Jornal “Folha de S. Paulo”
Caderno: Dinheiro
BB compra o argentino banco Patagonia
Operação vai custar aproximadamente R$ 840 milhões para a instituição brasileira, que vai adquirir 51% do banco argentino
Compra do Patagonia faz parte dos planos de internacionalização do BB; agora, o objetivo é entrar no mercado norte-americano
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil anunciou ontem a compra do argentino Patagonia pelo valor de US$ 479,6 milhões -cerca de R$ 840 milhões. O fechamento do negócio era aguardado pelo mercado havia alguns meses.
A instituição brasileira passará a deter participação de 51% no capital social do Patagonia, conforme antecipou a coluna "Mercado Aberto".
O fechamento da operação depende da aprovação dos órgãos reguladores, tanto no Brasil como na Argentina.
Sexto maior banco da Argentina, o Patagonia encerrou 2009 com ativos totais de US$ 2,56 bilhões -ou R$ 4,48 bilhões. O BB conta com ativos totais de R$ 708,5 bilhões.
"Aqui [Argentina] foi o primeiro projeto a se consolidar. Mas outras aquisições virão, inclusive com presença forte na América do Sul. Nos EUA, não vamos chegar para ter um tipo de atuação que têm os bancos locais. Vamos trabalhar em nichos, aproveitando a presença de brasileiros e latinos naquele país e também no suporte às empresas brasileiras que lá existem", afirmou Aldemir Bendine, presidente do BB.
A compra do Patagonia faz parte dos planos de internacionalização do BB. Desde o ano passado, em meio aos escombros deixados pela crise internacional, a expectativa era que o BB avançasse no exterior, especialmente no mercado norte-americano. Na semana passada, o BB obteve autorização do Fed (BC dos EUA) para operar no varejo.
Ao analisarem a provável expansão do BB na Argentina, analistas ponderavam os riscos, lembrando temas como a imprevisibilidade econômica, os confrontos do governo com diferentes setores e a insegurança jurídica.
"Todos esses pontos estiveram em nossas avaliações. É algo que temos sempre no radar. Na questão macro, sempre preocupa. Já vivemos um aspecto muito doloroso de intervenção econômica neste país, que gerou esse clima de desconfiança do argentino em relação ao sistema financeiro como um todo. Porém essa desconfiança acaba gerando uma oportunidade", disse Bendine.
"A cada ano, mais de 1 milhão de pessoas estão sendo bancarizadas neste país [Argentina]. É um número extremamente relevante. Mesmo com esse crescimento, a taxas superiores à de outros países, o índice de bancarização é baixo, gira em torno de 39%, enquanto no Brasil já passa de 51%", afirmou o executivo. "Bem ou mal, com confiança ou desconfiança, este é um mercado que não tenho dúvida de que terá crescimento, mesmo com todos esses senões, essas preocupações."
O avanço do BB tem abarcado tanto instituições internacionais como nacionais. No ano passado, foram fechadas as compras da Nossa Caixa e do Votorantim. Para sustentar a expansão, o banco prepara uma capitalização estimada em R$ 8 bilhões. O dinheiro deve ser levantado com oferta de ações. Em 2009, o BB registrou lucro líquido de R$ 10,15 bilhões.
Jornal “Valor Econômico”
Opinião
Os Bric se unem para ganhar mais poder
Os governos do Brasil, Rússia, Índia e China realizaram sua segunda reunião para ampliar as chances de tornar realidade um de seus poucos pontos em comum: ganhar peso compatível com sua importância nas instituições multilaterais. Houve relativa convergência de pontos de vista desses países quanto à necessidade de reformular as regras do sistema financeiro pra evitar crises e reduzir a especulação, de obterem uma representação ampliada no Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial e de sagrar o G-20 como principal fórum de decisão em assuntos econômicos globais. Como principal argumento, os Bric têm a exibir suas altas taxas de crescimento, o tamanho de seus mercados em expansão e o fato de se constituírem hoje no polo dinâmico de crescimento econômico.
Fora do guarda-chuva da sigla, criada por Jim O'Neill, economista do Goldman Sachs, Brasil e Índia dificilmente teriam peso suficiente para influenciar a cena internacional. A Rússia é uma velha potência que não conseguiu se livrar totalmente do passado autoritário, de sua ineficiência econômica e da dependência de gás e petróleo. A China é uma potência à parte - age como tal e é capaz de cada vez mais impor seus interesses ao resto do mundo.
