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O Mercosulino 21/10/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

Jornal “Folha de S. Paulo”


Caderno: Mundo


Projeto aumenta cerco a jornais argentinos
Texto aprovado em comissões do Congresso obriga "Clarín" e "La Nación" a vender ações em empresa de papel
Ideia de limitar a 10% participação acionária é novo lance na disputa dos jornais com governo de Cristina Kirchner
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

Os jornais argentinos "Clarín" e "La Nación" serão obrigados a vender parte de suas ações da empresa de papel-jornal Papel Prensa caso o Congresso do país aprove um projeto de lei defendido pelo governo da presidente Cristina Kirchner.

Um artigo prevendo o limite acionário de 10% para os jornais na empresa foi acrescentado ao projeto governista anteontem, em votação em comissões do Congresso.

A mudança foi feita por sugestão de um bloco de deputados esquerdistas e encampada pelo governo.

Atualmente, o "Clarín" é dono de 49% da Papel Prensa e o "La Nación", de 22,5%. Outros 27,5% das ações pertencem ao Estado.

No caso de o projeto ser aprovado, os dois jornais teriam um prazo de três anos para se desfazerem do capital que extrapolaria o limite.

No caso do Estado ou de um sócio não vinculado à atividade jornalística, o limite seria de 33%.

Anteontem, Cristina havia proposto a "nacionalização" dos meios de comunicação para que "tenham consciência nacional e defendam os interesses do país".

"Às vezes penso que seria interessante nacionalizar, não estatizar", afirmou.

A Papel Prensa produz 75% do papel-jornal consumido no país e fornece para 170 meios impressos de Buenos Aires e do interior.

Desde 2009, a fábrica se transformou no centro de um confronto entre os sócios privados e o governo, que tenta expulsá-los da sociedade por meio de uma ação judicial.

OFENSIVA

O projeto de lei para controlar a produção e a comercialização de papel-jornal, apresentado publicamente por Cristina há dois meses, faz parte da ofensiva para aumentar o controle do Estado sobre a fábrica de papel.

O apoio surpreendente ao projeto por partidos de esquerda, que geralmente fazem oposição a Cristina, permitiu que as comissões técnicas que analisavam o texto encaminhassem ao plenário da Câmara um relatório favorável à proposta.

A votação final deve ocorrer em duas semanas.

Os aliados de última hora, no entanto, ainda não garantem os votos necessários para que a matéria seja aprovada definitivamente.

O texto proposto pelo governo, que pretende declarar a produção de papel-jornal setor de "interesse público", tenta controlar as operações comerciais e de investimento da Papel Prensa.

Conforme o projeto, a empresa seria obrigada a oferecer as mesmas condições de preços e prazos para todos os veículos e teria a gestão fiscalizada por uma comissão parlamentar.

Cristina acusa o "Clarín" e o "La Nación" de utilizarem a fábrica como instrumento para manter a hegemonia na imprensa argentina.

Segundo ela, além de os dois jornais comprarem papel com desconto, eles mantêm a fábrica operando abaixo de sua capacidade para elevar o preço e evitar o crescimento de concorrentes.

A proposta do governo também quer obrigar a Papel Prensa a trabalhar com o máximo de sua capacidade instalada para suprir toda a demanda interna. Hoje, 25% do insumo usado é importado.

Os dois jornais argumentam que dão boas condições comerciais aos demais.

Segundo os dois veículos, que mantêm uma linha editorial crítica ao governo há dois anos, a intenção de Cristina é controlar a fábrica para destruir a imprensa independente e beneficiar veículos ligados ao governo.


Jornal “O Estado de S. Paulo”


Notas & Informações


Falta consertar o Mercosul

O chanceler Celso Amorim continua a propor planos grandiosos para um Mercosul emperrado, prejudicado por barreiras internas e incapaz, até hoje, de concluir nem um acordo sequer com um parceiro do mundo desenvolvido. "Quando se trata de Mercosul, temos a obrigação de pensar grande", proclamou o ministro em Montevidéu, na segunda-feira, numa reunião do Parlamento do bloco. Esse Parlamento nem chega a ser um órgão decorativo, porque objetos de decoração têm alguma utilidade e ele não tem nenhuma. Mas o chanceler brasileiro e seus colegas argentino, paraguaio e uruguaio combinaram torná-lo uma peça importante da integração regional, com representantes eleitos diretamente pelos cidadãos e agrupados em bancadas proporcionais ao peso demográfico de cada país-membro. "Nossa proposta", disse o ministro Amorim, "é construir um plano de ação para ampliar e aprofundar os elementos de uma cidadania regional nos próximos 10 anos." Ele se referia aos objetivos do governo brasileiro na presidência pro tempore do bloco.

