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O Mercosulino 29/04/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

Jornal "Folha de S. Paulo" Editorial Atentado no Paraguai Senador ferido atuava no combate ao narcotráfico; a internacionalização do crime exige uma atuação coordenada das polícias AINDA NÃO foram plenamente esclarecidas as circunstâncias do ataque desferido contra o senador Robert Acevedo na tarde da última segunda-feira, em Pedro Juan Caballero, fronteira com Mato Grosso do Sul. Criminosos dispararam mais de 30 vezes contra o carro do político paraguaio. O motorista e um guarda-costas morreram, mas Acevedo, mesmo atingido no braço e na cabeça, conseguiu escapar. Dois brasileiros foram presos em seguida, no país vizinho. Os investigadores paraguaios afirmam que os suspeitos são integrantes do autodenominado PCC, embora especialistas questionem a hipótese de a facção criminosa paulista ter participado diretamente do atentado. É razoável supor, no entanto, que narcotraficantes paraguaios e brasileiros tenham interesse na morte do senador. Ex-governador do departamento de Amambay, por onde passa parte significativa da maconha e da cocaína consumidas no Brasil, ele realizou trabalho conjunto com as forças de segurança e o Judiciário dos dois países no combate ao comércio ilegal de drogas. É comum ouvir de Acevedo críticas às instituições de seu país. À Folha, o senador já disse que o Paraguai é um "paraíso" para narcotraficantes. "Aqui compram habeas corpus [...], juízes, policiais e fiscais." Os problemas que afligem o país vizinho, no entanto, não podem ser vistos fora da lógica internacional de produção, refino e consumo de drogas. Traficantes de países sul-americanos mantêm contatos e negócios. Parte da cocaína produzida na Bolívia, por exemplo, chega ao Brasil depois de passar pelo Paraguai, onde muitos criminosos brasileiros atuam. A única resposta possível para a internacionalização do crime é a cooperação entre as polícias da região, o que já vem acontecendo. Mas sua ação seria muito menos eficaz sem a atuação conjunta da DEA (Drug Enforcement Administration), a agência antidrogas dos EUA. Os norte-americanos fazem acordos com as polícias locais, destinam verbas, realizam trabalho de inteligência e repassam informações para policiais sul-americanos. Foi com o apoio da agência que a Polícia Federal brasileira conseguiu prender, há duas semanas, Nestor Ramon, acusado de ser um dos maiores traficantes da Colômbia. Por outro lado, agentes da DEA foram expulsos da Bolívia em 2008. Desde então aumentaram a área de cultivo da coca -em 6%, segundo a ONU- e a apreensão de drogas do lado da fronteira brasileira com o país. A PF e o Itamaraty, que anunciam a intenção de ajudar os bolivianos no combate aos entorpecentes, fizeram críticas nesta semana a parte da estratégia antidrogas dos EUA na região, durante conferência sobre o tema no Rio. Em artigo para esta Folha, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, condenou o conceito de "guerra às drogas", que segundo ele termina por vitimar países e regiões inteiras. É legítimo criticar excessos militaristas e exigir respeito à soberania dos países sul-americanos. É necessário articular as forças de segurança da região para vigiar melhor as fronteiras, barrar o tráfico e prender criminosos. Mas é imperativo tomar os cuidados necessários de modo a não alienar um apoio técnico e financeiro decisivo para que atentados como o realizado nesta semana no Paraguai não se tornem mais frequentes. Caderno: Brasil Lula rebate Serra e defende o Mercosul Sem citar pré-candidato tucano, presidente critica "algumas pessoas que não acreditavam na relação" do bloco comercial Na semana passada, Serra havia dito que o Mercosul seria uma barreira para futuros acordos comerciais e defendeu sua "flexibilização" DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou um discurso ao lado do colega venezuelano Hugo Chávez ontem no Itamaraty para rebater, de forma velada, as críticas ao Mercosul feitas pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e atacar a política externa de Fernando Henrique Cardoso. Serra afirmou na semana passada, em palestra para empresários mineiros, que o bloco econômico seria uma barreira para que o Brasil faça acordos comerciais. Em entrevista à Folha, ele amenizou a declaração, explicando que o Mercosul "deve ser flexibilizado, para que não seja um obstáculo para políticas mais agressivas de acordos internacionais". Lula criticou "as pessoas" que não acreditam no bloco (formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e defendeu a integração da América do Sul. Sem citar nomes, afirmou que, no Brasil, "algumas pessoas não acreditavam na relação do Mercosul" e "queriam a construção da Alca [Área de Livre Comércio das Américas, defendida pelos EUA]". Lula falou também sobre a consolidação da democracia no Brasil e reclamou do ceticismo sobre sua ascensão política. Segundo Lula, o Brasil não estava preparado "para que um de baixo chegasse à Presidência", mas ele se elegeu e hoje trabalha pelo desenvolvimento da América Latina. No discurso, ele citou o empresário Octavio Frias de Oliveira, publisher do Grupo Folha, que morreu aos 94 anos, em abril de 2007. "Tinha um grande jornalista aqui no Brasil, dono de um jornal importante, nosso querido companheiro Frias, da Folha de S.Paulo, que, cada vez que eu ia jantar com ele ou almoçar, ele dizia: "Ô Lula, o andar de cima não vai deixar você subir". E nós conseguimos. Nós conseguimos fazer uma mudança substancial na América Latina. Essa mudança, a gente vai notar os efeitos que ela causou na América do Sul analisando os indicadores sociais de cada país." Caderno: Dinheiro Venezuela atrasa pagamento a brasileiras Segundo o ministro Miguel Jorge, governo de Hugo Chávez está devendo US$ 15 mi a empresas nacionais devido a "questões burocráticas" Venezuelano assinou com Lula, no DF, 21 acordos e memorandos, número visto como exagerado pelos negociadores brasileiros ELIANE CANTANHÊDE COLUNISTA DA FOLHA SIMONE IGLESIAS FÁBIO AMATO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, disse ontem, depois da assinatura de atos entre os dois países, que a Venezuela está devendo US$ 15 milhões a empresas brasileiras, mas isso pode ser considerado "normal" diante de um comércio bilateral de cerca de US$ 5 bilhões -US$ 4,5 bilhões de exportações brasileiras e o restante no sentido inverso. Segundo Jorge, esse atraso se deve "a questões burocráticas, a papelada" e não está vinculado diretamente ao Cadiv, sistema de câmbio usado pelos venezuelanos para pagamentos no exterior, como já ocorrera anteriormente. No ano passado, Jorge soube pelos jornais dos atrasos do Cadiv, consultou as empresas brasileiras e levou a queixa diretamente ao presidente Hugo Chávez e ao então ministro da área, depois substituído. "Desde então, não temos tido mais problemas", relatou ontem o brasileiro. Brasil e Venezuela assinaram ontem 21 acordos e memorandos de entendimento nas áreas mais diversas, desde a compra de azeite refinado e de embutidos, como presunto e salame, passando por criação de centros binacionais de assistência para mulheres nas fronteiras dos dois países, até compra de nafta e construção de casas por empresas brasileiras no país comandado por Hugo Chávez. Conforme a Folha apurou, até a equipe brasileira de negociadores achou um exagero, muito mais para mostrar que as relações entre os dois países estão avançando do que para valer. O acordo do azeite, por exemplo, foi classificado de "piada", pois não precisaria de instrumento tão formal. A Braskem e a PDVSA (estatal venezuelana do setor de petróleo) assinaram ata de compromisso sobre fornecimento de nafta pela Petroquímica da Venezuela. Houve a assinatura também de um memorando de entendimento em matéria de energia elétrica, mas nem Itamaraty nem Ministério de Minas e Energia deram detalhes do que trata o documento. A Venezuela, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, vem enfrentando justamente uma crise energética, e a população sofre os efeitos do racionamento desde o ano passado. No começo deste mês, Hugo Chávez decretou extensão por mais 60 dias da emergência nacional devido ao problema. Até junho, o país estará sob regime de racionamento com imposição de multa a empresas e cidadãos que não cumprirem a meta de redução de consumo. Um dos atos assinados ontem entre ministros e presidentes de empresas brasileiras e seus correlatos venezuelanos foi em relação à refinaria binacional Abreu e Lima, em Pernambuco. A obra, porém, depende ainda de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que avalia as garantias oferecidas. Apesar da solenidade e das reuniões, os atos não ficaram prontos para distribuição à imprensa até o fechamento desta edição. Serão anunciados hoje. Jornal "Correio Braziliense" Caderno: Mundo Jogo truncado Lula e Hugo Chávez assinam acordos comerciais em Brasília, mas pendências de pagamento deixam o visitante de cara amarrada Viviane Vaz A despeito da assinatura de quase 20 acordos para intercâmbios na área de alimentos, energia e petroquímica, uma nuvem cinza parecia pairar ontem sobre o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao encontrar-se em Brasília com o colega Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado pelo Correio sobre qual seria o motivo da "chateação" de Chávez, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que a questão era o impasse no sistema de câmbio venezuelano na liberação dos dólares para pagamento dos empresários brasileiros. "As empresas (brasileiras) dizem que está havendo um atraso, que não sai o dinheiro", disse o ministro, acrescentando que Chávez teria pedido já no ano passado ao então ministro venezuelano da Economia: "Quero que isso se resolva". Os atrasos decorrem das restrições levantadas pelo Cadastro de Administração de Divisas (Cadiv), órgão venezuelano responsável por liberar (ou não) os dólares para os empresários do país honrarem seus compromissos no exterior. Miguel Jorge reconhece que o valor devido ao Brasil "não são amendoins": "São US$ 15 milhões em atraso, que fazem parte de um fluxo de comércio da ordem de US$ 5 bilhões". No total, os venezuelanos importaram do Brasil US$ 4,5 bilhões em 2009. No 17° encontro bilateral entre Lula e Chávez, chamaram a atenção os contratos para venda de produtos alimentícios de empresas específicas, como Sadia e Portal do Boi, à estatal venezuelana Casa, que oferece alimentos à população de baixa renda. O governo brasileiro acertou ainda um acordo para a empreiteira Odebrecht construir casas populares no país vizinho. O programa terá assessoria da Caixa Econômica Federal, que já mantém escritório em Caracas. Lula destacou que é preciso trabalhar agora para que o Brasil possa "comprar mais da Venezuela" e diminuir a grande diferença na balança comercial. Um projeto petroquímico de US$ 2 bilhões entre a brasileira Braskem e as venezuelanas PDVSA e Pequiven também foi assinado. Democracia O tema das liberdades políticas veio à tona em dois momentos. Primeiro, no discurso de Lula dirigido ao colega venezuelano. "O Brasil, que é a maior economia da América Latina, tem a maior população e o maior território, está vivendo neste momento seu mais longo período contínuo