06.07.2010
Jornal "Folha de S. Paulo"
Opinião
Brasil e Bric
Em artigo publicado pela Folha, na semana passada, o economista e jornalista britânico Martin Wolf chamava a atenção para o descompasso entre o ritmo de crescimento da economia brasileira e o verificado na China e na Índia -vizinhos na sigla Bric.
Apesar do inestimável valor da consolidação da democracia e da estabilidade econômica, o articulista lembrava que o crescimento médio do país ficou em 2,9% ao ano entre 1995 e 2009. No mesmo período, a elevação da renda foi de apenas 22%, ante 100% na Índia e 226% na China. Como resultado, "a parcela brasileira na produção mundial caiu de 3,1% em 1995 para 2,9% em 2009. A China saltou de 5,7% para 12,5%, e a Índia, de 3,2% para 5,1%".
Apesar da euforia oficial com a perspectiva de o PIB do Brasil crescer em 2010 acima de 7%, sabe-se que esse ritmo não é sustentável. As estimativas apontam para um recuo ao patamar de 4,5% nos próximos anos.
No mesmo sentido das considerações de Wolf, reportagem publicada no domingo passado mostrava que, apesar de o crescimento do Brasil ter superado o dos EUA nos últimos seis anos, a diferença de nível de renda entre brasileiros e norte-americanos é maior agora do que foi em 1980.
Mais uma vez, a comparação com economias asiáticas é desvantajosa. A Coreia do Sul praticamente se igualava ao Brasil em 1980 -seu PIB per capita equivalia a 18,8% do norte-americano. Mas, no ano passado, esse percentual já alcançava 60,3%.
A grande diferença reside na dificuldade encontrada pelo Brasil em manter taxas elevadas de crescimento ao longo do tempo.
A boa notícia é que o país, cuja renda per capita ainda é superior à chinesa e à indiana, tem condições de superar os obstáculos. Para isso, entre outras medidas, terá de dar prioridade à educação, tornar o Estado mais eficiente, avançar na geração de bens de maior valor agregado e estimular a poupança interna e o investimento.
Jornal do Brasil
Caderno: Economia
Missão negociará regras sobre carne
Ministro da Agricultura vai à sede da UE para reunião na segunda e terça
Na sexta-feira, uma missão brasileira irá para Bruxelas, sede da União Europeia (UE), para tentar acelerar as negociações sobre regras que prejudicam as exportações da carne bovina para o bloco. O Brasil quer a revogação da Diretiva 61, editada em 2008, que exige uma lista prévia de propriedades habilitadas a fornecer gado para abate e exportação de carne, e critérios mais justos para as vendas de cortes nobres. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, vai participar do encontro na segunda e na terça-feira.
Será a primeira vez que um ministro vai a Bruxelas, o que dará mais peso e elevará o tom das negociações acredita Otávio Cançado, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Esperamos resultados mais rápidos
Jornal "Valor Econômico"
Opinião
De volta à era do escambo
É preciso interromper esse uso político do setor elétrico, de fazer bondades com o dinheiro do consumidor
Claudio J. D. Sales
Há seis anos, às vésperas do seu inverno, a Argentina recorre ao Brasil para ter energia.
Mais uma vez o governo brasileiro costura um acordo "excepcional" para ceder energia elétrica à Argentina sem nenhuma discussão com a sociedade brasileira e sem dar transparência à operação que caracteriza uma efetiva transferência para os nossos vizinhos da segurança energética custeada pelos consumidores brasileiros. Já é tempo de acabar com o improviso e estabelecer um mecanismo permanente para reger essas transações, incorporando todos os riscos e custos incorridos por cada um dos países.
A tal situação "excepcional" se repete todos os anos, desde 2004: às vésperas do seu inverno, a Argentina bate à porta do Brasil buscando energia elétrica para atender à sua demanda, quando parte do gás natural usado pelas termelétricas vizinhas é direcionada para o aquecimento comercial e residencial.
A Resolução nº 1 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de 26/04/2010 estabelece as seguintes diretrizes para o chamado "suprimento de energia elétrica excepcional com devolução obrigatória": entre maio e agosto de 2010 o Brasil exporta energia de suas usinas hidrelétricas. O montante exportado seria então integralmente devolvido pela Argentina e Uruguai ao Brasil entre setembro e novembro de 2010. Aparentemente uma troca justa. Apenas aparentemente, como demonstraremos.
