23.06.2010
Jornal "Folha de S. Paulo"
Opinião
Chile, Brasil e Colômbia
FERNANDO RODRIGUES
BRASÍLIA - Quando a oposição ganhou a eleição no Chile, em janeiro último, logo surgiram as teses do "eu sou você amanhã". A presidente chilena Michelle Bachelet era muito popular. Ainda assim, não houve transferência de votos para o candidato governista. Por analogia, no Brasil também não ocorreria a transposição de prestígio.
Agora, na Colômbia, deu-se um cenário oposto. O governo de Álvaro Uribe estava com altas taxas de popularidade. Nas urnas no domingo, um ministro uribista ganhou o cargo de presidente.
O Brasil tem um presidente com popularidade na estratosfera. Dilma Rousseff, candidata de Lula, pode ter uma saída chilena (derrotada) ou vitoriosa (colombiana).
Ontem, Cesar Maia comparou as conjunturas de Chile e Colômbia. Filiado ao Democratas, Maia é um dos principais analistas políticos da oposição. Para ele, não poderia ser diferente, o Brasil está mais para Chile do que para Colômbia.
Na visão de Cesar Maia, no Chile há estabilidade política e econômica. A população deu-se ao luxo de experimentar uma alternância no poder. Já na Colômbia, país ainda conflagrado por causa do narcotráfico, a decisão do eleitorado tomou o rumo da continuidade.
O argumento de Maia não é ruim. É incompleto. Embora as popularidades de Lula e de seus congêneres na Colômbia e no Chile sejam altas, as economias desses países estão em momentos distintos.
A taxa de desemprego no Brasil está em queda há anos. No Chile, subiu no período eleitoral. O PIB brasileiro aproxima-se de um recorde, mesmo tendo recuado 0,1% no ano passado. O tombo chileno foi de 1,5% em 2009. Na Colômbia, com crise internacional e tudo, a economia continuou a avançar.
Essa é a comparação. As economias de Brasil e Colômbia estão exuberantes. No Chile, apesar da estabilidade, há um claro sinal de fadiga de material. A sensação de bem-estar faz toda a diferença.
Caderno: Mundo
Novo chanceler assume pregando obediência à política presidencial
DE BUENOS AIRES - O novo chanceler argentino, Héctor Timerman, prometeu obediência à presidente Cristina Kirchner ao assumir ontem o cargo deixado por seu antecessor, Jorge Taiana, na última sexta-feira.
Taiana renunciou após discutir por telefone com a presidente, que o repreendeu e disse não haver mais confiança mutua após supostos vazamentos à imprensa local.
A relação já vinha desgastada por divergências na implementação da política externa, segundo o ex-chanceler.
Timerman deixou claro que irá executar "a política externa que determina a presidente" e tentou dirimir atritos elogiando o antecessor, "uma das personalidades mais importantes que teve a política externa".
Timerman era embaixador da Argentina nos EUA. Até 2004, trabalhava como jornalista para meios locais e internacionais e se aproximou do governo recentemente.
Jornal "O Estado de S. Paulo"
Notas & Informações
O novo líder da Colômbia
Um telefonema do dirigente equatoriano Rafael Correa e uma nota da chancelaria venezuelana deram ao presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, a base sobre a qual o sucessor e afilhado de Álvaro Uribe poderá normalizar as relações do país com os vizinhos bolivarianos, como prometeu durante a campanha. Ele obteve no segundo turno realizado domingo uma vitória consagradora. Recebeu 9 milhões de sufrágios - mais do que qualquer outro candidato ao governo nacional na história colombiana. Sete em cada 10 votantes marcaram o seu nome. O adversário Antanas Mockus, do Partido Verde, mal chegou aos 30%.
Equador e Colômbia estão praticamente rompidos desde março de 2008, quando Santos, então ministro da Defesa, ordenou um ataque aéreo a um acampamento das Farc, do lado equatoriano da fronteira entre os dois países. Mais do que depressa, Hugo Chávez mobilizou tropas e fechou a embaixada venezuelana em Bogotá. A hostilidade a Uribe chegou ao auge no ano passado quando ele autorizou a presença de militares americanos em bases colombianas de combate ao narcotráfico. O comércio entre os dois países despencou.
Na manhã seguinte ao pleito, Correa e Santos tiveram uma conversa "muy amable", no dizer do colombiano, sobre os passos a serem dados para a reconstrução das relações bilaterais. A rigor, a iniciativa de estender a mão foi de Santos. Na campanha, ele se comprometeu a entregar ao Equador cópias dos arquivos do computador do número dois das Farc, Raúl Reyes, morto no ataque. Pouco depois, Bogotá difundiu a versão de que os dados capturados indicavam que a narcoguerrilha tinha vínculos com os governos de Quito e Caracas.
