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O Mercosulino 04/05/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

Jornal "Folha de S. Paulo" Caderno: Mundo Unasul se reúne para eleger Kirchner seu secretário-geral Veto do Uruguai foi retirado após resolução de conflito em torno de fábrica SILVANA ARANTES ENVIADA ESPECIAL A LOS CARDALES O ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007) deve ser eleito hoje secretário-geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), principal bloco político da região. Chanceleres e presidentes do bloco, inclusive Luiz Inácio Lula da Silva, participarão de reunião em Los Cardales (a 61 km de Buenos Aires). A anfitriã, a presidente argentina, Cristina Kirchner, está em campanha pela eleição de seu marido e antecessor. "O candidato argentino é um ex-presidente reconhecido e com bom diálogo político com os principais líderes da região", diz texto divulgado pela Casa Rosada no fim de semana. O mesmo documento afirma que a candidatura de Kirchner "é abertamente impulsionada pelo Brasil". Diz ainda que os países apoiadores de Kirchner têm consciência da "necessidade de dar um forte apoio ao bloco e emitir um sinal claro de avanço". O porta-voz de Lula, Marcelo Baumbach, disse ontem que o presidente espera que a eleição de Kirchner "possa marcar nova etapa no processo de consolidação da Unasul, que atravessa momento de indefinição de sua arquitetura institucional". Opositores do kirchnerismo enumeram entre as razões pelas quais o ex-presidente seria inadequado ao cargo sua parcialidade em favor da Venezuela nos atritos com a Colômbia e o fato de ser o presidente do partido peronista PJ -estando, portanto, comprometido com a representação de uma vertente política de seu país. A candidatura de Kirchner à Secretaria-Geral da Unasul foi vetada em 2008 pelo então presidente uruguaio Tabaré Vázquez. O veto foi um desdobramento do conflito que opôs os dois países em torno da instalação de uma fábrica de celulose às margens do rio Uruguai, encerrado no mês passado. Além da candidatura de Kirchner, o bloco deliberará sobre a crise no Paraguai; as medidas para a recuperação pós-terremoto de Haiti e Chile e a possibilidade de o bloco abrir diálogo político com os EUA, além da situação em Honduras três meses após a posse do presidente Porfirio Lobo. Caderno: Dinheiro Vendas para os países vizinhos crescem mais DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Enquanto a União Europeia ainda patina na crise financeira e os Estados Unidos lentamente ensaiam uma recuperação digna do nome, o renascimento das economias da América Latina em 2010 tem refletido diretamente nas exportações brasileiras para a região, com aumento de 45,9% no primeiro quadrimestre, em relação ao início de 2009. No mesmo período, as vendas para norte-americanos e europeus cresceram 21,1% e 29,4%, respectivamente. A diferença entre os mercados, porém, está na qualidade da pauta de exportações. Enquanto os embarques brasileiros para o velho continente são preponderantemente de produtos básicos e commodities, as vendas para os nossos vizinhos latinos se baseiam principalmente em industrializados. "A América Latina está crescendo mais rápido do que o resto do mundo e é um mercado tradicional para os produtos brasileiros de maior valor agregado, o que é positivo", avalia a coordenadora do Centro de Estudos de Comércio Exterior da FGV, Lia Valls. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, as principais mercadorias vendidas para a região em abril foram automóveis, máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos e artigos de plástico. "Mesmo com perda de parte de mercado para os chineses, o foco das multinacionais aqui continua sendo a região", diz Lia. Para o secretário de Comércio Exterior do ministério, Welber Barral, a perda para os asiáticos nos mercados vizinhos só não é maior porque o real valorizado facilita a compra de insumos para a produção. Integração ou desintegração da UE WOLFGANG MÜNCHAU DO "FINANCIAL TIMES" O objetivo do pacote de resgate à Grécia não pode ter sido prevenir uma moratória. Apesar de toda a rigorosa austeridade e medidas de reforma que ele requer, os números não batem. O principal propósito que consigo detectar é reverter a alta no rendimento dos títulos gregos e deter o contágio. A despeito de sua disposição de aceitar uma austeridade extrema, a Grécia não conseguirá sair do buraco sem alguma forma de perdão da dívida. Consigo compreender por que o FMI e a União Europeia não desejavam mexer com esse assunto agora. Isso teria prolongado as negociações. Em meio a uma crise aguda no mercado de títulos, é preciso administrar com muito cuidado as expectativas. Uma reestruturação da dívida seria necessária no futuro, porém, porque a relação entre dívida e PIB da Grécia vai crescer de 125% para 140% ou 150% no período de ajuste. Sem reestruturação, a Grécia terminará austera, cumpridora de seus tratados e paralisada. A decisão de remover a Grécia dos mercados de capitais por três anos impedirá a ruína imediata, mas tem impacto apenas marginal sobre a solvência futura do país. A suposição implícita é a de que a Grécia será capaz de sustentar a austeridade mesmo depois que o acordo se esgote, sem cair em um buraco negro. É uma suposição otimista. A semana passada nos ofereceu um vislumbre dos círculos viciosos que surgem em uma crise como essa. Primeiro, a situação financeira de um país se deteriora. Depois, uma agência de classificação de risco rebaixa seus títulos, o que por sua vez deflagra uma alta nos juros de mercado. Isso resulta em deterioração financeira adicional. Exemplo argentino A chanceler e sua inexperiente equipe não fazem ideia sobre a dinâmica de uma crise de dívida soberana. Eles jamais se esforçaram para aprender com a experiência de outros países, como a Argentina. Esperar até a hora em que o país está para quebrar significa abdicar da liderança e inevitavelmente termina em ruína financeira. Isso significa que todos, especialmente a Alemanha, terão de pagar bilhões a mais do que se a UE houvesse selado o pacote em fevereiro. Três coisas são necessárias caso a zona do euro pretenda sobreviver em médio prazo: um sistema de solução de crises, melhor coordenação de políticas fiscais e políticas que reduzam os desequilíbrios internos na zona do euro. Mas isso é só o mínimo para atravessar os próximos anos. Mais adiante, a zona do euro necessitará de um embrião de união fiscal e de um título público europeu unificado. Creio não haver alternativa a essas ideias, já que a experiência de união monetária sem união política fracassou. A UE está a ponto de enfrentar uma escolha histórica entre integração e desintegração. A Alemanha certamente resistirá a todas essas medidas. Enquanto isso, os líderes europeus tratarão cada nova crise com o único instrumento de que dispõem: uma injeção de liquidez captada por endividamento. Mas esse instrumento tem validade finita. Se a inquietação popular não puser fim ao seu uso, os advogados constitucionalistas o farão. Não existe dúvida sobre o que significava a proibição a resgates. O significado era que a Grécia não deveria ter recebido apoio. A UE teve de recorrer a truques judiciais para argumentar que a oferta de empréstimos em escala maciça e baixos juros a um país insolvente não constitui resgate. A cláusula em questão -o artigo 125 do Tratado de Lisboa- é irresponsável. Se for respeitada, a zona do euro não resistirá. Até agora, a escolha vem sempre sendo desrespeitar a cláusula; talvez tenha chegado o momento de alterá-la. Assim, como devem terminar as múltiplas crises europeias? Para a Grécia, com uma reestruturação da dívida, termo polido para moratória negociada. O resultado mais amplo é difícil de prever. Será ou uma profunda reforma do sistema ou sua dissolução. Tradução de PAULO MIGLIACCI Jornal "Correio Braziliense" Caderno: Mundo Lula pede combate ao tráfico Oito dias depois do atentado que quase matou um senador paraguaio em Pedro Juan Caballero, o clima ontem era de calma na cidade brasileira vizinha, Ponta Porã (MS). "Disseram que eu era louco de vir para cá. Não sou louco. O único jeito de combater esse narcotráfico é estando de corpo presente", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do colega paraguaio, Fernando Lugo. Os dois acertaram medidas conjuntas para o combate ao crime na região, além a implantação de acordos sobre a usina de Itaipu(1). O encontro presidencial contou com a presença do senador Robert Acevedo, que acusou os narcotraficantes de atentarem contra sua vida e assassinarem seus dois guarda-costas. Dois brasileiros foram acusados pelo crime e estão sendo investigados pela polícia paraguaia. "Usando a violência contra um senador, matando os seus guarda-costas ou proferindo ameaças, não vão conseguir intimidar os governos do Brasil e do Paraguai", disse Lula. Até o fim de 2010, o governo brasileiro instalará 11 bases da Polícia Federal e da Força Nacional nas regiões de fronteira de 11 estados, com 45 policiais em cada unidade. O investimento será de R$ 144 milhões até 2012, incluindo a compra de helicópteros, barcos e armamento. Acevedo destacou que o narcotráfico movimenta cerca de US$ 50 milhões por ano entre as duas cidades fronteiriças, e que, se nada for feito, a região pode se tornar uma nova Ciudad Juárez — cidade mexicana na fronteira com os EUA que é dominada por cartéis das drogas e ostenta recordes de homicídios. O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse em Ponta Porã que os países do Mercosul já começaram a desenvolver um projeto para vencer a burocracia e facilitar a expedição de mandados de internacionais de captura. "São muitos os trâmites e a burocracia que impedem de trazer um criminoso de volta ao país para cumprir pena. Estamos em negociação com os países do Mercosul para tentar melhorar essa situação", disse Barreto. Sobre Itaipu, Lula pediu rapidez aos legisladores brasileiros para votar a revisão dos repasses da arrecadação de Itaipu para o Paraguai. "Esperamos que o Congresso tenha pressa em votar", afirmou o presidente. A proposta em andamento pode