de democracia: 25 anos", destacou o presidente. Lula afirmou que se trata de uma democracia muito nova, em um continente marcado por uma "história de golpes e contragolpes, de pessoas que se achavam no direito de tirar do poder os democraticamente eleitos". E foi aplaudido quando disse que "o povo venezuelano e o brasileiro sabem que, apesar da língua, da fronteira" devem se comportar "como um povo de um grande país chamado América". Minutos depois, Chávez teve de responder à imprensa brasileira sobre quando pretende deixar o poder, e sofreu com a comparação a Lula, cujo mandato termina em dezembro. "Vocês vão eleger um novo presidente. Eu não tenho isso previsto. Não tenho sucessor à vista, nem sucessão", afirmou Chávez. O visitante recordou aos brasileiros que a Carta Magna venezuelana não impõe limites à reeleição. "Estou no poder por vontade do povo e da Constituição", disse, acrescentando que em 2012 o povo terá outra oportunidade para escolher o governante. Chávez revelou ainda sua expectativa de que a Venezuela seja aprovada pelo Congresso paraguaio e tenha a entrada ratificada no Mercosul até o fim do ano. Na próxima terça-feira, em Buenos Aires, Lula e Chávez terão outra oportunidade para acertar posições na União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Os dois devem apoiar a escolha do ex-presidente argentino Néstor Kirchner para o cargo de secretário-geral. Com isso, esperam concluir mais uma etapa no processo de institucionalização do bloco, criado em Brasília, em 2009. Ligação perigosa O chefe do Comando Sul do Exército norte-americano, general Douglas Fraser, reafirmou e atualizou a acusação de que Hugo Chávez coopera com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que os Estados Unidos classificam como "organização terrorista". "Temos informações de que o governo venezuelano ainda apoia a guerrilha colombiana", disse o oficial. "Há uma relação que foi documentada e ela continua", insistiu o general, antes de precisar que a colaboração seria "logística e financeira". Lula e Lugo vão discutir segurança Envolvimento de brasileiros em atentado a senador será tema de encontro na próxima semana Edson Luiz e Isabel Fleck Um dia após a detenção de dois brasileiros no Paraguai, sob a suspeita de terem participado do atentado que feriu o senador governista Roberto Acevedo, o governo Lula preferiu a cautela para não aumentar a tensão com o país vizinho e a vulnerabilidade dos chamados "brasiguaios". Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que deixará para a próxima segunda-feira — quando encontrará o colega paraguaio, Fernando Lugo, em Ponta Porã (MS) — a discussão de medidas conjuntas para garantir a "paz na fronteira". Em Pedro Juan Caballero, onde ocorreu o atentado, o compasso também é de espera. O consulado do Brasil disse que ainda aguarda um comunicado do governo paraguaio sobre a prisão, antes de dar atendimento aos dois brasileiros. Até esse contato, no entanto, pode demorar, já que a região se encontra em estado de exceção há uma semana. As autoridades brasileiras, contudo, estão em alerta por causa de uma possível retaliação contra brasileiros que moram do outro lado da fronteira. Os brasiguaios, principalmente os que trabalham na agricultura, são vítimas desse tipo de reação sempre que ocorre crise política ou administrativa no país vizinho. "Toda crise que ocorre no Paraguai tem reflexos negativos para os brasileiros que moram no país", afirma um influente assessor do governo. Até agora, segundo a fonte, não foi registrado nenhum pedido de ajuda de brasiguaios. O presidente Lula disse que já tem "informações primárias, dadas pela inteligência brasileira e pela Polícia Federal", sobre a atual situação na fronteira, e que vai conversar sobre isso com o colega. "Não há possibilidade de ter qualquer atuação precipitada sem que a gente acerte com o companheiro Lugo o que nós precisamos fazer conjuntamente para termos paz na fronteira, para desenvolver o Paraguai e o Brasil", afirmou. Lula classificou como "uma insanidade" que alguém ou algum grupo queira "colocar medo" nos governos dos dois países usando a violência. O Consulado do Brasil em Pedro Juan Caballero afirmou ao Correio que não tem informações sobre a situação de Eduardo da Silva e Nevailton Marcos Cordeiro, os dois brasileiros detidos sob suspeita de participarem do atentado, que causou a morte de dois guarda-costas do senador Acevedo. "Não sabemos se há provas contra eles, porque tudo aqui está parado. O estado de exceção permite inclusive que eles levem qualquer pessoa para investigação", relatou um funcionário do consulado. Reforço militar Na tarde de ontem, um contingente de 150 militares chegou a Pedro Juan Caballero para reforçar a segurança. A decisão de enviar reforços foi tomada pelo próprio presidente paraguaio, que foi à capital de Amambay visitar o senador. Horas antes, Lugo recebeu um pedido formal do presidente do Congresso, senador Miguel Carrizosa, para militarizar a cidade. Em entrevista ao jornal La Nación, Carrizosa alegou que a onda de violência na cidade "ultrapassou os limites". Acevedo, que "desafiou" os narcotraficantes horas antes de ser baleado, disse ontem que terá de deixar a cidade de fronteira para preservar a sua integridade e de sua família. "Se quero continuar vivo, tenho de abandonar o lugar pelo qual tenho lutado. Não há condições de continuar", lamentou. Colaborou Viviane Vaz Jornal do Brasil Caderno: Internacional Não há previsão de sucessão na Venezuela Há 11 anos no poder, presidente venezuelano diz que Constituição garante sua permanência O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tentou justificar ontem para jornalistas brasileiros sua intenção de permanecer no governo por tempo indeterminado. Afirmou que no momento não tem sucessor e que, por isso, não há prazo definido para deixar o governo. As declarações foram feitas durante a visita do venezuelano a Brasília. Agora, passados oito anos, Lula vai sair, por mandato da Constituição. Vocês vão eleger um novo presidente ou presidenta disse Chávez. Na Venezuela, não. Quando eu tenho previsão para entregar o cargo ao meu sucessor? Não tenho previsão disso. Não tenho sucessor no momento, nem está prevista sucessão. Ao ser indagado quando deixaria a Presidência, Chávez respondeu: Eu não sei. Hugo Chávez explicou que, pela Constituição venezuelana, não há previsão sobre sua saída do poder na Venezuela. Indagado também se sua permanência no cargo seria democrática, lembrou que na Europa, considerada berço da democracia, há países, como na Espanha, cujo rei é vitalício, e o primeiro-ministro pode se reeleger sucessivas vezes. Há especificidades de cada país e e de cada processo político ponderou. Na passagem por Brasília, Chávez assinou 21 acordos de cooperação técnica e econômica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao final, ambos concederam entrevista coletiva com direito a oito perguntas para brasileiros e venezuelanos. A imprensa brasileira lembrou que o presidente Lula transmitirá o poder no dia 1º de janeiro de 2011. Foi quando os jornalistas quiseram saber quando Chávez faria o mesmo. Hugo Chávez está no poder há 11 anos e é um dos maiores críticos da política americana e de seus aliados. É também alvo de acusações de exercer o poder de forma autoritária e de reprimir a liberdade de expressão. Tw i t t e r Chávez estreou ontem sua conta no Twitter, de madrugada, quando enviou a seus já mais de 36 mil seguidores uma primeira mensagem. Epa, que tal? Apareci como havia dito, à meia-noite. Estou muito contente em trabalhar pela Venezuela. Venceremos, diz a primeira mensagem do chefe de Estado, que adotou o nome de usuário @chavezcandanga. Jornal "Valor Econômico" Caderno: Brasil Lula e Hugo Chávez assinam 21 acordos e trocam elogios Sem presidente brasileiro, Mercosul estaria pulverizado, afirmou o líder venezuelano Paulo de Tarso Lyra, de Brasília Após assinar 21 tratados e acordos bilaterais em diversas áreas com o Brasil, ontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu "graças a Deus" pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ter sido eleito em 2002. Segundo ele, se a vitória petista não tivesse ocorrido, o Mercosul hoje estaria pulverizado e a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) seria a reguladora nas relações comerciais do continente. Citando um de seus personagens favoritos - Simon Bolívar - ele lembrou que, em 1830, o "libertador bolivariano" recebeu o então embaixador brasileiro e disse: "Um Brasil independente é garantia de uma América Latina forte". Para o presidente venezuelano, a quem o presidente Lula, segundo informações da diplomacia brasileira, cobraria nesta visita os atrasos em pagamentos da Venezuela a empresas brasileiras, a parceria estabelecida hoje entre os dois países reflete uma mudança na percepção quanto à importância da integração latino-americana. "Em 1998, era presidente eleito e vim ao Brasil pedir apoio para que a Venezuela entrasse no Mercosul. Voltei para meu país sem resposta". Chávez agradeceu o apoio de empresários, deputados e senadores que aprovaram a entrada da Venezuela no Mercosul. "Chega de um mundo bipolar ou unipolar. Bolívar já falava que o equilíbrio do universo passa por uma realidade multipolar." Ele disse ainda que Lula tem um papel essencial na construção desse mundo novo. "Quando a história brasileira for contada daqui a alguns anos, haverá um lugar especial para ti", disse Chávez ao presidente brasileiro. Lula lembrou a primeira vez em que defendeu o presidente venezuelano, em 2002, após a tentativa de golpe sofrida por Chávez. "Eu só não fui crucificado, porque faltava madeira para fazer cruz". Nos pronunciamentos oficiais, Lula não se referiu à questão do atraso de pagamentos a empresas brasileiros, entre as quais a Marcopolo. O presidente preferiu destacar como questão de orgulho ver empresários brasileiros dispostos a investir na Venezuela, gerando empregos, riqueza e distribuição de renda naquele país. "Nosso desejo é fazer com que a Venezuela não fique dependente apenas do petróleo que produz, mas que também possa desenvolver-se em outros campos da economia. Nós defendemos o desenvolvimento da América do Sul, não apenas do Brasil". Lula disse que o desenvolvimento do continente passa, necessariamente, pelo fortalecimento da democracia. No caso do Brasil, citou que essa é uma experiência recente, de apenas 25 anos. Desprezando as críticas a Hugo Chávez, acusado de prender opositores e fechar emissoras de rádio e televisão que não são alinhadas com seu governo, Lula afirmou que a população de países como a Venezuela, a Bolívia e o Brasil está atualmente melhor do que estava antes, fruto das políticas sociais implantadas nesses países. "Se tivermos que eleger um rosto para personificar o avanço democrático na América Latina, eu elegeria o presidente Evo Morales. Não há nada mais justo do que a Bolívia, um país com 70% da população indígena, ser governada por um índio", afirmou. Lula e Chávez devem encontrar-se mais duas vezes - uma em agosto e outra em dezembro - antes do término do mandato presidencial (no Brasil), em 31 de dezembro. Chávez declarou, em entrevista, apoio à candidata petista à sucessão, Dilma Rousseff, mas não quis criticar o candidato do