Os países do Bric têm interesses divergentes, mas convergem na busca de mais poder global. Toda vez que o roteiro diplomático de aproximação foge dos pontos concretos em que uma aliança pontual é possível e pode dar resultados, a arquitetura até certo ponto artificial do grupo parece ruir.
No encontro em Brasília, houve um pouco de tudo. A ação de todos para obter mais poder nos organismos multilaterais foi mais uma vez extensivamente reafirmada no comunicado conjunto. Para "promover a estabilidade econômica internacional", os Bric propõem que se discuta arranjos monetários regionais e a possibilidade de utilizar moedas das quatro nações nas transações comerciais entre si. Essa discussão deveria ocupar boa parte da reunião e caminhar mais rapidamente, mas nada disso ocorreu. O Brasil é um defensor desse esquema e a China vê com apreensão sua excessiva dependência do dólar, mas sabe que um arranjo entre os quatro está a quilômetros de distância de ser a solução.
Na questão do comércio internacional, há o ataque a todas as formas de protecionismo e de restrições disfarçadas, uma tese correta, mas que hoje diz diretamente respeito à China, que tem atraído represálias a seus produtos por praticar um câmbio desvalorizado e um sistema nada transparente de subsídios. A referência à Rodada Doha como "rodada do desenvolvimento" é uma indicação dos Bric sobre quem deverá fazer as maiores concessões. Afora isso, há um cisma entre eles. China e Índia, que têm centenas de milhões de habitantes no campo, não querem abertura no setor agrícola, que é defendida pelo Brasil. A China fechou seu mercado à carne suína brasileira.
No capítulo energético há deferência a energias limpas e, em especial, ao "desenvolvimento, produção e uso dos biocombustíveis", uma bandeira brasileira. Quando se referem à Conferência do Clima, porém, há sabidas divisões, encobertas pelo linguajar da importância de negociações transparentes e resultados justos. É sabido que a resistência chinesa e indiana, ao lado da pouca margem de manobra dos EUA, levaram a Conferência de Copenhague ao fracasso.
Quanto à estabilidade financeira internacional, não há obviamente nenhuma referência ao regime cambial chinês, criticado por grande parte dos economistas como parcialmente responsável pelos desequilíbrios globais. Os Bric se contentaram em defender a manutenção da estabilidade relativa das principais moedas que compõem suas reservas e a sustentação de políticas fiscais que resultem em um equilibrado crescimento econômico de longo prazo.
Desta vez, porém, os governos dos Bric foram objetivos sobre o que pretendem e deixaram pouco espaço para devaneios sobre o poder de uniões ilusórias. A China segue seus estritos interesses ao buscar apoio a eles junto aos demais Brics. E o Brasil, acertadamente, parou de recorrer à retórica ultrapassada da cooperação Sul-Sul.
Jornais dos Países Membros do Mercosul
Paraguay “ABC”
Sección: Política
Ni Evo ni Chávez cumplen pacto en Unasur
A pesar del compromiso de los presidentes de Unasur de informar a sus pares del bloque, con relación a los acuerdos o convenios celebrados para compras de armas, ni Venezuela ni Bolivia cumplen el pacto, según el canciller ecuatoriano, Ricardo Patiño Aroca. Se congratula , sin embargo, porque Brasil honra lo acordado. “Es un tema que deberían tratar los presidentes”. Así respondió el ministro de Relaciones Exteriores de Ecuador al ser preguntado cuál es la posición de Unasur acerca del armamentismo en la región. Dijo que lo único que podía comentar es lo acordado “meses atrás” por los presidentes, de informar a los demás países sobre los acuerdos relativos a la defensa y el tema militar. “Es para que haya transparencia y confianza mutua”, argumentó. Fue en rueda de prensa ayer en Cancillería tras reunirse con Héctor Lacognata.
Resaltó que Ecuador. que tiene la presidencia pro témpore de Unasur, recibió “hace tres días atrás, una copia del acuerdo que Brasil suscribió con Estados Unidos en temas de cooperación para la defensa”.
