas, movidas a óleo combustível. — Até o momento, só está sendo enviada energia térmica, que tem o valor mais elevado — disse Josias Araujo. O secretário acrescentou que a energia térmica é totalmente paga em dinheiro pelo país vizinho, com todos os encargos. Cabe ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) decidir qual a usina que será ligada. Araújo destacou que só há devolução de produto, quando é enviada energia hidráulica. Este tipo de energia é transferido se as usinas estão vertendo, isto é, tem muita água nos reservatórios e ela está sendo jogada fora. — O consumidor brasileiro não está sendo onerado. A Argentina paga caro pela energia das térmicas — reforçou o diretorgeral da Aneel, Nelson Hubner. A exportação de energia para a Argentina será feita por intermédio da Companhia de Interconexão Energética (CIEN) e da Eletrosul. Jornais dos Países Membros do Mercosul Paraguay "ABC" Sección: Economía Insisten en que Paraguay no puso nada en Itaipú No solo en el ámbito futbolístico la República del Paraguay recibe "brutales agresiones" desde Brasil, a veces también de los diarios, otras de instituciones y, con frecuencia, de personeros de los gobiernos de turno. Un botón de muestra: O Estado de São Paulo, en un editorial que publicó el último fin de semana, repetía la conocida cantinela que en el proyecto Itaipú nuestro país no puso nada, con la evidente intención de negarle hasta su derecho al reclamo. La Comisión de Relaciones Exteriores y de Defensa Nacional de la Cámara de Diputados de ese país, en un interminable túnel cuyo final aún no se ve, vota hoy la Nota Reversal del 1 de julio de 2009. por Ramón Casco Carreras "A brutal agresão da Globo ao Paraguai" es el título de un escrito firmado por Mauro Carrara en el "Blog da Dilma, O maior portal da Dilma Rousseff na internet", candidata a la presidencia de ese país por el Partido Trabalhista, cuyo link nos proporcionó ayer la Página Digital de ABC. Carrara, obviamente, se refería a la muy divulgada agresión al Paraguay, narcotizados por el fanatismo futbolero, a través de un programa de un canal de televisión, parapetados detrás de esa insignia de un medio de comunicación tan poderoso del Brasil. Luego de recordar la cruenta historia de la relación de nuestros países en la región, Carrara concluye: "espectacular, Paraguay resistió y se mantuvo como una nación independiente, una nación única... Sufrió, pero valiente y hermoso país, es a menudo objeto de burla y los insultos, especialmente en Brasil". ¿Caridad, bondad brasileña? El título del editorial de marras traduce perfectamente el principal argumento brasileño de defensa, específicamente del instrumento diplomático que firmaron las Cancillerías el 1 de setiembre de 2009, y cuya principal "conquista" es apenas la triplicación del factor multiplicador de la fórmula establecida en el Tratado y en sus instrumentos diplomáticos complementarios, para calcular "el precio" del caudaloso excedente nacional en Itaipú y del cual se aprovecha Brasil sin rubor alguno. Si la "generosidad" de los legisladores brasileños lo permite, de los aproximadamente US$ 100 millones que recibió el Estado paraguayo de Eletrobrás por cederle obligatoriamente casi 38 millones de MWh, su excedente en Itaipú, pasará a recibir, anualmente, alrededor de US$ 300 millones. No nos olvidemos que ese ingente caudal energético, cotizado en el mercado mayorista brasileño a un precio básico de US$ 60/MWh, se cotiza en un monto superior a los US$ 2.000 millones. ¿Revisión? ¿Alteración? Los defensores brasileños del Tratado, especialmente ante sus legisladores, sostienen con insistencia que el documento que vota hoy la Comisión de Relaciones Exteriores y de Defensa Nacional de la Cámara de Diputados revisa o altera el Tratado. Sin embargo, basta con leer el Art. XV, Parágrafo 4º del Tratado, para concluir que el hecho que realmente altera el Tratado –sin dudas una concesión del Ejecutivo paraguayo– es el haber sometido a un innecesario proceso un paso que debió aplicarse automáticamente: mantener constantes los valores relacionados no solo con la compensación, sino también con los "royalties", estos últimos estancados aún en la Nota Reversal del 28 de enero de 1986. "El miércoles pasado –30 de junio– ... las comisiones de Minas y Energía, de Relaciones Exteriores y de Defensa de la Cámara (de Diputados) realizaron una audiencia para discutir el proyecto. En la ocasión, el presidente del instituto Acende Brasil, Claudio Sales, observó que el costo del pago adicional se descargará sobre el bolsillo de los brasileños y que, en el 2023, el