aumentar de US$ 125 milhões para cerca de US$ 300 milhões a arrecadação do Paraguai. "O Brasil tem consciência de que os seus vizinhos precisam ser economicamente fortes, precisam crescer", argumentou Lula no programa Café com o presidente, antes de encontrar-se com Lugo. 1 - Conta para o Mercosul Brasil e Paraguai vão pedir recursos do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) para financiar a construção de linhas de transmissão que interliguem a hidrelétrica binacional de Itaipu à capital paraguaia, Assunção. O projeto, orçado em US$ 400 milhões, "cabe como uma luva nas regras do fundo", avalia o diretor brasileiro da usina, Jorge Samek. Ele prevê que o Focem libere três parcelas de US$ 133 milhões, a primeira neste ano e a última em 2012, ano em que a obra deve estar concluída. Jornal do Brasil Caderno: Internacional Lula e Lugo se unem contra o tráfico O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega paraguaio Fernando Lugo resolveram aplicar medidas conjuntas para combater a violência do narcotráfico, em encontro realizado ontem na fronteira que separa as cidades de Ponta-Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, região onde há grande atuação de grupos de narcotraficantes.Lula prometeu criar 11 bases da Polícia Federal e da Força Nacional nas regiões de fronteira do país até o fim do ano. Segundo o presidente, serão 45 policiais em cada unidade, com investimento de R$ 56 milhões, incluindo compra de helicópteros, barcos e armamento. A presença do senador governista paraguaio Robert Acevedo – sobrevivente de um atentado promovido por traficantes há oito dias, a alguns metros do local onde os chefes de Estado se reuniram – deu um tom emocionado ao encontro. Quatro brasileiros chegaram a ser presos sob suspeita de envolvimento no atentado que matou o segurança e o motorista do senador. – Os traficantes se meteram com os governos de Brasil e Paraguai. Agora vamos enfrentá-los – disse Lula ao anunciar que ambos os países deverão encarar um combate frontal aos traficantes. – A sorte do Paraguai é nossa própria sorte. Lula disse ainda que uma das formas de vencer o crime organizado é oferecer mais oportunidades aos que vivem na fronteira, apesar de reconhecer que os traficantes da região integram uma indústria poderosa infiltrada na política e na economia. Para vigiar atividades suspeitas na fronteira, Lula sugeriu a compra de um avião não tripulado. – Usando a violência contra um senador, matando os seus guarda-costas ou preferindo ameaças (os traficantes) não vão conseguir intimidar os governos de Brasil e Paraguai – acrescentou o líder brasileiro. Lugo O presidente Fernando Lugo afirmou, por sua vez, que os líderes das quadrilhas "nem sempre mostram seus rostos e muitas vezes, nem sequer vivem no Brasil ou no Paraguai". – O capital que movimentam é inimaginável – declarou. O senador Robert Acevedo disse que o narcotráfico movimenta em torno de US$ 50 milhões por ano, apenas na fronteira entre Brasil e Paraguai, e admitiu que sua vida continua em perigo por conta das denúncias que fez. – Se não detivermos (o tráfico) agora, essa região vai se tornar uma Ciudad Juárez (uma das cidades mais violentas do México) em pouco tempo – enfatizou. A ingerência de criminosos brasileiros no Paraguai está fazendo com que o governo Lula encampe uma luta junto aos demais países do Mercosul. O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse ontem que iniciou uma campanha para que países do bloco permitam a expedição de mandados de captura sem interferência do país onde está o foragido. Itaipu Paraguai e Brasil também pedirão amanhã aos seus sócios do Mercosul autorização para que o bloco financie uma nova linha de transmissão elétrica no território paraguaio, uma obra de US$ 400 milhões prevista num acordo bilateral de julho passado. Brasil e Paraguai são sócios da hidrelétrica de Itaipu, e a linha de transmissão de 500 KW entre a usina e uma cidade próxima a Assunção permitirá que o país – que meses atrás passou por uma crise energética – use mais eletricidade da hidrelétrica. – O progresso do Paraguai é uma garantia de nosso próprio progresso – disse Lula ao argumentar que o investimento tem por finalidade facilitar o estabelecimento de indústrias. Nessa região fronteiriça paraguaia vivem em torno de 300 mil brasileiros, mais conhecidos como brasiguaios, que fazem do cultivo da soja e derivados um grande negócio de exportação. Jornal "Valor Econômico" Caderno: Brasil Lula pede ao Congresso que vote logo aumento de repasse de Itaipu ao Paraguai Agência Brasil, de Ponta Porã e Brasília O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem pressa aos parlamentares na discussão e votação do acordo que determina a revisão de repasses da arrecadação da usina hidrelétrica de Itaipu para o Paraguai. Durante reunião com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, Lula evitou estabelecer datas e prazos. "Esperamos que o Congresso tenha pressa em votar", afirmou Lula, lembrando que a tramitação do acordo está em curso, depois de se reunir com o presidente Lugo. A reunião foi na cidade de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A proposta, em análise no Congresso, é de elevar o repasse da arrecadação anual da parte paraguaia de Itaipu de US$ 125 milhões para cerca de US$ 300 milhões. Sem uma definição sobre isso, o governo brasileiro confirmou que ofereceu ao Paraguai o projeto de construção de uma linha de transmissão de energia elétrica que se destina à região metropolitana de Assunção, capital do país. O presidente informou que pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que analise a possibilidade de financiar a construção da linha. Lula disse que pretende voltar a Ponta Porã até setembro para acompanhar o andamento do projeto e verificar sua execução. O custo estimado da linha de transmissão é de US$ 350 milhões a US$ 400 milhões e o objetivo é realizar a licitação até dezembro. De acordo com especialistas brasileiros, a construção da linha de transmissão não deve ter ônus para o Paraguai, pois o dinheiro utilizado virá do Fundo para Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem). A construção da linha de transmissão seria uma medida para atenuar a demora na concretização do acordo para rever os valores dos repasses referentes à hidrelétrica de Itaipu. O assunto aguarda definição do Congresso Nacional, que não tem data para votar o acordo. A energia elétrica foi tema que já gerou atritos entre as duas nações, uma vez que Lugo teve como uma das bandeiras de sua campanha à presidência a revisão do preço pago pelo Brasil ao Paraguai na compra da energia elétrica de Itaipu. Depois de eleito, negociou com o Brasil e conseguiu a revisão da tarifa, que agora depende de aprovação do Congresso brasileiro. Seguindo o discurso de integração e estreitamento na relação entre os dois países, o presidente Lula afirmou que, a cada dia se contrariam as previsões de que não seria possível que o Brasil e o Paraguai trabalhassem de forma conjunta. "Aos poucos, estamos vencendo o ceticismo dos que, ao longo de décadas, ousaram duvidar que não era possível Brasil e Paraguai trabalharem de forma harmônica, conjunta, pensando no desenvolvimento mútuo dos dois países", disse Lula. O presidente Fernando Lugo seguiu a mesma linha e disse estar celebrando uma "relação fraterna" com o Brasil. "Queremos aqui, nesse momento, firmar nosso compromisso porque acreditamos que é possível um Paraguai e um Brasil diferente e acreditamos que podemos fazer isso juntos", disse Lugo referindo-se à parceria estabelecida para conter a violência na região da fronteira entre os dois países. (Agências noticiosas) Brasil e EUA iniciam nova fase das negociações para evitar retaliação Assis Moreira, de Genebra O Brasil e os Estados Unidos marcaram para os dias 10 e 11, em Washington, o início da nova fase de negociação sobre o acordo para Brasília não retaliar produtos americanos no contencioso do algodão. O Brasil quer saber detalhes de como os EUA vão implementar a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) para eliminar subsídios julgados ilegais que concede a seus cotonicultores, informou o embaixador brasileiro em Genebra, Roberto Azevedo. De um lado, os americanos já se comprometeram a pagar compensação anual de US$ 147,7 milhões, dividido em parcelas mensais, para os produtores brasileiros, enquanto persistirem os subsídios domésticos ilegais. Falta esclarecer, quanto às garantias de credito para exportação, o que os EUA fará até 2012, quando o Congresso americano deverá aprovar uma nova lei agrícola. A parte difícil da negociação bilateral na verdade só agora vai começar, quando os dois lados entraram nos detalhes mais técnicos. A indústria farmacêutica, que tinha patentes ameaçadas pela retaliação cruzada, está satisfeita com o andamento das discussões. "O possível acordo é um elemento a mais para que a industria considere o Brasil em posição privilegiada para receber investimentos, porque demonstra cautela e habilidade de como o governo brasileiro trabalhou", afirmou ontem, em Genebra, o presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisas (Interfarma), Antonio Brito. A indústria farmacêutica acompanha agora de perto as discussões entre o Brasil e a Índia para atacar a União Europeia (UE) na OMC, por causa de apreensão de remédios genéricos em trânsito por portos europeus. "Nosso problema não é com a Índia, mas de como se evitar falsificação de remédios", esclareceu Brito. As suspeitas em São Paulo são de que muitos remédios falsificados procedem da Índia e entram no Brasil via Paraguai. Ele disse que a indústria está satisfeita no Brasil com nova regulamentação Anvisa, que endurece o controle na importação de insumos para medicamentos. Jornal "O Estado de S.Paulo" Notas & Informações Lições da crise grega O socorro oficial à Grécia custará 110 bilhões em três anos com dinheiro fornecido pela União Europeia (UE) e pelo FMI. Essa ajuda equivale hoje a cerca de US$ 146 bilhões e corresponde à metade do valor de todos os bens e serviços produzidos no país durante um ano. É um auxílio gigantesco, mas