Ao caracterizar essa transação como um "escambo" de energia, sem trocas monetárias, o governo brasileiro passa a ideia de que a operação é totalmente neutra, sem impacto sobre consumidores de energia e empresas brasileiros. Isso não é verdade.
A segurança energética brasileira é construída a duras penas, com base em dois pilares: a) na contratação antecipada de 100% da demanda projetada; e b) nos recursos obtidos por meio de encargos pagos pelo consumidor de energia como o Encargo de Serviços de Sistema (ESS) e Encargo de Energia de Reserva (EER).
No primeiro pilar estamos falando de dezenas de bilhões de reais pagos anualmente pelo consumidor brasileiro para garantir a contratação da capacidade necessária para assegurar o atendimento de 100% de nossa demanda.
Já o segundo pilar dos encargos - uma espécie de impostos específicos do setor elétrico, embutidos na conta de luz - custeia tanto a operação do sistema quanto os investimentos em usinas "de reserva". O ESS, por exemplo, resultou num custo superior a R$ 2,3 bilhões repassados à conta de luz paga pelos consumidores em 2008/2009, custo decorrente de uma decisão do governo federal para preservar água nos reservatórios hidrelétricos, decisão que permanece sem uma análise técnica de custo-benefício. O EER, cujo custo começa a aparecer nas tarifas, tem viabilizado a contratação de usinas a biomassa e eólicas.
A Argentina, por outro lado, não tem feito sua lição de casa e procura, de forma oportunista, "compartilhar" de nossa dura e custosamente conquistada segurança energética como se não pudesse prever que seu inverno acontece todos os anos. Além disso, nosso vizinho adotou, ao longo do tempo, medidas populistas (vide os preços congelados para o mercado residencial de gás natural) que não constroem um ambiente econômico indutor de investimentos.
Da forma como está estruturado, o escambo beneficia a Argentina e Uruguai sem contrapartidas para o Brasil, permitindo que os últimos se utilizem de nossa capacidade de reserva para sistematicamente atender às suas demandas sazonais sem arcar com os investimentos estruturais necessários. Afinal, pensariam nossos vizinhos: "Para que investir de forma preventiva? Basta aproveitar, todo ano, a suposta 'sobra' do Brasil".
Aliás, como o Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão que decide toda a operação interligada do país, explicaria à sociedade brasileira, o custo adicional que tem sido recorrentemente imposto ao consumidor para colocar em funcionamento algumas usinas por razões de "segurança energética". Afinal, há ou não "sobra" que nos permita ceder energia para a Argentina?
Além de beneficiar nossos vizinhos às custas dos nossos consumidores, note-se também os efeitos sobre as empresas do país: o governo brasileiro vem negociando a energia gerada por usinas brasileiras como se fosse dono das mesmas. Essas usinas pertencem a empresas estatais ou privadas que são afetadas por tais decisões de gabinete. Não cabe ao governo definir, fora das regras contratuais pré-estabelecidas, como a energia das usinas será comercializada.
Finalmente, o acordo prevê a "devolução" da energia no fim do ano, independentemente da necessidade brasileira naquele momento. Ignora-se a possibilidade de que a "devolução" possa ser ineficiente, deslocando a geração de uma usina com custos operacionais menores do que os das usinas argentinas e/ou uruguaias.
A linha argumentativa da Resolução do CNPE se ampara no "caráter excepcional", argumento que não se sustenta porque as dificuldades energéticas da Argentina não resultam de uma calamidade repentina para o qual se requer medidas emergenciais. Trata-se de uma situação estrutural decorrente da falta de investimentos. Nem se trata de um povo necessitado que precisa ser socorrido pelo povo brasileiro: o PIB per capita argentino é maior que o brasileiro. As empresas e consumidores residenciais na Argentina podem pagar pela energia elétrica advinda do Brasil. Basta definir as regras para a realização dessas transações comerciais.
Por que não se define um arcabouço para a comercialização da energia entre os países de forma transparente, competitiva e antecipada? É preciso interromper esse tratamento político para um assunto econômico e acabar com as "mesas de negociação" entre políticos dos dois países, que anualmente buscam uma justificativa para colocar brasileiros como "bonzinhos" e nossos vizinhos como "necessitados", tudo isso com o dinheiro dos consumidores e empresas brasileiros. O tema não tem nada de humanitário. É puramente econômico, e Argentina e Uruguai sabem muito bem disso.