Paraguay se volverá dueño del 50% de la usina, ya libre de las deudas, ‘sin tener que pagar nada por eso’, pues como recordó "el Brasil asumió el 100% da la construcción", se lee en el penúltimo párrafo del editorial de O Estado de São Paulo. Sales, del instituto que se presenta en internet como "observatorio" del sector eléctrico, es, sin dudas, una suerte de abogado defensor de la Federación de Industriales de São Paulo, el sector más beneficiado con el subsidio paraguayo a través de su regalado excedente energético. Esta no es su primera "brutal agresión" a los intereses y, por ende, al pueblo paraguayo en Itaipú. Hubo otras, varias, publicadas igualmente por nuestro diario. No obstante, insistamos, el extraordinario beneficio de los 38 millones de MWh –el excedente paraguayo en Itaipú– que a nuestro país le sigue reportando –hasta hoy– un poco más de US$ 100 millones, no tiene como destinatario al "pueblo brasileño", sino a Eletrobrás, en primer lugar, y a otras empresas radicadas en Brasil, muchas de ellas extranjeras. Reiterar que Paraguay se convertirá en el 2023 en dueño de la mitad del 50% de Itaipú, "sin tener que pagar nada...", es sencillamente repetir lo que ya sostenía incluso la dictadura de su país desde 1973. Paraguay es dueña del 50% de Itaipú, por derecho natural, incluso antes de 1966 y 1973 y, por el derecho internacional, desde 1966, año en que se firmó el Acta de Foz de Yguazú, que consagra ese derecho paraguayo, incluso al Justo Precio y a la posibilidad de buscar clientes en terceros países, y, desde 1973, año en que se firmó el Tratado, basta con leer el Art. XIII, así como su Anexo C. Por último, recordemos, el 50% de la fuerza hidráulica del río Paraná, el único factor insustituible en un proyecto hidroeléctrico, así lo reconocen todos los tratados y acuerdos, es paraguayo, y que el remanido argumento de que Brasil asumió el 100% de la construcción, fue otro negocio brasileño. ¿Acaso se olvidan de que hasta diciembre de 2006 Eletrobrás y el Tesoro brasileño ya le cobraron a la entidad binacional US$ 30.700 millones y hasta el 2023 cobrarán otro monto similar? Paraguay es dueño, ya, de la central hidroeléctrica "Concordaron en establecer, desde ya, que la energía eléctrica, eventualmente producida por los desniveles del río Paraná ..., será dividida en partes iguales entre los dos países, siendo reconocido a cada uno de ellos el derecho preferente para la adquisición de esta misma energía a justo precio, ..." Acta de Foz de Yguazú, 21 y 22 de junio de 1966. "La Energía producida por el aprovechamiento hidroeléctrico ... será dividida en partes iguales entre los dos países..." Art. XIII del Tratado. "La división en partes iguales de la energía ... será efectuada por medio de la división de la potencia instalada en la central eléctrica". Anexo C, II.1. Condiciones de abastecimiento. Uruguay "El Pais" Seccion: Economia Brasil es la clave para cerrar un acuerdo entre Mercosur y la UE. Ventas. El viejo continente ve posibilidad de colocar productos industriales ANDRÉS OYHENARD En el gobierno uruguayo hay "optimismo" por sellar un TLC entre la Unión Europea y el Mercosur. La demanda de Brasil de productos industriales por su crecimiento es clave para que muchos países de la UE apuren el paso para firmar un acuerdo. "Muchos países de la Unión Europea (UE) que hoy están en crisis piensan que ahora es una oportunidad negociar con el Mercosur. Sobre todo tomando en cuenta el potencial de Brasil más que del Mercosur en su conjunto", dijo a El País una fuente del gobierno uruguayo que participó directamente de las negociaciones entre ambos bloques comerciales. "El plato fuerte para ellos (UE) es Brasil porque significa una buena oportunidad para los bienes industriales que hoy no pueden colocar en su zona de influencia", explicó. "Este es un momento que tenemos para aprovechar. Porque si demoramos cinco años y la UE se recupera, la coyuntura va a ser otra", advirtió. En el gobierno uruguayo hay "optimismo" por alcanzar un Tratado de Libre Comercio (TLC) con el bloque europeo aunque dicen que es aún "temprano e inconveniente" fijar una fecha para su finalización. Partida. "Empezó el partido. Estuvimos marcando la cancha", dijo una fuente oficial a El País, tras la primera reunión de los equipos de negociación de la Unión Europea y el Mercosur que tuvo lugar la semana pasada en Bueno Aires. "En esa reunión se definió el punto de partida de los distintos grupos. Fue más que nada un encuentro exploratorio", contaron las fuentes. En esta instancia no se profundizó en ninguno de los grupos sobre los