considerado necessário para a segurança do euro, moeda comum de 16 países, e não só para o resgate de uma pequena economia levada à crise por governos irresponsáveis. Neste ano a Grécia deverá receber 45 bilhões, dinheiro mais que suficiente para cobrir as dívidas com vencimento nos próximos meses. O FMI deverá contribuir com 15 bilhões, numa operação condicionada à adoção de um duríssimo programa de ajuste e de reforma. O governo grego terá de vencer resistências políticas para aplicar o programa, porque muita gente reagirá, e já tem reagido, como se houvesse alternativa ao forte aperto de cinto previsto para este e para o próximo ano. Pelas últimas projeções, a economia grega deverá encolher 4% em 2010 e 2,6% em 2011, por causa da contenção do gasto público, do aumento de impostos e das inevitáveis demissões no setor privado. O plano de estabilização será especialmente duro porque o país não tem moeda nacional e não poderá, portanto, recorrer à desvalorização do câmbio. Não havendo flexibilidade cambial, o governo terá de concentrar o ajuste nas contas internas. O efeito será muito mais violento do que seria, se fosse possível depreciar a moeda e usar o comércio exterior para atenuar a contração econômica. A crise grega é uma demonstração ao vivo e em cores da importância da disciplina fiscal nos integrantes de uma união monetária. O efeito seria pior se o problema surgisse antes numa economia bem maior, como a espanhola, porque o risco de contaminação seria muito maior. Mas, embora o PIB da Grécia seja comparativamente pequeno (cerca de US$ 330 bilhões antes da crise), o mercado financeiro reagiu como se outros países pudessem ir pelo mesmo caminho. O rebaixamento de Portugal e da Espanha pela agência Standard & Poor"s foi seguido de uma reação de pânico. Os governos dos dois países logo responderam anunciando programas de estabilização fiscal. O evidente risco de contágio também contribuiu para os governos das maiores economias europeias vencerem a hesitação e acertarem de uma vez o programa de ajuda. O governo brasileiro faria bem se levasse muito a sério o exemplo da crise grega ou, mais exatamente, da primeira crise do euro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus conselheiros diplomáticos deveriam guardar numa geladeira qualquer ideia de união monetária no Mercosul ou na Unasul. Falta muito para uma efetiva integração comercial entre os sócios do Mercosul e ainda mais para uma integração geral da região. A distância é ainda maior para uma articulação de políticas fiscais, indispensável para qualquer ensaio de união monetária. Em linhas gerais, o acordo negociado entre o FMI e a Grécia segue o padrão tradicional. O governo grego terá de cortar severamente seus gastos e aumentar os impostos, para reduzir o déficit fiscal de 13,6% do PIB para cerca de 3% em 2014. Mas o governo deverá seguir o critério da progressividade quando mexer nos impostos, elevando a carga para quem ganha mais e evitando maior cobrança dos contribuintes mais pobres. Deverá também cuidar da rede de proteção social para atenuar os efeitos da crise. Além disso, terá de reformar a Previdência e a legislação trabalhista, para tornar a economia mais competitiva. Programas de novo estilo foram aplicados na ajuda ao México, à Polônia e à Colômbia, quando a crise financeira se alastrou. Foram programas preventivos, sem condições, desenhados para países com boa reputação em política econômica. O problema do México se resolveu com uma oferta de US$ 40 bilhões, menos que um terço do total prometido à Grécia pelo FMI e pelos países da UE. O PIB do México, pouco superior a US$ 1 trilhão, é mais que o triplo do grego. Caderno: Internacional Aceno de Madri a Honduras irrita Lula Em Ponta Porã, presidente indica que pode não ir a cúpula se Espanha convidar hondurenho Tânia Monteiro, enviada especial, Ponta Porã, MS O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitará a reunião de hoje da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Buenos Aires, para discutir com os demais presidentes da região a Cúpula da União Europeia e América Latina, no dia 18. Lula já deu sinais de que poderá cancelar sua participação na reunião caso se confirme a presença do presidente hondurenho, Porfírio Lobo. Lula fez as declarações em meio a reuniões com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, em Ponta Porã (MS). O Brasil não reconhece a eleição de Lobo, a exemplo de Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Equador e Cuba. "Não há mais espaço para rupturas institucionais e golpes militares na nossa região e na Unasul", disse Lula. O Brasil considerou ilegal a destituição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho. O líder foi deposto após tentar convocar uma consulta popular que poderia abrir as portas para a realização de uma Assembleia Constituinte. Quase três meses após o golpe, em 21 de setembro, Zelaya pediu abrigo à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, de onde saiu apenas em janeiro. No governo brasileiro, a avaliação é que a Espanha, que está na presidência da União Europeia, estaria "forçando a barra" ao convidar Honduras, que foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), para a assinatura do acordo de livre comércio com os países da região. Enfraquecimento. A ausência de Lula atrapalharia os planos do bloco europeu porque esvaziaria o encontro. Hoje, na reunião da Unasul, Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Venezuela e Equador acertarão uma posição conjunta sobre o caso. A decisão de não participar da cúpula em Madri não significa, no entanto, o cancelamento da viagem de Lula à Espanha, prevista para o dia 17. Na realidade, Lula cumpriria a agenda no país e só não iria à reunião de cúpula. Jornais dos Países Membros do Mercosul Argentina "La Nación" Sección: Política Eligen hoy a Kirchner al frente de la Unasur Uruguay no lo veta, pero tampoco lo vota Néstor Kirchner logró su cometido, pero no sin polémica. Los presidentes de los 12 países que integran la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) lo ungirán hoy como el secretario general del órgano regional en la cumbre que Cristina Kirchner inaugurará en Los Cardales. Sin embargo, el ex mandatario llegará al cargo con una controversia formal y política como telón de fondo: ayer, en la reunión preparatoria del encuentro, los cancilleres no lograron ponerse de acuerdo sobre si su designación se hará por consenso o por unanimidad, debido a que Uruguay no vetó su nombre, aunque se abstuvo de acompañar la designación. El canciller de Ecuador, Ricardo Patiño, dijo al término de la reunión que los ministros habían resuelto "de forma unánime" elevar a los jefes de Estado el nombre de Kirchner para el cargo. Pero minutos después, el jefe de la diplomacia uruguaya, Luis Almagro, aclaró la situación: "Uruguay no votó ni vetó" a Kirchner, dijo en declaraciones periodísticas. El canciller argentino, Jorge Taiana, buscó saldar la disputa, pero sólo agregó más confusión. "La decisión fue tomada por el consenso de todos los miembros presentes", dijo, en declaraciones a la empresa televisiva La Corte, contratada por el Gobierno para emitir imágenes y sonidos oficiales, pero sin periodistas que formulen preguntas. En cualquier caso, anoche la diplomacia argentina festejaba, pues el resultado es el mismo: Kirchner será elegido hoy por los presidentes de la región, en el plenario de mandatarios que se darán cita en Los Cardales, ya que éstos rubricarán el entendimiento alcanzado por los cancilleres. Lo cierto es que el ex mandatario y actual diputado nacional llegará a la secretaría general de la Unasur gracias a la laxitud del tratado constitutivo de la entidad, firmado por los presidentes en Brasilia en mayo de 2008. El texto, que aún no fue aprobado por la Argentina ni tampoco por otros siete de los doce países que integran la Unasur, no especifica el sistema que debe utilizarse para la selección de sus autoridades. Respaldada por Ecuador, la diplomacia argentina hizo pesar ayer el argumento de que alcanza con que no haya una oposición o negativa expresa para bloquear una designación. De allí que la decisión de Almagro de no objetar la candidatura alcanzara para que los presidentes puedan aprobar hoy esta iniciativa. El tratado constitutivo de la Unasur dice, sí, que el secretario general será elegido "por un período de dos años, renovable por una sola vez". Y establece que, "durante el ejercicio de sus funciones, el secretario general y los funcionarios de la secretaría tendrán dedicación exclusiva, no solicitarán ni recibirán instrucciones de ningún gobierno ni entidad ajena a la Unasur, y se abstendrán de actuar en forma incompatible con su condición de funcionarios internacionales responsables únicamente ante esta organización internacional". Este último párrafo implica que Kirchner deberá resolver su situación en la Cámara de Diputados. El legislador por Buenos Aires deberá, indefectiblemente, tomar licencia o renunciar a su banca. El camino de la licencia se le presenta complejo, pues debe pasar por el recinto con la aprobación de una mayoría simple. El ex presidente se presentará hoy en la cumbre para recibir la noticia de su designación, dijeron a La Nacion altas fuentes oficiales. Además, en el plenario, los mandatarios aprobarán una cesión por parte de Ecuador para trasladar la sede de la secretaría general a Buenos Aires. Anoche, la diplomacia hacía cálculos respecto de cuál sería la primera misión de Kirchner al frente de la entidad. Y se daban cuenta de que no será nada fácil: Kirchner deberá llevar a la cumbre de la Organización de Estados Americanos (OEA) que se realizará en junio en Perú una posición unificada de los países de la Unasur respecto de la situación de Honduras. Paraguay "ABC" Sección: Política Arman una trampa para chantajear al Paraguay Se confirmó ayer en la reunión Lugo-Lula, en Ponta Porã, que el Brasil plantea usar el fondo de convergencia estructural del Mercosur para la construcción de la línea de 500 kv. Se dijo que hoy aprovecharán la cumbre de Unasur en la Argentina para trasladar la iniciativa a los