Pular para o conteúdo principal

O Mercosulino 03/05/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

Jornal "Folha de S. Paulo" Caderno: Mundo PF e Marinha paraguaia trocam tiros na fronteira LUIS KAWAGUTI ENVIADO ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU Na divisa entre as cidades de Foz do Iguaçu (PR), no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai, o rio Paraná é cenário de recorrentes trocas de tiros há pelo menos dois meses. Postados em margens opostas do rio e equipados com arsenal pesado, militares da Marinha paraguaia e agentes da Polícia Federal brasileira disparam uns contra os outros desde março. Os choques são consequência de ações do crime organizado, praticado por paraguaios e brasileiros e que se alastra pela fronteira. Não há indício de conflito institucional formal entre os países, parceiros estratégicos, mas a situação pode provocar, segundo especialistas, uma crise diplomática. Sob condição de anonimato, dois delegados do alto escalão da PF no Paraná e em Brasília, e um delegado da Polícia Civil, confirmam que quadrilhas de traficantes e contrabandistas pagam propina a um grupo de militares da Marinha paraguaia para que façam vistas grossas às suas atividades ilícitas e atuem também como braço armado, dando proteção e combatendo a polícia brasileira. Segundo um delegado da PF, desde o início de março, foram mais de 20 confrontos. Ele cita ocasiões em que houve mais de três num mesmo dia. Os paraguaios disparam quando a PF tenta apreender um barco e os agentes federais respondem ao fogo. As escaramuças ocorrem em um momento crítico para o Paraguai, que há pouco mais de uma semana suspendeu garantias constitucionais em cinco regiões sob o pretexto de caçar guerrilheiros de esquerda. Na semana passada, o senador paraguaio Robert Acevedo foi baleado em um ataque que deixou mortos em Pedro Juan Caballero. A polícia local investiga a participação da guerrilha e da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital. Jornal "Correio Braziliense" Caderno: Mundo Tensão na fronteira O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, colocou cerca de 150 soldados do Exército nas ruas de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, a cidade brasileira onde se encontrará hoje com o colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião ocorrerá na Primeira Divisão de Cavalaria, em Ponta Porã, próximo de onde, há uma semana, no lado paraguaio, ocorreu um atentado contra o senador governista Robert Acevedo, conhecido por denunciar o narcotráfico na região. O encontro entre Lugo e Lula, inicialmente com uma agenda de rotina sobre as diferenças existentes nas compensações que o Paraguai cobra pela cessão de sua parte de energia na hidrelétrica binacional Itaipu, será marcado, porém, pelas controvérsias sobre a segurança da fronteira. Pedro Juan Caballero e Ponta Porã são divididos por uma avenida, e paraguaios e brasileiros trabalham em ambos os lados da fronteira. Essa é também a porta de entrada do tráfico de cocaína e maconha, e até de armas, para os grandes mercados de São Paulo e Rio de Janeiro. Jornal da Câmara Caderno: Geral DISCURSOS DA SEMANA - Política externa Referindo-se aos embates decorrentes de comparações entre o desempenho dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso, Luiz Couto (PT-PB) defendeu a política externa do governo atual e condenou os críticos do Mercosul. "A importância do Mercosul não é apenas econômica e comercial, mas política. Quem não quer reconhecer isso demonstra cegueira política e má-fé. Quer fazer uma disputa eleitoral não revelando as verdades dos fatos", afirmou. O deputado informou que a construção de uma comunidade com os países da América Latina é um princípio constitucional que o governo Lula apenas colocou em prática. Ele criticou os governos anteriores que se recusaram a promover a integração dos países latinos, favorecendo o comércio com países desenvolvidos e com os Estados Unidos. Jornal ‘Valor Econômico" Caderno: Brasil Lula ameaça boicotar reunião de cúpula UE -AL Assis Moreira, de Genebra O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intenção de cancelar a participação na Cúpula União Europeia-América Latina e Caribe, dia 18 em Madrid, se a Espanha insistir em convidar o presidente de Honduras, Porfírio Lobo para o principal evento anual entre as duas regiões. O governo brasileiro acha que, na prática, a presidência espanhola da UE está "forçando a barra" ao convidar um presidente não reconhecido pelo Brasil, nem por Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba, e isso racharia a