Os membros do Parlamento do Mercosul são congressistas indicados pelo Poder Legislativo de cada país-membro. Fazem discursos e figuração política, mas são irrelevantes para a administração do bloco. Não há por que atribuir-lhes um papel mais importante, por enquanto. Nem haverá, por muito tempo, se os fundamentos econômicos da integração continuarem tão incompletos e tão frágeis quanto têm sido até agora.

O próprio chanceler Amorim mencionou uma lista de tarefas essenciais e inacabadas. Os quatro governos formalizaram há pouco tempo a decisão de eliminar a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), uma das aberrações do Mercosul.

O bloco é oficialmente uma união aduaneira, mas ainda carece de uma tarifa comum digna desse nome. Produtos desembarcados num país e transferidos a outro são tributados duas vezes. "Optamos por uma implementação gradual, com a segurança e a previsibilidade desejadas por todos os Estados partes", disse o ministro, referindo-se à tributação em uma só etapa. O compromisso de "implementação gradual" denuncia o tamanho da distorção e a dificuldade de eliminá-la.

Mas também existem as exceções à TEC - outra tarefa mencionada pelo ministro em seu discurso. A presidência brasileira, segundo ele, proporá "metas para a eliminação gradual" dessa distorção. "Devemos avançar com flexibilidade e atenção às sensibilidades de cada sócio", acrescentou. De novo, a exigência de gradualismo e "atenção às sensibilidades" confirma a distância entre a realidade do bloco e as condições mínimas de uma união aduaneira de fato.

O chanceler mencionou vários outros componentes da agenda econômica, como a liberalização do setor de serviços. Não tem sentido, observou, discutir com outros países ou grupos de países - como a União Europeia - um grau de abertura, nesse setor, ainda não alcançado no interior do bloco.

Se o ministro quisesse acrescentar realismo a seu discurso, teria de reconhecer as deficiências do Mercosul até como zona de livre comércio, um estágio de integração inferior ao de união aduaneira. As trocas no interior do bloco são ainda emperradas por barreiras e por um protecionismo geralmente mal disfarçado. O prolongamento do acordo automotivo - exigência argentina - é uma das provas mais visíveis da insuficiente liberalização comercial e do fracasso das propostas sobre cadeias produtivas.

O crescimento das trocas entre os quatro países não é um sinal do sucesso do Mercosul. Ao contrário: esse crescimento ocorreu apesar das deficiências do bloco e explica-se em boa parte pela receptividade do mercado brasileiro.

Não haverá avanço efetivo no Mercosul enquanto velhos defeitos não forem eliminados. A inclusão da Venezuela chavista dificultará os consertos e complicará as negociações com parceiros de fora. O ministro Amorim, no entanto, insistiu na admissão da Venezuela, como se isso fortalecesse o bloco. Essa atitude é tão irrealista e tão perigosa quanto a ideia de criar uma instância legislativa num Mercosul ainda incapaz de operar como simples zona de livre comércio.


Caderno: Internacional


Obama promete mais atenção a países latinos
Em claro gesto para atrair atenção de eleitores de origem latina, presidente diz querer aprovar plano de reforma da imigração
Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE/ WASHINGTON

Em um claro gesto para atrair a atenção dos 19 milhões de latino-americanos aptos a votar nas eleições legislativas do dia 2, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que Cuba terá de comprovar seu "sério" compromisso com a "liberdade" antes de Washington prosseguir com sua política de aproximação.

Voltada especialmente aos eleitores de origem cubana, a mensagem foi complementada por uma declaração em favor da "melhoria" das relações entre EUA e Venezuela e pela promessa de Obama de enviar uma ampla reforma da política de imigração ao Congresso após as eleições.

As declarações foram feitas na terça-feira, em uma entrevista a nove meios de comunicação latino-americanos. Um dos principais desafios do presidente é atrair o eleitorado hispânico para as urnas, já que a participação latina pode ser crucial para os democratas nas disputas apertadas nos Estados da Flórida, Califórnia e Nevada.

Obama assumiu um tom de desconfiança ao falar sobre as reformas recentemente anunciadas por Cuba. Ele afirmou que a decisão de Havana de libertar presos políticos, desde julho, foi "positiva", mas levantou dúvidas sobre o caráter permanente da iniciativa. "Antes de dar novos passos, queremos nos assegurar de que o regime cubano é sério."