otros mandatarios. El Gobierno primero negaba la versión, pero ahora la acepta de buen grado. "Vamos a venir de Buenos Aires con US$ 400 millones", anunció exultante el director de Itaipú, Gustavo Codas. Lo que no se dijo es que a cambio se le pediría al país su apoyo para el ingreso de Venezuela al bloque. De hecho, Lula expresó públicamente este deseo en la conferencia de prensa. El Gobierno brasileño ratificó oficialmente ayer que no podrá financiar la construcción de la línea de transmisión y planteó al Paraguay recurrir a los fondos estructurales del Mercosur para conseguir los 400 millones de dólares que se necesita. Según versiones, los presidentes accederían al planteamiento, a cambio de que Paraguay preste su acuerdo para el ingreso de Venezuela al Mercosur; una jugada de ajedrez para presionar al Parlamento nacional, para que acepte al bolivariano Hugo Chávez como miembro pleno del bloque. El presidente Lula da Silva, apelando a su acostumbrada retórica, buscó de nuevo ayer tratar de convencer sobre la existencia de "avances significativos" sobre los compromisos que asumió el 25 de julio ante su par paraguayo, Fernando Lugo, sobre los reclamos en la Itaipú. El tema del financiamiento de la línea de 500 kv sigue en un laberinto. La decisión del Congreso brasileño sobre la obra es incierta, y ahora se apunta a los recursos del Focem, mediante un aumento de la cuota brasileña al fondo. Los otros temas siguen supeditados al Parlamento del vecino país, donde, por el momento político, se hace muy difícil pronosticar resultados. El mandatario brasileño, en su discurso final, pronunciado luego del encuentro presidencial celebrado en esta frontera, fue cauto al expedirse y profundizar sobre las reivindicaciones paraguayas. Se limitó a recordar las líneas necesarias para la transmisión de energía en este margen y anunció que se dispondrá de recursos del BNDES para la red entre Saltos y Guaíra y Ciudad del Este, pero no dio detalles. Ya al responder a las preguntas de los periodistas, Lula expuso que se debería considerar que la definición de los acuerdos no es "tan sencillo" y que, en el caso de los reclamos locales en la binacional, dependían ya de la definición parlamentaria, con lo que sacó a relucir su condición autónoma. Buscarán negociar en Buenos Aires Requerido sobre el prometido financiamiento de la línea de 500 kv, solo atinó a declarar que el anuncio final provendría de los directivos de la Itaipú, Jorge Samek y Gustavo Codas, quienes al momento de referirse a la cuestión sobre la cual se indicó que se centrarían las deliberaciones, manifestaron que "ya están disponibles" esos recursos de los Fondos Estructurales del Mercosur, con la posterior aclaración de que hoy, en oportunidad de la reunión de mandatarios del Unasur, en Buenos Aires, se confirmaría esa operación tras consultas con los otros representantes del bloque regional. La idea que se viene madurando ahora es que Brasil aumente su contribución al Fondo de Convergencia, a condición de que esa regalía sea empleada en la ejecución del anunciado emprendimiento, lo que podría constituirse como una "tabla de salvación" y de escape dentro del paquete de propuestas que ya lleva nueve meses desde que se viene negociando, sin resultados. Codas sostuvo que no existen motivos para que los miembros del Mercosur se opongan a la iniciativa. "Los recursos vendrán del Brasil, no serán sustraídos de los otros países, y se encuentra dentro de la naturaleza de los fondos, que es, justamente, destinarlos para obras estructurales que busquen compensar y paliar las asimetrías que existen actualmente entre los países", refirió el ejecutivo de la Itaipú. Sin embargo, en otro momento, Codas aclaró que esta idea aún deberá ser transmitida a los demás miembros del bloque regional. "Mañana (por hoy) habrá una reunión del Unasur, donde estarán los presidentes del Mercosur, y allí se va a consolidar esta propuesta", agregó. "Será mediante aportes extraordinarios, una modalidad introducida en la reunión de Costa do Sauipe, en diciembre de 2008, sobre las contribuciones regulares obligatorias que los cuatro países tienen. No va a ser la primera experiencia en el Focem", dijo. En otro momento, Codas dijo que el acuerdo del 25 de julio permitió anticipar las obras, gracias a que las primeras fueron asumidas por la Itaipú. "La entidad adelantó recursos que están siendo utilizados, para que el proyecto de la línea esté listo para agosto de este año. Los trabajos de sondeo de los lugares donde serán colocadas las torres ya se han iniciado; que el trabajo de terraplenado de Villa Hayes deba comenzar en julio de este año y que la licitación del conjunto de las demás obras que hay que realizar, el tendido de las líneas, la construcción de la subestación, la licitación se haga en setiembre próximo", subrayó el director paraguayo de la Itaipú. "Lo que hay que concluir es que lo que permite hacer en tiempo y forma la obra es el acuerdo del 25 de julio. Contrariamente a percepciones pesimistas, escépticas de que el emprendimiento se está atrasando, que se estaba comprometiendo la seguridad energética del país. Fue, en cambio, todo lo contrario", sentenció. Codas: "Vamos a venir con los 400 millones de dólares" "No tiene por qué existir rechazo a la propuesta", enfatizó luego Codas, anticipándose a los resultados del planteamiento que se hará al mandatario uruguayo y al argentino, previsto para hoy, en Buenos Aires. "Vamos a venir con los 400 millones de dólares", aseguró. Germán Fatecha, de la estatal de electricidad ANDE, concluyó que "fue importante que se hayan respetado todos los plazos previstos", mostrándose confiado en que se obtendrá el dinero para las anunciadas líneas. El técnico volvió a recalcar que la comercialización del excedente energético paraguayo, en la otra margen, debería ser relegada todavía a un segundo plano, para priorizar el abastecimiento local. Fondo estructural La creación del Fondo de Convergencia Estructural del Mercosur (FOCEM) responde a la necesidad de garantizar a las economías menores y regiones menos desarrolladas una inserción plena en el contexto de una profundización de integración del bloque, de acuerdo a los estatutos del bloque. Está basado en un mecanismo de transferencia directa de recursos financieros desde las economías mayores (Argentina y Brasil) hacia las economías menores (Paraguay y Uruguay). El monto total anual del aporte de los Estados Partes al FOCEM es de cien millones de dólares y se integra teniendo en cuenta la media histórica del PBI del Mercosur. Este año ya están comprometidos un total de 22 millones de dólares, según la página web. Maniobra para que Chávez sea uno más en Mercosur PONTA PORÂ, Brasil (Enviados especiales). El presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, solicitó ayer públicamente a su colega paraguayo, Fernando Lugo, que Venezuela ingrese al Mercosur. El deseo de Lula se manifiesta luego de que el Jefe de Estado brasileño se haya reunido la semana pasada en Brasilia con el mandatario venezolano, Hugo Chávez. Lula no explicó cuáles son las ventajas del ingreso de Venezuela al Mercosur y tampoco cuestionó la administración de Chávez. Simplemente hizo un llamado público ante Lugo en favor del ingreso de Venezuela. Paraguay es el único de los tres restantes países del Mercosur que no aprobó aún el ingreso de los venezolanos al bloque económico subregional sudamericano. El Senado paraguayo hasta el momento no le dio el visto bueno y al parecer el proyecto quedará congelado en la sede del Parlamento. La estrategia de Lula sería presionar al Ejecutivo paraguayo para que haga lo mismo con el Parlamento, con el argumento de la necesidad de contar con los fondos estructurales del Mercosur para construir la línea de transmisión de la energía de Itaipú. Infructuoso lobby ante el Congreso El lobby que realiza el gobierno de Lugo en el Congreso hasta el momento no tiene un eco favorable. Es más, el Parlamento paraguayo cada vez más se muestra hostil contra la política presidencial del ex obispo porque la semana pasada en la Cámara de Diputados le dieron el voto de censura al ministro de Defensa, Gral. (SR) Luis Bareiro Spaini, y en Senadores le rechazaron el proyecto de ley del estado de excepción y tampoco le aprobaron el Impuesto a la Renta Personal. Unasur es muestra fiel de la hipocresía regional Aun antes de tener vigencia plena, Unasur está sumida en una paradoja, una gran hipocresía, dice el Prof. Hugo Saguier Guanes. Sostiene que la invocada integración no se compadece con el armamentismo emprendido por sus mentores. Califica de "contradictorio" hablar de unidad en un clima belicista. El presidente Lugo va hoy a Buenos Aires para la Cumbre de Unasur y, a propósito, consultamos con el catedrático y diplomático Saguier Guanes, quien comenzó diciendo que "Paraguay debe estar muy atento, como mínimo, ante esta forma de rearme regional". "No hay manera de llevar adelante la integración con una carrera armamentista cuya tendencia es incrementar el espíritu belicista de los pueblos. La integración requiere confianza plena de todos los miembros que conforman un organismo", remarcó durante una entrevista. Consignó que el desarme ha sido siempre el sueño de todos los pueblos de la tierra, en especial de los países del tercer y cuarto mundo, que tienen urgentes desafíos en materia de seguridad interna, salud pública y educación. "Pero vemos que mientras las dos grandes potencias nucleares del mundo, EE.UU. y Rusia, firman un acuerdo para la reducción de armas nucleares de largo alcance, Venezuela, Bolivia, Brasil especialmente, invierten enormes sumas de dinero para comprar armas convencionales aduciendo, algunos, que es para luchar contra las ambiciones geopolíticas del imperio, pero provocando con esta actitud recelos y desconfianza mutua, que en nada contribuyen para la pacificación y la solidaridad de los pueblos de Latinoamérica. Recordó que Venezuela no solo ha hecho operaciones militares y navales conjuntas con Rusia, sino que ahora desea desarrollar un programa de enriquecimiento de uranio, a través de centrifugadoras rusas, para