Já a nota de felicitações do Ministério do Exterior da Venezuela contrasta com uma declaração de Chávez às vésperas do primeiro turno do pleito colombiano. O caudilho, bem ao seu estilo, disse que não receberia Santos jamais. Agora, a mensagem de Caracas representa um aceno contido. Afirma que a Venezuela estará "atenta" não apenas às manifestações do novo governo, mas às suas ações que possam levar a "relações de sinceridade e respeito". Vindas de quem vêm, essas palavras podem significar hoje uma coisa e amanhã o contrário. Do lado colombiano, de todo modo, não parece haver motivo para eternizar a animosidade com o vizinho.
Em comparação com o presidente que lhe transferirá o cargo em 7 de agosto, Santos é menos propenso a atitudes belicosas. Isso não o impediu de conduzir com invariável firmeza a política de "seguridad democrática" de Uribe, que tirou o gás das Farc e devolveu ao povo colombiano, em quase todo o país, o direito elementar de ir e vir sem o risco de sequestros e atentados. Também a criminalidade das quadrilhas da droga diminuiu acentuadamente, embora a Colômbia continue a ser o primeiro produtor mundial de cocaína. Esses avanços, associados a um crescimento econômico médio acima de 4% nos anos Uribe, premiaram o presidente com índices lulistas de popularidade.
Isso foi crucial para o triunfo de Santos, mas seria equivocado ver nele apenas a sombra do padrinho - ou crer que este continuará dando as cartas na Casa de Nariño. Por maior que seja a dívida do primeiro com o segundo e ainda que não devam mudar nem as linhas mestras da sólida política econômica do país, nem a determinação de perseverar no combate sem tréguas à narcoguerrilha, nada mais natural que Santos procure dar à sua gestão uma fisionomia própria. Tem condições para tanto - desde o fato de pertencer a uma tradicional família política (seu tio-avô foi presidente e seu primo é vice de Uribe) até a ampliação da maioria parlamentar governista que acompanhou a sua vitória.
Acrescida de novos parceiros, a base de Santos ocupará nada menos de 86% das 268 cadeiras da Câmara dos Deputados. O ponto de partida para a construção da identidade de seu governo é o apelo à "unidade nacional" em que tem insistido. Para isso, as urnas deram ao presidente eleito toda a legitimidade a que poderia aspirar.
Jornal "O Globo"
Caderno: O Mundo
Novo chanceler nega caixa dois na Argentina
Hector Timerman toma posse sob acusações de encobrir escândalo de propinas em comércio com Venezuela
BUENOS AIRES. O ex-embaixador argentino nos Estados Unidos, Hector Timerman, tomou posse ontem como novo ministro das Relações Exteriores do país. Aos 56 anos, Timerman, aliado político do casal Kirchner, chega ao cargo sob uma enxurrada de críticas — acusado de tentar encobrir um escândalo de subornos no qual empresas argentinas teriam que pagar altas propinas para vender mercadorias à Venezuela.
Timerman substitui o chanceler Jorge Taiana, que pediu demissão à presidente Cristina Kirchner na última sexta-feira, alegando "diferenças irreconciliáveis" na administração da Chancelaria argentina.
Ministro faz ameaça velada a jornalistas logo após a posse Perguntado se havia, de fato, um esquema financeiro funcionando como uma embaixada paralela em Caracas, o novo chanceler foi incisivo: — Já disse o que penso desse assunto. A embaixada paralela funciona na mente de alguns jornalistas.
Mas não de todos.
A crise teve início quando Taiana negou-se a impedir o testemunho no Congresso do diplomata Eduardo Sadous, exembaixador na Venezuela — motivo de sua demissão.
Em abril passado, Sadous havia jurado perante um juiz que empresários denunciaram estarem sendo obrigados a pagar 15% de comissão ao Ministério do Planejamento da Argentina — através de uma empresa de exportação e importação em Miami, nos Estados Unidos — para atuarem na Venezuela. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram quando Sadous ocupou o cargo em Caracas, entre 2002 e 2005, e o dinheiro da propina seria destinado a funcionários argentinos e venezuelanos.
Sadous jura ainda ter informado seus superiores das queixas do grupo de empresários — sem receber qualquer resposta.
Os dois governos negam as acusações, mas a denúncia levou a oposição a pedir uma investigação detalhada do caso ao Congresso — numa tentativa de provar que a presidente Cristina Kirchner e seu marido e antecessor, Nestor, vêm enriquecendo ilicitamente.
Sob o risco de ser acusado de tentar encobrir o caso se não permitisse o depoimento de Sadous, o chanceler demissionário teria, então, aprovado o testemunho do ex-embaixador — numa manobra considerada como traição pela Presidência.