PSDB, José Serra, alegando que, "da mesma forma com que Lula não interfere nas questões internas da Venezuela, também não daria opinião sobre assunto interno brasileiro". Chávez irritou-se com uma pergunta sobre quando passaria o poder na Venezuela para um sucessor - ele está no cargo há 11 anos. "Não sei. Desde que cheguei à Presidência tivemos 11 eleições para diversos cargos e daqui a dois anos e meio teremos eleição presidencial. Eleição depende da soberania popular. Se a população venezuelana e o meu partido quiserem, serei candidato novamente". Caderno: Internacional Lula quer discutir segurança com Lugo Paulo de Tarso Lyra, de Brasília O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou ontem de "insanidade" o atentado ao senador paraguaio Robert Acevedo ocorrido na tarde de segunda na cidade de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com o Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente, não é possível "alguém achar que pode usar a violência, atirar no carro de um senador e matar dois seguranças, para implantar uma cultura de medo na fronteira entre o Brasil e o Paraguai". O senador permanece hospitalizado. Ontem, a polícia paraguaia prendeu mais dois brasileiros, ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), suspeitos de envolvimento no atentado. Outros dois homens, que também teriam vínculos com a facção criminosa, já haviam sido detidos. Lula, que se reúne na segunda com o presidente do Paraguai Fernando Lugo, prometeu discutir com o vizinho medidas para reforçar a segurança na fronteira. Um dos assuntos que terá de ser tratado entre os dois presidentes é a revisão do pedido de refúgio, concedido pelo Brasil em 2003, a três paraguaios acusados de participar do Exército Popular Paraguaio (EPP), um grupo armado que, segundo autoridades paraguaias, está por trás de atentados, assassinatos, sequestros e assaltos a banco no país e que teriam ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Na semana passada, o Congresso paraguaio aprovou, a pedido do governo, a adoção de estado de exceção em cinco Estados no norte do país, onde as ações do EPP se concentram. O governo do Paraguai encaminhou na terça uma carta às Nações Unidas criticando a decisão do governo brasileiro de manter o refúgio. "O Paraguai reivindica a soberania jurídica sobre este tema, já que considera que nenhuma instituição estrangeira pode constituir-se numa instância supranacional." Jornal "O Estado de S.Paulo" Notas & Informações Ameaça à segurança na fronteira A prisão de quatro brasileiros acusados de cometer o atentado contra um senador paraguaio aliado ao governo do presidente Fernando Lugo, que resultou na morte de duas pessoas, deixa claro que a ação violenta dos grupos de narcotraficantes e de bandos autodenominados revolucionários, como o Exército do Povo Paraguaio (EPP), que atuam no norte do Paraguai e na fronteira com o Brasil, tornou-se um problema de segurança para os dois países. A despeito do estado de exceção em vigor em cinco departamentos (equivalentes aos Estados no Brasil) e que dá ao governo paraguaio mais poderes para combater esses grupos, a situação exige atenção redobrada das autoridades policiais brasileiras. Brasília também precisa reexaminar a situação de três dirigentes do EPP que vivem como refugiados no País e daqui controlam ações do grupo. Na quarta-feira, o senador Robert Acevedo, do Partido Liberal Radical Autêntico, foi atacado na cidade fronteiriça de Pedro Juan Caballero ? gêmea de Ponta Porã ?, no departamento de Amambay. Há suspeita de que os dois brasileiros presos tenham ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Não há barreiras nem postos de controle de circulação entre a cidade paraguaia onde ocorreu o atentado e a brasileira de Ponta Porã, no Estado de Mato Grosso do Sul. É livre o trânsito entre as duas, tanto de pessoas como de mercadorias. É numa praça utilizada indistintamente por paraguaios e brasileiros e situada exatamente sobre a fronteira entre o Paraguai e o Brasil que os presidentes Fernando Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva deverão se encontrar na segunda-feira. Em seguida, do lado brasileiro da fronteira, se reunirão para discutir assuntos de interesse dos dois países. Ações violentas atribuídas ao EPP são registradas na região desde junho de 2008, quando foi sequestrado um fazendeiro do departamento de Concepción, que também faz fronteira com o Brasil. Em outubro do ano passado, foi sequestrado outro pecuarista, no mesmo departamento. Ambos foram libertados mediante pagamento de resgate que se calcula em até US$ 1 milhão. Na semana passada, foram assassinadas quatro pessoas que investigavam o roubo de gado em duas fazendas da região, num crime atribuído pelos fazendeiros e pelo governo ao EPP. Imediatamente após essas mortes, o presidente Fernando Lugo enviou ao Congresso projeto instaurando o estado de exceção em cinco departamentos. Com o estado de exceção, as autoridades podem utilizar militares e policiais para garantir o cumprimento da lei, podem decretar a prisão de pessoas sem consulta prévia à Justiça, encaminhar os presos para qualquer ponto do país e impedir a saída do Paraguai de pessoas que estiverem sendo processadas. Lugo queria que a medida vigorasse por 60 dias, mas o Congresso a aprovou por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Na segunda-feira, foram enviados mil policiais e militares para os departamentos onde vigora o estado de exceção, e nos quais vive a maioria dos 300 mil brasileiros radicados no Paraguai. Com a operação, o governo espera capturar pelo menos 25 membros do EPP. Trata-se de um grupo diminuto. Calcula-se que tenha no máximo 100 integrantes, que proclamam compromissos ideológicos, mas que agem como delinquentes comuns. É provável que receba alguma forma de apoio das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), hoje uma quadrilha especializada no tráfico de drogas e na extorsão mediante sequestro. Três dirigentes do EPP vivem no Brasil como refugiados, condição reconhecida pelo governo brasileiro há seis anos e que impede sua extradição. O embaixador paraguaio perante as Nações Unidas em Genebra, Federico González, solicitou a interferência da ONU para fazer o governo brasileiro mudar o status dos militantes do EPP. O governo paraguaio alega que os três são fundadores do EPP e coordenam as atividades do grupo no Brasil. Entre essas atividades estaria a transferência para as Farc de parte do dinheiro obtido com os sequestros no Paraguai. "O refúgio não pode ser sinônimo de impunidade", afirmou González. Caderno: Internacional Paraguai detém mais 2 por ataque a senador e pede extensão de emergência João Naves de Oliveira, especial, Campo Grande Suspeita. Polícia paraguaia afirma que dados de computador apreendido com um dos brasileiros presos ontem reforçam a tese de que o atentado, que matou dois seguranças do político na segunda-feira, foi executado por integrantes da facção criminosa PCC A polícia paraguaia prendeu ontem mais dois brasileiros - identificados como Daniel Santos e Jusué dos Santos - suspeitos de terem participado no atentado de segunda-feira, quando um grupo armado crivou o carro do senador paraguaio Robert Acevedo com 60 disparos de fuzil, matando seus dois guarda-costas e ferindo o parlamentar no braço e na cabeça. Além deles, outros dois suspeitos - Eduardo da Silva e Marcos Cordeiro Pereira - estão detidos desde de terça-feira no Paraguai. Eles foram capturados em Pedro Juan Caballero, vizinha à cidade sul-mato-grossense de Ponta Porã. Os investigadores paraguaios insistem na tese de que os quatro brasileiros, todos de São Paulo, teriam agido em nome da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A polícia disse ter encontrado no computador de um dos suspeitos preso ontem provas da ligação dos quatro com o PCC. Os brasileiros, entretanto, dizem que estavam no Paraguai para um encontro evangélico. Ao mesmo tempo, em Assunção, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, encaminhou ao Congresso um pedido para que o estado de emergência, que vigora em Amambay - região da qual Pedro Juan Caballero é capital - e outros quatro departamentos (Estados) do país, se prolongue por mais 30 dias. Lugo alega que 30 dias é pouco tempo para que as forças de segurança combatam o crime organizado e a guerrilha Exército do Povo do Paraguai, acusada de praticar sequestros para o fim de extorsão. Inicialmente, Lugo havia pedido à Câmara e ao Senado que o estado de emergência vigorasse por 60 dias, mas os congressistas reduziram o prazo pela metade. O Departamento (Estados) de Amambay, onde ocorreu o atentado, é considerado um dos principais pontos de cultivo de maconha e entreposto para a cocaína que entra no Brasil vinda da Bolívia. A Justiça paraguaia vincula grupos do crime organizado com o EPP que, por seu lado, teria ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ontem, mais de 500 manifestantes saíram às ruas de Pedro Juan Caballero para protestar contra a presença de grupos armados organizados na região. As manifestações aumentaram o clima de tensão e coincidiram com a visita de Lugo à cidade. A chegada do presidente foi acompanhada de amplo reforço nos contingentes de policiais e soldados do Exército. Imposto. O ministro da Economia, Dionisio Borda, aproveitou a comoção provocada pelo atentado para defender um projeto de lei sobre o imposto de renda que tramita no Congresso desde 2003. Segundo ele, "os parlamentares devem aprovar o projeto pelo qual o fisco arrecadaria entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões anuais para sustentar os planos de segurança pública". Borda estimou que, com a demora do Congresso em aprovar o projeto, "o fisco já deixou de arrecadar pelo menos US$ 180 milhões em seis anos". / COM AP E EFE Fluxo de refugiados brasiguaios aumenta tensão na fronteira Expulsos por bandos armados, agricultores acampam em cidades do MS, que podem decretar estado de emergência Denise Chrispim Marin CAMPO GRANDE - Dezenas de famílias de fazendeiros brasiguaios estão sendo expulsas do Paraguai e voltando para o Brasil apenas com a roupa do corpo. A denúncia foi feita ontem pela prefeita de Naviraí (MS), Sandra Cassone (PT). De acordo com ela, as margens da rodovia BR-163 foram transformadas em uma cidade de lona plástica. Com o fluxo repentino de cerca de 1.600 pessoas do país vizinho na última semana, já são 3 mil famílias acampadas na região. "Terei de decretar estado de emergência" disse Sandra. Segundo ela, o município não tem condição de atender tamanho contingente de "flagelados" da crise paraguaia. São pessoas famintas e doentes, que recebem apoio apenas dos trabalhadores sem-terra, acampados nas proximidades das cidades de Naviraí e Itaquiraí, para armar barracas e se acomodarem. Ao longo dos anos, muitos brasileiros constituíram lavouras, rebanhos de gado bovinos e até criação de peixes do lado paraguaio, mas estão sendo expulsos por "bandos de homens armados". "Quando eles chegam, não existe apelação. É sair da terra e ir embora", explicou um dos acampados, pelo celular do acampamento. O problema do fluxo de refugiados se agravou nos últimos dez dias em razão da pressão que os brasiguaios vêm sofrendo no Paraguai para desocuparem as lavouras. O aumento