la utilización de la energía atómica para fines supuestamente pacíficos, siguiendo en este sentido el itinerario de Irán. Puntualizó que es sumamente preocupante la actitud del presidente venezolano Hugo Chávez, seguido ahora por el mandatario boliviano Evo Morales, quienes son precisamente quienes están detrás de la consolidación de Unasur. Para Saguier Guanes, la Cumbre de Buenos Aires debe servir para plantear esta situación y no ir a avalar una peligrosa iniciativa que va de contramano a la invocada unidad sudamericana. Sección: Economía UE debate sobre Mercosur BRUSELAS (EFE). La Comisión Europea (CE) debate hoy sobre el estado de las negociaciones para un tratado de libre comercio entre la Unión Europea (UE) y los países del Mercosur, en las que la agricultura es el problema principal, informaron ayer fuentes comunitarias. Mercosur pide a la UE un mejor acceso para sus envíos agrícolas al mercado comunitario, en productos como el vacuno, que suscitan temores entre el sector europeo. Los representantes europeos desean colocar sus bienes industriales y servicios, pero se resisten a flexibilizar el área agropecuaria, un sector fundamental para el bloque sudamericano. Dentro del equipo de la CE, algunos comisarios están reticentes por las concesiones que un eventual acuerdo implicaría para la UE en el sector agropecuario, según la misma fuente. Las conversaciones entre la UE y Mercosur se reanudaron en 2009, tras cinco años de estancamiento (desde 2004) por discrepancias en muchas áreas, principalmente en las ya mencionadas de la agricultura y la ganadería. "La Nación" Sección: Política En actitud paternalista, Lula expresó fuerte respaldo político al Presidente "La suerte de Paraguay es nuestra propia suerte", dijo ayer el gobernante brasilero a su homólogo paraguayo, durante un furibundo discurso. El presidente de Brasil, Luiz Inácio "Lula" da Silva, expresó ayer su solidaridad y respaldo político a su homólogo paraguayo Fernando Lugo. El mandatario brasileño señaló que no habrá paso a rupturas institucionales y golpes militares en la región. Fue en el marco de un discurso pronunciado en un encuentro con empresarios de ambos países, en el Centro de Convenciones de esta ciudad fronteriza. En una nueva actitud paternalista, Lula manifestó su claro respaldo a Lugo a quien definió como un incansable luchador social. No solamente se solidarizó con su "caro amigo" sino además elogió su gestión en favor de los más necesitados. "Compartimos un compromiso permanente de preservar y profundizar el régimen democrático en nuestros países. No habrá más paso para rupturas institucionales y golpes militares en nuestra región", dijo el gobernante brasileño. Lula resaltó que la posición asumida por Paraguay y Brasil en apoyo al depuesto presidente de Honduras, Manuel Zelaya es el claro mensaje de que ambos gobiernos no sincronizan un golpe de Estado contra gobernantes electos legítimamente por los votos populares. Aseguró que la colaboración de la Unasur para la estabilidad institucional y política es prueba de un compromiso inequívoco para el afianzamiento de la democracia. ALIADO En un momento en que el presidente paraguayo afronta una dura arremetida de la oposición, por la falta de resultados en la captura de los miembros del autodenominado Ejército del Pueblo Paraguayo (EPP), recibió ayer un respaldo de su principal aliado en la región, Lula quien se declaró defensor de la causa paraguaya. "Al Brasil le interesa la prosperidad y la estabilidad de nuestros vecinos. La suerte de Paraguay es nuestra propia suerte. Por esta razón expreso mi solidaridad ante una amenaza a las instituciones paraguayas o a una dificultad a la acción de cambio. Nuestra cooperación será fundamental para el Paraguay", dijo Lula. Antes de asistir al encuentro de empresarios, Lugo y Lula se reunieron por espacio de dos horas y media en la sede de una unidad militar de Ponta Porá, en medio de un fuerte despliegue de seguridad. Ambos estuvieron acompañados por sus respectivos cancilleres y ministros del Interior, Obras Públicas, Hacienda, Educación, Industria y Comercio, y de los directores de ambas márgenes de la entidad binacional Itaipú. Abogó por Venezuela "Lula" pidió ayer que el Congreso paraguayo apoye el ingreso del país de Hugo Chávez al Mercosur. La cumbre entre los presidentes Luiz Inácio "Lula" Da Silva y Fernando Lugo, fue aprovechada por el primero para convertirla en un decidido lobby a favor de la incorporación de Venezuela como miembro pleno del Mercosur. Tal integración ya sólo depende de la aprobación que el Congreso paraguayo otorgue, pues todos los demás países ya lo han dado, en tanto que en el bloque las decisiones sólo son válidas tomadas en unanimidad. "El Mercado Común del Sur es otro poderoso instrumento de integración de los sistemas productivos. Para eso es necesario avanzar en la plena incorporación de Venezuela. Estoy convencido de que necesitamos de visones comunes", afirmó el mandatario brasileño ayer en Ponta Porã, en víspera de la Cumbre del Unasur que reunirá hoy a 12 jefes de Estado, en cercanías de Buenos Aires, Argentina. "Lula" aseveró que la incorporación de Venezuela ayudará a fortalecer el proceso democrático en la región, y añadió: "Esperamos que Paraguay, junto a Brasil, Argentina, Bolivia, Perú, Chile, Ecuador y Venezuela, pueda consolidar a América de Sur en la vanguardia del quehacer democrático". Días atrás, el mismo Hugo Chávez lanzó su pedido de que los congresistas paraguayos apoyen la incorporación de su país como miembro pleno del bloque regional. Los congresistas paraguayos se resisten a tal decisión, alegando que no comparten la política que implementa Hugo Chávez. REACCIÓN: "Somos soberanos" -- Carlos Soler, Diputado PPQ "Las presiones a nosotros no nos vienen ni nos van, pueden ejercer las presiones que quieran pero nosotros somos soberanos, eso significa de que si Venezuela va a ingresar en el Mercosur es una cuestión que atañe y compete exclusivamente a nuestro país y en especial al Congreso y así como están dadas las cosas no hay condiciones para que ingrese", aseveró ayer el diputado de Patria Querida, Carlos Soler. En cuanto a la posibilidad de que Unasur emita un comunicado aludiendo que en Paraguay se quiere quebrantar el sistema democrático, Soler dijo que "me encantaría que Unasur se reúna y que por una cuestión de coherencia, Rafael Correa, Evo Morales y Hugo Chávez también emitan un comunicado sobre la cercenación de libertades públicas en sus respectivos países, en donde instalaron una especie de dictadura. Por qué no se pronuncia por el cierre permanente de los medios que critican la gestión de Chávez". Lula se lava las manos sobre Itaipú y Lugo vuelve con el saco vacío El gobierno del Brasil no financiará directamente la línea de transmisión de 500 Kv, como prometió, sino será a través del Focem, que deberá ser aprobado por todos los presidentes. El presidente de Brasil, Luis Inácio "Lula" da Silva reiteró que está en manos del Congreso brasileño la aprobación de la triplicación de la compensación por cesión de energía, de US$ 120 millones a US$ 360 millones anuales, que fuera uno de los puntos contemplados en el acuerdo bilateral firmado el pasado 25 de julio de 2009 por Fernando Lugo, presidente de Paraguay, y el mandatario brasilero. Ayer, los dos presidentes se reunieron en la fronteriza ciudad de Ponta Porá, Brasil; cada uno estuvo acompañado de sus principales ministros para "pasar revista" a los 31 puntos acordados el pasado 25 de julio. El lema del encuentro fue "Perspectivas de Comercio e Inversiones en la Frontera" y tuvo lugar en el Centro de Convenciones de Ponta Porá, frontera con Pedro Juan Caballero. "El acuerdo firmado entre Paraguay y Brasil, el 25 de julio de 2009, tiene que pasar por el Congreso Nacional brasilero. Lo que pasa con el Congreso brasilero es la misma problemática con el Congreso de Paraguay donde los presidentes no disponen porque tienen autonomía para decidir libremente", expresó Lula da Silva, luego del encuentro. Agregó que el Ejecutivo brasilero espera que en el Senado se apruebe, por la importancia que tiene para ese país perfeccionar sus relaciones con el Paraguay. LINEA DE 500 Kv Uno de los temas centrales tratados entre los mandatarios de Brasil y Paraguay, en Ponta Porá, fue la financiación de la línea de transmisión de 500 Kv. En los últimos días fuentes oficiales brasileñas anunciaron que se utilizarían los Fondos de Convergencia Estructural del Mercosur (Focem), para cubrir el costo de las obras, con un aporte extraordinario por parte de Brasil. Gustavo Codas, director paraguayo de la Itaipú, dio por hecho que los presidentes de los demás países componentes aprobarán, en la fecha, la fuente de financiamiento vía Focem. El encuentro de mandatarios se realizará en el marco de la cumbre de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), que se desarrolla en Buenos Aires, Argentina. "La idea es que se realice enseguida la licitación para el tendido de la línea y la construcción de la subestación para que todo esté finalizado para diciembre del 2012", señaló Codas, a los medios periodísticos. Sin embargo, ni Lugo ni Lula mencionaron nada al respecto en sus respectivos discursos. Pero posteriormente, Jorge Samek, director de brasilero de Itaipú, dijo que efectivamente la financiación se hará vía Focem. "Todo está definido, se construirá la mayor subestación de Paraguay", dijo. Explicó en ese sentido, que ante tal preocupación, "el fondo fue creado para mejorar las relaciones entre los países del Mercosur en un plazo de tres años, 2010, 2011, 2012", dijo Samek. El Brasil aportará extraordinariamente US$ 133 millones anuales que serán destinados exclusivamente a la línea de 500 Kv. "Dependemos de los demás" - Gustavo Volpe, presidente de la UIP. "Sería estúpido si Paraguay acepta la nueva propuesta del Brasil", afirmó Gustavo Volpe, presidente de la Unión Industrial Paraguaya, refiriéndose a la propuesta hecha por el presidente brasileño Luis Inácio "Lula" Da Silva, de utilizar los Fondos de Convergencia Estructural del Mercosur (Focem) para financiar la construcción