Na primeira entrevista como chanceler, Timerman negou qualquer pressão sobre o ex-embaixador e assegurou que ele pode falar, mas sem desrespeitar o juramento diplomático de não revelar segredos de Estado. — Não vou falar com Sadous. Já falei no sábado e disse a ele que pode testemunhar, mas que como funcionário está sujeito a certas leis — afirmou Timerman, antes de fazer o que pareceu uma ameaça velada à imprensa local. — (Ele) está sujeito assim como vocês, sujeitos a respeitar o off the record. Inclusive há jornalistas presos por violar essa regra — disse, num tom ameaçador.
Segundo os opositores, os supostos subornos explicam o aumento da riqueza do Casal K em até seis vezes, desde que assumiram o poder em Buenos Aires: de US$1,8 milhão em 2003, quando Kirchner assumiu a Presidência, para mais de US$ 12 milhões no ano passado, segundo estimativas de um escritório anticorrupção.
Jornais dos Países Membros do Mercosul
Argentina "Clarín"
Sección: Política
Negociarán con Brasil las restricciones a exportaciones
Exportaciones Mañana, finalmente, se llevará a cabo la reunión entre la Argentina y Brasil para tratar -entre otros temas- las restricciones que impuso la secretaria de Comercio a los productos importados (básicamente alimentos) que se fabriquen en el país.
El escenario del encuentro será el país vecino, aunque todavía no trascendió en qué ciudad. Entre los funcionarios argentinos viajaría la ministra de Industria, Debora Giorgi; el ministro de Economía Amado Boudou y representantes de la Cancillería.
"Ahí vamos a tener definiciones importantes", comentó a Clarín , Diego Pérez Santisteban, titular de la Cámara de Importadores de la República Argentina (CIRA), refiriéndose al encuentro entre los funcionarios.
Los empresarios están más que interesados en dirimir las trabas en el comercio que implementó el secretario de Comercio Guillermo Moreno, a través de la ANMAT. Especialmente porque desde Brasil, proviene el 50% de los productos importados.
Por eso, la entidad presentó -en su momento-, alternativas para sostener las transacciones comerciales.
Una de las propuestas que el sector elevó al secretario de Comercio fue utilizar como moneda de cambio en las operaciones, la divisa local en un intento por evitar la fuga de dólares.
En cuanto a la situación en que están las operaciones comerciales en este momento, según Santisteban: " la liberación de los certificados no está absolutamente normalizada, pero el tema se está resolviendo de a poco" , señaló.
Las restricciones a los alimentos se hicieron sentir con fuerza el último marzo por temor a una invasión de productos europeos a bajo precio al compás de la crisis que sacude al Continente. Luego, la medida se flexibilizó y se explicó que no se iban a filtrar productos que se elaboraran en la Argentina. En el listado de productos prohibidos hay algunos como las latas de granos de choclo, arvejas o tomates pelados. Sin embargo, trascendió que las restricciones son más amplias.
Paraguay "ABC"
Sección: Internacionales
Empresarios objetan el Mercosur
SÃO PAULO (ANSA). La Federación de Industrias de São Paulo (FIESP) sostuvo que el Mercosur es un espacio económico demasiado pequeño ante el crecimiento y la creciente "proyección externa de Brasil". "El Mercosur desde el punto de vista comercial, y América Latina, desde el punto de vista político, están quedando pequeños para los intereses globales de nuestro país", señaló Rubens Barbosa, titular del consejo de comercio exterior de la FIESP.
Barbosa consignó, asimismo, que en los últimos años Brasil y China, fuertes aliados comerciales, se tornaron actores decisivos en la reorganización productiva global, y responsables por la cada vez mayor presencia de los países emergentes en el escenario internacional.
Y mencionó la conquista brasileña de espacio en foros internacionales como el Grupo de los 20 y la propia Organización de Naciones Unidas.
"Por esos motivos Brasil procura ampliar su actuación externa y el Mercosur restringe ese avance", opinó el dirigente de la FIESP. Esa entidad ha reforzado sus críticas al Mercosur en los últimos meses.
Denunciar cláusulas
En ese contexto, sugirió denunciar algunas cláusulas del bloque, como la que impide a Brasil firmar tratados de libre comercio unilateralmente con terceros países.
Uruguay "El Pais"
Sección: Internacional
Timerman negó diplomacia paralela con chávez; hoy declara embajador. Argentina.
Canciller enfrenta escándalo debido a las denuncias de coimas
BUENOS AIRES | LA NACIÓN / GDA Y AFP
Con la herencia de una fuerte polémica por denuncias sobre supuestas coimas en negocios con Venezuela, asumió ayer el canciller argentino Héctor Timerman, quien negó la existencia de una diplomacia paralela en el vínculo con Hugo Chávez.