Ao tocar em um tema sensível ao eleitorado hispânico, Obama tentou renovar sua intenção de negociar a aproximação entre Washington e Havana, com vistas à gradual eliminação do embargo econômico vigente desde 1962.

Ao falar sobre as ambições da Venezuela na área nuclear, Obama disse que Caracas tem direitos e obrigações. Horas antes da entrevista, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, havia se reunido em Teerã com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Dias antes, em Moscou, ele havia firmado um acordo para a construção de uma usina nuclear no país com ajuda russa.

Obama afirmou ter dito várias vezes a Chávez que Venezuela e EUA podem evitar o atual antagonismo que domina as relações bilaterais. "A Venezuela tem o direito de produzir energia nuclear pacífica, mas também tem a obrigação de assegurar que esses sistemas não serão empregados com fins armamentistas", afirmou. "Esse é o critério que usamos no mundo todo e esperamos que os venezuelanos o respeitem."

Criticado nos últimos meses pela lentidão de seu governo em reformar a política de imigração, Obama afirmou que espera o resultado das eleições para apresentar um projeto mais amplo e com chances reais de aprovação. Segundo ele, o fim da disputa eleitoral deve facilitar o apoio de parte da oposição republicana ao projeto.

A proposta é rejeitada pela ultradireita do Partido Republicano. Por enquanto, o tema é uma espécie de tabu, que interfere no voto dos conservadores brancos e também do eleitorado hispânico, que, em geral, tende a apoiar os democratas.

TEMAS LATINOS

Venezuela: Obama disse que a Venezuela tem direito de desenvolver tecnologia nuclear, mas com responsabilidade

Cuba: Obama lamentou que a libertação de presos políticos de Cuba não esteja garantida

Imigração: A Casa Branca não quer ver seu projeto amplo de reforma da lei de Imigração ser rejeitado pelo Senado americano

Acordos: Obama quer obter dos partidos democrata e republicano apoio para ampliar a cooperação e o comérico entre EUA e América Latina


Discurso kirchnerista traz ecos dos tempos do regime militar
Ricardo Irshbaum

gora já sabemos quem é a musa inspiradora do ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, para ele dizer, como ocorria nos tempos funestos da ditadura, que existe dentro do país uma campanha "anti-Argentina". É bom lembrar: os militares acusavam todos aqueles que os denunciavam de participar de uma campanha contra a Argentina. Boudou, talvez por reflexo da época em que sua ala política defendia a ditadura, ressuscitou o termo, qualificando como "antiargentinos" jornalistas do Clarín e La Nación, que acusou de ser iguais aos trabalhadores escravos judeus nos campos de concentração.

Em Mercedes, na Província de Buenos Aires, a presidente Cristina Kirchner afirmou que seria bom "nacionalizar" os meios de comunicação. Ela esclareceu que não estava propondo estatizar a imprensa, mas que a mídia adotasse uma outra posição em relação aos feitos de seu governo.
A presidente disse também que a mídia não tem "consciência nacional" e por isso não defende "os interesses do país". Não se referiu aos meios de comunicação com capital estrangeiro, declaradamente oficialistas, que operam no país.

Fica cada vez mais claro o que o kirchnerismo pensa da liberdade de expressão e de crítica. Poucos dias depois de assinar a consolidação de um gigantesco monopólio da telefonia, nas mãos de uma companhia estrangeira, o governo inflama-se de patriotismo, com acusações partindo de uma fonte cada vez mais autoritária.

Uma segunda contradição do governo é apresentar como medida democrática o que na realidade não é. Assim, ele dissimula decisões que afetam a liberdade de escolha dos leitores.

Sabemos o que significa "nacionalização" para o governo do casal Kirchner: ausência de crítica e submissão.

É EDITOR-GERAL DO "CLARÍN"


Caderno: Economia


EUA descumprem acordo e Brasil pode retaliar
Liberação da importação da carne suína de Santa Catarina suspenderia sanções sobre bens e patentes americanos, direito assegurado ao País por causa dos subsídios americanos aos produtores de algodão
Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE / WASHINGTON –

Os Estados Unidos ficaram ontem vulneráveis a retaliações comerciais pelo Brasil. Em reunião de avaliação do acordo pelo qual o governo brasileiro suspendeu as sanções sobre bens e patentes americanos, a Representação do Comércio e o Departamento de Agricultura informaram à delegação brasileira que não foi possível cumprir a promessa de liberar a importação de carne suína de Santa Catarina.