inesperado de pessoas acampadas tem causado sérios problemas para os moradores das cidades do lado brasileiro da fronteira. Os acampados também sofrem, principalmente por causa da segurança, já que a maioria vive à beira da estrada. "Todos os dias, pelo menos uma pessoa é atropelada no local. O tráfego de cargas é intenso e, geralmente, as carretas não têm frenagem rápida. Só este mês, aqui na BR-163, contamos 30 ocorrências desse tipo", afirmou um dos líderes do acampamento, que se identificou apenas como Edeval. Protestos. Os atropelamentos motivaram alguns protestos e membros do MST chegaram a fechar a BR-163, reivindicando a instalação de redutores de velocidade em frente ao local onde funciona uma escola e a coordenação do acampamento. A maioria dos agricultores acampados reclama da ausência de um esquema de distribuição de cestas básicas, que antes era feito pelo Estado. A distribuição foi interrompida por decisão do governo estadual. Edeval explicou que muitas crianças e adultos no acampamento estão precisando de tratamento médico em caráter de urgência, já que não estão sendo atendidas pelas prefeituras da região. / J.N.O. Lula só anuncia medidas após falar com Lugo O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou ontem que se encontrará na próxima segunda-feira com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, para discutir medidas de combate ao crime organizado na região de fronteira. Em entrevista no Itamaraty, onde almoçou com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Lula disse que já analisa documentos secretos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a questão. Na conversa com os jornalistas, Lula repudiou o atentado sofrido na segunda-feira pelo senador paraguaio Robert Acevedo, que teria participação de brasileiros. O presidente brasileiro disse que planeja medidas conjuntas com o governo paraguaio para conter a violência na região de fronteira. "Acho uma insanidade uma pessoa achar que usando a violência, atirando em um senador e matando segurança, plantará uma cultura de medo nos Estados paraguaio e brasileiro", disse. Lula foi questionado sobre a possível revisão de refúgio concedido pelo Brasil a paraguaios de organizações que estariam por trás do atentado. Também foi questionado sobre papéis que mostram que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército do Povo Paraguaio (EPP) teriam escondido no Brasil dinheiro obtido em sequestros no país vizinho, conforme o Estado publicou ontem. Lula respondeu que não poderia se aprofundar no assunto antes de conversar com Lugo. O presidente brasileiro respondeu que, no encontro com o colega paraguaio, pretende anunciar medidas comuns para combater a criminalidade. "Eu pretendo na segunda-feira conversar muito seriamente com o companheiro Lugo sobre o que está ocorrendo na fronteira", disse. Ele ainda evitou comentar sobre o pedido de extradição de três paraguaios acusados de vínculos com o EPP. Jornais dos Países Membros do Mercosul Argentina "Clarin" Sección: El Pais Cristina, con Mujica: no hubo disculpa uruguaya por la pastera Lo confirmaron fuentes del Gobierno. "Disculpas se piden a los novios", había dicho horas antes el presidente uruguayo. Según el canciller oriental, en la reunión se habló del corte en Gualeguaychú. Habrá otro encuentro a finales de mayo.Por: Natasha Niebieskikwiat Cristina Kirchner y José Mujica volvieron a reunirse ayer sin poder avanzar sobre la cuestión de los cortes fronterizos en Gualeguaychú, cuestión que el presidente del Uruguay llevó ayer al encuentro en Olivos, como confirmó horas más tarde el canciller de ese país, Luis Almagro. "Es imposible que un uruguayo y un argentino, tengan la condición que tengan, se junten a hablar y no aborden el tema del corte de los puentes", señaló. Fuentes del gobierno argentino dijeron en cambio que el tema del corte no estuvo presente en esa mesa de diálogo. Como tampoco hubo, siempre según esas fuentes, un pedido de disculpas de Mujica por haber violado su país el Tratado del río Uruguay, según el fallo de la Corte de la Haya conocido la semana pasada. De hecho, ayer al mediodía Mujica había marcado la cancha en Montevideo al afirmar que "disculpas se las piden los novios", después de que se conociera esa pretensión argentina. Ese deseo, como anticipó este diario, molestó bastante a Montevideo porque la Rosada lo hizo trascender a sólo horas de la visita del presidente uruguayo. Mujica también anticipó que "no" tenía "expectativas desaforadas", sobre la reunión con su colega argentina. El corte del paso internacional entre los dos países es el nudo que aún se arrastra en el largo conflicto pastero. En su encuentro, los mandatarios hablaron además de cuestiones bilaterales pendientes (dragados, gas, puertos), de voluntad política para emprender una nueva etapa , pero también de respeto a las reglas y de lo larga, dolorosa y costosa que ha sido y sigue siendo esta histórica controversia. "Hoy estamos en el comienzo de un proceso de reencauzamiento definitivo de lo que nunca debió haber dejado de ser la relación" entre los dos países, empezó diciendo ayer Cristina en la rueda de prensa conjunta sin preguntas que se ofreció en Olivos. Durante su encuentro de una hora en la residencia presidencial, ambos acordaron otra cita bilateral en Uruguay para fines de mayo. Será la quinta desde el triunfo del ex tupamaro, a fines de 2009, y el primer encuentro binacional de alto nivel desde 2005. De este encuentro de ayer, más tenso que otros, aunque cordial según sus testigos (por la parte argentina estuvieron el jefe de Gabinete Anibal Fernández, el canciller Jorge Taiana y el secretario de la Presidencia, Oscar Parrilli), Mujica se fue de aquí sin pedir las disculpas que esperaba el Gobierno por la violación del Tratado que dictaminó la Corte, de La Haya. Horas después, Cristina se dio el gusto de manera directa pero elíptica de recordar que La Haya fustigó a Uruguay por violar el Estatuto binacional de 1975. Lo dijo varias veces. Como cuando recordó su compromiso con Mujica de acatar el fallo, porque -advirtió- "habernos apartado del tratado definitivamente fue lo que motivó el conflicto y esto no fue bueno y por lo tanto es lo que debemos, bajo todo punto de vista, volver a evitar". Ayer ambos acordaron reactivar y mejorar la comisión que administra el uso y la navegación del Río Uruguay (CARU), según el Estatuto. En la declaración, ni Mujica ni Cristina mencionaron los cortes de ruta, que irritan a Montevideo. Las fuentes en Buenos Aires aseguraban anoche que tampoco lo hablaron a solas. En cambio, ya arribado con Mujica a Montevideo, el canciller Almagro apuntó que los cortes "sí" estuvieron en el diálogo entre los presidentes. "Uruguay le va a pedir Argentina lo que Argentina esté en condiciones de cumplir cuando esté en condiciones de cumplir", dijo Almagro algo críptico ante la pregunta de si su presidente le había reclamado a Cristina el levantamiento del bloqueo. "Este es uno de los puntos prioritarios y para nosotros, su solución, tan pronto como sea posible, es esencial", insistió. Ayer, al informar detalles de la reunión presidencial, Montevideo y Buenos Aires coincidieron en remarcar que no hubo referencias a la candidatura de Néstor Kirchner a la secretaría general de Unasur, que debería debatirse este martes 4 durante la cumbre de jefes de Estado del organismo en Argentina. Mujica se ha pronunciado a favor de la misma, contrariamente al veto que impuso su antecesor Tabaré Vázquez, cuando su conflicto con Kirchner por las pasteras ardía. Sección: Política Acuerdo con Uruguay, pero sin avances sobre el corte Habrá un monitoreo conjunto de Botnia; sugestivo silencio sobre el conflicto en Gualeguaychú Lucas Colonna LA NACION Cristina Kirchner y José Mujica intentaron ayer terminar con más de cinco años de desgaste en la relación entre la Argentina y Uruguay con un compromiso y una sugestiva omisión. Los presidentes acordaron comenzar un plan de vigilancia ambiental conjunto en las aguas del río Uruguay para auditar el funcionamiento de Botnia, pero eludieron, deliberadamente, hablar en público sobre el corte de la ruta internacional 136 por parte de los asambleístas de Gualeguaychú. Tal reserva, trascendió, se debió a la falta de avances en el intento de que termine el bloqueo al puente General San Martín. Ese fue el resultado del primer encuentro presidencial después del fallo de la Corte Internacional de La Haya, que se conoció hace una semana. Los mandatarios se reunieron durante una hora en la residencia de Olivos y manifestaron públicamente la voluntad política de superar los roces mediante un acatamiento de la sentencia del tribunal internacional con sede en Holanda. "Hoy estamos en el comienzo de un proceso que yo definiría de reencauzamiento definitivo de lo que nunca debió pasar en la relación entre la Argentina y Uruguay", dijo Cristina Kirchner en una declaración ante la prensa al término del encuentro, en la que no se permitieron preguntas. "Mi pequeño país no se hace viable en conflicto con la Argentina", sintetizó Mujica, para demostrar la voluntad de promover un salto de calidad en el vínculo. El cónclave se prolongó durante una hora y transcurrió en un clima que tanto fuentes uruguayas como argentinas calificaron ante LA NACION de "ameno" y "prometedor". Kirchner, el gran beneficiado Carlos Pagni LA NACION José Mujica regresó ayer a Montevideo convencido de que con su visita a Buenos Aires se inició la reconstrucción del vínculo entre Uruguay y la Argentina. Habló con Cristina Kirchner de la conveniencia de ampliar la agenda bilateral: avanzar con el observatorio ambiental, dragar el canal Martín García y, especialmente, discutir sobre el precio del peaje que cobra la Argentina por el tráfico de gas desde Bolivia a Montevideo. Son todos asuntos cruciales para Mujica, que en Olivos insistió sobre la gravedad del bloqueo al puente compartido, pero se abstuvo de presionar para su liberación. Mucho menos habló de plazos. El encuentro de ayer fue protocolar y estuvo conducido por los dos presidentes. Aníbal Fernández tuvo sólo una intervención intrascendente. Los hablaron del fortalecimiento de la Comisión Administradora del Río Uruguay, organismo encargado de aletargar la tensión política. La actitud comprensiva de Mujica deriva del fallo en el cual la Corte Internacional de La Haya dictaminó que Uruguay había violado el Estatuto del Río Uruguay de 1975 al autorizar la instalación de las pasteras sin consultar al otro Estado ribereño. Para un país que a lo largo de su historia fue muy escrupuloso con el derecho internacional, esa sentencia fue un baldón. "Es un episodio que no nos sale gratis: en muchas negociaciones nos recordarán, en el futuro, que violamos una norma" se lamenta un importante funcionario de la cancillería oriental. Pero, además, el fallo entrañó otro inconveniente: probada la transgresión, los jueces no establecieron sanción alguna. Ni siquiera fijaron una multa. La indulgencia de La Haya reanimó la ira de Gualeguaychú. Cristina Kirchner teme al fantasma de la violencia, y tiene razón. Si el domingo pasado los manifestantes entrerrianos no se trenzaron con los de Fray Bentos -unas 500 familias afectadas en sus economías por el corte- fue por la habilidad de la