Héctor Timerman juró lealtad, la misma condición que a su predecesor Jorge Taiana le costó el puesto, y se convirtió así en el nuevo canciller del gobierno de la presidenta Cristina Kirchner.
Pocos minutos después de asumir, el flamante ministro volvió a negar presiones al ex embajador en Venezuela, Eduardo Sadous, quien debe presentarse hoy ante la Cámara de Diputados para respaldar sus denuncias sobre que empresarios argentinos debían pagar sobornos de 20% para vender en el mercado venezolano. Por otra parte, Timerman también rechazó la existencia de una "embajada paralela" en el vínculo con el país que preside Hugo Chávez.
"No voy a hablar con Sadous. Le hablé el sábado. Le dije que me parece bien que concurra y que como funcionario está suscripto, como yo e igual que todos los funcionarios a ciertas leyes", afirmó Timerman en declaraciones a la prensa tras la ceremonia.
Enseguida, añadió una frase que pareció una advertencia: "Esta suscripto como ustedes que están sujetos a respetar el off the record. Incluso ha habido periodistas que han ido presos por violarlo".
Poco antes de asumir, Timerman ya había tratado de poner paños fríos a sus advertencias sobre lo que Sadous debería callarse cuando hoy se presente en el Congreso. Esta vez, lo hizo con un duro ataque a la oposición.
"Cierta oposición petardista quiere hacer figurar que hay una advertencia donde no la hay", se quejó el hasta ayer embajador en los Estados Unidos en declaraciones a C5N.
Aludió así a los cuestionamientos de casi todo el arco opositor a las declaraciones de Timerman en un reportaje con el diario Página 12, en el que el designado canciller, planteó que Sadous "podría cometer un delito" si revelara cierta información a los diputados que lo recibirán hoy en la Comisión de Relaciones Exteriores de la Cámara baja para pedirle detalles sobre sus denuncias de coimas en el comercio con Venezuela.
Por otra parte, cuando le preguntaron por la existencia de una "diplomacia paralela" con Venezuela -una denuncia que volvió a circular con la investigación de las supuestas coimas en el comercio con Caracas y que estaría encarnada por el ministro de Planificación Federal, Julio De Vido, y el ex titular del Órgano de Control de las Concesionales Viales (Occovi) hasta su despido por la valija de Antonini Wilson, Claudio Uberti-, Timerman fue terminante. "Ya dije lo que pensaba de ese tema. La embajada paralela funciona en las mentes de algunos periodistas. Ni siquiera de todos", lanzó, en contraposición con empresarios, diplomáticos y funcionarios argentinos y venezolanos que cuentan por lo bajo -o incluso en un expediente de la Defensoría General de la Nación- que todas las operaciones comerciales entre ambos países debían pasar por las manos de Uberti y otros colaboradores de De Vido.
Del breve acto en el que asumió Timerman también participó Taiana. Ambos se estrecharon en un abrazo una vez que el ex embajador en Estados Unidos juró ante la Presidenta.
Timerman quedó formalmente a cargo de la Cancillería tras la polémica salida de Taiana, que renunció al cargo el viernes pasado tras una dura discusión con Cristina Kirch-ner, en la que la jefa del Estado lo acusó de "deslealtad" y lo cuestionó por haber hablado con periodistas del diario Clarín, con el que el gobierno tiene un duro enfrentamiento.
En su estreno como jefe de la diplomacia argentina, Timerman anunció que en las próximas horas viajará a Naciones Unidas para reclamar, como todos los años ante el Comité de Descolonización, por la soberanía de las Islas Malvinas.
Además acompañará a la presidenta este fin de semana en la reunión del G20 en Toronto, donde Argentina insistirá en la reforma de los organismos internacionales de crédito.
Jornal “Folha de São Paulo” Caderno: Mundo Crise reduz fluxo de imigrantes ilegais para EUA Entrada de indocumentados caiu quase dois terços em 2007-2009 em comparação ao período entre 2000-2005 É a primeira inversão no crescimento da população ilegal nos EUA em duas décadas, aponta instituto Pew A crise econômica que estourou nos EUA em 2008 teve como consequência uma redução na entrada de imigrantes ilegais no país. Segundo estudo do Pew Hispanic Center, braço do renomado Pew Research Center, o fluxo anual de indocumentados foi quase dois terços menor de março de 2007 a março de 2009, na comparação com a primeira metade da década. O declínio contribuiu para a queda total da população de ilegais vivendo nos EUA -8% menos em 2009, em relação a 2007. "Essa diminuição representa a primeira inversão significativa no crescimento dessa população nas últimas duas décadas", afirma o estudo, baseado em dados do governo americano. Além da crise, da qual o país ainda não se recuperou,
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