Preguntado si Venezuela y Bolivia informaron acerca de la cooperación militar con Rusia, contestó: “No, no hemos recibido información
Caderno: Dinheiro
BB compra o argentino banco Patagonia
Operação vai custar aproximadamente R$ 840 milhões para a instituição brasileira, que vai adquirir 51% do banco argentino
Compra do Patagonia faz parte dos planos de internacionalização do BB; agora, o objetivo é entrar no mercado norte-americano
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil anunciou ontem a compra do argentino Patagonia pelo valor de US$ 479,6 milhões -cerca de R$ 840 milhões. O fechamento do negócio era aguardado pelo mercado havia alguns meses.
A instituição brasileira passará a deter participação de 51% no capital social do Patagonia, conforme antecipou a coluna "Mercado Aberto".
O fechamento da operação depende da aprovação dos órgãos reguladores, tanto no Brasil como na Argentina.
Sexto maior banco da Argentina, o Patagonia encerrou 2009 com ativos totais de US$ 2,56 bilhões -ou R$ 4,48 bilhões. O BB conta com ativos totais de R$ 708,5 bilhões.
"Aqui [Argentina] foi o primeiro projeto a se consolidar. Mas outras aquisições virão, inclusive com presença forte na América do Sul. Nos EUA, não vamos chegar para ter um tipo de atuação que têm os bancos locais. Vamos trabalhar em nichos, aproveitando a presença de brasileiros e latinos naquele país e também no suporte às empresas brasileiras que lá existem", afirmou Aldemir Bendine, presidente do BB.
A compra do Patagonia faz parte dos planos de internacionalização do BB. Desde o ano passado, em meio aos escombros deixados pela crise internacional, a expectativa era que o BB avançasse no exterior, especialmente no mercado norte-americano. Na semana passada, o BB obteve autorização do Fed (BC dos EUA) para operar no varejo.
Ao analisarem a provável expansão do BB na Argentina, analistas ponderavam os riscos, lembrando temas como a imprevisibilidade econômica, os confrontos do governo com diferentes setores e a insegurança jurídica.
"Todos esses pontos estiveram em nossas avaliações. É algo que temos sempre no radar. Na questão macro, sempre preocupa. Já vivemos um aspecto muito doloroso de intervenção econômica neste país, que gerou esse clima de desconfiança do argentino em relação ao sistema financeiro como um todo. Porém essa desconfiança acaba gerando uma oportunidade", disse Bendine.
"A cada ano, mais de 1 milhão de pessoas estão sendo bancarizadas neste país [Argentina]. É um número extremamente relevante. Mesmo com esse crescimento, a taxas superiores à de outros países, o índice de bancarização é baixo, gira em torno de 39%, enquanto no Brasil já passa de 51%", afirmou o executivo. "Bem ou mal, com confiança ou desconfiança, este é um mercado que não tenho dúvida de que terá crescimento, mesmo com todos esses senões, essas preocupações."
O avanço do BB tem abarcado tanto instituições internacionais como nacionais. No ano passado, foram fechadas as compras da Nossa Caixa e do Votorantim. Para sustentar a expansão, o banco prepara uma capitalização estimada em R$ 8 bilhões. O dinheiro deve ser levantado com oferta de ações. Em 2009, o BB registrou lucro líquido de R$ 10,15 bilhões.
Jornal “Valor Econômico”
Opinião
Os Bric se unem para ganhar mais poder
Os governos do Brasil, Rússia, Índia e China realizaram sua segunda reunião para ampliar as chances de tornar realidade um de seus poucos pontos em comum: ganhar peso compatível com sua importância nas instituições multilaterais. Houve relativa convergência de pontos de vista desses países quanto à necessidade de reformular as regras do sistema financeiro pra evitar crises e reduzir a especulação, de obterem uma representação ampliada no Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial e de sagrar o G-20 como principal fórum de decisão em assuntos econômicos globais. Como principal argumento, os Bric têm a exibir suas altas taxas de crescimento, o tamanho de seus mercados em expansão e o fato de se constituírem hoje no polo dinâmico de crescimento econômico.
Fora do guarda-chuva da sigla, criada por Jim O'Neill, economista do Goldman Sachs, Brasil e Índia dificilmente teriam peso suficiente para influenciar a cena internacional. A Rússia é uma velha potência que não conseguiu se livrar totalmente do passado autoritário, de sua ineficiência econômica e da dependência de gás e petróleo. A China é uma potência à parte - age como tal e é capaz de cada vez mais impor seus interesses ao resto do mundo.