Prefectura para separar a ambas columnas. Además de obligarlo a reprimir -y, ya se sabe, no hay represión "progre"-, Gualeguaychú puede darle al Gobierno un disgusto electoral. El gran torneo del año próximo comenzará en marzo, con elecciones provinciales en Entre Ríos y Catamarca. Por ahora la efervescencia de los ambientalistas está encapsulada. Pero el kirchnerismo, representado por el gobernador Sergio Urribarri, podría enfrentar más dificultades si el clima de enojo se extiende por la provincia. Allí el PJ viene de perder los comicios ante la UCR, y sigue disperso. Los kirchneristas de Urribarri están enfrentados con los ex kirchneristas de Jorge Busti y los antikirchneristas de Héctor Maya, ahora aliados al Pro de Mauricio Macri. Mujica sabe que los Kirchner no tienen solución para ofrecer a los uruguayos porque tampoco la tienen para los que protestan en Gualeguaychú, más que la promesa de brumosas inversiones. El único factor que hoy podría debilitar a la asamblea es el activismo de otros vecinos angustiados por la caída del comercio, que es del 44%. Esta limitación aconsejó a Mujica, desoyendo las presiones de su propio partido, no acorralar a los Kirchner con exigencias inmediatas. A un hombre con sus antecedentes no hay que explicarle la psicología de quienes ponen al poder entre la espada y la pared movilizando sentimientos populares. "Lo peor que se podría hacer es condicionar nuestra política al comportamiento de una asamblea de vecinos; en ese caso el poder se lo estaríamos dando nosotros" explican diplomáticos orientales. En Montevideo pretenden desligar las decisiones de la cancillería de la Asamblea de Gualeguaychú. "No se puede negociar a cambio del levantamiento del corte, porque la protesta puede reponerse con que sólo aparezca un pescado muerto" razonan allí. La vocación de Mujica por diferenciarse de su antecesor y rival, Tabaré Vázquez, no necesita ser señalada. Néstor Kirchner es el principal beneficiario de este enfoque y del pasable sentimiento de culpa oriental por la transgresión del tratado. Cuando el 4 de mayo se reúnan, en Los Cardales, los presidentes de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), Mujica votará por Kirchner como secretario general de esa liga. Removido el veto oriental, Kirchner conseguirá la plataforma desde la cual piensa llevar adelante su campaña presidencial hacia 2011. Curioso beneficio con el que las relaciones internacionales premian a alguien que siempre las despreció: es inédito que un conjunto de países encomiende un organismo multilateral a un dirigente que está luchando por el poder en su propia tierra. Visita ecuatoriana Los diplomáticos uruguayos recibieron la semana pasada al canciller del Ecuador, Ricardo Patiño, quien realizó una gira regional para asegurarse de que su presidente, Rafael Correa, no volverá a ser desairado si postula a Kirchner. Patiño pasó después por Buenos Aires -tiene doble motivo: una hija suya estudia en Morón- e informó que el camino de Kirchner está despejado. De todos modos, el canciller oriental, Luis Almagro, advirtió: "Decidiremos el voto cuando Kirchner se postule". Mujica adelantó: "Sólo le pondríamos obstáculos a los golpistas". Pero, sensible a las presiones de su propio frente interno, prefiere conservar en la manga la carta de una postergación en la elección del secretario de la Unasur. Antes de llegar a Buenos Aires, Mujica preparó la agenda de la reunión, en Montevideo, con otro ex guerrillero, Rafael Follonier. Este canciller en las sombras de los Kirchner, hizo ayer una escala en esa ciudad; venía de Brasil. En esa entrevista se aclaró que la señora de Kirchner no esperaría a su colega con un pedido de disculpas. A Follonier se lo viene mencionando como eventual embajador en Uruguay. La especulación revela un dato increíble: la Argentina atraviesa esta crisis sin un representante al otro lado del Plata. En cambio Mujica incorporó a la reunión de ayer a Guillermo Pomi, quien pronto será su hombre en Buenos Aires. La Presidenta se empeña en recomponer vínculos que fueron arruinados por su esposo: primero con el Vaticano, después con la Casa Blanca, ahora con Uruguay. Pero nada modifica la indiferencia de Néstor Kirchner por el mundo externo. Ya se sabe que, contra lo que obligan los reglamentos, no se establecerá en Quito -la excusa es que Correa todavía está edificando la sede de la Unasur- sino que volverá a ocupar oficinas en Puerto Madero (¿las mismas que le alquilaba Cristóbal López?). Tanto desdén inspira las interpretaciones más mezquinas. En la asamblea de Gualeguaychú fantasean con que "los intereses ambientales fueron entregados a las pasteras a cambio de la inmunidad para Kirchner", como adujo ayer ante este diario uno de los ecologistas. Pero también allí se desconoce el ritual de la diplomacia. El ex presidente de Costa Rica Miguel Angel Rodríguez, fue elegido en 2004 secretario de la OEA. Al mes debió renunciar, acosado por las causas judiciales. La secretaría de la Unasur goza de fueros. Pero el caso de Rodríguez demuestra que a veces se producen climas de opinión que, como las aguas ácidas que temen los entrerrianos, terminan por corroer cualquier blindaje. La Cámara de Diputados aún no ratificó el tratado de la Unasur Sólo tiene aprobación del Senado; la oposición pone trabas a Kirchner Laura Serra LA NACION Una llamativa paradoja rodea la nominación de Néstor Kirchner a presidir la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur): el país aún no es socio formal de ese bloque regional, ya que el Congreso aún no convirtió en ley el tratado constitutivo que los países integrantes suscribieron en mayo de 2008. "Kirchner pretende ser presidente de un club del cual todavía no es socio", graficaba ayer, no sin cierta ironía, un encumbrado diputado opositor que sigue al detalle los vaivenes diplomáticos domésticos. En efecto, según pudo comprobar La Nacion, en septiembre de 2008 el Gobierno envió al Congreso el tratado de constitución de la Unasur para su ratificación parlamentaria, trámite formal que se exige para que efectivamente nuestro país sea miembro de ese bloque regional. Tres meses después, el 17 de diciembre de ese año, el Senado le dio media sanción y lo giró a la Cámara de Diputados. Sin embargo, este cuerpo aún no se expidió, por lo tanto el tratado todavía no es ley. Lo sugestivo es que la demora lleva un año y medio y pudo haberse aprobado sin mayores dificultades, pues los diputados oficialistas no sólo dominaban numéricamente la Comisión de Relaciones Exteriores ?que era presidida por un hombre incondicional del Gobierno, el sanjuanino Ruperto Godoy?, sino también la Cámara de Diputados. Ahora la situación cambió rotundamente en el Congreso: la oposición domina la Comisión de Relaciones Exteriores y, también, el quórum en el recinto de la Cámara baja. La Unasur es un bloque integrado por Bolivia, Brasil, Colombia, Chile, Ecuador, Guyana, Paraguay, Perú, Surinam, Uruguay, Venezuela y la Argentina. Para presidir este organismo, Kirchner debe contar con el apoyo unánime de los mandatarios de esos países, apoyo que no obtuvo en 2008 debido a la reticencia del ex presidente uruguayo Tabaré Vázquez por el conflicto por las papeleras y el corte de ruta en Gualeguaychú. Sin embargo, la llegada de José Mujica al gobierno uruguayo y la promesa de apoyar la candidatura de Kirchner auguran la posibilidad de que el ex presidente sea elegido presidente de ese bloque el martes próximo, en Buenos Aires. Por esa razón, en las últimas semanas se murmuraba que Kirchner abandonaría la Cámara baja para ocupar sus nuevas funciones diplomáticas y que para ello renunciaría a su banca o bien pediría una licencia. La Coalición Cívica está decidida a entorpecer su camino. Los diputados Patricia Bullrich y Fernando Iglesias presentaron en los últimos días un proyecto de declaración para expresar el rechazo a que Kirchner presida la Unasur. "En 2004, siendo presidente de la Nación, rechazó la conformación del bloque, demostrando desinterés por la integración regional", fundamentaron los legisladores. El tema será debatido el miércoles próximo, en la Comisión de Relaciones Exteriores, que preside Alfredo Atanasof (Peronismo Federal). Paraguay "ABC" Editorial El Tratado de Itaipú, la mayor traición a la patria El Tratado de Itaipú se tramitó en total secreto. Su texto solo fue conocido en nuestro país después de haber sido firmado en Brasilia el 26 de abril de 1973. Este diario, sin embargo, un día antes advirtió editorialmente que "la alta responsabilidad que está próximo a asumir el Poder Ejecutivo" fuera, "quizá, la mayor de la historia nacional". El Tratado de Itaipú no contempló disposiciones del Acta de Foz de Yguazú, del 22 de junio de 1966, que le sirvió de base, y que reconocía el "derecho de preferencia" para adquirir la energía que uno de los condóminos no utilizara para su propia necesidad, y que tal adquisición se haría "a precio justo". El Tratado, en cambio, dispuso que cada uno de los dos países (de hecho, solo el Brasil) tenía el "derecho de adquisición" de la energía no utilizada por el otro país (de hecho, solo el Paraguay), lo que extorsivamente nos obliga a venderle SOLO al Brasil. El solo hecho de no admitir que el Paraguay pueda vender a otros países su parte de energía, sino solamente al Brasil, ya es suficiente. Una nación tiene el derecho de vender un bien suyo a quien le resulte más conveniente. Negarle ese derecho elemental ya es violatorio de su soberanía. El Tratado de Itaipú se tramitó en total secreto. Su texto solo fue conocido en nuestro país después de haber sido firmado en Brasilia el 26 de abril de 1973 por los ministros de Relaciones Exteriores de Paraguay y Brasil, Raúl Sapena Pastor y Mario Gibson Barboza, respectivamente. Este diario, sin embargo, un día antes de su celebración, advirtió editorialmente que "La alta responsabilidad que está próximo a asumir el Poder Ejecutivo" fuera, "quizá, la mayor de la historia nacional". Hoy en día está claro que la responsabilidad en cuestión no fue asumida por el presidente de la República de aquella época, el Gral. Alfredo Stroessner, ni tampoco por los negociadores paraguayos del Tratado, los Sres. Raúl Sapena Pastor, Enzo Debernardi, Carlos Augusto Saldívar, Alberto Nogués y Ezequiel González Alsina. El Dr. Raúl Sapena Pastor, ministro de Relaciones Exteriores de la época, hasta olvidó lo que él mismo había pactado con el canciller brasileño Juracy Magalhaes por Acta de Foz de Yguazú del 22 de junio de 1966. El Tratado de Itaipú fue tramitado, pues, en el más absoluto secreto. Lo que estaba en juego en tal Tratado era de la más extrema importancia para la Nación, y era propio que esta fuera enterada por lo menos de las líneas principales del mismo. No lo fue, se negoció en secreto. Para más, lo acordado en el Acta de Foz de Yguazú fue casi totalmente dejado de lado en el Tratado. Aquella declaraba que los recursos hidroeléctricos del río Paraná eran "pertenecientes en condominio a los dos países" y que la energía eléctrica que eventualmente se generara "sería dividida en partes iguales entre los dos países". Estos dos principios fueron repetidos por el Tratado en sus arts. I y XIII, pero en él quedaron en el olvido dos puntos fundamentales para los intereses del Paraguay