cúpula, como já está acontecendo. Uma séria confusão diplomática está instalada. A situação se complica com a cacofonia do lado europeu. No meio da semana, o embaixador espanhol em Honduras, Ignacio Ruperez, afirmou que Lobo já tinha aceitado "o convite da Espanha para assistir à cúpula, ele é bem-vindo em Madrid e o esperamos com braços abertos". Mas no sábado, em resposta a um pedido do Valor para confirmar a presença de Lobo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Julio Albi, respondeu que "a lista de participantes da cúpula não está ainda fechada". Em Bruxelas, o gabinete da alta representante de Política Exterior da UE, Catherine Ashton, saiu pela tangente. "A presidência espanhola é que está fazendo os convites", afirmou a porta-voz Maja Konjancic. Num ponto os espanhóis estão de acordo: ao contrário do que ocorre do lado do Brasil e outros países sul-americanos, "as relações entre Honduras e a Espanha e entre Honduras e a UE estão perfeitamente normais e em progresso". O governo brasileiro enviou vários sinais de "insatisfação" ao longo das últimas semanas à UE, e particularmente ao governo de José Luis Zapatero, alertando para o problema da presença do hondurenho. A alegação é que, primeiro, Honduras não voltou a ser aceito na Cúpula da América Latina e Caribe, como a ocorrida em Cancún, em fevereiro. Segundo, tampouco foi reintegrada na Organização dos Estados Americanos (OEA). Isso só será examinado em julho e a reintegração depende de unanimidade entre os países membros. Por conta do golpe de Estado de 28 de junho de 2009, que derrubou o presidente Manuel Zelaya, Honduras foi excluído por boa parte da comunidade internacional. Zelaya retornou secretamente ao país em setembro e abrigou-se na Embaixada do Brasil por quase quatro meses, e saiu de lá para a Costa Rica. Em novembro, o presidente de facto, Roberto Miguelito, promoveu a eleição de seu aliado Porfírio Lobo. Para o Mercosul, o pleito ocorreu "num ambiente de inconstitucionalidade, ilegitimidade e ilegalidade, constituindo um duro golpe aos valores democráticos para América Latina e Caribe". Na semana passada, ao receber o presidente venezuelano Hugo Chávez, Lula reclamou com ironia de "uma coisa fantástica em Honduras: o novo governo anistiou os militares (envolvidos no golpe de Estado), mas não anistiou o presidente deposto". A ausência do presidente Lula, se confirmada, esvaziará a cúpula de Madrid e ilustrará o distanciamento na questão de Honduras também em relação aos Estados Unidos e a Europa. O governo de Barack Obama tenta reaproximar o governo de Lobo com os países vizinhos, mas na América do Sul somente a Colômbia foi mais receptiva até agora. A posição do México não está clara. A Europa, por sua vez, passou a aceitar o governo atual, porque quer fechar um acordo de livre comércio com a América Central, e para isso necessita de Honduras no grupo de seis países, junto com Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Guatemala e Panamá. Para o Brasil, a presença de Lula depende de como a UE vai manejar agora a questão. A visão de várias chancelarias, segundo fontes, é de que a Europa está fazendo a aposta errada, ao achar que parte da América do Sul poderia aceitar a presença do hondurenho, porque se trata de uma cúpula organizada pelos europeus. Para certos diplomatas, o problema é fácil de ser resolvido: basta excluir Lobo da programação da cúpula, desde o jantar que será oferecido pelo rei Juan Carlos a todos os debates. A alternativa seria a UE fazer seu encontro bilateral com ele e o grupo da América Central, sem envolver o resto da América Latina. Enquanto tenta apressar um acordo UE-América Central, sem importância econômica, Bruxelas constata enorme racha entre os 27 países membros sobre a a retomada da negociação do acordo de livre comércio entre UE e Mercosul, que seria o maior do mundo, com 700 milhões de consumidores. A França, país considerado parceiro estratégico do Brasil, a Irlanda e países do Leste Europeu não querem nem falar em acordo com o Mercosul, temendo a concorrência agrícola. Sabem que, se a negociação for retomada, serão obrigados a fazer concessões. De outro lado, a maior economia, a Alemanha, está a favor do acordo. A questão agora é qual grupo vai prevalecer e como isso se refletirá no posicionamento da Comissão Europeia, braço executivo da UE. Ex-presidente argentino quer liderar Unasul Daniel Rittner, de Buenos Aires Néstor Kirchner: candidato a voltar à Casa Rosada em 2011, ex-presidente pretende usar secretária-geral da Unasul como uma "vitrine" internacional Com o apoio pouco entusiasmado do governo