temas que más importan en la negociación que es la sustancia de los acuerdos que se puedan alcanzar al final del TLC. A partir de ahora, ambos bloques comerciales comenzarán a reunirse en forma periódica para avanzar en cada uno de los puntos de negociación ya definidos. En el capítulo de la negociación de bienes industriales y agrícolas, Uruguay se juega una de las paradas más importantes al ser un país agroexportador. En este grupo hay varios temas en juego como los subsidios agrícolas que aplican muchos países de la Unión Europea y también la protección de los bienes industriales que tienen algunos productos que elaboran los países del Mercosur. "Acá tenemos mucho interés en llegar a un acuerdo pese a lo defensivo que se han expresado algunos países como Francia e Irlanda", relataron las fuentes. No obstante, los informantes precisaron que ese será un problema de coordinación de la propia Unión Europea que deberá resolver por su cuenta. Otros de los grupos de negociación entre la UE y el Mercosur son: medidas sanitarias y fitosanitarias, obstáculos técnicos al comercio, compras gubernamentales, servicios e inversiones, solución de controversias y defensa de la competencia. Asimismo, en la reunión de Buenos Aires se definió no incluir a la propiedad intelectual como un grupo de trabajo. Aunque sí se tratará en el futuro, revelaron las fuentes. Cada uno de los grupos de negociación definirá ahora una base de textos para trabajar y luego se dará un cierre con un documento final. Sin Plazo. "Esto es un proceso que arrancó y no se fijó ningún tipo de plazo. Se trata de una negociación muy compleja co-mo para encerrarnos con una fecha", enfatizó la fuente. Esto va a contrapelo de lo que había manifestado hace unos días el director general para Asuntos de Integración y Mercosur (futuro embajador ante la UE), Walter Cancela, en una exposición en la Cámara Mercantil donde dijo que "si la negociación no se concreta en el 2011, olvidémonos de que se concrete". Pese a ello, el funcionario indicó que había "chances" de lograr un acuerdo antes de ese plazo. Europa podría adoptar medidas proteccionistas que afecten región ESPAÑA | MARCELA DOBAL Mientras se negocia un acuerdo comercial entre la Unión Europea (UE) y el Mercosur, analistas españoles reconocen que el bloque desarrollado podría adoptar medidas proteccionistas anticrisis que afecten el crecimiento de los emergentes latinoamericanos. El economista Juan José Toribio, ex director ejecutivo del Fondo Monetario Internacional, afirmó que los reclamos de la región sobre que Europa adopta posturas proteccionistas "tienen toda la razón". "Estamos generando un costo muy importante para los países en desarrollo. No somos los únicos ni los más proteccionistas, pero no se puede seguir avanzando con el mantenimiento de barreras arancelarias y no arancelarias a productos agrícolas", dijo a El País. En tanto, el analista, catedrático y presidente de la organización Analistas Financieros Internacionales, Emilio Ontiveros, afirmó que "el proteccionismo es relevante en términos de asignación de subsidios a determinados sectores". "Es verdad que en épocas de recesión la tentación de articular políticas de empobrecimiento del vecino es una tentación que existe", añadió el economista. Por otra parte, Ontiveros advirtió que "Europa es la única región que dentro de su heterogeneidad de forma sincrónica ha decidido ponerse la venda antes que la herida". Con esa expresión destacó que cuando la economía local todavía no daba señales inequívocas de recuperación, los gobiernos decidieron ajustar la demanda pública e incluso en algunos casos elevar los impuestos al consumo. "La prociclicidad de las medidas de política económica contribuirán al estancamiento de la economía europea en su conjunto y del resto del mundo". Por lo pronto, la UE advirtió la semana pasada que las negociaciones de un acuerdo de comercio con el Mercosur se verán comprometidas por las medidas proteccionistas en Argentina a productos agroalimentarios. "Si las medidas persisten, las negociaciones con el Mercosur se verían necesariamente afectadas", subrayó el comisario europeo a cargo de la cartera de Agricultura, Dacian Ciolos, en una reunión con los ministros europeos del sector desarrollada en Luxemburgo. Por otra parte, ambos analistas descartaron que la economía brasileña tenga un riesgo de sobrecalentamiento debido a sus aceleradas tasas de crecimiento, apreciación de la moneda e inflación y confiaron en que su gobierno ya está adoptando medidas para prevenirlo.

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