02.09.2010
Jornal "Folha de São Paulo"
Caderno: Mundo
Crise reduz fluxo de imigrantes ilegais para EUA
Entrada de indocumentados caiu quase dois terços em 2007-2009 em comparação ao período entre 2000-2005 É a primeira inversão no crescimento da população ilegal nos EUA em duas décadas, aponta instituto Pew
A crise econômica que estourou nos EUA em 2008 teve como consequência uma redução na entrada de imigrantes ilegais no país. Segundo estudo do Pew Hispanic Center, braço do renomado Pew Research Center, o fluxo anual de indocumentados foi quase dois terços menor de março de 2007 a março de 2009, na comparação com a primeira metade da década.
O declínio contribuiu para a queda total da população de ilegais vivendo nos EUA -8% menos em 2009, em relação a 2007. "Essa diminuição representa a primeira inversão significativa no crescimento dessa população nas últimas duas décadas", afirma o estudo, baseado em dados do governo americano.
Além da crise, da qual o país ainda não se recuperou, o aumento da segurança nas fronteiras pode ajudar a explicar a redução, diz o demógrafo Jeffrey Passel, um dos autores do estudo.
"Os dados não nos informam as razões, mas sabemos que houve reforços na segurança nos últimos anos, especialmente na fronteira ao Sul, e que o desemprego está muito alto nos EUA", diz. "Vimos, no passado, que os fluxos variam de acordo com o estado da economia americana, e hoje está mais difícil e mais perigoso para indocumentados entrarem."
Apesar do declínio recente, a população de imigrantes não autorizados vivendo nos EUA em 2009 era 32% maior do que em 2000. Segundo a estimativa mais atual, de março do ano passado, 11,1 milhões de ilegais moram no país, contra 8,4 milhões em 2000. A população total dos EUA é de cerca de 310 milhões.
O pico da década foi em 2007, imediatamente antes da crise, quando o total chegou a 12 milhões. Desde 1990, a população indocumentada triplicou.
LATINOS
Os latino-americanos são maioria dentre a população total de ilegais: quatro de cada cinco. A queda no fluxo total se deve principalmente a uma mudança no comportamento desse grupo.
Entre 2007 e 2009, o número de indocumentados vindos de países do Caribe, da América Central e da América do Sul caiu 22%. Do México, responsável por 60% dos ilegais, estima-se que uma média anual de 150 mil ilegais tenha imigrado entre 2007 e 2009, 70% menos do que a média anual entre 2000 e 2005. Para Passel, é também a crise financeira que explica o paradoxo.
Jornal "Correio Braziliense"
Caderno: Mundo
Santos critica intromissão sobre Farc
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, prestigiou ontem o Brasil com sua primeira visita como chefe de Estado ao exterior, desde que assumiu o governo em 7 de agosto, mas mandou um alerta claro ao governo brasileiro e a todos os países da região. "Nosso problema com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) é um problema interno colombiano e pedimos que se respeite isso", afirmou, durante coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty, em Brasília. "O Brasil e o resto dos países da região rechaçam o terrorismo e os métodos violentos para conseguir objetivos e, nisso, eu agradeço muito ao presidente Lula e ao Brasil por essa posição clara e contundente. Mas a nossa relação com as Farc e um possível diálogo com as Farc são um problema nosso", destacou Santos.
Em sua defesa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "o Brasil sempre teve um comportamento de não confundir os problemas internos da Colômbia com os problemas do Brasil". "Todas as vezes que eu conversei com o presidente (Álvaro) Uribe, eu disse: eu só digo qualquer coisa sobre as Farc com a concordância do governo da Colômbia. (...) É o governo da Colômbia que vai dizer (quem pode ajudar) e que vai pedir ajuda", disse Lula.
Santos demonstrou-se disposto a melhorar as relações com a Venezuela, país que rompeu relações com a Colômbia na última semana do governo de Álvaro Uribe, acusado de proteger e abrigar as Farc em seu território. "É interessante observar que as tensões que existiam no cenário regional estão cedendo, porque, quando os governantes estão brigando, são os povos que sofrem", declarou Santos. Questionado sobre a possibilidade de o Brasil servir de território para um suposto diálogo entre os grupos guerrilheiros e a Colômbia, Santos se esquivou. "Primeiro temos que ver uma vontade real das Farc, que não vimos até agora."
Cooperação
O primeiro presidente estrangeiro a ser recebido no Palácio do Planalto, reaberto depois de um ano e meio em reforma, demonstrou interesse, porém, em outras formas de cooperação com o governo brasileiro, sobretudo nas áreas de defesa e bioenergia. O acordo de defesa prevê cooperação entre a Polícia Nacional da Colômbia e a Polícia Federal brasileira para combater o tráfico de drogas e de armas e a lavagem de dinheiro na fronteira, além do intercâmbio na indústria aeronáutica de ambos países.
Lula e Santos assinaram um acordo sobre residência, estudo e trabalho para os habitantes da fronteira. "Colombianos e brasileiros de Letícia e Tabatinga (AM) poderão transitar livremente nas duas cidades, trabalhar onde quiserem e seus filhos serão aceitos em qualquer escola dos dois lados da fronteira", prometeu Lula.
A economia na zona limítrofe foi outra preocupação dos dois presidentes. "Um dos acordos que assinamos é para que a Corporação Andina de Fomento (CAF) financie um estudo muito completo para aproveitar e desenvolver essa grande fronteira que tem o Brasil e a Colômbia", disse Santos. "Eu lembrei ao presidente Santos que de todo o comércio da Colômbia com o mundo, o Brasil representa apenas 1,7%", completou Lula.