Se essa for mais uma manifestação de uso político do setor elétrico brasileiro, chegou a hora de dar transparência a seus efeitos e interromper essa abordagem casuística e discricionária.
Claudio J. D. Sales é presidente do Instituto Acende Brasil ( www.acendebrasil.com.br )
Caderno: Agronegócios
Com apoio do governo, exportadores elevam pressão sobre União Europeia
De São Paulo
Claudio Belli/Valor
Os exportadores das três cadeias das carnes - bovina, aves e suínos - ganharam o apoio do governo federal para elevar a pressão sobre a União Europeia. Na próxima semana, representantes da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs) e da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec) se juntam ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, para cobrar ações da UE sobre pendências no setor.
Na sexta-feira, uma missão da Abiec vai com o ministro a Bruxelas negociar uma participação na nova cota criada pelos europeus para importação de carne bovina. A medida foi tomada para favorecer os EUA, mas permite a participação de outros países na cota, como já ocorre com a Austrália.
"Além disso, vamos pedir o governo do Brasil fique responsável por administrar a lista de fazendas habilitadas a exportar para o bloco", disse Otávio Cançado, diretor-executivo da Abiec, que participou ontem de encontro com o ministro e representantes dos setores de carnes de frango e suína.
Durante a reunião de cúpula Brasil-UE, em Brasília na próxima semana, a Ubabef tentará, de novo, negociar um acordo sobre o conceito de carne fresca - "fresh meat". A mudança na nomenclatura do produto pode limitar os embarques brasileiros ao bloco. "Já estamos com um estudo preparado para apresentar na OMC [Organização Mundial do Comércio] um pedido para abertura de painel, caso não haja sinal de disposição em negociar", disse Francisco Turra, presidente da entidade.
Há tempos em negociação, a abertura do mercado europeu para a carne suína brasileira é um dos temas que também serão tratados. "A abertura desse mercado é uma chancela para que outros países comprem o nosso produto", disse Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs.
No encontro em São Paulo, as entidades aproveitaram a presença de Rossi para cobrar ações internas. Entre os pleitos estavam a desoneração de Pis/Cofins, criação de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) para agilizar a fiscalização de frigoríficos, e rapidez na conclusão do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC).
"Vamos estudar cada um dos pontos com as associações e levar para análise dos ministérios competentes todos os pedidos. Vamos avançar com isso, pois todos eles [pedidos] são justos" , disse Wagner Rossi. (AI)
Na OMC, países atacam Argentina por restrições à importação de alimentos
Assis Moreira, de Genebra
As principais potências comerciais atacaram ontem a Argentina por barreiras na importação de produtos alimentícios, em um comitê da Organização Mundial do Comércio (OMC) que normalmente antecipa futuras disputas entre os parceiros.
A União Europeia abriu fogo reclamando que uma nota interna do governo argentino restringiu a importação de alimentos desde maio, atingindo também exportações europeias devido aos longos atrasos no fornecimento de certificados para liberar as mercadorias.
Estados Unidos, Canadá, Austrália, Noruega, Suíça, Japão e a Colômbia reforçaram as críticas europeias, reclamando que a Argentina faz o contrário do que se comprometeu no G-20 - de não adotar novas barreiras comerciais.
A Argentina reagiu, dizendo que durante os primeiros cinco meses do ano suas importações originárias da UE - incluindo suco, pastas, arroz, chocolate, produtos enlatados - teriam aumentado substancialmente.
A nota interna do governo teria propósito apenas de "monitoramento", segundo a Argentina, e restrições teriam atingido alguns contêineres isoladamente.
O governo argentino aproveitou o debate na OMC para sugerir que os parceiros examinem suas próprias práticas. Exemplificou que seus exportadores tentam há anos vender trigo para o Japão, sem sucesso até agora.
Jornal "O Globo"
Caderno: Economia
Brasil votará pela reeleição do chefe do BID
Decisão encerra crise por demissão de colombiana no FMI
Fernando Eichenberg
WASHINGTON. O Brasil votará hoje pela reeleição do colombiano Luis Alberto Moreno à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O governo brasileiro chegou a cogitar apresentar uma candidatura própria, mas acabou decidindo, junto com os países do Mercosul, pela continuidade de Moreno, que concorre sem oponentes para mais cinco anos de mandato. Dos países da América do Sul e Caribe, só a Venezuela não fechou com Moreno.
