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Clipping Mercosul 06/04/2010 www.camara.gov.br/mercosul

Jornal “Folha de S. Paulo”


Editorial


Empate na Bolívia

AO QUE tudo indica, a divisão político-geográfica da Bolívia não mudará significativamente após as eleições regionais realizadas anteontem. Pesquisas de boca de urna indicam vitória dos candidatos do presidente Evo Morales e de seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), na região altiplana, onde se concentra a população de origem indígena e o principal reduto eleitoral governista.

A oposição, por sua vez, parece ter garantido o controle das principais cidades e departamentos em seu bastião, a chamada "meia-lua", que se espraia entre os Andes e a fronteira com o Brasil, nas terras baixas e relativamente mais ricas do leste do país.

O resultado é positivo para a consolidação da democracia boliviana. Ainda enlevado por sua reeleição em dezembro passado, quando também conquistou maioria qualificada no Senado, Morales apostou pesado no pleito regional. No pior estilo chavista, qualificou integrantes da oposição de "conspiradores" e previu, em comícios, a derrota de seus adversários na "meia-lua".

O resultado afasta uma hegemonia política que o tom da campanha já confirmava ser indesejável -e deve refrear o ânimo autoritário do presidente.

A oposição não parece disposta a apostar no confronto e no impasse, como já fez no passado. O governador de Santa Cruz afirmou que estendia a mão para Morales, salientando, porém, não se tratar de "mão rendida".

É de esperar que a necessidade de compartilhamento do poder, imposta por decisão dos eleitores, contribua para temperar os ânimos de ambos os lados.

A Bolívia tem vivido um período de normalidade democrática incomum em sua história. A boa maré econômica mundial associada às rendas crescentes da exploração do gás natural contribuíram, no primeiro mandato do líder aimará, para atingir essa relativa tranquilidade. Cabe à elite política, de ambos os lados, agir de modo a preservá-la.


Caderno: Dinheiro


Retaliação é adiada após proposta dos EUA
Americanos oferecem criar fundo para o setor brasileiro de algodão, suspender subsídios e reconhecer SC como área livre da febre aftosa
Início da sobretaxação de bens importados dos EUA é postergado para o dia 22, enquanto os países acertam termos finais da negociação
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diante da apresentação das primeiras propostas dos EUA para impedir uma retaliação, o Brasil decidiu adiar, até o dia 22, o início da sobretaxação de importados americanos, que começaria amanhã.

Para convencer o conselho de ministros da Camex (Câmara de Comércio Exterior) a conceder prazo adicional para a negociação, a vice-representante de Comércio dos EUA, Miriam Sapiro, desembarcou no país na semana passada com três propostas iniciais que, apesar de não se comprometerem com a retirada total dos subsídios aos produtores de algodão, oferecem compensações ao Brasil.

A primeira delas foi a sinalização para a constituição de um fundo voltado à atividade algodoeira brasileira, com o aporte de US$ 147,3 milhões anuais.

O fundo, que deverá ser gerido em conjunto com os produtores nacionais, financiará o desenvolvimento tecnológico ligado à cultura do algodão, no combate a pragas e na melhoria da competitividade. Além disso, parte dos recursos poderá ser usada em atividades em conjunto com países africanos exportadores do produto. "A ideia é já adotar os instrumentos para formalizar o fundo até o dia 22", disse Carlos Marcio Cozendey, diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores.

O segundo passo oferecido pelos americanos foi a paralisação temporária das garantias aos exportadores agrícolas que foram condenadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Concedida em condições mais vantajosas que as de mercado, a oferta desse crédito foi considerada pela corte arbitral um favorecimento indevido aos produtores americanos.

O comprometimento é a suspensão de US$ 2,8 bilhões dessas garantias que ainda não foram utilizadas em 2010, para que haja um entendimento com o Brasil a respeito de critérios mais justos de concessão. A legislação atual dos EUA obriga a ofertar anualmente até US$ 5,5 bilhões nessa modalidade de financiamento. "É como se elas fossem congeladas para serem reofertadas em condições mais próximas da realidade", disse a secretária-executiva da Camex, Lytha Spíndola.

Por último, e classificado pelo Brasil como um "gesto de boa vontade", os EUA se propuseram a acelerar o reconhecimento de Santa Catarina como área livre da febre aftosa, facilitando o embarque de carne bovina do Estado àquele país.

Novos passos

Caso os EUA cumpram a proposta no prazo fixado pelo Brasil, a retaliação continuará suspensa por um período de mais 60 dias, durante o qual será negociado novo entendimento provisório, porém mais completo e que poderia levar a uma solução definitiva posterior.

Se não houver resultado real por parte das autoridades americanas, a lista de bens passíveis de retaliação entrará em vigor. A medida tem um impacto potencial, em 2010, de US$ 591 milhões, e afeta desde automóveis americanos a joias, maquiagem e alimentos. As 102 mercadorias incluídas na lista podem ser sobretaxadas em até 100 pontos percentuais.

Apesar da suspensão momentânea da lista de bens, a elaboração da retaliação cruzada, de até US$ 239 milhões, continua em marcha. A consulta pública foi encerrada ontem, mas ainda não há prazo para a publicação do resultado.

Incidente sobre a propriedade intelectual, essa outra medida poderá suspender e licenciar patentes de remédios e ainda desobrigar o pagamento de direitos autorais de obras audiovisuais e literárias dos EUA.


Agricultores brasileiros veem avanço
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os produtores de algodão do Brasil avaliam que a proposta dos EUA é uma vitória para o setor e estudam formas para tornar o fundo de compensação uma fonte permanente de recursos para o desenvolvimento desse produto.

O dinheiro será utilizado para atividades que não são consideradas subsídios pela OMC, como pesquisa, desenvolvimento e combate a pragas.

Hoje, o investimento nesse tipo de atividade no país é de cerca de R$ 50 milhões por ano, valor inferior aos US$ 147 milhões (R$ 258 milhões) que entrarão anualmente no fundo de compensação.

"É um valor significativo, que não dá para gastar em apenas dois anos. E podemos pensar também em atividades em que não se coloque apenas o dinheiro a fundo perdido, investimentos que possam retroalimentar esse fundo", diz o presidente da Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), Haroldo Cunha.

Todas essas ideias precisam, no entanto, da aprovação dos EUA e dos gestores do fundo de compensação. Além disso, parte do dinheiro irá para países africanos. São 13 produtores, como Burkina Faso, Mali, Benin e Chade.

Para Cunha, o fim dos subsídios ao produtor dos EUA, quando a medida se concretizar, trará competitividade ao algodão brasileiro. "Pela primeira vez após sete anos temos uma proposta concreta."


Presidente chinês visita o Brasil na semana que vem
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente chinês, Hu Jintao, se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana em Brasília para aperfeiçoar a relação comercial entre os dois países. Desde o ano passado, o gigante asiático ultrapassou os EUA e se consolidou como o maior parceiro comercial do Brasil.

Em 2009, as exportações brasileiras para a China totalizaram US$ 20,19 bilhões, com crescimento de 23,1%, apesar dos impactos da crise financeira no fluxo mundial de mercadorias. No mesmo período, as importações de artigos chineses ficaram em US$ 15,91 bilhões.

Grandes consumidores de commodities minerais e agrícolas, os chineses também buscam aumentar a integração produtiva com o Brasil nesses setores. Durante a passagem pelo país, Jintao visitará um trecho do porto do Açu, que deve se tornar a principal plataforma de embarque de minério de ferro do país para a Ásia.

Além disso, o presidente chinês também participará da segunda cúpula dos Brics a partir do dia 16, na capital federal. Os mandatários da Rússia, Dmitri Medvedev, e da Índia, Pratibha Patil, também estão confirmados no encontro dos emergentes. Após passar pelo Brasil, Jintao também fará visita oficial à Venezuela e ao Chile.


Jornal “Correio Braziliense”


Caderno: Economia


Brasil adia taxação a produtos dos EUA
Luciana Otoni

O governo brasileiro decidiu adiar o processo de retaliação aos Estados Unidos, processo autorizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A partir de amanhã, está suspensos o aumento do Imposto de Importação (II) sobre 102 produtos norte-americanos, elevados como forma de compensar os subsídios dados aos produtores de algodão daquele país. O Brasil ganhou o direito de aplicar as sanções, mas decidiu interromper temporariamente a punição porque os EUA prometeram eliminar parte da ajuda — considerada ilegal — a seus exportadores de produtos agrícolas e transferir a cotonicultores brasileiros US$ 147 milhões ao ano como auxílio para ampliar a competitividade.