Dispuseram-se, porém, a contornar a situação nos próximos dias. Os ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) têm reunião em 17 de novembro, mas podem determinar as retaliações por teleconferência a qualquer momento. "Há uma circunstância política e um acordo bilateral a ser cumprido. Quanto mais vaga for a posição dos EUA (sobre a carne suína), maior será o incentivo para que o Brasil decida-se contra os interesses americanos", disse Roberto Azevêdo, embaixador em Genebra e chefe da delegação brasileira na reunião de ontem.

A decisão americana gerou um problema sério para a continuidade do acordo, firmado em junho com o objetivo de suspender as retaliações do Brasil. O direito de sancionar os EUA fora conquistado pelo País na Organização Mundial do Comércio (OMC) após oito anos de controvérsia sobre os subsídios do governo americano ao seu setor de algodão. Além de duas questões exclusivas ao caso do algodão, os EUA assumiram os compromissos de certificar Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação e de estender esse status à Região Centro-Oeste.

Após o acordo, o subsecretário para Marketing e Programas Regulatórios do USDA, Edward Avalos, enviou carta ao Itamaraty prometendo a emissão da certificação até o fim de setembro. O prazo não foi cumprido. O governo e o setor privado brasileiros esperavam que, até ontem, o atraso fosse contornado. No caso dos produtores, o interesse não se resumia ao mercado americano. Mas, sobretudo, ao fato de que países com alto consumo de carne suína, como Japão e Coreia do Sul, seguem os EUA na área de controle sanitário.

Atraso. "Infelizmente, a promessa americana de celeridade nesse processo, que há muito deveria ter sido concluído, não se cumpriu. Vemos um novo atraso", declarou ontem o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.

Avalos argumentou ontem que o resultado da consulta pública sobre a concessão desse status a Santa Catarina deverá retornar ao Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca (OMB, na sigla em inglês) porque 75% dos comentários foram negativos. Somente após a liberação do OMB, prevista para os próximos dias, poderá ser publicada a certificação de Santa Catarina. Mas o OMB pode exigir nova consulta pública. A Camargo, no fim de setembro, Avalos havia mencionado também outra razão: a sensibilidade política provocada pelas eleições legislativas nos EUA, em 2 de novembro.


Jornal “O Globo”


Opinião


Vícios do casal K
MARIANO GRONDONA

Quando alguém tem uma paixão irrefreável, dizemos que sofre de uma dependência.

Os Kirchner, então, são dependentes? Não, por certo, de drogas ou álcool. Suas dependências são mais complicadas.

Uma das figuras mais notáveis da mitologia grega é Narciso, jovem de extraordinária beleza cujo prazer era desdenhar das mulheres que o assediavam.

Então a deusa Nêmesis decidiu castigá-lo. Permitiu que Narciso fosse o primeiro ser humano a ver refletida sua imagem num lago. Ele acabou enamorando-se dela e afogou-se.

O jornalista Andrés Oppenheimer, ao se referir ao caudilho venezuelano Hugo Chávez, chamou-o de “narcisistaleninista”. Fala tantas vezes diante de um público invariavelmente exultante que se pode dizer que o que mais o atrai é ouvir a si mesmo. Quando chama a atenção o fato de Cristina Kirchner falar quase diariamente ante um público igualmente cativo, cabe perguntar se sua motivação íntima não é também, como a de Chávez, converter-se em protagonista.

Esta inclinação se tornou evidente desde 2008, quando, em plena crise com o setor rural, a presidente começou a multiplicar a frequência de suas mensagens. O que se tornou claro, então, foi que a presidente, apesar do efeito contraproducente de seus discursos, sobretudo na classe média, insistia em reproduzi-los continuamente, evidenciando que o que mais lhe importava não era convencer, aprender ou dialogar, mas aumentar sua própria autoestima.

Tal qual Narciso, talvez, na inquieta espera da inexorável Nêmesis.

Essa hipótese sobre o narcisismo de Cristina valeria também para explicar os últimos acontecimentos? O fato é que, ao desempatar outra vez contra o governo para apoiar o aumento dos aposentados, o vice-presidente Cobos repetiu a cena, terrível para a memória dos Kirchner, de seu voto de desempate contra o governo, em 2008, derrotando o aumento do imposto sobre exportações agrícolas.

Mas o mais grave para os Kirchner no voto de Cobos não era tanto a nova derrota do oficialismo no Senado, mas algo inadmissível a partir de uma visão narcisista da política: Cobos se convertera novamente em protagonista, algo inaceitável para a presidente. Que fez então? Ao vetar a lei de aposentadoria, recuperou o protagonismo em menos de 24 horas.