de la línea de transmisión de 500 Kv. Señaló que para emplear esos fondos se debe contar con la aprobación de los demás países miembros, por lo que puso como ejemplo el caso de Uruguay, que quiso usarlos para la construcción de una línea, pero los socios no dieron el visto bueno. "¿Será que Paraguay logrará la aprobación de los otros socios?", cuestionó el empresario. Luego agregó que el gobierno debe procurar el mecanismo y los fondos para concretar con tan importante obra que beneficiará a todo el país. "No se debió perder el crédito" - Federico Franco, vicepresidente. El vicepresidente Federico Franco dijo que el gobierno paraguayo no debió perder el crédito para la construcción de la línea de transmisión de 500 Kv entre Itaipú y Villa Hayes y haber estado solo pendiente de que el costo sea solventado por el Brasil. Señaló que varias empresas internacionales ya se presentaron en el país para la construcción de esa línea porque evidentemente sólo con los recursos económicos de la Ande no se podrá construir. "Estoy totalmente de acuerdo contigo de que nosotros no podíamos haber dejado y estar pendiente a eso (de que Brasil solventará la línea de transmisión). Por eso es que varios empresarios vinieron; yo tuve la suerte de haber presentado a diferentes estamentos del gobierno, a empresas coreanas, suecas, españolas creo que también una japonesa que vinieron con el propósito de construir la línea de los 500 Kv", indicó Franco. INDEFINICIÓN DEL RTU Los empresarios de Ciudad del Este están molestos, debido a la indefinición sobre cuándo se implementará finalmente el Régimen Tributario Unificado (RTU), que regirá para los más de 165 mil sacoleiros que hoy vienen periódicamente a comprar mercaderías de la capital del Alto Paraná. A partir de ayer se inició una reunión técnica entre paraguayos y brasileños, en Curitiba, Brasil, para definir el software, sin embargo hasta el momento no se dio ningún cronograma de trabajo de la construcción de infraestructura en ambos lados, según explicaciones de Antonio Santamaría, de la Federación de Cámaras de Comercio del Alto Paraná (Fedecámaras). Además, una de las principales negociadoras por la Subsecretaría de Estado de Tributación, desde el gobierno anterior, Astrid Weiler, renunció a la función pública. Dijo que a partir de este mes se dedicará al sector privado. Por otra parte, en Ponta Porá, el presidente brasilero "Lula" Da Silva anunció que la construcción de un segundo puente que unirá las ciudades de Foz de Yguazú y Presidente Franco, es la infraestructura que se suma al RTU. "Junto con esta iniciativa, el RTU ayudará a Ciudad del Este a renovar su vocación económica. Ayuda a construir más inversiones productivas brasileñas en Paraguay y favorecen a un mayor equilibrio en la balanza comercial", dijo "Lula". Segundo puente, factor clave Mandatario del vecino país afirmó que favorecerá el intercambio comercial de ambas naciones. Luis "Lula" da Silva afirmó en su discurso principal, que la construcción del segundo puente sobre el río Paraná es un factor clave que favorecerá el intercambio comercial entre Brasil y Paraguay, es decir, las ciudades de Foz de Yguazú y Presidente Franco. Recordó que de enero de marzo del 2010 el comercio bilateral representó un 60% superior al mismo periodo del 2009. "Todo el mundo sabe de mis esfuerzos por el éxito de Paraguay y por el del presidente Lugo. Brasil es consciente de que sus vecinos necesitan ser económicamente fuertes, que necesitan crecer", añadió. La inversión prevista para la obra es 55 millones de dólares, que serán desembolsados por el Brasil. Si se cumple la agenda prevista y si el proceso de licitación no tiene ningún contratiempo, el segundo puente deberá concluir en el segundo semestre del año 2012. Según el proyecto, el puente tendrá unos 800 metros de extensión y 17,5 de ancho. LÍNEA ITAKYRY-KATUETE Por otro lado, el mandatario brasileño dijo también que por instrucciones suyas, el Banco Nacional de Desarrollo del Brasil (BNDES) está analizando el financiamiento para la construcción de la línea entre Itaipú y Salto del Guairá. En tal sentido, Germán Fatecha, titular de la Ande, afirmó que esta línea forma parte del proyecto que pretende unir a Itakyry con Katuete. Sin embargo, en una reunión que se hizo ayer, el ministro de Hacienda, Dionisio Borda, cuestionó la garantía que exigía dicho banco brasilero para obtener el financiamiento. "Podemos obtener crédito blando, pero exigen garantías de la reserva y todo parece indicar que van a cambiar ese punto", sostuvo Fatecha. Uruguay "El Pais" Sección: Internacional Lula y Lugo en combate a la droga. Cooperan contra el narcotráfico en la zona fronteriza PONTA PORA | Los presidentes Luiz Inácio Lula da Silva y Fernando Lugo resolvieron aplicar medidas conjuntas para combatir al narcotráfico, en un encuentro ayer en la frontera. La presencia del senador oficialista paraguayo Robert Acevedo, sobreviviente de un atentado de narcotraficantes hace ocho días a metros del lugar donde se encontraron los presidentes, le dio un toque emotivo al acontecimiento. "Los narcotraficantes se metieron con los gobiernos de Brasil y Paraguay. Ahora vamos a enfrentarlos", dijo Lula, al anunciar que encararán un combate frontal contra los traficantes. "Una de las formas de vencer al crimen organizado es ofreciendo más oportunidades" a los que viven en la frontera, dijo Lula. El mandatario también habló de la próxima incorporación de un avión no tripulado para vigilar la frontera. "Tenemos que hacer inversiones más inteligentes para combatir la delincuencia y detener más traficantes", dijo. Por otra parte Lula anunció la construcción de un segundo puente que conectará la ciudad de Iguazú con Paraguay, a la altura de Ciudad del Este. Además reiteró que Brasil financiará una línea de transmisión de energía eléctrica desde Itaipú hasta Asunción. AFP Sección: Política Nacional Mujica con Lula: inversión y comercio. Los presidentes se reunirán tras la cumbre de Unasur Una vez cumplida la cumbre de la Unasur en Buenos Aires, los presidentes Luiz Inácio Lula da Silva y José Mujica se reunirán esta tarde en Montevideo. Los dos mandatarios darán continuidad a las conversaciones que sostuvieron el 29 de marzo en Brasilia, cuando decidieron la creación de la Comisión Bilateral de Planeamiento Estratégico e Integración Productiva. Brasil continúa siendo el principal socio comercial de Uruguay. En 2009, Brasil exportó US$ 1.360 millones e importó US$ 1.240 millones de Uruguay. En los primeros tres meses de 2010, los intercambios bilaterales aumentaron casi un 30% en relación al mismo período del año pasado, informó ayer la Embajada de Brasil. El portavoz de Lula, Marcelo Baumbach, dijo que los presidentes pretenden concretar grandes proyectos de infraestructura en Uruguay, incluyendo un puerto de aguas profundas en La Paloma, Rocha, la construcción de un centro de convenciones y ferias en Montevideo e inversiones en vías férreas. "Es una gama enorme de proyectos que están siendo desarrollados, Brasil quiere estar cada vez más presente en el esfuerzo de Uruguay por mejorar su infraestructura``, dijo Baumbach en Brasilia. Por su parte, el ministro de Industria, Roberto Kreimerman, dijo tras la reunión de ayer del gabinete con Mujica, que ve "la posibilidad de cooperación con Brasil en la integración productiva, tanto la relación comercial como para lograr investigación conjunta, llegar a mercados conjuntos o disminuir las importaciones de terceras regiones". Kreimerman recordó la firma con Brasil de un convenio de interconexión eléctrica. Unasur: eligen a Kirchner, pero Uruguay se abstiene. Acuerdo. Lo anunciaron los cancilleres y se ratifica hoy Hoy la Cumbre de la Unasur reunida en Argentina designará a Néstor Kirchner como secretario general. Uruguay se abstendrá alegando que no aprobó el tratado en el Parlamento. Hoy, en la reunión de jefes de estado se definirá oficialmente el tema. "Existe consenso en la candidatura de Kirchner, nadie se opuso y, más bien, están todos a favor", explicó a El País el canciller uruguayo Luis Almagro. "Nosotros nos abstuvimos de intervenir y por lo tanto de vetar, dado que no hemos ratificado el tratado. Nos abstuvimos de participar en el tema institucional y, al no haber oposición expresa, se aprueba por consenso", señaló. Los cancilleres de la Unasur resolvieron al atardecer de ayer proponer al ex presidente Néstor Kirchner al cargo según informó a la prensa el canciller ecuatoriano Ricardo Patiño, cuyo país ejerce la presidencia pro tempore de la Unasur. Dijo que la propuesta será sometida hoy a consideración de los presidentes de la Unasur. Cambio. La abstención de Uruguay supone un cambio de posición respecto al veto interpuesto por su antecesor Tabaré Vázquez por el conflicto con Argentina y, especialmente, porque Kirchner alentó y mantuvo -como luego lo hizo su esposa Cristina Fernández como presidenta- el corte del puente binacional General San Martín. La posición que llevará mañana a la cumbre el presidente José Mujica se inscribe en el marco del nuevo relacionamiento con Argentina luego del fallo del Tribunal Internacional de La Haya por el conflicto por la instalación de la planta de celulosa de Botnia (hoy UPM) que señaló que Uruguay incumplió las formalidades del tratado al no informar previamente a Argentina, pero señaló que no hay pruebas de que la pastera contamine ni razones para ser relocalizada. Los partidos opositores de Uruguay no apoyan el nombramiento de Kirchner y no lo consideran un dirigente político adecuado para incentivar la integración regional. Fueros. En Argentina se especula que tras el nombramiento, el ex presidente pedirá licencia en su cargo de diputado para no perder los fueros, ya que avanza la investigación de las denuncias de corrupción relacionadas a los negocios de Argentina con Venezuela. El cargo de la Unasur supone dedicación exclusiva durante dos años, aunque se estima que Kirchner aspira a ser candidato presidencial en su país en 2011. La justicia argentina investiga la denuncia que hizo un ex embajador argentino en Caracas acerca de que empresas