brasileiro, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner costura nos bastidores diplomáticos sua eleição como secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que reunirá a partir de hoje os 12 presidentes e chanceleres da região, em Los Cardales, nas imediações de Buenos Aires. Além da formalização da candidatura de Kirchner, a pauta da cúpula inclui uma análise dos requisitos necessários para normalizar as relações com Honduras. Países como a Colômbia e o Peru reconheceram prontamente a vitória de Porfirio Lobo nas eleições de novembro, mas os quatro sócios do Mercosul - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - e a Venezuela contestaram a legitimidade e a constitucionalidade das eleições. Uma das pré-condições exigidas pelo Brasil e pela Argentina, por exemplo, é que o presidente deposto Manuel Zelaya tenha carta branca do atual governo para retornar a Honduras e participar normalmente da vida política do país, se quiser. Dois outros assuntos deverão ocupar a agenda dos presidentes, que ser reunirão em um luxuoso complexo hoteleiro, situado a 70 quilômetros da capital argentina: a coordenação das atividades de reconstrução do Haiti depois do terremoto de janeiro e a proposta de uma cúpula América do Sul-Estados Unidos - uma tentativa de colocar a região no foco do presidente Barack Obama. Mas ninguém tem tanto interesse na reunião quanto Néstor Kirchner e sua esposa, a atual presidente Cristina Kirchner. Com a recuperação da economia, a popularidade do casal voltou a subir, mas ainda está em torno de 25% - índice insuficiente para lhes garantir competitividade nas eleições marcadas para outubro de 2011. O ex-presidente é pré-candidato e já prepara o retorno à Casa Rosada. A ideia do casal, segundo seus interlocutores políticos, é dar a Kirchner uma vitrine internacional e permitir que ele ofereça ao eleitorado argentino uma imagem de estadista, posando ao lado de lideranças, não só da região, como de fora dela. Isso contrasta com a atual imagem de Kirchner - de turrão e pouco afeito à agenda diplomática. A candidatura tem o aval, sem entusiasmo, do Itamaraty. "Não colocaremos nenhum obstáculo às pretensões argentinas", disse um funcionário graduado do Ministério das Relações Exteriores. Ainda está viva na memória dos brasileiros o desinteresse de Kirchner nas cúpulas do Mercosul e sua ausência no lançamento da Comunidade Sul-Americana de Nações, depois transformada em Unasul, no Peru, em dezembro de 2004. O Uruguai deu todos os sinais de que retirará o veto imposto anteriormente. Kirchner e o ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez tinham péssimas relações, devido ao conflito em torno da instalação de uma fábrica de celulose às margens do rio da Prata, mas a tensão diminuiu após a eleição de José "Pepe" Mujica. O tratado de constituição da Unasul foi ratificado pelo Congresso de apenas 3 dos 12 países. A secretaria-geral deve funcionar em Quito, segundo o tratado, mas é provável que tenha um escritório provisório em Buenos Aires para facilitar a vida de Kirchner. A escolha do ex-presidente argentino, caso confirmada, lhe dará uma saída honrosa da Câmara de Deputados, para a qual foi eleito no ano passado. Ele foi candidato para puxar votos para o partido, mas só participou de uma sessão até hoje, em dezembro, quando tomou posse. Como o governo perdeu a maioria e tem sofrido a constante ameaça de derrotas legislativas, a ausência de Kirchner é vista como uma forma de evitar desgaste a sua imagem pessoal. Maior projeção do Brasil exige definições Sergio Leo O Brasil conseguiu, nos últimos anos, projeção e influência inéditas na política internacional, mas precisa, agora, saber exatamente o que fazer com ela, como trazer uma contribuição real para enfrentar os problemas que desafiam os grandes atores mundiais. A opinião é de um pesquisador influente em Washington, Bruce Jentleson, professor de políticas públicas e ciência política da Universidade Duke. Em visita recente ao Brasil, Jentleson expressou o que pensam muitos diplomatas estrangeiros, em Brasília e outras capitais pelo mundo. Ainda não está claro o que o governo brasileiro pretende fazer com o evidente prestígio que ganhou lá fora com sua política externa. Também os Estados Unidos ganharam projeção internacional antes de elaborar uma agenda coerente de atuação na arena global, comenta Jentleson, que já assessorou o ex-vice-presidente e ex-candidato à presidência Al Gore. O comentário de Jentleson é apenas um entre muitos no mesmo tom escutados em Brasília nas últimas semanas. O sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva receberá como herança o desafio de apresentar uma política coerente para os salões internacionais que o Brasil passou a frequentar. Há áreas onde isso está claro, como o debate para reforma do sistema financeiro internacional. Em outras, o Brasil se apresenta como um ator de boas intenções, mas sem propostas claras, como na discussão sobre a paz no Oriente Médio. A atuação da diplomacia brasileira no caso do Irã é, evidentemente, um dos motivos da insegurança, no exterior, em relação ao futuro papel que o Brasil terá nas questões mundiais. Estados Unidos e Europa pressionam para conter o programa nuclear iraniano, que desperta temores na Rússia e é tratado com ambiguidade pela China. Há convicção entre os países ricos ocidentais que o governo iraniano ganha tempo para adquirir a tecnologia da bomba, mas o governo brasileiro insiste ser possível convencer o Irã a aceitar maior fiscalização. Compreende-se no exterior o interesse do Brasil em marcar sua posição independente no cenário internacional. Mas, a menos que essa posição traga novas soluções para os problemas existentes, as atuais dúvidas sobre a política externa podem dar lugar a críticas abertas. Será necessário ao governo, também, administrar a força que o Brasil ganhou no continente sul-americano, não só por sua diplomacia (também por ela), como pelo êxito econômico, com a consolidação de forte mercado consumidor interno e a estabilização na economia. É preciso mostrar à própria sociedade brasileira os sucessos obtidos em temas controversos, cuja interpretação pelas forças políticas internas distorce avaliações, para uso partidário ou eleitoral. Caso exemplar é a Bolívia, onde uma sociedade dividida e a incompetência das forças políticas tradicionais elegeram em 2005 um sindicalista de origem indígena, apoiado por grupos radicais. Presidente fraco, de base política movediça, Evo Morales legitimou-se executando com pirotecnia a decisão de renegociar contratos de exploração de gás, votada em plebiscito meses antes: nacionalizou as reservas e mandou tropas a refinarias controladas pela Petrobras. O governo brasileiro reagiu em duas frentes: publicamente fez afagos exagerados em Morales e reconheceu seu direito à soberania sobre recursos naturais bolivianos, evitando protestar contra a injustificável invasão militar à Petrobras. Nos contatos diretos com o governo boliviano, os brasileiros reclamaram, exigiram (e conseguiram) indenização ao preço de mercado pelas refinarias e congelaram investimentos. Evitou-se um temido corte no fornecimento de gás a São Paulo, excessivamente dependente do gás boliviano. Hoje, com níveis recordes de popularidade e maior força política, Morales apela ao Brasil para ampliar comércio e investimentos. O Brasil investiu em fontes alternativas de gás, reduziu a dependência. Promoveu-se, sem atritos nem provocações, a transferência negociada de brasileiros que moravam em áreas proibidas da fronteira boliviana. A oposição a Morales abandonou planos de secessão ou golpe e conquista pouco a pouco maior solidez política, consolidada nas últimas eleições - que deram novamente maioria ao governo local. Arroubos nacionalistas, como o que levou à nacionalização das empresas elétricas, são moderados em relação ao Brasil. Também com Equador, Venezuela ou Argentina, a "paciência estratégica" do Itamaraty obtém resultados, tímidos, embora as idiossincrasias dos governos locais tornem difícil uma atuação mais articulada. Há limites, e o governo brasileiro nem sempre ajuda a entendê-los. Não há razão plausível, por exemplo, para tornar o projeto da Unasul refém da política interna argentina, e nomear para dirigi-la, como tem defendido o Brasil, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner, notoriamente avesso a questões multilaterais e às delicadas negociações de política externa regional. Sergio Leo é repórter especial e escreve às segundas-feiras E-mail: sergio.leo@valor.com.br Jornal "O Estado de S. Paulo" Caderno: Economia & Negócios China reclama de protecionismo argentino Irany Tereza PEQUIM - Medidas protecionistas adotadas pela Argentina contra a "invasão" chinesa azedaram a relação entre os dois países. Em retaliação, a China está adotando medidas de controle de qualidade que dificultam a entrada no país do óleo de soja, principal item de exportação da Argentina para a China. O clima está tenso ao ponto de as autoridades chinesas dispensarem eufemismos. Para Xu Yingzhen, subsecretária geral da América e Oceania do Ministério do Comércio da China, a manutenção das políticas antidumping argentinas afastarão investimentos