DE OLHO NO CARGUEIRO
Santos e Lula assinaram acordo que prevê a participação de companhias colombianas na fabricação do KC-390, o cargueiro da Embraer destinado a substituir os aviões Hércules. "Há um componente econômico que supõe a possibilidade de que a Colômbia participe do projeto de substituição dos Hércules. E que o Brasil participe no fortalecimento da (lancha) patrulheira amazônica que a (fabricante naval colombiana) Cotecmar vai produzir", disse o ministro da Defesa da Colômbia, Rodrigo Rivera, ao Correio.
Jornal do Senado
Problemas de migrantes preocupam Parlasul
A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Parlamento do Mercosul (Parlasul) decidiu ontem, em Brasília, apresentar na próxima sessão plenária do colegiado um requerimento de preferência para a proposta de criação de uma comissão permanente destinada a acompanhar a situação de migrantes provenientes de países que integram o bloco. Apresentada pelo senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDBAC), a proposta encontra-se na Mesa Diretora do Parlasul. Entre as opções em análise no parlamento, mencionou, estão as de se estabelecer uma comissão
temporária para tratar do tema ou mesmo uma subcomissão, ligada à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos.
Na opinião do senador, o episódio do massacre de migrantes clandestinos na fronteira entre o México e os Estados Unidos – no qual morreram dois brasileiros – demonstra a necessidade de um acompanhamento constante da situação de cidadãos dos países do Mercosul que buscam a sorte em outras regiões do mundo. – Somente uma comissão permanente teria a autoridade necessária para tratar desse tema e estabelecer uma interlocução com o Parlamento Europeu e parlamentos de outros países importantes, como os Estados Unidos e o México – disse Mesquita Júnior, após lembrar que recentemente a Itália e o estado norte-americano do Arizona aprovaram leis muito duras contra os imigrantes clandestinos. A decisão de sugerir a votação da proposta na próxima plenária teve o apoio da senadora paraguaia Mirtha Palacios.
Frente parlamentar
A comissão aprovou ainda proposta de disposição, apresentada por Mirtha e pelo presidente da representação paraguaia no Parlasul, Alfonso González Núñez, de criação da Frente Parlamentar do Mercosul pela Infância e pela Adolescência. Os dois parlamentares lembraram que ainda prevalecem "condutas marginais de toda espécie, maus tratos e violência doméstica". Presente à reunião da comissão, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) pediu para integrar a futura frente.
Jornais dos Países Membros do Mercosul
Uruguai "El Observador "
Opinião
Vuelo exportador.
La creciente pujanza exportadora en agosto, conocida ayer, sustenta las predicciones oficiales y privadas de que la economía uruguaya cerrará 2010 con un saludable crecimiento de no menos de un punto por encima de la meta gubernamental del 5,1%. Incluso las ventas al exterior en los primeros ocho meses del año superaron las importaciones, creando un superávit comercial favorable que no era usual en el pasado reciente.
El Instituto Uruguay XXI informó que las exportaciones del mes pasado alcanzaron a US$ 607 millones, casi el 20% por encima de igual mes de 2009. El total acumulado de enero a agosto fue de US$ 4,475 millones, 22% más que en igual período del año pasado. Esta cifra, que apunta a un nivel récord para todo 2010 por efecto de la competitividad de nuestros productos y las exitosas campañas oficiales y privadas de promoción, se compara con importaciones por US$ 4.208 millones en el mismo período de 2009.
Brasil se mantuvo como nuestro principal cliente, con compras por US$ 860 millones entre enero y agosto. China figura en tercer lugar con US$ 279 millones detrás de Argentina, con US$ 321 millones. Pero si se incorporan los negocios a través de las zonas francas, el mercado chino surge en realidad como el segundo mayor comprador de productos uruguayos.
El gigante asiático, con necesidades crecientes para una población de 1.500 millones de personas que están aumentando su consumo, va en camino de convertirse en pilar de nuestro desarrollo económico, tanto por demanda de bienes como por proyectos de inversión en Uruguay. Esta perspectiva se fortaleció con la reciente visita a China de una misión del gobierno y empresarios que encabezó el vicepresidente Astori. Rusia, el mayor comprador de carne uruguaya, y Alemania figuraron también entre nuestros clientes principales en un panorama que, por ahora y probablemente durante el año próximo, se mantiene firme y alentador.
Jornal “Folha de São Paulo” Caderno: Mundo Crise reduz fluxo de imigrantes ilegais para EUA Entrada de indocumentados caiu quase dois terços em 2007-2009 em comparação ao período entre 2000-2005 É a primeira inversão no crescimento da população ilegal nos EUA em duas décadas, aponta instituto Pew A crise econômica que estourou nos EUA em 2008 teve como consequência uma redução na entrada de imigrantes ilegais no país. Segundo estudo do Pew Hispanic Center, braço do renomado Pew Research Center, o fluxo anual de indocumentados foi quase dois terços menor de março de 2007 a março de 2009, na comparação com a primeira metade da década. O declínio contribuiu para a queda total da população de ilegais vivendo nos EUA -8% menos em 2009, em relação a 2007. "Essa diminuição representa a primeira inversão significativa no crescimento dessa população nas últimas duas décadas", afirma o estudo, baseado em dados do governo americano. Além da crise, da qual o país ainda não se recuperou,
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