nacionales que deseaban concretar negocios con Venezuela, en el marco de un fideicomiso creado por ambos países, debían pagar sobornos al ministerio de Planificación. Por su parte, el canciller Patiño, que ha realizado una intensa campaña en la región por la designación de Kirchner, sostuvo "que es primordial`` la designación del secretario general para identificar "los problemas`` y ponerlos sobre la mesa de discusión. La sede de Unasur está en Quito y Kirchner debería trasladarse a Ecuador, aunque el edificio está en obras y se estima que, provisoriamente, se mantendrán las oficinas del organismo en Buenos Aires. Otros temas. La agenda de la cumbre incluye también las ayudas de los países miembros a Haití y Chile tras los terremotos, así como el eventual reconocimiento al gobierno de Porfirio Lobos en Honduras, lo que cuenta con férreas resistencias en el bloque. Según el canciller de Venezuela, Nicolás Maduro, la Unasur seguirá sin reconocer al gobierno de Lobo por haber surgido de "elecciones inconstitucionales, producto de un golpe de Estado". Por su parte, el presidente de Costa Rica, Óscar Arias dijo que procurará convencer a Brasil y a México para que lo reconozcan. Unasur estudia además condenar la ley Arizona contra los inmigrantes ilegales. El presidente de Ecuador, Rafael Correa, adelantó que la declaración rechazará la norma que criminaliza la inmigración ilegal en el estado norteamericano de Arizona, donde viven unos 10.000 ecuatorianos. El mandatario advirtió a Estados Unidos que "criminalizar, meter preso a un migrante por no tener papeles, es un insulto a la dignidad humana". "La Republica" Sección: Política Lacalle: 'Unasur no existe como tal, es un proyecto' Desde la oposición, el senador nacionalista Luis Alberto Lacalle afirmó ayer que la "Unasur todavía no existe como tal" y que "todavía es un proyecto". Por este motivo, dijo el ex presidente a Radio El Espectador que "no deja de ser una tarea de hipótesis" designar a su secretario general, aludiendo al nombramiento del argentino Néstor Kirchner. Asimismo, Lacalle consideró que antes de definir una posición Uruguay debería ratificar la creación de la Unasur, que hasta el momento sólo fue apoyada por tres países cuando en el estatuto se indica que debe ser ratificado por nueve. "La Unasur no es más que un proyecto político que tiene voluntad política pero que no existe jurídicamente porque aún no fue ratificado por nueve naciones. Sólo tres lo hicieron y ni siquiera Uruguay la apoyó", explicó el ex mandatario a Observa. Lacalle agregó que luego de la reunión de Mujica con la presidenta argentina, Cristina Fernández, habló con el mandatario uruguayo sobre el conflicto binacional con ese país. El presidente del Directorio del Partido Nacional destacó que el gobierno uruguayo debería darle empuje a la navegación del río Uruguay, repotenciar la represa de Salto Grande y avanzar en el dragado (del canal Martín García), que facilitaría la navegación. "Se debe convertir al río en una gran solución, en un punto de unión y no de discordia", dijo. Al respecto, recordemos que la semana pasada Lacalle realizó una exposición escrita en el Senado referente al desarrollo del río Uruguay y que pretende ser un insumo para la solución al diferendo con el vecino país. El ex mandatario indicó además que la "política exterior es tema del Presidente y del canciller", y consideró que se está llevando adelante "de la mejor manera". "Vergonzoso" Por su parte, en una carta enviada al presidente Mujica a mediados de la semana pasada, el legislador de Alianza Nacional Javier García estimó que el voto a Kirchner sería un acto "vergonzoso" que afectaría la unidad del sistema político uruguayo, consagrada a partir del corte de los puentes internacionales, y además sería "una afrenta" al pueblo uruguayo. Mujica propondrá a 'Lula' asumir rol protagónico en puerto de Rocha Ministro Kreimerman. Cooperación de Brasil en integración productiva e infraestructuraEl presidente de la República, José Mujica, planteará hoy a su par brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, el interés de Uruguay referido a que Brasil asuma el liderazgo en la construcción de un puerto de aguas profundas en Rocha, el cual pueda ser usufructuado por los países de la región. Durante la reunión del Consejo de Ministros de ayer en la Torre Ejecutiva, el gobierno analizó la agenda de prioridades de Uruguay durante la reunión que hoy mantendrán los presidentes Mujica y Lula da Silva. El primer mandatario brasileño arribará a Uruguay en horas de la tarde proveniente de Argentina ­donde se celebrará la reunión de la Unasur (ver nota aparte)­, acompañado de una nutrida delegación de empresarios. En la cumbre bilateral que se desarrollará en la residencia de Suárez desde la hora 18.00 se tratarán temas de integración productiva, energética y en infraestructura. Mujica invitó ayer a sus ministros a participar del encuentro en el cual se ofrecerá una cena de honor al máximo mandatario brasileño. Sobre los temas de infraestructura, Mujica comunicó ayer a su equipo de gobierno su intención referida a que Brasil asuma el liderazgo en la construcción del puerto de aguas profundas en Rocha. La propuesta de Mujica es que la futura terminal portuaria pueda ser usufructuada por los países de la región, es decir Brasil, Argentina, Paraguay y Bolivia. Si bien el financiamiento de la obra es uno de los aspectos que debe ser discutido en profundidad, la intención es que Brasil asuma un rol protagónico debido a que se trata del país de la región con mayor Producto Bruto Interno y a que Lula da Silva es uno de los líderes con mayor influencia mundial, indicaron fuentes gubernamentales participantes de la reunión. En ese sentido, según pudo saber LA REPUBLICA, el gobierno brasileño estaría dispuesto a aceptar la propuesta de la administración Mujica. Por su parte, el ministro de Industria y Energía, Roberto Kreimerman confirmó que el gobierno analiza la posibilidad de cooperación con Brasil en dos sentidos: "En la integración productiva, tanto en la relación comercial compra y venta y desarrollo de proveedores como lo que es en la asociación para lograr investigación conjunta, y para lograr llegar a mercados conjuntos o para disminuir las importaciones de terceras regiones. Mientras que el otro aspecto es el de la infraestructura". En ese marco, se ve en Brasil una posibilidad de cooperación tanto en la integración productiva y relación comercial, como en la asociación para desarrollar caminos de investigación conjunta, llegar a mercados conjuntos o disminuir importaciones de terceros. Agregó que se seleccionaron 10 cadenas productivas que serán objeto de discusión en la reunión entre ambos gobiernos. Asimismo, Kreimerman dijo que desde el Ministerio de Industria recientemente se firmó un convenio con Brasil para la interconexión, además comenzaron las obras en la convertidora y se trabajará en el abastecimiento de la energía a través de ese sistema de interconexión. Por otro lado, el vice canciller Roberto Conde informó ayer, durante el acuerdo ministerial, que una comisión binacional se encargará de realizar el seguimiento del cumplimiento de los acuerdos que se alcancen mañana durante la cumbre bilateral. La primera reunión de dicho grupo de trabajo será el próximo 12 de mayo en Brasilia. Capitalización En otro orden, el ministro Kreimerman, presentó un decreto por el cual se regulará la micro-generación de energía eléctrica. Es decir que se regulará la instalación de aparatos de energía eléctrica en propiedades particulares. "La electricidad generada podrá ser utilizada para el consumo propio del particular que la genere o también podrá venderla a UTE para que se sume a la cantidad de energía de la que dispone el ente", dijo el secretario de Estado. Se podrá generar en base a biomasa, paneles solares, emprendimientos hidroeléctricos y eólicos. Por su parte, el ministro de Transporte y Obras Públicas, Enrique Pintado anunció que la compañía aérea canadiense JAZZ se incorporó como socia de Pluna S.A. "Las necesidades de capitalización previstas en U$S 9 millones, de parte de los privados, ascendió a U$S 15 millones y fueron depositados el viernes último. El Estado deberá hacer lo propio con una cifra de U$S 5 millones. La incorporación del referido operador aéreo culminó así, exitosamente", dijo Pintado. Llega Lula. Hoy por la tarde, ambos mandatarios se reunirán en Montevideo "El Observador" Opinión Kirchner es un mal candidato. Cuando la cumbre de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) trate hoy en Buenos Aires la elección de su primer secretario general no podrá ignorar varios de los argumentos que desaconsejan el nombramiento de Néstor Kirchner para ese cargo. El ex presidente argentino nunca fue un candidato adecuado, por varias razones. Su estilo de gobierno, intransigente y autoritario, no lo habilita para una función que requiere diplomacia equilibrada y capacidad negociadora. Por otra parte, el cargo exige dedicación plena, lo que es improbable dada la profunda injerencia de Kirchner en el cogobierno de Argentina que ejerce con su cónyuge, la presidenta Cristina Fernández de Kirchner. La meta de Kirchner a mediano plazo parece ser volver a la presidencia el año próximo. Analistas argentinos sostienen que le interesa la secretaría de Unasur fundamentalmente como fuente de prestigio para una venidera campaña electoral en su país. A todo esto se agregan las sombras de corrupción. Enfrenta juicios en su país por presunto enriquecimiento ilícito. Y es lapidaria la detallada denuncia del empresario venezolano Guido Antonini Wilson, el hombre de la valija de los dólares, de que Claudio Uberti, hombre de confianza de Kirchner, comandaba una oficina comercial en Caracas para cobrar comisiones a empresas argentinas como condición para allanarles negocios en Venezuela. Antonini Wilson, a quien le incautaron en Aeroparque la valija con US$ 800 mil alegadamente enviados por Hugo Chávez para financiar la campaña electoral de la actual presidenta argentina, describió con pelos y señales las operaciones irregulares desde esa oficina. Y