de empresas chinesas no país. "Essas medidas são contínuas: 64,8% de todas as medidas antidumping da América Latina e Caribe contra a China vêm da Argentina. Na nossa opinião, é uma situação totalmente anormal um país aplicar com tanta frequência medidas contra outro", diz. / I.T. Caderno: Internacional Segurança se reforça para visita de Lula Tânia Monteiro, enviada especial, Ponta Porã, MS Apesar de estado de exceção, clima é tranquilo para encontro entre presidentes em Ponta Porã O discurso alarmista sobre insegurança na fronteira do Brasil com o Paraguai, amplificado pelo atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo, não encontra eco nem na população de Pedro Juan Caballero nem no governador do Departamento (Estado) de Amambay, Juan Bartolomeu Ramírez. Do lado brasileiro, moradores de Ponta Porã também atenuam os episódios de violência. Na cidade, os fatos recentes não foram bastantes para cancelar o encontro agendado para esta segunda-feira entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, que acontecerá em uma praça, a céu aberto, na fronteira entre os dois países. Da parte brasileira, houve um reforço da segurança de Lula, com a vinda de militares da Polícia do Exército e 80 homens do pelotão de choque da PM com cachorros. Mas a avaliação é de que a situação é tranquila. Na parte paraguaia, a cidade do outro lado da fronteira, Pedro Juan Caballero, viveu um fim de semana de compras na zona franca e movimento normal no comércio - sem a temida transformação das ruas em uma praça de guerra. Os seguranças das lojas, sempre de uniforme preto e armados, são os de sempre, segundo eles próprios. A única presença a mais, assim mesmo, nada acintosa, restrita a alguns pontos da cidade, é do Exército paraguaio que, desde a semana passada, deslocou 150 homens para Pedro Juan Caballero, depois da decretação do estado de exceção em cinco departamentos do Paraguai, para combater o EPP, um pequeno grupo armado que pretende se tornar uma guerrilha. Lula desembarca em Ponta Porã às 9 horas e a previsão é de que fique seis horas na cidade. Após o aperto de mão e descerramento da placa comemorativa à visita, em praça pública, em um ponto da fronteira seca, todas as reuniões ocorrerão em local fechado, sempre do lado brasileiro. Justamente por causa da ausência de divisão física, a integração entre as duas cidades é total e são comuns casais formados por brasileiros e paraguaios. O paraguaio Victor Rivero Oliveira e a mineira Michelini Oliveira são casados e contam que há 20 anos são donos da pequena mercearia 24 horas e dizem que a vida na cidade é pacata como sempre. "Quem é correto, quem não se mete com drogas ou crimes não tem com o que se preocupar. Ninguém se mete com a gente nem atrapalha nosso negócio", disse Víctor ao Estado. "Aqui não tem perigo. É menos do que Rio e São Paulo. Não tem bala perdida. Quando morre alguém é acerto entre eles (traficantes) e só ficamos sabendo pelas notícias (da imprensa)", acrescentou ao comentar que o mercadinho só fecha de madruga e, mesmo vendendo bebida alcoólica, "não tem arruaça". O governador de Amambay, Juan Ramírez, no feriado do 1.º de Maio, almoçava acompanhado da mulher e os três filhos, no gigantesco Shopping China, o maior de Pedro Juan Caballero, sem nenhum segurança. "Quem tem uma vida comum, sem se meter com o tráfico, vive melhor aqui do que em qualquer outro lugar do Brasil ou do Paraguai", declarou ao Estado. Reunião deve decepcionar paraguaios Tânia Monteiro, enviada especial, Ponta Porã, MS Na viagem de cerca de seis horas que fará hoje à Ponta Porã, para reunir-se com Fernando Lugo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouvirá queixas e sentirá a resistência do seu colega pelos avisos já enviados pelo governo brasileiro de que não será possível atender à principal reivindicação do vizinho, embora tenha sido objeto de promessa e acordos assinados há noves meses: a construção de uma linha de transmissão de 500 kv entre a Hidrelétrica de Itaipu e Assunção, obra estimada entre US$ 350 e US$ 400 milhões, sem nenhum ônus para o Paraguai. É que Lula foi avisado pelo Tesouro Nacional e pelo BNDES, que financiaria a obra sem o aval do Congresso Nacional. Alertado da necessidade de aprovação de um projeto de lei para arcar com esses custos, o que é considerado muito difícil, em período pré-eleitoral, Lula que tinha rejeitado as ponderações do Itamaraty e do Ministério de Minas e Energia, tentará convencer Lugo a buscar financiamento no Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) para fazer a obram considerada prioritária para seu governo. Lula