con justicia enunciados en el Acta de Foz de Yguazú: que los dos países tendrían "derecho de preferencia" para adquirir la energía que se generara y que uno de los condóminos no utilizara para su propia necesidad, y que tal adquisición se haría "a justo precio". Sin embargo, y contra toda lógica, en vez del "derecho de preferencia", que finalmente significa reconocer el derecho de cada uno de los dos países a vender su porción de energía no necesaria para su propia utilización al país que le ofrezca un mejor precio, el Tratado estableció que cada uno de los dos países (de hecho solo el Brasil) tiene "el derecho de adquisición... de la energía que no sea utilizada por el otro país (de hecho solamente el Paraguay) para su propio consumo", lo que extorsivamente nos obliga a venderle SOLO al Brasil. Por lo demás, la fijación del precio de venta –arteramente reemplazado por el término "cesión", en el Tratado– de la energía paraguaya, nunca fue ni es "justo" como lo pretendió el Acta de Foz de Yguazú. El año pasado el presidente Lugo logró que el presidente del Brasil, Luiz Lula da Silva, le mejorara un poco el precio de la "cesión" de energía paraguaya, pero el documento del acuerdo respectivo no ha sido aún considerado por el Congreso brasileño. Puede seguirse largo rato señalando los aspectos injustos para Paraguay del Tratado de Itaipú, pero la enunciación anterior ya basta para que se pueda dar por supuesto que el Tratado tramitado en absoluto secreto y con la mayor mala fe por parte del Brasil, constituyó una traición del gobierno que lo celebró: el del dictador Alfredo Stroessner. El solo hecho de no admitir que el Paraguay pueda vender a otros países su parte de energía, sino solamente al Brasil, ya es más que suficiente. Una nación tiene el derecho de vender un bien suyo a quien le resulte más conveniente. Negarle ese derecho elemental ya es violatorio de su soberanía. Por eso toda la ciudadanía vio con muy buenos ojos la promesa electoral del presidente Fernando Lugo de "recuperar la soberanía hidroeléctrica" de nuestro país en las binacionales, promesa que a esta altura se ha cambiado por "migajas", un término con el que Lugo calificó similar negociación realizada en su momento con el Brasil por el gobierno colorado de su antecesor, Nicanor Duarte Frutos. El gobierno del "cambio" ha olvidado por completo la exigencia de renegociar el Tratado de Itaipú y el reclamo de la libre disponibilidad de la energía que legítimamente le corresponde a nuestro país. Así, Lugo va camino de la misma traición que les reprochaba a los antipatriotas gobiernos colorados. Sección: Política En Mercosur urge una real integración En el Mercosur debe darse un proceso real de integración si en verdad existe el deseo de disminuir las asimetrías entre los países miembros, indicó ayer el ex parlamentario argentino Carlos Cúster, durante su disertación en el foro internacional "Educación, trabajo y DD.HH.". Cúster, quien fue además embajador argentino en el Vaticano, comenzó su disertación con un homenaje al principal organizador del foro que concluyó ayer. "El Prof. Luis A. Resck no solo es la reserva moral de Paraguay que ya es muy importante, sino es la reserva moral de toda América Latina. Es conocido y respetado en muchísimos países de nuestro continente. Yo estoy muy agradecido que mi gobierno lo haya condecorado con una de las más altas distinciones", afirmó. Posteriormente, se refirió al Convenio 102 de la Organización Internacional del Trabajo (OIT)."Estamos en la lucha de la ratificación de este documento que se refiere a las normas fundamentales de la seguridad social. Ya lo ratificó el Parlamento de Brasil, el de Uruguay y Argentina. Solo falta la ratificación de Paraguay", lamentó Cúster, quien pidió insistir sobre el tema con los legisladores paraguayos. Agregó que una vez que el convenio sea aprobado también por el Congreso paraguayo, "se deberá adecuar a toda la legislación de cada uno de nuestros países al menos en cuestiones fundamentales de la seguridad social. Esto significará que todo el mundo tendrá derecho a la pensión y jubilación, más allá de los problemas administrativos, sobre todo de los países donde hay muchos emigrantes por razones políticas o económicas", explicó. En cuanto a la simetría que existe entre los países del Mercosur, Cúster indicó que se requiere que los socios más grandes de este bloque económico hagan un esfuerzo grande para invertir en proyectos de desarrollo en los países menores, así como se hizo en Europa."Es una cuestión mínima de solidaridad política. Si en realidad se quiere crecer en conjunto se tiene que tratar de cerrar las asimetrías, de lo contrario solo unos cuantos crecerán y los más chicos irán hacia abajo, y eso no le conviene a nadie", aseguró. La conferencia de Cúster se denominó "Los DD.HH. y las normas internacionales en el mundo del trabajo" y fue la principal presentación en la última jornada del foro que comenzó el martes. El encuentro fue organizado por la Comisión de Derechos Humanos (Conadeh), la Federación Latinoamericana de Trabajadores de la Educación y la Cultura (Flatec) y de la Unión Nacional de Educadores (UNE). Sección: Internacionales Brasil y Venezuela desean concretar el Consejo de Defensa de la Unasur BRASILIA (ANSA). El presidente brasileño, Luiz Lula da Silva, y su colega venezolano, Hugo Chávez, coincidieron ayer en su intención de fortalecer la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), "institucionalizando" el organismo y el Consejo de Defensa sudamericano, y afirmaron que esperan que el grupo elija a su secretario general en la cumbre del 4 de mayo, en Argentina. Para Chávez, lo central es "acelerar" el proceso de construcción del foro sudamericano. "Llegó la hora de institucionalizar a Unasur, al Consejo de Defensa" sudamericano, observó Chávez. Los mandatarios se reunieron en el Palacio Itamaraty, sede de la Cancillería en Brasilia, donde fueron firmados acuerdos sobre energía, industria, comercio e infraestructura. "Unasur es una institución consolidada, muchas veces le exigimos mucho y olvidamos que la Unión Europea tardó 50 años" en lograr su madurez institucional, dijo Lula da Silva. Lula dedicó parte importante de su alocución a los temas regionales y al proceso de integración, que desembocó en la constitución de la Unión de Naciones Suramericanas."Algunos no creían en el Mercosur, querían el ALCA (Area de Libre Comercio para las Américas) y no creían en Unasur", recordó Lula, y subrayó el respaldo que recibió de Chávez en la lucha por alcanzar acuerdos entre los países suramericanos. La próxima reunión de Unasur, el 4 de mayo en Buenos Aires, fue uno de los temas abordados por Lula y Chávez, durante la reunión reservada que mantuvieron por cerca de una hora y media. "Pensamos algunas cosas sobre Unasur, seguramente de allí va a salir el nuevo secretario general" del foro, declaró Chávez al referirse a la reunión en Buenos Aires. Si bien Lula y Chávez expresaron tiempo atrás disposición a respaldar la candidatura del ex presidente argentino Néstor Kirchner a la secretaría de Unasur, ayer no mencionaron ningún nombre en particular. Durante la reunión se firmaron acuerdos entre las petroleras Petrobras, brasileña, y PDVSA, venezolana, la empresa constructora Odebrecht y el Ministerio de Vivienda venezolano, entre otros. El presidente anfitrión reconoció que su país mantiene un superávit comercial alto ante Venezuela y expresó intención de cambiar esa situación. "Vamos a trabajar para tener un equilibrio en la balanza comercial y a eso va a contribuir la conclusión de la refinería Abreu e Lima, pues Brasil comprará petróleo venezolano", explicó. La refinería, en el estado nordestino de Pernambuco, es producto de una asociación entre PDVSA y Petrobras, por un costo cercano a los 4.000 millones de dólares. "Las relaciones Brasil-Venezuela son irreversibles, llegaron a un punto de no retorno, independientemente de lo que ocurra en las elecciones de octubre en Brasil" manifestó Chávez. "La Nación" Sección: Política A "Lula" preocupa la inseguridad fronteriza Sostuvo que el lunes hablará con Lugo para lanzar un paquete de medidas para proteger las fronteras. Brasilia. AFP.- El presidente brasileño Luiz Inácio "Lula" da Silva dijo este miércoles que junto a su par paraguayo Fernando Lugo, lanzará el lunes un paquete de medidas para proteger la frontera entre sus países, tras el ataque contra un senador paraguayo (Roberto Acevedo) en el que fueron implicados dos brasileños. "Anunciaremos medidas comunes el lunes", dijo Lula. El anuncio se hará al término de una reunión que ya estaba prevista entre Lula y Lugo, el próximo lunes en la ciudad brasileña de Ponta Porá, justamente en esa área de frontera. "Pretendo el lunes conversar muy seriamente (con Lugo) de lo que está ocurriendo en la frontera de Brasil y Paraguay" y definir "lo que necesitamos hacer conjuntamente para que tengamos paz" allí, dijo "Lula" en una rueda de prensa en Brasilia. "Lula" tachó de "locura" el ataque a balazos ocurrido esta semana en Pedro Juan Caballero (frontera con Brasil y 550 Km al noreste de Asunción) contra un senador oficialista paraguayo, en el que murieron dos guardaespaldas. El ataque fue atribuido por el senador a narcotraficantes paraguayos asociados con brasileños, aparentemente integrantes de una gran banda criminal de SaN PaBlo. Además, el domingo Paraguay implantó un estado de excepción a raíz del asesinato de cuatro policías hace una semana, adjudicado a un denominado ‘Ejército del Pueblo Paraguayo’ (EPP), que las autoridades relacionan con la guerrilla colombiana marxista FARC. Uruguay "El Pais" Sección: Política Nacional Mujica-Cristina: Argentina quiere levantar corte, Uruguay no apura. Relanzamiento bilateral. José Mujica dijo que los presidentes no son magos. Respeto al fallo y jerarquización de la CARU. Voto a Kirchner en Unasur no estuvo en la mesa, pero Uruguay lo daría. Un borrador que adelanta felicitación por nombramiento E. DELGADO / I. QUARTINO Los presidentes José Mujica y Cristina Fernández coincidieron en que es prioritario levantar el bloqueo del puente San Martín, pero no se fijó un plazo para ello. Argentina da como un hecho el voto uruguayo a Kirchner para conducir la Unasur. El tema central del encuentro entre los presidentes de Uruguay y Argentina de ayer miércoles fue el fallo de la Corte Internacional de La Haya y las consecuencias de esa decisión para ambos países. Mujica reiteró la propuesta que hizo Tabaré Vázquez años atrás, de un monitoreo conjunto del río Uruguay que incluya la vigilancia de las condiciones ambientales de la planta de UPM (ex Botnia). Fernández aceptó esta vez la oferta y acordaron que sea la Comisión Administradora del Río Uruguay (CARU) quien encare estos controles. Para ello, se comprometieron a dotar a ese organismo binacional de recursos presupuestales y técnicos. El tema del corte de ruta en territorio argentino que impide el acceso al puente San Martín fue analizado por los mandatarios y sus cancilleres Luis Almagro y Jorge Taiana. Se barajaron salidas posibles, las que para el gobierno argentino pasan por "ir desactivando los fundamentos" de los asambleístas de Gualeguaychú, informaron a El País fuentes diplomáticas de ambos países. En conferencia de