el ex embajador argentino en Venezuela, Eduardo Sadous, ha denunciado ante la Justicia de su país que Julio de Vido, ministro de Planificación en los dos gobiernos del matrimonio K y figura central del entorno gobernante, cobraba "peaje" a quien quisiera hacer negocios en Venezuela. Son factores que no pueden ignorar los presidentes cuando traten la candidatura de Kirchner. Su elección depende de cómo voten los 12 miembros de la Unasur. La promueven activamente el venezolano Hugo Chávez y sus acólitos pero la rechazan Perú y Colombia. Uruguay ha cambiado su posición. El ex presidente Vázquez vetó con razón la postulación de Kirchner mientras persistiera el ilegal bloqueo del puente San Martín. Pero la conflictiva situación con Argentina en los últimos años ha cambiado con la asunción presidencial de José Mujica. Su tendencia conciliatoria y su buena relación personal con los Kirchner han mejorado el ambiente y predispuesto a nuestro gobierno a cambiar el veto por abstención, como contrapartida a un futuro levantamiento del bloqueo piquetero. Pero por encima de todo, aun teniendo en cuenta la irrelevancia de un organismo que ni siquiera ha nacido formalmente, es notoria la inconveniencia de nombrar a Kirchner para dirigirlo. Sería un pésimo primer paso de la Unasur. Sección: Actualidad Uruguay dejó abierta la puerta para Kirchner en la Unasur. MUJICA DIJO ANOCHE A EL OBSERVADOR QUE EL TEMA "ESTÁ RESUELTO" El canciller Almagro explicó que el país "no vetó ni votó" al ex mandatario argentino. El presidente José Mujica viaja hoy a Buenos Aires para la cumbre sudamericana POR HERNÁN REYES ESPECIAL DESDE BUENOS AIRES Los ministros de Relaciones Exteriores de los países miembros de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) dieron ayer los primeros pasos para que los jefes de Estado elijan hoy al ex presidente argentino Néstor Kirchner como el primer secretario general de esa organización. El canciller uruguayo Luis Almagro aseguró a El Observador que, como se esperaba, Uruguay "no vetó ni votó" a Kirchner. En la práctica, eso significa un cambio en la posición de Uruguay, que pasó del veto de Tabaré Vázquez en 2008 en protesta por el corte de Arroyo Verde, a la abstención de José Mujica. El presidente dijo anoche a El Observador que "el tema está resuelto". La propuesta de nominación de Kirchner será evaluada hoy por los jefes de Estado y representantes de los 12 países de la Unasur. No asistirán a la cita los mandatarios de Colombia y Perú. Además de la votación de ayer, en el marco del nuevo relacionamiento con Argentina –que se busca recomponer– el gobierno uruguayo ordenó a sus legisladores "desarchivar" el proyecto de creación de la Unasur que había sido enviado al Parlamento por el gobierno anterior. Ese texto había logrado su aprobación en el Senado, no así en la cámara baja por lo que ahora deberá recorrer todo el camino legislativo. Kirchner (Ecuador, Brasil, Bolivia, Venezuela y Argentina) saben que es necesario darle un fuerte impulso al bloque para dar una clara señal de avance. La presidencia pro témpore recaerá en los próximos meses en Guyana, lo que debilitaría cualquier intento de avance y de fortalecimiento político del bloque", precisó un asistente al encuentro de los cancilleres que justificó la decisión de elegir a Kirchner. Consenso. Fue en la reunión entre cancilleres que se sentaron las bases del "consenso" que hoy elegirá a Kirchner como máxima autoridad de la institución regional, salvo imprevistos de último momento. La reunión de ayer comenzó a las 16.25, una hora más tarde de lo pactado, por lo que el cóctel que la Cancillería argentina había previsto para agasajar a los visitantes a la hora 19 se pospuso, al igual que el resto del cronograma. En medio de la larga reunión, Taiana salió a distenderse a uno de los balcones del edificio. Hora y media más tarde, Patiño hacía el anuncio que traía tranquilidad al gobierno argentino respecto al apoyo que reunía Kirchner. La situación de Honduras (la región sigue sin reconocer al gobierno de Porfirio Lobo y solicitando el regreso del ex presidente constitucional Manuel Zelaya) también ocupará un lugar central en la agenda que a partir de hoy a la hora 10.30 debatirán los presidentes. Prendidos a Brasil. HOY SE REÚNE MUJICA CON LULA EN MONTEVIDEO El gobierno local espera recibir proyectos en áreas portuaria, ferroviaria y energética POR GONZALO FERREIRA DE LA REDACCIÓN DE EL OBSERVADOR Uruguay –y especialmente el gobierno de José Mujica– está totalmente decidido a subirse a la locomotora de Brasil, una economía que no para de crecer. El objetivo uruguayo es beneficiarse de un estado en desarrollo con un pronóstico de crecimiento de 6% este año y que se ha transformado en una de las 10 economías más poderosas del mundo. Según distintas proyecciones los deja cerca de quedarse entre los primeros cuatro lugares del mundo en 40 años. Tras la cumbre de la Unasur, llega hoy a Montevideo Luiz Inácio Lula da Silva con una agenda cargada de temas. Varios de ellos le vienen de maravilla al gobierno de Mujica. Otros son de interés particular de los brasileños. El presidente uruguayo aplicará, como lo hizo hace un mes en Brasilia al aceptar la entrada a Uruguay de pollos brasileños, una estrategia pragmática para lograr beneficios del vecino rico del continente, dijeron a El Observador fuentes del gobierno . En el oficialismo uruguayo están convencidos de que en poco tiempo habrá un conjunto significativo de proyectos de inversión brasileño. Algo de eso ya se empezará a ver hoy porque desde la mañana hay previstas reuniones del gobierno uruguayo con más de una decena de empresarios brasileros que tienen intereses en distintos proyectos de inversión uruguayos. Cena en Suárez. La reunión entre Mujica y Lula será a la tardecita y terminará con una cena en Suárez y Reyes a donde están invitados todos los ministros uruguayos. Por parte de los privados brasileños hay propuestas concretas para revitalizar el ferrocarril y la inversión en un puerto de aguas profundas de Rocha. Además hay interés en participar en emprendimientos vinculados a energías renovables y en las industrias de cueros y lácteos. A cambio, Brasil insistirá con la TV digital (ver apunte) y presentará una idea de asociar a Embrasil (la empresa eléctrica estatal) con UTE. Para Uruguay "la prioridad es el puerto", declaró el presidente Mujica a El Observador. Los vaivenes. Las relaciones entre Mujica y Lula son ideales. Tienen una larga amistad que propicia hoy en día relaciones comerciales entre los estados además de buenas condiciones para el acercamiento de inversiones privadas desde el norte hacia el sur, algo que el gobierno uruguayo promueve. Lula, considerado la semana pasada la persona más influyente del mundo por la revista Time, ha logrado despegarse del rol de obrero metalúrgico radical, pero sigue siendo amigo de sus amigos. Los negocios. Pero en Itamaraty (sede de las relaciones exteriores de Brasil) lo que reina es pragmatismo. Más allá de las buenas relaciones entre los presidentes, los brasileños saben que negocios son negocios. Tal es así que a comienzos de este año Brasil presionó duramente por el ingreso de pollos a Uruguay, al punto que el gobierno de Lula frenó en la frontera camiones uruguayos con decenas de productos al demorarles las licencias de importación. Hasta que Uruguay no franqueó el paso a las aves norteñas (ver página 16), la carne, los lácteos, los pescados y otros tantos productos uruguayos estaban trancados. El gobierno de Mujica espera mantener buenas relaciones con Brasilia, independientemente de quién sea el próximo presidente. Es un asunto de Estado. Un ejemplo de intercambio en el que los negocios pueden perdurar es la energía. Uruguay ya se aseguró la interconexión eléctrica con Brasil –sólo falta la firma en el marco del fondo creado por Mercosur para financiar obras de infraestructura (Focem)– pero ahora quiere también asegurarse poder acceder a energía en buen precio. Si logra firmar ese convenio ahora, podrá estar a salvo de los vaivenes históricos en esta materia que ha tenido el país. Pero a Brasil el negocio le puede servir. La empresa estatal brasileña que se encarga de la energía, Embrasil, está en un proceso de expansión hacia el exterior. Así como Petrobras ya lo hizo, Embrasil quiere tener negocios al menos en otros países de América Latina, según transmitieron funcionarios brasileños a sus pares uruguayos. En esa estrategia Brasil quiere a UTE como aliada y carta de presentación ante otros países, donde Uruguay tiene buena reputación. Cuando Mujica y Lula se reunieron a fines de marzo en Brasilia, el gobierno de Brasil expresó su total interés en participar de la creación y gestión de un puerto de aguas profundas en Rocha. Para eso hoy vendrá con algunos empresarios que están dispuestos a invertir. Ferrocarril. Uno de los primeros proyectos brasileños fue para el ferrocarril. Una empresa propuso al gobierno de Mujica que la reparación de las vías se de mediante un mecanismo muy novedoso: el uso de durmientes armados con cemento pórtland. A Uruguay le sobra este material (tiene plantas industriales de ANCAP y también privadas) y puede usarlo como sustituto de los caros durmientes de madera. Los privados brasileños en cuestión le propondrán hoy al gobierno crear una empresa mixta con capitales privados de ese país y estatales uruguayos. Los brasileños venden el "know how" y Uruguay pone los materiales y la mano de obra. Cueros y lácteos. La agenda de las reuniones de hoy fue y vino. Pero dos temas que Brasil puso arriba de la mesa sin tener idea Uruguay por qué fueron los lácteos y los cueros. Capitales brasileros han invertido en diversas áreas de la producción uruguaya. Posiblemente lo hagan también en estas áreas. Uruguay ha sido muy sensible al desempeño de la economía brasileña y los ciclos del gigante del norte han repercutido en Uruguay. La devaluación de 1998 en Brasil se hizo sentir poco después en Uruguay y el crecimiento actual hoy permite colocar productos. Para Uruguay, Brasil es más que un mercado.

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