Se há algo inaceitável para um narcisista é que alguém pretenda deslocálo do centro da cena.

Ao aproveitar sua volta ao protagonismo, Cristina Kirchner agrediu de passagem o vice Cobos chamando-o de “okupa” (uma espécie de invasor de propriedade). Foi nesse instante que seu discurso veio a coincidir com a dependência particular de Néstor Kirchner. Para este, somente importa vencer, tanto que seu grupo político foi chamada de Frente para a Vitória.

Mas, se tudo o que importa é vencer, também existe a necessidade de vencer alguém. A presença do inimigo confere a toda batalha seu elemento indispensável. Essa obsessão com o inimigo, própria das ideias autoritárias de Carl Schmitt, foi recuperada a serviço dos Kirchner por Ernesto Laclau e sua associada e mulher, Chantal Mouffe, mas tivera sua expressão mais eloquente na advertência que um destacado politólogo russo, Georgie Arbatov, fez aos vencedores americanos na queda da URSS, em 1989.

“Fizemos a vocês um dano incomparavelmente maior que nossa ameaça nuclear, deixando-os sem inimigo.” O pior que poderia ocorrer ao belicoso Néstor Kirchner, devido à sua dependência de uma vitória que deveria se repetir sempre, é ficar sem inimigo. Ao desempatar novamente a votação do Senado contra o casal K, o vice Cobos passou a cobrir, de imediato, essa necessidade. Ante a ambiguidade de uma oposição desmilinguida, o pior que poderia acontecer a Kirchner é ficar sem inimigo.

Foi quando Cristina, no discurso em que anunciou o veto à lei do Congresso em favor dos aposentados, acudiu em ajuda do marido, insultando Cobos. Que alívio frente à sombria advertência de Arbatov! Apesar dela, os Kirchner haviam ressuscitado sua concepção da vida política, que não é outra senão inverter a famosa advertência de Carl von Clausewitz, segundo a qual “a guerra é a continuação da política por outros meios”. Para os Kirchner, “a política é a continuação da guerra por outros meios”.

MARIANO GRONDONA é jornalista.
La Nación, Argentina/GDA


Jornais dos Países Membros do Mercosul


Paraguay “La Nación”


Sección: Política


En la frontera con el Brasil opera el crimen organizado, dijo canciller
Héctor Lacognata sostuvo que la misma es una zona de operatividad muy grande para las organizaciones del crimen transnacional.

El canciller Héctor Lacognata afirmó que la frontera entre Paraguay y Brasil “es una zona de operatividad muy grande” para las organizaciones del crimen transnacional. Afirmó que la visita al país del ministro de Justicia del Brasil, Luiz Paulo Ferreira Barreto, tuvo precisamente el objetivo de reforzar el trabajo de fuerzas de seguridad pública conjuntas en la frontera en la lucha contra el crimen transnacional, como el tráfico de armas, narcotráfico y autotráfico. El secretario de Estado manifestó ayer a periodistas en la Cancillería que existen buenas perspectivas para la firma de un acuerdo entre el Ministerio del Interior del Paraguay con el Gobierno brasileño. Agregó administración gubernamental está trabajando muy de cerca con el vecino país y que ese resultado fue la captura de 5 jefes del narcotráfico en los últimos meses. “Hay un interés muy particular del Brasil de reforzar trabajo en frontera en relación al tema de seguridad del crimen transnacional y organizado”, subrayó.

Integración

En su visita al país el martes último, el ministro de Justicia brasileño, Luiz Paulo Ferreira Barreto, había anunciado un plan de combate a la criminalidad transnacional en la frontera, como el tráfico de armas y el narcotráfico. El secretario de Estado del gobierno de Luiz Inácio “Lula” da Silva, explicó que la tarea consistirá en la integración entre las fuerzas de seguridad pública y organismos de inteligencia conjuntas de Paraguay y Brasil. El ministro brasileño, que realizó un intenso lobby con autoridades del Gobierno, como el presidente Fernando Lugo, apuntó que la iniciativa brasileña será posible a través de la utilización de aviones y equipos de informática entre otros. Ferreira señaló que el Brasil ofrece su cooperación tecnológica al Paraguay, y añadió que a su al gobierno le preocupa especialmente el tráfico de armas y narcotráfico.