Em Washington, como representante no colégio eleitoral, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que com o apoio do Brasil espera-se dar um passo importante para encerrar a crise provocada pela demissão, pelo diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), o brasileiro Paulo Nogueira Batista Júnior, de sua diretora-substituta, a economista colombiana Maria Inês Agudelo.
- Não digo que decidimos nosso voto em função disso, mas o fato de estarmos apoiando Moreno vai melhorar ou liquidar com esse episódio, que foi bastante negativo. Não queremos ter um contencioso com a Colômbia - observou o ministro.
Paulo Bernardo disse que a recente capitalização de US$70 milhões do BID colaborou para arrefecer as críticas ao funcionamento do banco, embora considere que em três ou quatro anos será necessário um novo aporte. E mostrou-se otimista sobre os pedidos que tramitam no BID para projetos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016:
- Houve períodos de tensão, mas o balanço é positivo. Temos sido bem tratados, e os governos estaduais, e os grandes municípios têm conseguidos bons recursos - afirmou.
Jornais dos Países Membros do Mercosul
Paraguay "ABC"
Opinión
Las barreras brasileñas
¡Cómo le cuesta al Brasil despegarse de sus delirios imperiales! Desde siempre, el Paraguay ha sido su víctima preferida. Le alienta un extraño desprecio hacia nuestro país, con independencia de la ideología de sus gobernantes. Fascistas y socialistas se dan la mano cuando se trata de dañar al "hermano menor". Ya no tiene, desde luego, la ferocidad de su soldadesca de la Triple Alianza, ni la barbarie de su querido conde D´Eu que ordenó la quema del Hospital de Sangre, en Piribebuy, con 800 enfermos adentro. Ahora ya no vierte nuestra sangre, pero la guerra que nos ha declarado continúa inclemente. Luego de finalizada la guerra de 1865 al 70 –asegurándose de que no queden retoños que puedan vengarnos– se dedicó al mismo saqueo de cuando reinaba en nuestro territorio.
Nada tiene nuestro país que esté a salvo del Brasil. Fuimos dueños, por ejemplo, de inmensos bosques que nos dieron fama universal. Pues, todos fueron a parar en los aserraderos brasileños. Sí, es cierto, con la complicidad de funcionarios paraguayos venales. Pero la tentación venía del norte. Y las inmensas tierras que podrían servir a nuestros agricultores están hoy colmadas de colonias brasileñas. La ocupación perfecta.
Y no hablemos de la hidroeléctrica de Itaipú, de la que se hicieron propietarios a cambio de arrojarnos las migajas. Dispone de la energía que nos corresponde a su entero beneficio. Cuando se alzan algunas voces en protesta por el casi despojo, aparece en la frontera el Ejército brasileño exhibiéndonos su amenazador poderío.
Cualquier emprendimiento, más o menos ventajoso para nuestro país, el Brasil se encarga de que no lo sea. Se recordará el caso de las cubiertas recauchutadas: porque tuvieron algún éxito de venta –cumpliendo con todas las exigencias burocráticas para su exportación– pronto el Brasil le puso trabas a su exportación desde nuestro país.
En estos momentos –pasamos por un montón de otros– el Brasil está en plena euforia aplicando su política de dañar nuestra economía. Le tocó el turno a Frutika, una próspera empresa dedicada a procesar jugo de frutas en el departamento de Itapúa. Desde hace algún tiempo Frutika exporta sus productos al mercado brasileño. Para su desgracia, con el beneplácito de los consumidores. ¿Qué hacen ahora las autoridades brasileñas? Invocan un Anexo 8, que nadie en el Paraguay conoce, para impedir que se comercialice un cargamento por valor de más de 12.000 dólares.
Frutika cumplió, como lo venía haciendo, con todos los requisitos exigidos por el Brasil. Copiamos este párrafo de ABC, pág. 20, del jueves pasado: "Señala (la empresa) que hace cinco años exporta (…) sin inconvenientes hasta que surgió el Anexo 8, en el que se mencionan análisis que el INTN no realiza hasta el momento. Añade que hasta ahora el cliente (North International Importaçao Ltda.) no puede liberar la mercancía, ya que su despachante presentó la documentación ante el Ministerio de Agricultura del Brasil, que fue el que retuvo la exportación, argumentando que en noviembre de 2009 emitieron el Anexo 8 (posiblemente inexistente, acota el diario) en el cual supuestamente se daba 180 días al Paraguay, y otros países, para modificar el Certificado de Origen y el del Análisis."