O compromisso dos Estados Unidos abrange ainda o reconhecimento de Santa Catarina com área livre de febre aftosa — doença que acomete o gado e que, ao ser detectada, inviabiliza a exportação —, medida que permitirá aos pecuaristas daquele estado retomarem os embarques para compradores americanos.

A suspensão da retaliação foi feita pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), da qual fazem parte ministros de várias áreas da administração federal. O cancelamento da sobretaxa (aumento da alíquota de Importação de 102 produtos americanos) é temporário e estará válido até o próximo dia 22, quando autoridades dos dois países voltarão a se reunir para avaliar os desdobramentos da negociação.

Cancelamento

A secretária da Camex, Lytha Spíndola, informou que o “governo brasileiro considerou satisfatória a oferta feita pelos norte-americanos, mas a interrupção das sanções é temporária” a fim de que os Estados Unidos tenham tempo para apresentar as condições de executar, ainda neste mês, as três medidas propostas. Depois desse período, os ministros que integram a Camex farão nova avaliação e poderão manter a sanção suspensa por mais 60 dias para que a negociação avance para uma etapa em que os EUA aceitem modificar a legislação agrícola que fixa os subsídios a seus produtores de algodão.

A despeito de considerar a oferta satisfatória, o Brasil optou por estabelecer um cronograma de cancelamentos temporários da sobretaxa a produtos americanos por considerar não ser ainda o momento de suspensão definitiva de um direito de punição assegurando pela OMC. “Não estamos eliminando a retaliação. Estamos apenas postergando. Não esperamos utilizá-la (a sanção), mas temos de estar preparados para usá-la”, afirmou o diretor do Departamento de Economia do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Cozendey.

De acordo com os americanos, os US$ 147 milhões destinados a produtores brasileiros serão destinados a um fundo de estímulo à modernização do plantio e da colheita. Já o subsídio dado pelo governo americano a exportadores de produtos agrícolas será congelado (para este ano foram reservados US$ 5,5 bilhões, dos quais US$ 2,7 bilhões já foram transferidos aos agricultores americanos).

O número : US$ 2,7 bilhões
Total de subsídios dados pelo governo norte-americano a produtores agrícolas neste ano

Contraproposta

Constituir um fundo no montante anual de US$ 147,3 milhões destinado a produtores brasileiros de algodão como parte das compensações por prejuízos em decorrência de subsídios dados aos cotonicultores norte-americanos

Negociar a suspensão do programa de garantia de crédito a exportadores norte-americanos de produtos agrícolas. Governo dos EUA dispõe de US$ 5,5 bilhões para este ano, sendo que US$ 2,7 bilhões já foram concedidos nos três primeiros meses de 2010

Considerar o estado de Santa Catarina uma região livre de febre aftosa sem vacinação. Medida permitirá aos pecuaristas retomarem exportação de carne para os EUA


Caderno: Mundo


Morales destaca sucesso nas urnas
Viviane Vaz

Apesar dos resultados das eleições regionais ainda não terem sido oficialmente divulgados, o presidente da Bolívia, Evo Morales, já se considera “muito satisfeito” com os votos atribuídos a seu partido, Movimento ao Socialismo (MAS). “O grande desejo era ganhar mais alguns governos e prefeituras, mas o salto que demos foi importante”, ressaltou o chefe de Estado. Morales defendeu que seu partido “é o maior da Bolívia”, porque conseguiu obter mais de 50% da preferência dos eleitores pela sexta vez.

Segundo as pesquisas de boca de urna realizadas por canais de TV, os candidatos a governador do MAS venceram nos departamentos (estados) de La Paz, com Oscar Cocarico (49,8% dos votos); Potosí, com Feliz González (63%); Oruro, com Santos Tito (51,3%); Pando, com Luis Flores (49,7%), Cochabamba, com Edmundo Novillo (61,9%), e Chuquisaca, com Esteban Urquizo (50,6%). Os ex-governadores da oposição, Rubén Costas e Mario Cossío, foram ratificados em Santa Cruz e Tarija, os departamentos mais ricos do país, com vastas reservas de gás.

Equilíbrio

Os resultados parciais demonstraram a vitória de Morales nas zonas rurais, em cerca de 100 municípios. Nas 10 cidades mais importantes, porém, o MAS emplacou apenas três prefeitos: em Cochambamba, El Alto e Cobija. Morales perdeu, inclusive, a prefeitura da capital, La Paz. Para Baldwin Montero, colunista política do jornal boliviano La Razón, o resultado demonstra que os bolivianos votaram no domingo pelo equilíbrio da balança política. “Nem o MAS conseguiu o controle hegemônico do poder, nem a oposição conseguiu reverter a supremacia de Morales nas urnas”, diz Montero.

Para o líder da Central Operária Boliviana (COB), Felipe Machaca, a redução de apoio eleitoral ao MAS nas eleições municipais — em comparação às presidenciais de dezembro de 2009 — indica que os bolivianos deram um sinal a Morales. “Indiretamente, é um voto de castigo ao partido do presidente. A população exige uma mudança verdadeira e novos dirigentes políticos que velem por seus interesses, como criar empregos e uma nova lei de aposentadoria”, disse Machaca. Já o cientista político boliviano Jorge Lazarte chamou a atenção para o fato de essas serem as primeiras eleições para governos autônomos amparados pela nova Constituição. “Não deixa de ser um paradoxo que, sob o governo fortemente centralista do MAS e antes avesso às autonomias regionais, tenha lugar este processo, agora alentado por ele. Morales apoderou-se da ideia até buscar parecer mais autonomista que seus clássicos rivais”, acrescentou.


Jornal “Valor Econômico”


Caderno: Brasil


EUA aceitam reduzir subsídios e compensar produtor brasileiro
Sergio Leo, de Brasília

Depois de sete anos de disputa na Organização Mundial de Comércio (OMC), os Estados Unidos finalmente se comprometeram formalmente a reduzir subsídios ilegais concedidos a seus produtores de algodão, conceder compensações aos produtores brasileiros prejudicados pela política agrícola americana e negociar maneiras de eliminar esses subsídios contestados pelo Brasil. A proposta foi apresentada ontem pelo governo americano e levou o governo brasileiro a suspender a aplicação de sanções contra mercadorias dos EUA, que começariam amanhã.

"Foi uma negociação muito positiva", comentou o diretor do Departamento Comercial do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey, ao avaliar a pressão exercida nos últimos dias sobre o governo americano para que apresentasse uma proposta de negociação. Os dois países têm até junho para chegar a um acordo. O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ter esperanças de entendimento, baseado na "nova atitude" mostrada nas reuniões técnicas em Brasília e, por telefone, pelo representante comercial dos EUA, Ron Kirk.

Os americanos se comprometeram a, nos próximos 15 dias, paralisar a concessão de subsídios em seu programa de garantia de créditos à exportação, e retomar esse programa com níveis bem reduzidos de subsídios, enquanto discutem com o Brasil uma fórmula aceitável de concessão desses benefícios aos produtores. O programa é conhecido como GSM-102 e extensivo a vários produtos agrícolas. Tem orçamento de US$ 5,5 bilhões neste ano, dos quais não se executaram US$ 2,8 bilhões - que, agora, serão contingenciados.

Além disso, para compensar a demora na extinção dos subsídios considerados ilegais pela OMC, os EUA acelerarão as autorizações sanitárias para importação de carne bovina e suína do Brasil e formarão um fundo de US$ 147,3 milhões anuais para financiar programas de apoio aos produtores de algodão, com transferência de tecnologia, combate a pragas e até projetos de cooperação com produtores de algodão prejudicados pelos Estados Unidos na África.

Segundo explicou a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Lytha Spíndola, o governo suspenderá até o dia 21 as sanções (aumento de tarifas de importação) já anunciadas contra 102 produtos americanos, de automóveis a trigo. O prazo servirá para permitir que os americanos, de fato, suspendam o GSM-102, criem o novo fundo, emitam certificado liberando importação de carne suína e assegurem que a carne bovina de Santa Catarina é livre de febre aftosa sem vacina.