Os países do Bric têm interesses divergentes, mas convergem na busca de mais poder global. Toda vez que o roteiro diplomático de aproximação foge dos pontos concretos em que uma aliança pontual é possível e pode dar resultados, a arquitetura até certo ponto artificial do grupo parece ruir.
No encontro em Brasília, houve um pouco de tudo. A ação de todos para obter mais poder nos organismos multilaterais foi mais uma vez extensivamente reafirmada no comunicado conjunto. Para "promover a estabilidade econômica internacional", os Bric propõem que se discuta arranjos monetários regionais e a possibilidade de utilizar moedas das quatro nações nas transações comerciais entre si. Essa discussão deveria ocupar boa parte da reunião e caminhar mais rapidamente, mas nada disso ocorreu. O Brasil é um defensor desse esquema e a China vê com apreensão sua excessiva dependência do dólar, mas sabe que um arranjo entre os quatro está a quilômetros de distância de ser a solução.
Na questão do comércio internacional, há o ataque a todas as formas de protecionismo e de restrições disfarçadas, uma tese correta, mas que hoje diz diretamente respeito à China, que tem atraído represálias a seus produtos por praticar um câmbio desvalorizado e um sistema nada transparente de subsídios. A referência à Rodada Doha como "rodada do desenvolvimento" é uma indicação dos Bric sobre quem deverá fazer as maiores concessões. Afora isso, há um cisma entre eles. China e Índia, que têm centenas de milhões de habitantes no campo, não querem abertura no setor agrícola, que é defendida pelo Brasil. A China fechou seu mercado à carne suína brasileira.
No capítulo energético há deferência a energias limpas e, em especial, ao "desenvolvimento, produção e uso dos biocombustíveis", uma bandeira brasileira. Quando se referem à Conferência do Clima, porém, há sabidas divisões, encobertas pelo linguajar da importância de negociações transparentes e resultados justos. É sabido que a resistência chinesa e indiana, ao lado da pouca margem de manobra dos EUA, levaram a Conferência de Copenhague ao fracasso.
Quanto à estabilidade financeira internacional, não há obviamente nenhuma referência ao regime cambial chinês, criticado por grande parte dos economistas como parcialmente responsável pelos desequilíbrios globais. Os Bric se contentaram em defender a manutenção da estabilidade relativa das principais moedas que compõem suas reservas e a sustentação de políticas fiscais que resultem em um equilibrado crescimento econômico de longo prazo.
Desta vez, porém, os governos dos Bric foram objetivos sobre o que pretendem e deixaram pouco espaço para devaneios sobre o poder de uniões ilusórias. A China segue seus estritos interesses ao buscar apoio a eles junto aos demais Brics. E o Brasil, acertadamente, parou de recorrer à retórica ultrapassada da cooperação Sul-Sul.
Jornais dos Países Membros do Mercosul
Paraguay “ABC”
Sección: Política
Ni Evo ni Chávez cumplen pacto en Unasur
A pesar del compromiso de los presidentes de Unasur de informar a sus pares del bloque, con relación a los acuerdos o convenios celebrados para compras de armas, ni Venezuela ni Bolivia cumplen el pacto, según el canciller ecuatoriano, Ricardo Patiño Aroca. Se congratula , sin embargo, porque Brasil honra lo acordado. “Es un tema que deberían tratar los presidentes”. Así respondió el ministro de Relaciones Exteriores de Ecuador al ser preguntado cuál es la posición de Unasur acerca del armamentismo en la región. Dijo que lo único que podía comentar es lo acordado “meses atrás” por los presidentes, de informar a los demás países sobre los acuerdos relativos a la defensa y el tema militar. “Es para que haya transparencia y confianza mutua”, argumentó. Fue en rueda de prensa ayer en Cancillería tras reunirse con Héctor Lacognata.
Resaltó que Ecuador. que tiene la presidencia pro témpore de Unasur, recibió “hace tres días atrás, una copia del acuerdo que Brasil suscribió con Estados Unidos en temas de cooperación para la defensa”.
Preguntado si Venezuela y Bolivia informaron acerca de la cooperación militar con Rusia, contestó: “No, no hemos recibido información
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