Frente a estas situaciones enojosas suele mentarse el éxito de la Unión Europea frente a los fracasos del Mercosur, que se creó también con el propósito de que los países miembros se ayuden a salir adelante. La cuestión es que la Unión Europea hace que los países relativamente con menor desarrollo –piénsese en España, Grecia, Portugal– salgan de sus dificultades porque se parte de la idea elemental de que con socios pobres no cabe hacer negocios. Entonces, los países grandes hacen que los chicos suban hasta ellos.
En el Mercosur es al revés. La mezquindad de un país grande obstaculiza el crecimiento del chico. No le tolera ningún éxito, por insignificante que fuese. Encontrará la manera de hacerle regresar a su sitio natural: la pobreza y, con ella, la mendicidad. Es para tenerle amarrado.
Los directivos de Frutika pidieron auxilio a la Cancillería para que gestione ante el Brasil la liberación de la carga, que se encuentra en Foz de Yguazú. Es posible que nuestras autoridades, luego de muchos ruegos y tal vez humillaciones, consigan de sus pares brasileños que los productos de Frutika lleguen al consumidor. Pero con toda seguridad se alzará después otra barrera para cualquier producto paraguayo con éxito en el Brasil.
"La Nación
Sección: Política
Dicen que ingreso de Venezuela al Mercosur depende del pueblo
El funcionario de Hugo Chávez sostuvo que la incorporación al bloque de su país no es una opción sino un mandato del pueblo.
El embajador de Venezuela en Paraguay, Javier Arrué, afirmó que la integración sudamericana "no es opcional sino es un mandato de los pueblos". El diplomático venezolano parafraseando al caudillo uruguayo José Gervasio Artigas dijo que si América Latina no se une perecerá.
De esta manera, el jefe de la misión diplomática de Venezuela en Asunción abogó por el ingreso de su país al Mercosur. El embajador señaló que la incorporación al bloque del país gobernado por el bolivariano Hugo Chávez "depende del pueblo paraguayo", decisión que Venezuela "respeta totalmente". Arrué sostuvo que las relaciones bilaterales con Paraguay se encuentran de "película".
Venezuela no puede ingresar al Mercosur como socio pleno al bloque porque el Parlamento paraguayo se lo impide. El acuerdo de adhesión se encuentra en el escritorio del presidente Fernando Lugo, que lo había retirado el año pasado para evitar el inminente rechazo parlamentario. El Ejecutivo enviará nuevamente al Congreso siempre y cuando tenga la seguridad de que será aprobado el ingreso de Venezuela al bloque.
"Vuelvo a insistir esas son coyunturas que más o menos pueden tener significados. Pero el verdadero significado es que no podemos vivir separados los pueblos de América Latina y el Caribe. El mundo con las reglas actuales nos están llevando a la destrucción de la naturaleza y la esperanza de la humanidad. Por lo tanto, construir la patria mundial, ese mundo posible, ese el mandato que no se puede renunciar y no es coyuntural. Es el destino de nuestro pueblos", manifestó ayer el embajador Arrué en la ceremonia de depósito de ofrenda floral en el Panteón Nacional de los Héroes, con motivo de conmemoración del 199º Aniversario de la Independencia de Venezuela.
En el acto asistieron el vicecanciller Jorge Lara Castro, el ministro de Defensa, Luis Bareiro Spaini. El país venezolano conmemoró en la víspera un nuevo aniversario de la "Firma de la Declaración de la Independencia" de este país sudamericano, acontecimiento ocurrido el 5 de julio de 1811 en la Capilla Santa Rosa de Lima de Caracas.
El embajador de Venezuela afirmó que la libertad se debe ir construyendo día a día entre todos los pueblos de América y del mundo. Agregó que la unidad latinoamericana está dando cumplimiento al sueño del libertador Simón Bolívar con "la construcción de un nuevo mundo mucho más solidario, justo y libre". "El destino de los pueblos que nos hemos propuesto construir otro mundo donde no tengamos que hacer infelices a otros aprovechando de nuestras fortalezas y aprovechando de los más débiles", subrayó.
Está en manos de los senadores
Según Lara Castro calificó de muy buena la relación de Paraguay con Venezuela.