Se confirmadas essas medidas, começará um prazo de 60 dias para que negociadores dos EUA e do Brasil cheguem a um acordo sobre a determinação da OMC, de eliminação dos subsídios concedidos ilegalmente. "Foi bem positivo, porque há o compromisso em pedir ao Congresso o fim dos subsídios na próxima lei agrícola americana, em 2012, e compensações pelos subsídios concedidos até lá", disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha.

Na prática, porém, o governo americano não pôde dar certeza sobre a decisão do Congresso, mas se comprometeu a usar os 60 dias de negociações para buscar "soluções satisfatórias".

"Qualquer entendimento aquém da plena implementação das determinações da OMC será, por definição, temporário", alertou Celso Amorim. "Essa implementação plena envolverá ações complexas tanto do Executivo, quanto do Legislativo americanos. Um conjunto de procedimentos que ofereça condições adequadas, ainda que temporárias, será, de qualquer forma, bem-vindo."

Segundo Cozendey, a suspensão das sanções pode ser prorrogada, dependendo do resultado das negociações, mas o governo não desistiu de aplicar a retaliação contra os EUA caso considere que permanece o desrespeito às determinações da OMC. Ontem, terminou o prazo de consulta pública para manifestações sobre a chamada retaliação cruzada, a determinação brasileira de criar sanções também em propriedade intelectual, como taxas sobre remessa de royalties e suspensão dos direitos assegurados por patentes. Uma comissão técnica avaliará as sugestões e deixará pronta uma lista de sanções também nessa área.

A ameaça de retaliação cruzada preocupa empresas e especialistas reunidos na Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), que temem prejuízos para investimentos no país. "É muito difícil calcular valores nesse setor. A importação de cultivares para plantio, por exemplo, gera sementes e efeitos duradouros sobre os direitos de propriedade intelectual", diz o presidente da ABPI, Luiz Henrique do Amaral. Ele diz que é possível quantificar as medidas no caso de taxação de royalties, mas alerta que já existe tributação alta sobre essas remessas, que têm pequeno valor no país. "A medida é legítima, mas pode ser um tiro pela culatra, mais danoso que os prejuízos com os subsídios ao algodão", diz Amaral


Negociação sobre crédito à exportação afetará várias commodities
Assis Moreira, de Genebra

A negociação que o Brasil e os Estados Unidos farão nos próximos 60 dias sobre mudança no programa americano de garantia de crédito à exportação deverá afetar não apenas o algodão, mas todas as outras commodities altamente subvencionadas por Washington, como soja, milho, arroz e outros oleaginosos.

Na discussão para frear a retaliação contra produtos americanos, os EUA avisaram que não podiam mudar o formato do programa de crédito à exportação, porque isso teria de passar pelo Congresso. Mas que o Executivo pode alterar certos parâmetros. E o que estará na mesa de negociações serão questões como prazos da garantia de crédito, prêmios do seguro e cronograma de desembolso.

Pelos cálculos do Brasil, apresentados em agosto, quando obteve da Organização Mundial do Comércio (OMC) o direito de retaliar os EUA, os subsídios americanos escondidos na forma de garantia de crédito à exportação agrícola aumentaram de US$ 1,3 bilhão em 2006 para US$ 4,6 bilhões em 2009.

Esses valores e a lista das commodities beneficiadas dão uma ideia da oposição que haverá nos EUA, entre democratas, republicanos e todo o lobby agrícola, sobre modificações importantes no crédito à exportação generoso fornecido por Washington a seus agricultores.

Certo mesmo é que o Brasil ontem registrou uma vitória de peso na cena comercial internacional. Poucos acreditavam que Washington acabaria se dobrando a pagar compensação financeira e se comprometer em alterar programa de subsídio, mesmo limitado, diante do comportamento costumeiro dos americanos de ignorar decisões da OMC.

No setor privado havia dúvidas se os EUA aceitariam fazer a compensação financeira de US$ 147 milhões, que foi discutida entre negociadores em Brasília, na quinta-feira. A última compensação que os americanos pagaram, de forma hesitante, foi para a União Europeia, mas de pouco mais de US$ 1 milhão por ano, numa disputa envolvendo uso de música irlandesa em bares nos EUA, e esse montante causou já um rebuliço no Congresso. O resultado agora mostrou que a firmeza nas negociações compensa.


Jornal “O Estado de S.Paulo”


Caderno: Economia & Negócios


EUA cedem e Brasil adia retaliação
Propostas feitas pelo governo americano são provisórias, mas ampliam negociação e provocam adiamento das medidas para 22 de abril
Renata Veríssimo, Fabíola Salvador - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA

A dois dias de iniciar o processo de retaliação contra os Estados Unidos, o Brasil decidiu prorrogá-las para 22 de abril, para ter mais tempo para negociar com o governo americano a retirada dos subsídios à produção e exportação de algodão. Esse prazo ainda pode ser dilatado por mais 60 dias se, nos próximos 16 dias, os EUA adotarem três medidas negociadas com o Itamaraty desde quinta-feira passada.

As propostas são consideradas provisórias, mas podem ser base de uma solução definitiva na disputa aberta pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), que resultou no direito de retaliar os EUA em US$ 591 milhões em exportações de produtos americanos ao País e de US$ 238 milhões na área de propriedade intelectual.

O Brasil nunca escondeu sua preferência por uma solução negociada, mas sem uma proposta concreta dos EUA para cumprir a determinação da OMC deu início ao processo de retaliação no fim de 2009. Uma lista com 102 itens que poderão ter sobretaxa nas importações americanas foi publicada no início de março e entraria em vigor amanhã.

Medidas. Na quinta-feira, uma missão negociadora americana pediu para o Brasil adiar por 60 dias o início da retaliação, com a promessa de entregar até ontem propostas concretas de negociação. As medidas chegaram aos negociadores brasileiros no fim da manhã e estabelecem três frentes de ação. A primeira é a criação de um fundo de US$ 147,3 milhões anuais para projetos do setor do algodão brasileiro. A segunda é a retirada dos subsídios à garantia de crédito pelo governo americano às exportações de produtos agrícolas como o algodão. E, por fim, o reconhecimento, até 16 de abril, de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que deve permitir ao Estado exportar carne suína aos EUA.

O pedido de adiamento foi examinado no fim da tarde pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). "Os ministros decidiram suspender a entrada em vigor da lista de retaliação de bens", anunciou a secretária executiva da Camex, Lytha Spíndola.

Em nota à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que, se as negociações até 21 de abril forem bem-sucedidas, existe a possibilidade de um "entendimento mais abrangente". O ministro advertiu, porém, que "qualquer entendimento que esteja aquém da plena implementação das determinações da OMC será, por definição, temporário".


EUA oferecem US$ 147,3 milhões a agricultores
O dinheiro seria destinado a um fundo de apoio aos produtores brasileiros de algodão, atendendo à reivindicação do setor privado
06 de abril de 2010 | 0h 00
BRASÍLIA

Depois do impasse dos últimos anos em torno dos subsídios americanos ao algodão, Brasil e Estados Unidos discutirão na semana que vem os termos de um memorando de entendimento que permitirá a criação de um fundo de compensação temporária aos cotonicultores brasileiros.

O fundo contará com aportes anuais de US$ 147,3 milhões, conforme antecipou a repórter Raquel Landim para a seção Economia & Negócios do portal Estadão.com.br. O valor foi calculado pelos árbitros da Organização Mundial do Comércio (OMC) como equivalente aos prejuízos sofridos pelo Brasil em decorrência dos programas de subsídios à produção de algodão nos Estados Unidos.

A criação do fundo era reivindicada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que financiou a disputa ganha pelo Brasil na OMC, e vai ficar com a gestão do fundo. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Cozendey, os recursos serão aplicados no financiamento de projetos que beneficiem produtores brasileiros de algodão, inclusive para pesquisas de variedades resistentes às pragas.

Além disso, os recursos poderão ser destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias que garantam o aumento da produtividade. Outra sugestão é que parte dos recursos seja aplicada em programas em países africanos que também são prejudicados pelos subsídios concedidos pelo governo americano.