prensa, Almagro dijo sobre el corte que Uruguay pedirá a la Argentina "lo que esa nación esté en condiciones de cumplir y pueda realizar". Afirmó además que el levantamiento del bloqueo "es uno de los puntos prioritarios" para Uruguay, así como "su solución, tan pronto como sea posible". Admitió que el tema es "prioritario" también para Argentina. Almagro dijo que no se habló de plazos y que se apuesta a "un proceso con distintas etapas", cuyos tiempos y marco de referencia "se manejarán en un contexto determinado que han fijado los presidentes", del que prefirió no dar detalles "que podrían perjudicar la solución al problema. Son varias las posibilidades para terminar con el corte que baraja en el gobierno argentino. El monitoreo conjunto es considerada una medida fundamental y por eso los presidentes hicieron hincapié en él ayer. A esto se pueden sumar otras medidas, entre ellas la que toma más fuerza es que una decisión judicial argentina ordene el levantamiento del piquete, como ocurrió en el corte del puente Paysandú-Colón. Incluso, el gobierno del vecino país ha manejado como posibilidad una consulta popular no vinculante, similar a la implementada por Raúl Alfonsín en 1984, que plebiscitó una propuesta del Vaticano para terminar con el conflicto limítrofe con Chile por el canal de Beagle. Química. En la reunión de la pasada jornada se reiteró la "muy buena química" entre los presidentes, expresaron las fuentes. Los mandatarios acordaron que el próximo encuentro bilateral será en los primeros días de junio en la estancia presidencial de Anchorena. Mujica y Fernández se verán previamente el 4 de mayo en Buenos Aires, en la reunión de presidentes de la Unasur, en la que la posición que asuma Uruguay puede ser determinante para el futuro de las relaciones entre los dos países si se define en la ocasión la secretaría general del organismo (ver nota en esta página). Mujica arribó ayer sobre las 16 horas a la Quinta de Olivos en helicóptero, acompañado por Almagro, mientras que en la residencia se sumó el embajador en Argentina, Guillermo Pomi, para conformar la delegación uruguaya que se reunió por el margen de una hora con la presidenta, el jefe de gabinete Aníbal Fernández y Taiana. Tras el encuentro, los presidentes hicieron declaraciones a los periodistas presentes y no aceptaron preguntas. Fernández y Mujica llamaron a aprender la "lección de historia" que dejó el conflicto que ya lleva "seis o siete años", como indicó el mandatario uruguayo, que también pidió paciencia ante la resolución del mismo: "Los presidentes no somos Mandrake y es un proceso que consta de etapas sucesivas, basado en la confianza de ambos países". Los mandatarios confirmaron que ambos países respetarán y acatarán el fallo de La Haya y destacaron la importancia que tendrá la CARU para llevar adelante los controles ambientales del citado río. Además, Fernández confirmó el encuentro en la estancia de Anchorena fijado para principios de junio, con el objetivo de avanzar con las relaciones bilaterales: "Nos vamos a reunir en Anchorena porque, por ahora, Olivos gana 2 a 0", dijo la presidenta al anunciar el nuevo encuentro. En esa instancia, ambos gobiernos tratarán temas vinculados a política energética y comercio (como el paso del gas proveniente de Bolivia) y así "reencauzar" las relaciones entre ambos países, como repitió la presidenta argentina. En esa fecha, ya estará sobre la mesa el voto uruguayo en Unasur Al cierre de esta edición, la asamblea de arroyo Verde analizaba el encuentro presidencial y si convoca una asamblea ampliada para definir los pasos a seguir. El gobierno argentino mantuvo contactos con políticos entrerrianos, entre ellos el gobernador Sergio Urribarri, buscando caminos para terminar con el corte. Ecuador mandó texto por Kirchner El gobierno uruguayo fue informado desde su embajada en Quito (Ecuador) de un texto tentativo de declaración para la reunión de cancilleres y presidentes de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), que se realizará la próxima semana en Buenos Aires. Si bien no hay candidatos oficializados, el texto felicita al gobierno y el pueblo argentino, con lo que es claro que refiere al ex presidente Néstor Kirchner. Para el gobierno es claro que en la Casa Rosada dan como un hecho que Uruguay votará a Kirchner, aunque el tema no fue mencionado en el encuentro de ayer. Las autoridades también consideran que Fernández aguardará a que se haga pública la posición uruguaya sobre la candidatura de Kirchner previo a tomar medidas de peso para el levantamiento del corte y otros temas de la relación con Uruguay, como el dragado del canal Martín García. El lunes próximo se reunirán los cancilleres de los países de Unasur y allí es muy probable que se oficialice la candidatura de Kirchner, tras lo cual los ministros -incluido Almagro- tendrán que expresar la posición de cada país. El martes, los presidentes oficializarán lo resuelto. El presidente brasileño, Luiz Lula da Silva, y su colega venezolano, Hugo Chávez, se reunieron ayer y coincidieron ayer en fortalecer la Unasur. "Pensamos algunas cosas sobre Unasur, seguramente de allí va a salir el nuevo secretario general", declaró Chávez al referirse a la reunión en Buenos Aires. Lula y Chávez expresaron tiempo atrás disposición a respaldar la candidatura de Kirchner, pero ayer no mencionaron ningún nombre en particular. Lacalle propone un Programa Integral con Brasil. Acuerdo trinacional para realizar obras en el río Uruguay El senador y ex presidente Luis Alberto Lacalle remitió ayer un planteo escrito a la Presidencia de la República; al Ministerio de Relaciones Exteriores ; a la CARU y a las Intendencias de Artigas, Salto Paysandú, Río Negro, Soriano y Colonia proponiendo un Plan de Desarrollo Integral para el río Uruguay con la participación de Brasil. Consideró que se pueden obtener recursos financieros internacionales a través del Fonplata y planificar obras bajo estricto control ambiental. Destacó que el río binacional es "un verdadero tesoro" que debe explotarse "al máximo en todos los sentidos" por lo que se trata de una tarea a encarar que "es la solución final a tantos desencuentros regionales". Para Lacalle, además de Argentina y Uruguay, Brasil debe incorporarse a un Plan de Desarrollo Integral" del río Uruguay y, en consenso, transformar "esa vía de agua en un factor de progreso para Entre Ríos, Río Grande y nuestra patria". Consideró obras prioritarias el dragado que habilite los pasos de Vera y Almirón, y terminar la obra de la esclusa que ya está construida en la represa de Salto Grande para hacer posible el tránsito de barcazas más allá de Paso de los Libres, hasta el territorio del Brasil. Estimó que "la mejora de las instalaciones portuarias de todas las ciudades ribereñas, el turismo, y la pesca abren posibilidades enormes a los tres países Y que esto debe desarrollarse "con un muy estricto control ambiental". También considera que se debe repotenciar la represa de Salto Grande sustituyendo sus turbinas por otras más eficientes. "Las posibilidades de inversión en las dos riberas vendrán si los países muestran que realmente quieren aprovechar el potencial del río", señaló el líder nacionalista. Ex presidente Luis Alberto Lacalle "La Republica" Sección: Política 'Trabajar sin agredir el medio ambiente'. 'No somos Mandrake' Con hablar pausado y dando la sensación de que meditaba cada palabra, el presidente Mujica confesó que en "estos siete años de conflicto hemos tenido mucho dolor en ambas partes del río" aunque entiende que "del dolor aprendemos mucho más que de los tiempos de bonanza". Resaltó que el acatamiento del dictamen de La Haya "es hijo del interés más profundo de nuestras sociedades" y que por ellos es importante "resucitar y dotar a la CARU con tareas de vigilancia". Mujica entiende que los problemas medioambientales sin inevitables "porque el homo sapiens decidió consumir y necesita energía", aunque dio una bocanada de esperanza: "el hombre puede trabajar sin agredir sustantivamente el medio ambiente". Al igual que su colega argentina, Mujica sentenció que a partir de ahora se ha iniciado un proceso de reencauce en las relaciones, pero "los presidentes no son magos. Ni ella ni yo somos Mandrake", aclaró. Para ello pidió tiempo "(porque) necesitamos un proceso de etapas sucesivas donde nos vayamos ganando la confianza de nuestras sociedades; no la confianza entre los presidentes y de acumular experiencias, porque lo que hemos vivido en este conflicto no es una anécdota, sino una lección de historia. Mujica aludió en más de una oportunidad a las consecuencias que trajo aparejado el diferendo que ya se decretó superado. Casi en tono de confesión dijo que "mi pequeño país no se hace muy viable en conflictos con Argentina. Nuestra nacionalidad nos obliga a construir una amistad beneficiosa para las dos márgenes. Por eso vamos a respetar las reglas. Los caminos del conflicto tenemos que tratar de despejarlos y esto es una lección". "En nombre de mis compatriotas, un gigantesco abrazo y un compromiso" y terminó agradeciendo. "El Observador" Opinión Una cumbre muy privada. Es evidente que los presidentes Mujica y Cristina Kirchner trataron ayer en privado los puntos de conflicto entre Uruguay y Argentina con una profundidad y detalle mucho mayor que sus blandos anuncios públicos de conciliación. Es comprensible que el complejo tema candente de los piqueteros induzca prudencia en adelantar decisiones. Pero en una conferencia de prensa luego de su reunión de una hora en Buenos Aires, los dos mandatarios se limitaron a adelantar su propósito de restablecer una hermandad rioplatense que desde hace años está siendo poco fraterna. Mujica señaló que esa meta es "un proceso en etapas que va a llevar su tiempo", después de que la Corte Internacional de Justicia de La Haya le dio un poco de razón a cada país en sus reclamos contra el otro. Lo que con seguridad llevará más tiempo es terminar con el bloqueo del puente San Martín desde hace más de tres años. Los demás asuntos dependen de una voluntad política de ambos gobiernos, que Mujica aseguró que existe. Incluyen el dragado de los ríos, su navegabilidad y acuerdos sobre suministro de gas. Pero el intríngulis del bloqueo fronterizo es más complicado. El gobierno argentino, que al principio lo alentó y más tarde lo toleró, es renuente a desalojar por la fuerza a los piqueteros que, con el paso de los años, han convertido su ilegal violación a la libertad en una forma de vida y casi una profesión. Una posible salida pareció ser insinuada por José Pouler, uno de los dirigentes de los piquetes, cuando dijo que su gobierno tendrá que negociar con ellos si quieren que abandonen el bloqueo. Descartado el desmantelamiento de la ex Botnia, solo puede especularse sobre qué exigirían para marcharse a sus casas. Todo indica que, como señaló Mujica, habrá que esperar para saber qué rumbo toma el conflicto. Sección: Actualidad Voto a Kirchner es la clave para levantar el piquete. URUGUAY INTERPRETA QUE APOYAR AL EX PRESIDENTE EN LA UNASUR FACILITARÁ LOS ACUERDOS CON ARGENTINA Los presidentes Mujica y Fernández expresaron su voluntad política de solucionar el conflicto. Los mandatarios se comprometieron en Buenos Aires a acatar el fallo de La Haya POR