El vicecanciller paraguayo Jorge Lara Castro señaló que el ingreso de Venezuela al Mercosur depende de los senadores, quienes deben evaluar la importancia del país caribeño como socio pleno al bloque. Calificó de muy buena la relación diplomática y comercial con el país gobernado por el bolivariano Hugo Chávez. El viceministro de Relaciones Exteriores mencionó que existe con el país venezolano cooperación bilateral como en materia de Salud Pública, el convenio entre Petropar con Petróleos de Venezuela S.A., (PDVA) e intercambios culturales, entre otros.
"Es un aniversario más de la independencia (de Venezuela) en un momento especial para nuestra América Latina, donde estamos en el horizonte del Bicentenario, el año próximo nos tocará a nosotros. Creo que ese aspecto es relevante para que los pueblos profundicen los proyectos independentistas", expresó ayer el vicecanciller Lara Castro, al concluir la ceremonia de depósito de ofrenda floral en el Panteón Nacional de los Héroes, con motivo del festejo de la independencia del país bolivariano.
Sección: Negócios
Argentina rechaza en la OMC las acusaciones de la Unión Europea
Parecería una intencionalidad política más que un problema comercial, dijo representante argentino.
Ginebra. AFP.- Argentina rechazó el lunes haber tomado medidas proteccionistas contra la Unión Europea (UE), en el marco de una reunión del Consejo de Bienes de la Organización Mundial de Comercio (OMC) en Ginebra.
"Las autoridades argentinas no registran detenciones masivas de embarques (...). Hubo algunos casos aislados que ya fueron resueltos y que no representan cantidades relevantes, ni en volúmenes de mercaderías, ni en valor", indicó en la reunión un delegado argentino, a cuyo discurso accedió la AFP.
La Unión Europea había anticipado que pediría "una clarificación" a la Argentina en la OMC sobre presuntos impedimentos recientes a la entrada en el país sudamericano "de algunos productos agrícolas.
La UE aprovechó la reunión el lunes del Consejo de Bienes de la organización, en el que participan sus 153 países miembros, para manifestar su posición.
"La inclusión de supuestas restricciones comerciales argentinas a productos alimenticios europeos en agenda del Consejo de Bienes resulta desproporcionada, y parecería traducir una intencionalidad política más que un problema comercial concreto y significativo", replicó el discurso argentino.
"VAGAS PREOCUPACIONES"
"La crisis económico-financiera originada en el norte tiene sus efectos negativos inclusive en la Unión Europea y hacemos votos para que sus economías crezcan y mejoren, pero sus problemas internos no se resuelven invocando vagas preocupaciones", agregó el delegado argentino.
Las reuniones en la OMC son a puertas cerradas, pero varios de los delegados confirmaron que la inquietud de la Unión Europea de cara a Argentina fue apoyada por Canadá, Colombia, Australia, Japón, Suiza, Noruega y Estados Unidos.
La UE y los cuatro países del Mercosur (Brasil, Argentina, Paraguay y Uruguay) retomaron recientemente las negociaciones para alcanzar un tratado de libre comercio entre los dos bloques.
Una fuente diplomática latinoamericana que pidió el anonimato estimó que la actitud de la Unión Europea responde particularmente a los intereses de Francia, Grecia e Italia, "que son los que otorgan mayores cantidades de subsidios agrícolas, y a los que no les interesa un acuerdo comercial con el Mercosur porque para alcanzarlo deberán ceder en esos subsidios".
Jornal “Folha de São Paulo” Caderno: Mundo Crise reduz fluxo de imigrantes ilegais para EUA Entrada de indocumentados caiu quase dois terços em 2007-2009 em comparação ao período entre 2000-2005 É a primeira inversão no crescimento da população ilegal nos EUA em duas décadas, aponta instituto Pew A crise econômica que estourou nos EUA em 2008 teve como consequência uma redução na entrada de imigrantes ilegais no país. Segundo estudo do Pew Hispanic Center, braço do renomado Pew Research Center, o fluxo anual de indocumentados foi quase dois terços menor de março de 2007 a março de 2009, na comparação com a primeira metade da década. O declínio contribuiu para a queda total da população de ilegais vivendo nos EUA -8% menos em 2009, em relação a 2007. "Essa diminuição representa a primeira inversão significativa no crescimento dessa população nas últimas duas décadas", afirma o estudo, baseado em dados do governo americano. Além da crise, da qual o país ainda não se recuperou,
Comentários
Postar um comentário