A "compensação temporária" foi a alternativa dos governos dos dois países para neutralizar os prejuízos que os produtores brasileiros de algodão têm com a política americana. Impedido de alterar de forma significativa essa política no curto prazo, a compensação vigorará até que os americanos possam alterar a política de subsídios domésticos ao algodão, durante revisão da Lei Agrícola (Farm Bill), a partir do segundo semestre deste ano, explicou Cozendey. A nova lei deve entrar em vigor em 2012.

O presidente da Abrapa, Haroldo Cunha, disse, após a reunião da Camex, que o setor ficou satisfeito com a proposta americana de criação do fundo e com as medidas de compensação. "A compensação temporária é um sinal de que há interesse em negociar. Há um compromisso de revisão da Farm Bill."

Cozendey explicou ainda que o governo dos EUA se comprometeu a "congelar" temporariamente a liberação da garantia de créditos para a exportação. O orçamento para essa política dos EUA em 2010 é de US$ 5,5 bilhões, segundo o diretor. Até agora, foram liberados US$ 2,7 bilhões, ou seja, está suspensa a liberação de US$ 2,8 bilhões.

Em paralelo às negociações, o governo brasileiro dará continuidade ao fechamento da lista de retaliação na área de propriedade intelectual. A consulta pública terminou no fim de semana. Cozendey disse que a lista ficará pronta para implementação caso as negociações fracassem.

Etanol. A Camex também decidiu ontem reduzir de 20% para 0% a alíquota do imposto de importação do etanol até 31 de dezembro de 2011. A secretária executiva da Camex, Lytha Spíndola, disse que a decisão de zerar temporariamente o imposto não está relacionada ao contencioso com os EUA. Segundo ela, a redução da alíquota fora reivindicada pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) como sinalização de abertura no comércio internacional.


Não é a oferta dos sonhos, mas os EUA se mexeram
Raquel Landim - O Estado de S.Paulo

Não é a oferta dos sonhos do Brasil. Não muda o coração da política agrícola americana. Mas os Estados Unidos finalmente se mexeram e propuseram reduções em seus subsídios aos produtores de algodão. Se a oferta divulgada ontem for cumprida à risca, pode ser considerada uma vitória brasileira.

Os negociadores americanos entregaram ontem, formalmente, uma proposta que prevê a redução de parte de seus subsídios agrícolas - o chamado GSM, que é o programa de garantia de crédito à exportação - e a criação de um fundo de US$ 147 milhões por ano de apoio aos produtores brasileiros de algodão.

Esse fundo funcionaria como uma compensação por aquilo que a administração Barack Obama não pode mudar sem o aval do Congresso: os pagamentos de garantia de preço mínimo e os empréstimos de mercado. Esses dois programas fazem parte da Lei Agrícola americana (Farm Bill) e só podem ser revistos em 2012.

Em contrapartida, pediram ao governo brasileiro para adiar a retaliação. "Quem já esperou 8 anos, aguarda uns meses", afirmou Pedro de Camargo Neto, especialista em comércio agrícola e mentor do painel do algodão. Ele alerta, no entanto, que é precisa ficar atento se as promessas serão cumpridas.

O objetivo do Brasil nunca foi retaliar, mas reduzir as distorções do comércio global de algodão provocadas pelos bilionários subsídios americanos. O que os Estados Unidos propuseram ontem é alterar os prazos e os juros do GSM, esvaziando o programa ao torná-lo menos atrativo. Chegaram a sinalizar, inclusive, que vão "segurar" os recursos disponíveis para os produtores no programa enquanto não mudam as regras.

Ao alterar o GSM, os EUA resolvem a maior parte do problema. Mais de US$ 630 milhões, dos US$ 830 milhões autorizados pela OMC, vêm do GSM. Se reformarem esse programa, os EUA se livram da retaliação cruzada em propriedade intelectual, que só poderia ser feita seo valor ultrapassar US$ 430 bilhões.

Com essa mudança administrativa, que não fere os brios do Congresso dos EUA - embora certamente vá haver reclamações - os negociadores parecem ter desatado um nó. Os dois países estavam em uma "saia justa" com a retaliação marcada para começar na quarta-feira, impondo sobretaxas a 102 produtos americanos.

No Brasil, não apenas os setores afetados, mas as principais entidades patronais protestavam. Os empresários estavam preocupados com o aumento do custo dos produtos, mas, principalmente, com o impacto nas relações com os Estados Unidos, que ainda é um dos maiores mercados do Brasil.


Jornais dos Países Membros do Mercosul


Argentina “La Nacion”


Sección: Politica


Uruguay y la Argentina se alinean por el fallo de Botnia
Mujica y Cristina Kirchner acordaron aceptar la decisión de La Haya
Mariana Verón
LA NACION

Fue un encuentro sorpresivo, cargado de misterio y hermetismo. Pero por primera vez Cristina Kirchner y José "Pepe" Mujica dejaron expuesta públicamente la preocupación de ambos gobiernos por coordinar los pasos por seguir ante el inminente fallo de la Corte Internacional de La Haya sobre el conflicto de la pastera Botnia, ubicada frente a Gualeguaychú.

El presidente de Uruguay arribó ayer en forma inesperada a la Argentina y luego de una reunión en la quinta de Olivos con Cristina Kirchner se establecieron mecanismos comunes para acatar la decisión de La Haya, más allá de que beneficie a uno u otro país. En la reunión no se habló del corte, desde 2005, del puente General San Martín, que une a Gualeguaychú con Fray Bentos.

A pesar de que el gobierno argentino negó que se hubiera abordado el caso Botnia, el canciller uruguayo, Luis Almagro, desterró las dudas y dejó en evidencia las contradicciones de la Casa Rosada. "Quedamos en que los interlocutores serían los ministerios de Relaciones Exteriores, que coordinarán la agenda posterior al fallo", informó el funcionario en una conferencia de prensa que dio no bien regresó a Montevideo.

A contramano, el jefe de Gabinete, Aníbal Fernández, presente en el encuentro de Olivos, había negado que ambos presidentes se hubieran referido al conflicto por Botnia. A la confusión se sumó el canciller Jorge Taiana, que contestó con un tajante "sí" a la consulta sobre si los mandatarios habían dialogado sobre el fallo, pero sólo informó que la Argentina "respetará" el resultado. No dijo nada de las políticas conjuntas que acordaron llevar adelante.


Taiana pidió a China que levante las trabas a la soja
El canciller planteó el reclamo al embajador Zeng, que hoy responderá
Lucas Colonna
LA NACION

Fue una audiencia de una hora a puertas cerradas. El canciller Jorge Taiana transmitió su mensaje en perfecto español: pidió que se levanten las trabas a las exportaciones de aceite de soja, pues las restricciones dispuestas no responden a las normas sanitarias exigidas para el comercio internacional. El embajador chino en Buenos Aires, Gang Zeng, recibió el mensaje, se comprometió a trasladar el pedido a su país y prometió una respuesta para hoy.

Ese fue el resultado que arrojó ayer el cónclave entre el jefe de la diplomacia argentina y el máximo representante de la administración de Hu Jintao en la Argentina.

El conflicto por el comercio con China genera inquietud entre los empresarios locales, pues se trata de un negocio que generaría ventas en 2010 por unos 2000 millones de dólares. Además, para el Estado argentino representaría una caída de 1600 millones de dólares en la balanza comercial y la pérdida de otros 620 millones de dólares de ingresos fiscales por retenciones.

En la audiencia de ayer, Taiana transmitió a Zeng la "gran preocupación" local por el incremento en los estándares que se exigirá a los productos derivados de la oleaginosa para su ingreso al mercado asiático, pues no se atienen a las normas fitosanitarias dispuestas por la Organización Mundial de Comercio (OMC).

China demoró el ingreso de embarques argentinos e hizo saber que podría modificar las regulaciones técnicas para el ingreso del aceite de soja a su país. La disposición de las autoridades sanitarias chinas que podría afectar las exportaciones locales establece un límite máximo de 100 partes por millón de residuos de hexano -solvente usado en la extracción de los aceites de semillas oleaginosas- en los embarques de aceite de soja crudo.

Taiana le solicitó a Zeng que se levanten las restricciones y que no se ponga en vigor el cambio en la reglamentación sanitaria.