Por su parte, el ministro del Interior, Rafael Filizzola, había señalado, con motivo de la visita de Ferreira Barreto, que la misma fue para confirmar los lazos de amistad y cooperación entre el Paraguay y Brasil. “Reconocemos la solidaridad y el apoyo que siempre ha demostrado el Brasil en los momentos en que se ha necesitado su cooperación y para repasar varios temas que están en la agenda bilateral”, expresó Filizzola.

El titular de la cartera de seguridad interna agregó que ambos países desean profundizar el camino de la integración en materia de cooperación mediante el intercambio de información de inteligencia para enfrentar el fenómeno internacional del crimen organizado.

Incendio

“Si la intención del acto del incendio fue amedrentarnos o meternos miedo sobre ciertas irregularidades que denunciamos, se equivocaron”, manifestó ayer el canciller Héctor Lacognata en la ceremonia de entrega de reconocimiento a funcionarios y personas que prestaron colaboración en las labores de rescate durante el principio de incendio en el Palacio Benigno López, sede de la Cancillería, ocurrido el pasado 20 de agosto. Lacognata destacó la enorme solidaria de funcionarios en el siniestro arriesgando sus propias vidas para salvar a sus compañeros. Señaló que la Cancillería manifiesta su absoluto respaldo en la investigación de la Fiscalía. Agregó que las personas responsables del incendio “pagaran sus actos”.

La nómina de homenajeados integran Víctor Benítez, Fernando Salcedo Brizuela, Teodocio Javier Martínez, Hery Ramón Núñez, José Eduardo Cabrera, Nidia Marisabel Duarte Schultz, Édgar Parodi Hermosilla y Carlos Torres, Primer Comandante Nacional del Cuerpo de Bomberos, y la lista culmina con el Personal de Seguridad de la Cancillería: suboficial principal Ceferino Torres; suboficial principal Francisco Villalba Gómez; suboficial mayor Vicente Duarte, y suboficial 1º Carlos Franco.


Uruguay “El Pais”


Editorial


Parlasur

Ante la indiferencia general, nuestro país dio uno de los pasos en su política exterior más trascendentes de los últimos años. El Consejo Mercado Común, resolvió aprobar el Acuerdo Político para la Consolidación del Mercosur y propuestas correspondientes. Este lenguaje tan austero -cosa extraña en la diplomacia regional- encubre la adopción del criterio de representación proporcional para la conformación del Parlamento del Mercosur.

Sobre ese organismo internacional existen, básicamente, dos grandes posiciones. Sus partidarios sostienen que solamente es un cuerpo deliberativo y asesor, a lo máximo orientador. Sus críticos responden, que si no tiene significación práctica entonces no tiene sentido que exista y que en realidad, aunque sea en forma indirecta, adquirirá un peso político significativo. Como suele suceder con este tipo de órganos, el Parlasur posee una vocación supranacional. Por lo tanto, todo lo que tiene que ver con él debe ser considerado con cuidado y realismo.

Uno de los puntos clave del Parlasur es su composición. Hasta ahora los cuatro países miembros tenían una representación igual: 18 parlamentarios cada uno. Ahora se adopta una distribución proporcional a la población y los representantes serán elegidos en forma directa. Brasil tendrá 75 parlamentarios, Argentina 43 y Paraguay y Uruguay 18 cada uno. O sea que la delegación uruguaya pasará de ser el 25% del número de representantes para ser el 11,6 %. El país ha sacrificado un principio básico del Derecho Internacional que lo protegía, el de la igualdad soberana de los Estados, para aceptar perderse en una asamblea dominada por los socios mayores. Esta es una forma muy extraña de defender la soberanía nacional.

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30.07.2010 segunda-feira, 26 Jornais dos Países Membros do Mercosul Paraguay "ABC" Opinión Hegemonía de Brasil y Argentina sobre Paraguay Gracias a la gentileza del Banco Itaú tuve la oportunidad de asistir a la conferencia del profesor Fernando Cardoso en la que abordó el tema vinculado a la ubicación del Brasil en el contexto regional. El privilegio de escuchar a un maestro en el pensamiento económico, social y político, reconocido y admirado en su país y en el mundo por su orientación, que enfatiza el desarrollo social sobre las reglas de la economía clásica, fue para mí muy breve, por lo que no me resulta fácil reproducirlas en mi mente, pese al deseo insatisfecho de profundizar sus ideas, expresadas con la sencillez que supone el dominio de los temas y la notoria experiencia del conferencista para exponerlas. No obstante, mi atención se detuvo cuando hábilmente descartó la posibilidad de que la política del Brasil sea vista como hegemónica en la re