HERNÁN REYES ESPECIAL DESDE BUENOS AIRES La primera reunión luego de la sentencia de La Haya entre los presidentes José Mujica y Cristina Fernández allanó el camino hacia el encauzamiento de las relaciones bilaterales. Quedó clara la voluntad de ambos mandatarios de buscar soluciones y dejar atrás el conflicto por Botnia. En el encuentro, Argentina se comprometió a "arreglar todas las diferencias con Uruguay incluido el corte del puente" según dijeron a El Observador fuentes oficiales. En el entorno de Mujica se interpreta que la contrapartida a esa actitud será votar a Néstor Kirchner a la Secretaría General de la Unasur. Esa es la llave que permitirá retomar la normalidad del relacionamiento. El próximo lunes en Buenos Aires se reunirán los 12 presidentes que integran la Unasur para elegir a su máxima autoridad. Mujica estará presente y según supo El Observador, Uruguay está dispuesto a votar a Kirchner. Pero esa elección no depende solo de ese voto, por lo que Argentina deberá estar pendiente también de lo que decidan Colombia y Perú, que en una primera instancia habían rechazado apoyar al ex mandatario argentino. Luego de esa votación de Uruguay, la administración de Fernández iniciará una etapa de negociación con los ambientalistas de Gualeguaychú en busca de terminar con el bloqueo al puente general San Martín. Las fuentes consultadas por El Observador indicaron que el objetivo es "desarticular los fundamentos" que llevaron a los activistas a cortar la ruta. Uruguay reconoce que es muy difícil la tarea a la que se comprometió Argentina y acepta que será un proceso "nada rápido". Ayer en la reunión en la residencia de Olivos, Argentina advirtió de la "necedad" de los activistas, confiaron las fuentes. En tanto el canciller Luis Almagro dijo anoche en conferencia de prensa que para Argentina, levantar el corte, también es "prioritario". Cumbre. La reunión de los presidentes comenzó puntualmente sobre las 16 horas. Mujica había llegado media hora antes en helicóptero, acompañado por el canciller Luis Almagro. Guillermo Pomi, el nuevo embajador en Buenos Aires, había arribado a la misma hora, pero en una camioneta azul y desde la sede diplomática. Era su estreno en su nueva función. Del otro lado, esperaban la presidenta Cristina Fernández, el jefe de Gabinete Aníbal Fernández, el canciller Jorge Taiana, el secretario de la Presidencia Oscar Parrilli y el secretario de Medios, Alfredo Scoccimarro. El encuentro duró una hora y se llevó a cabo en uno de los salones principales de la Quinta Presidencial de Olivos, el mismo escenario del encuentro de principios de abril. Desde el comienzo el espíritu era de reconcialiación y nadie pediría perdón. Antes de viajar a Buenos Aires, Mujica dijo que "perdón se piden los novios". Sobre la calle Villate, la prensa esperaba en vano desde temprano para ver llegar a algunos de los protagonistas, que ingresaron por las otras puertas de la residencia. Tras el encuentro, ambos mandatarios hicieron un anuncio conjunto sin aceptar preguntas de los periodistas. "Creo que hoy estamos en el comienzo de un proceso de reencauzamiento definitivo de la relación entre la República Argentina y la República Oriental del Uruguay", sostuvo Fernández. Mujica, por su parte, afirmó que el "largo" conflicto suscitado por la instalación de la pastera Botnia en Fray Bentos "ha sido muy costoso y muy doloroso". El presidente, igual que su colega argentina, se comprometió a respetar el fallo de La Haya. Enfrente suyo, Pomi y Almagro asentían ante cada afirmación. Enfrente de Fernández, los funcionarios argentinos hacían lo propio con su presidenta. Tanto Fernández como Mujica hablaron del trabajo de la Comisión Administradora del Río Uruguay (CARU) y el rol protagónico que pretenden asuma ese organismo. "Los dos presidentes daremos mandato a la CARU para atender todos los temas que hagan a la administración del río Uruguay", dijo la mandataria argentina. Hemos acordado mandatar a la CARU para que cumpla el fallo y para vigilar la tarea de Botnia y el impacto que pueda tener Botnia sobre las aguas del río Uruguay", agregó. Asimismo, la mandataria expresó su deseo de elaborar una "agenda conjunta" a partir de la próxima reunión entre ambos, en la estancia Anchorena, de Colonia, en una fecha a confirmar que según supo El Observador será entre el 26 y el 31 de mayo. Sección: Internacional Hugo Chávez quiere Mercosur antes que se marche Lula. REUNIÓN DE LOS MANDATARIOS EN BRASILIA El ingreso al bloque económico es uno de los grandes deseos del presidente venezolano El presidente venezolano, Hugo Chávez, dijo ayer que espera que el ingreso de Venezuela al Mercosur sea ratificado definitivamente antes de que el brasileño Luiz Inácio Lula da Silva le entregue la Presidencia a su sucesor, en enero próximo. Chávez, que se reunió con Lula en Brasilia en el marco de los encuentros trimestrales entre ambos jefes de Estado, dijo que el brasileño fue uno de los principales impulsores de la adhesión de Venezuela al Mercosur y que espera que pueda ver esa realidad cumplida antes de que termine su mandato. "Respetamos los tiempos políticos de Paraguay, pero ojalá que la adhesión de Venezuela al Mercosur sea aprobada" en ese país "antes de que Lula se vaya", afirmó Chávez en una rueda de prensa conjunta que los mandatarios concedieron tras su encuentro. El ingreso de Venezuela al Mercosur como miembro pleno fue aprobado por los gobiernos de Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay en 2006, pero aún depende de que ese acuerdo sea ratificado por el Parlamento paraguayo, en donde carece de respaldo. La entrada de Venezuela al bloque también sufrió una fuerte resistencia en el Congreso de Brasil, que finalmente ratificó el acuerdo en diciembre pasado luego de numerosas discusiones sobre la supuesta falta de democracia en el país vecino. Chávez manifestó su deseo de ver a Venezuela en el Mercosur antes de diciembre al ser interrogado por una periodista sobre unas supuestas declaraciones del vicepresidente de Paraguay, Federico Franco, en el sentido de que el asunto puede ser puesto a votación en el Congreso de ese país. "No conocía esas declaraciones del vicepresidente de Paraguay, pero espero que eso ocurra, y que ocurra lo más rápido posible en honor a Lula", afirmó Chávez al insistir en que el presidente brasileño fue un gran impulsor no apenas del ingreso de Venezuela al Mercosur sino de la existencia del propio bloque. "Si Lula no hubiera sido elegido presidente de Brasil, hoy el Mercosur estaría pulverizado. La creación del ALCA (Área de Libre Comercio de las Américas) tenía como propósito pulverizar el Mercosur y los demás mecanismos de integración de América Latina", afirmó el presidente venezolano. Chávez aseguró que, pese a que él propuso el ingreso de su país al Mercosur poco después de ser elegido presidente, la propuesta apenas ganó fuerza cuando Lula asumió el poder y decidió impulsar el proyecto. Agregó que Lula también ayudó para que la ratificación de la adhesión fuera aprobada en el Congreso brasileño. "Ahora estamos a la espera de los tiempos políticos de la hermana y querida república de Paraguay", afirmó. (EFE) Venezuela "El Universal" Sección: Nacional y Política Chávez y Lula firmaron 22 convenios de cooperación Chávez aseguró que sucesión presidencial no está planteada en el corto plazo Brasilia.- El presidente de Venezuela, Hugo Chávez y su homólogo de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, firmaron ayer 22 convenios bilaterales que fortalecen la cooperación en las áreas energética, vivienda, social, cultural, turismo y agroalimentaria. Dentro del conjunto de instrumentos firmados resaltan los relacionados con la vigilancia y control de las líneas fronterizas, con el cual ambas naciones podrán realizar sobrevuelos en el territorio limítrofe común, informó ABN. Además, se amplió el convenio para la construcción de viviendas en San Agustín del Sur, en Caracas, por parte de la empresa brasileña Odebrecht. Con respecto al área social y cultural, ambos países crearán una red de asistencia a la mujer migrante en la frontera Brasil-Venezuela. En los compromisos refrendados en materia agroalimentaria, se encuentra el suministro a Venezuela de 10 mil toneladas de aceite refinado de soya, así como la compra a Brasil de maíz amarillo. Sin sucesión En rueda de prensa, ante la pregunta de cómo serían las relaciones bilaterales entre ambas naciones, luego de que el mandatario brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, entregue el poder, Chávez respondió que independientemente de los resultados de las elecciones presidenciales de octubre, la cooperación entre ambas naciones será irreversible. Por su parte, el presidente Lula da Silva dijo que "hemos comprendido que aunque hablamos idiomas distintos, países divididos por fronteras, la realidad es que los pueblos de Brasil y Venezuela debemos comportarnos como una gran nación que se llama Suramérica. Muchos no quieren aceptarlo porque lo normal sería que estuviéramos controlados por un imperio". Chávez se refirió también a la salida del poder del presidente brasileño."Lula va a salir por la puerta grande después de estos ocho años de intensa jornada. Todos deben estar orgullosos de su presidente (...) Lula tiene que irse, pues es un mandato constitucional, los brasileños elegirán un nuevo presidente o presidenta", expresó. Ante la interrogante de cuándo le entregaría la Presidencia a su sucesor, Chávez dijo que "no está prevista sucesión en el corto plazo en Venezuela". "Ustedes conocen nuestra Constitución y la voluntad del pueblo", expresó. Aunque declaró en la víspera que tenía la intención de reunirse en Brasilia con la candidata oficialista a la Presidencia de Brasil, Dilma Rousseff, a quien dijo apoyar para las elecciones de octubre, señaló en la rueda de prensa: "Si no se puede (hacer la reunión) pues no se puede, le dejo un beso a Dilma", expresó el mandatario venezolano. Además, evitó hacer comentarios sobre el candidato opositor, el ex gobernador de Sao Paulo José Serra, al señalar que "no me meto en asuntos internos de Brasil, como Brasil no se mete en asuntos internos de Venezuela". Los comentarios de Chávez sobre el proceso electoral colombiano han sido fuertemente cuestionados en ese país. Aporte Al ser consultado si Petróleos de Venezuela (Pdvsa) ya aportó el capital que le corresponde por su participación en la refinería de petróleo pesado Abreu de Lima, en el estado nororiental de Pernambuco, Chávez respondió ``"eso lo vamos a discutir ahora''. La refinería comenzó a ser construida por la estatal brasileña Petrobras sin que Pdvsa aporte su parte de los 12.000 millones de dólares en que está valorado el proyecto. Según el acuerdo, Petrobras tendrá 60% de la iniciativa. "``Vamos a traer petróleo del Orinoco para refinar aquí, allí están las reservas de petróleo más grandes del mundo'', dijo el mandatario venezolano. Los presidentes cumplen una agenda de encuentros trimestrales en la que revisan las relaciones binacionales. Fuentes brasileñas aseguraron que el conflicto entre Colombia y Venezuela sería parte del diálogo entre los mandatarios. Sin embargo, los presidentes no se pronunciaron públicamente al respecto.

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