El planteo lo hizo acompañado por el secretario de Relaciones Económicas Internacionales de la Cancillería, Alfredo Chiaradia.

"El embajador chino tomó nota de la preocupación argentina y se comprometió a transmitirla al gobierno de su país, al mismo tiempo que le manifestó al canciller Taiana que China está dispuesta a mantener un estrecho contacto que permita realizar consultas para la búsqueda de una solución a este problema", dijeron fuentes oficiales a LA NACION.

El embajador Zeng, dijeron las fuentes, explicó que la medida cuestionada está vigente desde 2005. Y dijo que por ser la Argentina el principal exportador, ha hecho excepciones a este requisito sanitario. El diplomático dijo que "cerca del 70 por ciento del aceite de soja argentino cumple con este requisito aunque no se lo solicite". El problema, abundó, sería con un 30 por ciento del total de los envíos.

"Cuando llegue la respuesta al pedido argentino, los exportadores deberán tomar nota de esto", dijo una fuente involucrada en la negociación.

Desde la Cancillería negaron que la decisión china vaya a ser adoptada como represalia a las salvaguardas antidumping dispuestas por la Argentina para los textiles, calzado y electrodomésticos provenientes del gigante asiático.

"La Argentina no planea modificar sus disposiciones antidumping", apuntaron fuentes por otra parte del Ministerio de la Producción, que conduce Débora Giorgi.

En paralelo con esto, el vicepresidente del Senasa, Carlos Paz, y al embajador plenipotenciario de Asuntos Agrícolas, Carlos Cheppi, encabezan una misión en China que tiene como objetivo demorar la instrumentación del cambio de reglamentación sanitaria.

En tanto, el ministro de Agricultura, Julián Domínguez, se reunió con los exportadores agrupados en Ciara. Los empresarios plantearon que hay un porcentaje de industrias que poseen estándares de producción que cumplen con las exigencias del gobierno chino.


Paraguay “ABC”


Editorial


Injustificables vacancias en tres embajadas claves
Resulta francamente incomprensible que, a más de un año y medio de gestión, el presidente Fernando Lugo y el Congreso no se hayan puesto de acuerdo para cubrir las vacancias de las sedes diplomáticas en Argentina, Brasil y Uruguay, precisamente las tres más importantes de todo el servicio exterior de la República por los intereses en juego con esos países. De acuerdo con las disposiciones constitucionales, existe una responsabilidad compartida del Poder Ejecutivo y el Legislativo en materia de nombramiento de embajadores. No obstante, las persistentes diferencias que mantienen ambos poderes del Estado han impedido hasta la fecha que el Paraguay tenga interlocutores válidos en Buenos Aires, Brasilia y Montevideo. En defensa del Ejecutivo puede argüirse la enorme cantidad de injustificables trabas, la mayoría de ellas de índole político-partidaria, que ha puesto el Senado de la República para la designación de los titulares de tales embajadas. No obstante, ello no exime de responsabilidad al Presidente y su canciller. Se supone que el Jefe de Estado debe contar con los mínimos mecanismos institucionales indispensables para impulsar en el Senado el nombramiento de los jefes de misiones diplomáticas en el exterior.

Resulta francamente incomprensible que a más de un año y medio de gestión, el presidente Fernando Lugo y el Congreso Nacional no se hayan puesto de acuerdo para cubrir las vacancias de las sedes diplomáticas en Argentina, Brasil y Uruguay, precisamente las tres más importantes de todo el servicio exterior de la República, tanto si se consideran la vecindad de los mismos y los principalísimos intereses que el Paraguay tiene en ellos, como si se evalúa el hecho de que nuestra participación en el Mercado Común del Sur (Mercosur) los convierte en socios políticos y económicos de primer orden.

De acuerdo con las disposiciones constitucionales, existe una responsabilidad compartida del Poder Ejecutivo y el Legislativo en materia de nombramiento de embajadores. No obstante, las persistentes diferencias que mantienen ambos poderes del Estado han impedido hasta la fecha que el Paraguay tenga interlocutores válidos en Buenos Aires, Brasilia y Montevideo.

Es evidente que la figura del embajador es contemplada en el derecho internacional y en la sana tradición histórica, porque existen sobrados motivos para avalar su existencia y su vigencia en el transcurso del tiempo. Aunque mucho se habla hoy día de la “diplomacia presidencial”, en la que los propios mandatarios multiplican sus contactos personales para encarar la solución de distintos problemas comunes, ella de ninguna manera puede sustituir la labor cotidiana de los jefes de misión diplomática en su tarea de representar al Estado ante otros Estados.

En este sentido, el panorama actual no puede ser más elocuente. El principal funcionario paraguayo que debe gestionar ante las autoridades brasileñas la presentación de todos los reclamos relacionados con la Itaipú Binacional, el que debe requerir la eliminación de todo tipo de trabas comerciales, quien ha de solicitar el levantamiento del estatus de refugiado que el vecino país concedió a los prófugos de la justicia Juan Arrom y Anuncio Martí, es en primerísimo lugar el embajador del Paraguay en Brasilia. Sin embargo, el cargo está vacante.

Algo similar puede afirmarse en el caso de Argentina. Es al máximo representante del Paraguay ante el Gobierno del vecino país a quien compete promover el tratamiento de las delicadas cuestiones migratorias; ocuparse de las tratativas en torno a los intereses compartidos en la Entidad Binacional Yacyretá; estimular el intercambio comercial, cultural, social, además de lidiar con todos los problemas propios de una relación bilateral amplia, compleja e intensísima. Pero tampoco esa misión ha sido debidamente cubierta.

Montevideo también es un destino de gran importancia, aun cuando la cantidad de compatriotas que residan en ese país sea menos significativa. El hecho de haberse constituido prácticamente en la capital del Mercosur, sede del Parlamento del bloque, así como la gran cantidad de intereses comunes que existen en el ámbito de la política y la cultura, además de ser un paso portuario y aduanero de gran relevancia para nuestro comercio exterior, justifican sobradamente la necesidad de contar allí con un representante permanente en la brevedad posible.

En defensa del Poder Ejecutivo puede argüirse la enorme cantidad de injustificables trabas, la mayoría de ellas de índole político-partidaria, que ha impuesto el Senado de la República, y allí, específicamente, la Comisión de Relaciones Exteriores, para viabilizar la designación de embajadores en esos lugares neurálgicos de nuestra estrategia de inserción internacional.

Cuando los candidatos a embajador reúnen los requisitos correspondientes y cuentan con el perfil adecuado para ocupar el cargo para el cual fueron postulados, no deben esgrimirse motivaciones de naturaleza política para negarles el acuerdo constitucional del Congreso.

No obstante, ello no exime de responsabilidad al Presidente y a su canciller. Se supone que el Jefe de Estado debe contar con los mínimos mecanismos institucionales indispensables para impulsar en el Senado el nombramiento de los jefes de misiones diplomáticas en el exterior. Muchos creímos que la pasada labor legislativa del actual ministro de Relaciones Exteriores facilitaría el diálogo con la Cámara Alta. Por lo visto, estábamos equivocados.

En esta materia es preciso ser claros; nuestros países vecinos y el resto de las naciones amigas –y nuestro relacionamiento con ellas– no tienen por qué pagar los platos rotos del lamentable estado de confrontación que existe entre los principales actores políticos y los poderes del Estado dentro de nuestro país. La política exterior responde a intereses mucho más elevados que eso.

El manoseo que tanto el Ejecutivo como el Legislativo han hecho de nombres de personas y profesionales paraguayos propuestos en el pasado para ocupar las sedes diplomáticas en Buenos Aires, Brasilia y Montevideo no se condice en lo más mínimo con la imagen de seriedad que una República y un Gobierno deben proyectar en lo que respecta a su trato y relacionamiento con el mundo.


Sección: Política


Presencia de canciller en Itaipú equilibra fuerzas ante el Brasil

A nadie puede desesperar ni espantar que dentro de un esquema de política de Estado se incorpore al canciller de la República como parte integrante de una mesa de negociación permanente en donde el debate instalado desde siempre son los intereses nacionales, señaló ayer el abogado y político Mario Elizeche Baudo. “Precisamente uno de los roles diplomáticos y políticos de un canciller es defender la soberanía de la República a través de medios diplomáticos, y si vamos a desarrollar una línea de razonamiento obvio o lógico, una cosa no excluye a la otra, vale decir, defender los intereses paraguayos en el tema Itaipú forma parte del trabajo que le corresponde al canciller en el ejercicio de su cargo”, explicó Elizeche. “Por el contrario, la presencia del canciller viene a equilibrar fuerzas ante una potencia que permanentemente busca obtener ventajas en todo tipo de negociación”, precisó refiriéndose a Brasil.

En el tema salario, señaló que por imperio de la propia Constitución está prohibida la doble remuneración. “Y en el caso de Lacognata, al optar por una remuneración superior a la de ministro del Poder Ejecutivo, su sueldo se devuelve al Ministerio de Hacienda”, manifestó.

Sobre Vasconsellos

En cuanto a las declaraciones de Jorge Vasconsellos, ex cercano allegado al gobierno de González Macchi, publicadas en nuestra edición de ayer, en las que advierte de la supuesta inconstitucionalidad de la medida, Elizeche dijo que su colega carece de seriedad. “¿Qué seriedad pueden tener las opiniones de un ex procurador de la República de aquel gobierno nefasto, quien casi generó un conflicto con Argentina en 1999 al pretender atropellar junto a Barchini, de manera abrupta y violenta, un aeropuerto de ese país en busca de Lino Oviedo?”, se preguntó.

Recordó que Vasconsellos recibió una “vergonzosa expulsión” de la Argentina. “Es bueno que recuerden quién fue este perseguidor de paraguayos”, concluyó.


Harán nuevo pedido al Brasil

El Gobierno paraguayo planteará al del Brasil la posibilidad de adelantar el tiempo en que nuestro país comercialice libremente la energía que le corresponde como copropietario de Itaipú, según explicó ayer el vicecanciller Jorge Lara Castro, al término de la reunión preparatoria de la próxima cumbre entre los presidentes Lugo y Lula da Silva, el 30 de abril, en Ponta Porã (Brasil). La propuesta se hará en el proyecto de declaración para la cumbre que el Gobierno paraguayo está elaborando y deberá congeniar el texto con el borrador preparado por el Brasil. El proyecto fue el tema que ocupó ayer al grupo de trabajo que se reunió, como es habitual, en la Cancillería. Lara Castro, quien preside la comisión, dijo que en el proyecto de declaración nuestro país se reafirma en todos los principios que ha venido defendiendo, como la soberanía energética, la libre comercialización de la energía y las obras inconclusas y sus financiamientos, temas ya contenidos en el acuerdo del 25 de julio del año pasado. El objetivo del Gobierno paraguayo es conseguir que el Congreso brasileño apruebe lo antes posible las notas reversales del acuerdo.


Sección: Internacionales


Avanzan en el proyecto de gasoducto para Uruguay
La presidenta de Argentina Cristina Kirchner y el mandatario uruguayo José Mujica avanzaron en el proyecto para que gas natural boliviano llegue al país oriental a través del territorio argentino, en una reunión que mantuvieron ayer en Buenos Aires, dijo una fuente oficial.

BUENOS AIRES (ANSA, EFE). Ambos mandatarios se reunieron de forma sorpresiva en la residencia presidencial argentina, a las afueras de Buenos Aires. Al término de la cita, el canciller argentino, Jorge Taiana, dijo a la prensa que Mujica quería transmitir a Fernández el interés de Uruguay de recibir gas boliviano, lo que por las características de los gasoductos requiere que el gas pase por Argentina.

En este sentido, el jefe del Gabinete de la Argentina, Aníbal Fernández, aseguró que se va a hacer una reunión a cortísimo plazo, que va a ser coordinada por el mismo Taiana, en la cual van a participar los ministros de Energía de Uruguay y de Bolivia y el ministro de Planificación de Argentina, Julio de Vido.

Taiana comentó que en esa reunión, que aún no tiene fecha ni lugar acordados, se hablará “técnicamente” de cómo Bolivia podría exportar gas a Uruguay vía Argentina. La reunión tripartita tendría lugar dentro de los próximos 15 días, reveló una fuente gubernamental a la agencia oficial de noticias Télam.

Según el canciller argentino, Mujica transmitió a la Mandataria argentina el interés de Uruguay en que se pueda avanzar en los temas vinculados al dragado del canal Martín García, en la frontera fluvial común.

“Respetar el fallo”

Respecto a la controversia por la planta de la papelera finlandesa Botnia, Taiana dijo que los presidentes solo hablaron “de que hay que esperar y respetar el fallo” de la Corte Internacional de Justicia de La Haya, que se expedirá el próximo día 20 de abril. “Se comprometieron a respetar el fallo y a cumplirlo”, agregó el ministro.

Mujica mantuvo en los últimos meses varios encuentros con la Presidenta argentina en Buenos Aires, primero como candidato a la Presidencia y luego como gobernante electo.

Relaciones estrechas

Mujica está empeñado en mejorar las relaciones bilaterales para dejar de lado el enfrentamiento derivado de la instalación de la planta Botnia en las costas uruguayas del río Uruguay, frente a la provincia argentina de Entre Ríos. “La relación entre Argentina y Uruguay es muy buena y estas cosas, cuando se desprotocolizan y se hacen con ganas de encontrarse y ver cómo se resuelven las cosas, allanan mucho el camino”, dijo a la prensa el jefe del Gabinete, tras participar del encuentro bilateral de ayer.

La inesperada visita a Argentina de Mujica se produce a horas del viaje que emprenderá hoy a Venezuela donde se reunirá con su colega Hugo Chávez.


Uruguay “La Republica”


Sección: Politica


Uruguay y Argentina reactivan agenda bilateral.
Mujica y Cristina. Hablaron del gasoducto, dragado del canal Martín García y del día después del fallo de La Haya

Los presidentes de Uruguay y Argentina, José Mujica y Cristina Fernández retomaron ayer los contactos bilaterales en una reunión sorpresiva entre ambos y por espacio de una hora en la residencia presidencial de Olivos, en Buenos Aires, lo que marca una nueva relación diplomática entre ambos gobiernos.

Ante un llamado de la presidenta argentina, Cristina Fernández de Kirchner, el presidente Mujica se trasladó ayer a Buenos Aires en helicóptero para mantener un encuentro con la mandataria de la vecina orilla.

La reunión se desarrolló por espacio de una hora en las instalaciones de la Casa Rosada y fue propicia para analizar aspectos prácticos de la administración.

Se trató de un viaje "espontáneo", algo que pueden "permitirse los jefes de Estado cada tanto", explicó el canciller Luis Almagro.

Ambos dignatarios consideraron que había varios temas en común para tratar y que era conveniente el encuentro.

Para participar de tal sorpresiva reunión, Mujica debió suspender parte su agenda de ayer, la cual incluía a mediodía una reunión con los intendentes municipales y a la hora 14 la sesión del Gabinete de Seguridad.

Este acercamiento entre ambos mandatarios está pautando una nueva etapa en las relaciones diplomáticas entre las dos naciones las que se habían resentido luego que se iniciaron los cortes de los puentes internacionales por parte de los asambleístas de Gualeguaychú en protesta por la instalación de la empresa ex Botnia en Fray Bentos.

Entre los temas que analizaron ambos mandatarios estuvo el futuro fallo de la Corte Internacional de La Haya por la instalación de ex Botnia. Sobre este aspecto se resolvió que los interlocutores serán los ministros de Relaciones Exteriores de los dos países quienes coordinarían la agenda posterior al mismo. En ese sentido, el presidente Mujica afirmó que el único vocero uruguayo será Almagro.

Se analizó la posibilidad de analizar el fallo de la "mejor manera" y en cuanto a cómo deberán posicionarse las partes.

Sobre un eventual fallo referido a que Uruguay pudo haber infringido el Tratado del río Uruguay y que a su vez Botnia no contamina, Almagro dijo que el fallo plantea cuatro escenarios posibles de los cuales los dos extremos no son viables. "Entendemos que habrá gradualidad y no algo definitivo respecto a si hubo o no violación del Tratado y con respecto a si Botnia contamina o no Uruguay probó que no contamina".

El canciller aseguró que en el encuentro Mujica ­ Fernández no se habló sobre la liberación del tránsito de los pasos de frontera, "porque ello debe ser abordado luego del fallo de La Haya, el cual además no se referirá a este aspecto". Esto sí será materia de cómo las dos partes administran la resolución del organismo jurisdiccional internacional.

Por su parte, el canciller argentino Jorge Taiana aseguró, al salir de la residencia de Olivos, que los presidentes se "comprometieron a respetar el fallo" que el Tribunal Internacional de la Haya dará a conocer en torno al conflicto por la instalación de Botnia, el próximo martes 20.

Almagro aseguró que la creación de la Comisión binacional no se abordó pero sí se pensó en la creación de un mecanismo de trabajo conjunto que incluya a los ministros de las áreas competentes que son objeto de la relación bilateral.

También conversaron sobre la Unión de Naciones del Sur (Unasur) sin abordar el tema de las candidaturas, según aseguró Almagro.

Sobre la eventual designación del secretario general de la Unasur, que desde Argentina se propuso en un principio al ex presidente Néstor Kirchner, Almagro dijo que no se habló de nombres y que Uruguay no tiene una posición en cuanto a la futura designación porque no tiene los datos de la realidad de cómo se planteará el tema en la futura reunión del 4 de mayo. "Tenemos que esperar esos datos de la realidad y conocer lo candidatos y si se reconfirman o no algunas candidaturas y en función de ello tomaremos las decisiones pertinentes".

De todas maneras Cristina Fernández planteó la necesidad de un mayor "involucramiento" de los países de la región con la Unasur, indicaron fuentes gubernamentales.

Por otro lado se conversó sobre el dragado del Canal Martín García. Sobre este aspecto el gobierno uruguayo encontró "la mejor disposición" del gobierno argentino para solucionar el tema y poder avanzar en la concreción del dragado.

"Esperemos resolver este asunto en próximas reuniones pero hemos recavado la mejor voluntad política para una solución definitiva del asunto", señaló Almagro.

Las partes deben analizar si el llamado a licitación que se efectuó en su momento para la realización de la obra aún sigue vigente o si es necesario efectuar una nueva convocatoria.

Entre los temas que analizaron Mujica y Fernández estuvo presente la importación de Uruguay de gas boliviano (aspecto que fue acodado en la reciente visita de Mujica al presidente Evo Morales) el cual debe ingresar en primera instancia en territorio argentino.

"Sobre este aspecto aún debe encontrarse la implementación práctica para poderlo hacer efectivo", expresó ayer el canciller Almagro en conferencia de prensa.

El gas boliviano es bombeado a Argentina y desde allí a Uruguay, por ello hay que llegar a un acuerdo en cuanto al precio con que ese gas boliviano ingrese a Argentina y que sea "bastante similar" al costo con el que el gas argentino ingresa a Uruguay.

La reunión de ayer tuvo como objetivo coordinar algunos aspectos de la agenda futura que incluirá una reunión de los ministros de Energía de Uruguay, Bolivia y Argentina.

"Hay un peaje obligado en Argentina para la importación de gas boliviano y tenemos que solucionar aspectos vinculados a ese tema", dijo el canciller.

Por otro lado Mujica también conversó con la presidenta Fernández sobre su encuentro con el presidente de Venezuela, Hugo Chávez.


Visita oficial a Venezuela.
Mujica y su reducida comitiva viajan hoy de mañana en vuelo comercial

El presidente de la República, José Mujica, parte en las primeras horas de la mañana rumbo a Venezuela, donde mantendrá una intensa actividad junto a su par, Hugo Chávez. La comitiva viajará en un vuelo comercial a las 5 de la mañana. Entre los temas que abordarán se destacan los asuntos energéticos y por sobre todo la profundización de los vínculos entre Ancap y Pdvsa, así como la situación del Bandes en Uruguay. Al igual que su viaje a Brasil, a Mujica lo acompañará una reducida comitiva oficial integrada por el canciller Luis Almagro, el ministro de Industria, Roberto Kreimerman, el presidente de Ancap, Germán Riet, y el ex ministro de Industria Raúl Sendic.


Sección: Economía


Brasil sigue siendo el principal cliente uruguayo.
Exportaciones. Un 23% van hacia ese destino

En el primer trimestre de 2010, el principal destino de exportación de mercaderías uruguayas fue Brasil, abarcando el 23% del total vendido al exterior medido en dólares, según informó la Unión de Exportadores (UEU).

Por lo tanto, las ventas destinadas a los principales socios del Mercosur -Brasil y Argentina- representaron el 30%, cifra que asciende hasta 36% si se agregan los restantes socios y asociados del bloque.

Como ya adelantáramos el pasado domingo, las exportaciones crecieron 26% en el primer trimestre de 2010.

La UEU informó que en el período enero-marzo, las ventas uruguayas al exterior sumaron 1.405 millones de dólares, contra 1.116 millones en el mismo período de 2009.

Entre los principales productos de exportación, los mayores aumentos registrados en el acumulado enero­marzo con respecto a igual período del año pasado ­medidos en dólares­ se dieron en las ventas de semillas y frutos oleaginosos (858%), en vehículos automóviles (97,37%), en naftas y gasolinas (75%), y en frutas y frutos (53%).

Los descensos más pronunciados entre los principales productos de exportación se produjeron en los productos farmacéuticos (-23,5%) y en los productos de molinería (-8,7%).

El principal producto de exportación de bienes en el primer trimestre de 2010 fue la carne y despojos comestibles, que tuvo un peso de 21,64% en el total vendido al exterior. En segundo lugar se ubicaron los cereales, con el 13.68%, y en tercero madera y carbón, con 8,75% del total.

Expo Shanghai 2010

Este jueves en horas de la mañana, en el anfiteatro del Ministerio de Relaciones Exteriores con la presencia del ministro Dr. Luis Almagro, se presentará a los empresarios las distintas formas en que podrán participar en la Expo Shanghai 2010.

La Dirección de Inteligencia, Promoción Comercial e Inversiones del Ministerio de Relaciones Exteriores y el Instituto Uruguay XXI, invitaron a los empresarios a una reunión informativa sobre la participación de Uruguay en la Expo-Shanghai 2010.

En la oportunidad participarán el ministro de Relaciones Exteriores, Dr. Luis Almagro, el director de Asuntos Económicos del Ministerio de Relaciones Exteriores, Lic. Gonzalo Köncke y el director de Uruguay XXI y subcomisario de la Expo Shanghai 2010, Ec. Roberto Villamil.

En el evento se informará acerca de las distintas modalidades de participación disponibles para las empresas en el stand de Uruguay.

Más de 20 empresas de variados sectores como el frutícola, logística, carnes, alimentos, bodegas y software, ya se inscribieron para asistir a esta reunión informativa sobre la Expo Shanghai 2010, en la que ya han confirmado su participación en distintas modalidades empresas e instituciones como: Banco de la República Oriental del Uruguay, Corporación Nacional para el Desarrollo, Instituto Nacional de Carnes (INAC), Laboratorio Tecnológico del Uruguay (LATU), CSI Ingenieros, Huawei, Cámara de Industrias del Uruguay, Cámara Nacional de Comercio y Servicios de Uruguay, Central Lanera Uruguaya, Destino Punta del Este, Instituto Nacional de la Leche (Inale), Conaprole, Lanas Trinidad, Lolita, Urufor SA, SDC Servicios Marítimos, Cítricos Guarino, UCL Investment SA, Administración Nacional de Puertos (ANP), la Comisión Nacional de Logística y las empresas que la integran y la Galería Bandi-Trazos.


Sección: Agro


Pollos: se mantendrá exoneración del IVA.
Industriales. Siguen desconformes por importación desde Brasil
Industria se quiere reunir con Mujica.

El presidente Mujica y el Gabinete Productivo analizaron medidas de promoción de producción agropecuaria a impulsar por el gobierno, según informó el ministro de Trabajo, Eduardo Brenta. En esa línea se enmarcó la visita a Brasil y, en la visita a Venezuela se abordará la promoción y desarrollo comercial de los productos agropecuarios. Por su parte, el ministro Aguerre se reunió con representantes de la cadena avícola y presentará medidas para promoción e inserción del sector en el mercado internacional.

Luego del encuentro celebrado por el Presidente de la República con el Gabinete Productivo, el ministro Eduardo Brenta confirmó la realización de un encuentro entre el ministro de Ganadería, Tabaré Aguerre con representantes de la cadena avícola.

La reunión se realizó con el objetivo de anunciar el conjunto de medidas orientadas a promover una mejora sustancial de la competitividad de la cadena. El propósito es orientarla al mercado interno y también, que adquiera condiciones para competir en el mercado internacional. Por otra parte, es motivo de análisis el incremento que ha experimentado el precio de los huevos, importante componente de la canasta familiar, pero no hubo comentarios sobre el tema en la reunión de ayer.

En el encuentro de unas tres horas mantenidas en la noche de ayer, el ministro Aguerre anunció una serie de medidas entre las que se encuentran que continuará la exoneración del IVA al precio del pollo, se buscará la estabilización del precio del maíz (componente fundamental para alimentar a estos animales) y la devolución de impuestos a la exportación de aves.

Aguerre también relativizó el ingreso de pollos desde Brasil ya que serán únicamente unas 120 toneladas, o sea un 4% de lo que es el consumo local.

Mientras que al finalizar la reunión los fazoneros (criadores de pollos) se mostraron conformes en general con los planteos, el sector industrial no lo hizo de igual manera y anoche decidía qué medidas tomaría. Entre ellas se encuentra la solicitud de una reunión con el presidente Mujica y algún otro tipo de movilizaciones.

Una de las preocupaciones de los empresarios del sector es que se deba tener que vacunar en Uruguay contra la enfermedad de Newcastle, la cual afecta a los pollos y existe en Brasil. Uruguay está libre de este mal, y el gobierno descarta de que pueda ingresar por los pollos que llegan de lado brasileño. Esta fue la gran excusa por la cual durante décadas se prohibió el ingreso de pollos brasileños al país.

Prospecciones en Florida

En relación con la inquietud de productores agropecuarios originada por las prospecciones vinculadas a la explotación de hierro en la zona de Treinta y Tres y Florida, el ministro Brenta afirmó que se abordó el tema y que el proyecto se encuentra en la etapa de evaluación de factibilidad, previéndose contactos con los productores.

En otro orden, el ministro Brenta fue consultado sobre el proyecto Aratirí que se realiza en la zona de Valentines. En ese sentido, dijo Brenta, el Ministerio de Industria, Energía y Minería estudia desde hace tiempo modificaciones al Código vigente en materia de minería, expresó.


“El Pais”


Sección: Política Nacional


Mujica y los 'K' afianzan vínculo y se adelantan al fallo de La Haya.
Cumbre. Uruguay gestiona 30% menos en precio de importación del gas
E. DELGADO / I. QUARTINO

El vuelco favorable que tuvieron a partir de marzo las relaciones con Argentina, se fortaleció ayer con la visita de Mujica a Cristina Fernández, donde ambos presidentes reafirmaron su expresa voluntad de avanzar en varios temas comunes.

Un viaje de "generación espontánea", así definió el canciller Luis Almagro la primer visita de José Mujica como presidente en ejercicio a su par de Argentina, Cristina Fernández, ayer lunes.

El mandatario, acompañado de su canciller, fue en helicóptero hasta la residencia presidencial argentina de Olivos, donde fue recibido por la mandataria del vecino país junto a su jefe de Gabinete Aníbal Fernández y su ministro de Relaciones Exteriores Jorge Taiana.

La idea de la reunión partió de Mujica, quien comunicó a Cristina su voluntad de conversar sobre algunos temas comunes a los dos países. Entonces ambos mandatarios -quienes mantienen una muy buena relación personal- fijaron el encuentro para ayer lunes.

Durante el primer mes de gestión Mujica ha mantenido encuentros informales con funcionarios influyentes de la Casa Rosada (uno de ellos con el secretario de la Presidenta, Carlos Zanini) que le han mostrado su interés por mejorar las relaciones bilaterales.

Tiempo atrás, Mujica comenzó a cultivar una amistad con el matrimonio Kirchner, marcando distancia del mal relacionamiento que mantuvo Tabaré Vázquez tras el conflicto por la instalación de Botnia (actual UPM).

La apertura de una instancia de negociación para importar gas boliviano (Uruguay necesita que Argentina baje un 30% las tarifas por el pasaje de ese gas a través de su territorio), y la voluntad de concretar el dragado del canal Martín García fueron los principales temas analizados en Olivos.

Los presidentes también sentaron las bases de cómo administrarán sus gobiernos el fallo que la Corte de La Haya dará a conocer el 20 de abril. Decidieron que días después de esa resolución habrá una reunión entre ministros de ambos países vinculados al tema y que los cancilleres serán los voceros.

Sobre la importación de gas boliviano a través de Argentina, el canciller Almagro dijo que falta encontrar la manera de implementarlo, y que habrá una reunión entre los ministros del ramo de Uruguay, Argentina y Bolivia para negociar esto.

El ministro afirmó que se busca lograr un acuerdo para bajar el precio por el "peaje" argentino al gas boliviano.

El objetivo del gobierno es bajar un 30% el precio de importación de gas que le cobra Argentina, dijo una alta fuente del Poder Ejecutivo. Agregó que fue una muy buena señal que Argentina acepte la reunión de ministros para dialogar sobre este tema, con lo que se abre una negociación hasta ahora cerrada.

dragado. El jefe de Gabinete y el canciller argentino negaron que el motivo del encuentro entre los presidentes fuera hablar de la candidatura del ex presidente Néstor Kirchner a la secretaría de la Unasur.

Sin embargo, ambos ministros afirmaron que hubo avances en las negociaciones por la realización del dragado del canal de la isla Martín García, una de las dos condiciones (con la del levantamiento del corte de ruta en Gualeguaychú) que fijó la administración de Vázquez en 2007 para no vetar el ingreso de Kirchner a la Unasur.

Si bien hace tres años el gobierno argentino no accedió a ninguno de los pedidos impuestos por Uruguay -que finalmente vetó a Kirchner-, esta vez Taiana indicó que habrá un llamado a licitación para contratar a la empresa que se hará cargo del dragado, obra que facilitará el transporte fluvial y, además, allanará el camino para que Kirchner asuma en la Unasur.

Sobre el dragado del canal binacional, Almagro anunció que existe "la mejor disposición" del gobierno argentino para concretarlo". El dragado es para Mujica prioritario y así se lo hizo saber a Cristina en más de una ocasión.


El 'peor fallo' en Corte de La Haya. '
Circunstancias' favorecen apoyo a Kirchner en Unasur

El peor escenario para Uruguay en la Corte Internacional de Justicia de La Haya, sería que el fallo que se conocerá el 20 de abril diga que el país no ha sido "todo lo respetuoso" en el cumplimiento del tratado binacional del río Uruguay, dijo el embajador en Argentina, Francisco Bustillo.

"Para un país con una reconocida y larga trayectoria en materia de seguridad jurídica y respeto a los contratos, casi una grifa de presentación en el mundo, creo que el peor fallo sería aquel que eventualmente manifestara que Uruguay no hubiere sido todo lo respetuoso en materia de atención y respeto para con la disposición referidas al Tratado y Estatuto del Río Uruguay", expresó Bustillo a El País.

El 20 de abril la Corte de La Haya dará a conocer su fallo sobre la demanda promovida por Argentina contra Uruguay, por la supuesta violación del tratado binacional sobre el río cuando el país autorizó la instalación de la planta de Botnia (hoy UPM) en Fray Bentos.

Con respecto al voto de Uruguay para que el ex presidente argentino Néstor Kirchner sea el secretario general de la Unión de Naciones Sudamericana (Unasur), Bustillo dijo que las "circunstancias" han cambiado desde el veto de Tabaré Vázquez hace un año. "Quizás lo más importante sea evaluar correctamente las circunstancias que llevaron entonces a tomar esa decisión -la oposición a la candidatura de Kirchner a la Unasur- y las circunstancias que hoy llevarán al presidente Mujica a tomar sus propias decisiones. Al decir de Ortega y Gasset: `Yo soy yo y las circunstancias`", expresó el embajador.

"El tiempo quizás nos permita descubrir que fue al presidente Vázquez a quien le correspondió mantener enhiesto el mástil, y hoy al presidente Mujica hacer flamear las banderas de Argentina y Uruguay", agregó.

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