promete ajuda neste esforço. Apesar de ser dono de metade de uma das maiores usinas do mundo, o Paraguai sofre constantes blecautes por falta de linhas de transmissão. Com isso, a reunião de Ponta Porã não terá o resultado prático que os paraguaios esperam e já está sendo objeto de ataques da imprensa paraguaia. Lula tentará ressaltar o apoio político do Brasil ao governo paraguaio, nesse momento ainda mais fragilizado pela onda de violência no norte do país, que levou à declaração do estado de exceção em cinco departamentos (estados). Lugo também deve cobrar de Lula a extradição de três paraguaios acusados de sequestro e refugiados no Brasil. Jornal "O Globo" Artigo Tiro no pé Aloizio Mercadante Certa vez, o então ministro de Economia da Argentina, Domingo Cavallo, afirmou que a tarifa externa comum do Mercosul era uma tontería, uma bobagem. Pegou mal. Afinal, o Mercosul é o eixo estruturante das relações Brasil-Argentina. Cavallo expressava a opinião dos conservadores de seu país. Para eles, que apostavam nas "relações carnais" com os EUA, o único importante era a integração com os países mais desenvolvidos. Sonhavam com a Alca. O Mercosul era visto por eles como estorvo. Cavallo não conseguiu seu intento de reduzir o Mercosul a uma mera área de livre comércio, mas deixou insuspeitados discípulos no Brasil. Há poucos dias, o pré-candidato José Serra, "mercocético" histórico, afirmou que o Mercosul é uma "farsa", um peso que atrapalha o Brasil. Pegou malíssimo. O "Clarín", importante jornal argentino, publicou matérias contestando as novas versões das teses "cavallianas". Não falta razão a esse jornal. Se há um país que não pode reclamar do Mercosul é o Brasil. Entre 2003 e 2008, nossas exportações para esse bloco foram multiplicadas por 6,6, tendo passado de US$ 3,3 bilhões para US$ 21,7 bilhões. No mesmo período, as nossas exportações totais foram multiplicadas por 3,3. Ou seja: as exportações para o Mercosul cresceram o dobro da média global brasileira. Ademais, nesse período acumulamos um superávit intrabloco de US$ 23,8 bilhões. Mas a importância dessa corrente regional de comércio se torna mais evidente quando analisamos sua composição. Em 2008, exportamos US$ 21,7 bilhões para o Mercosul. Desse total, US$ 20 bilhões foram de manufaturados. Assim, 92% das nossas exportações intrabloco são de bens de alto valor agregado, o que beneficia muito São Paulo, estado industrial do pré-candidato. Em 2009, ano de crise, São Paulo teve déficit de US$ 8 bilhões, mas obteve quase US$ 4 bilhões de superávit com a "farsa". A tese de que o Mercosul "atrapalha" a conquista de novos mercados não tem sustentação nos dados empíricos. Como assinalamos, no período considerado nossas exportações foram multiplicadas por 3,3. Já exportações mundiais foram multiplicadas por um fator de "apenas" 2,4. As exportações brasileiras cresceram, assim, bem acima da média mundial. Isso aconteceu graças a uma competente política de comércio exterior que apostou na integração regional e na diversificação das parcerias, particularmente no eixo Sul-Sul. É provável, no entanto, que o pré-candidato ainda esteja raciocinando com os dados do governo ao qual serviu. Naquela época, o Brasil realmente tinha grandes dificuldades para conquistar mercados e acumulava pesados déficits. Só com o Mercosul, acumulamos ao redor de US$ 5,5 bilhões de déficit, entre 1995 e 2002. É claro que a união aduaneira torna mais complexas as negociações com outros países. Porém, ela também gera grande vantagem: dá mais peso a países que, individualmente, teriam condições menos vantajosas nas negociações. O exemplo da União Europeia, que inspira o Mercosul, é muito eloquente. Além disso, no governo Lula o bloco se expandiu. Firmamos um acordo para incluir os países andinos como membros-associados do bloco e iniciamos o processo de inclusão da Venezuela como membro pleno. Acabamos de promulgar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e Israel. Outros estão em fase adiantada de negociação. Só não conseguimos fechar ainda o acordo com a UE porque nesse bloco há países que resistem a abrir seu mercado agrícola. A culpa não é do Mercosul. Além da importância econômicocomercial, o Mercosul e a integração regional têm grande relevância política e estratégica para o Brasil. É graças, em boa parte, a essa integração que o nosso país possui hoje protagonismo internacional inédito em sua história. Assim sendo, atirar contra o Mercosul, bloco que implica compromisso de longo prazo de Estados, é dar um tiro no pé. É tontería sem nenhum substrato racional e empírico. Mesmo em ano eleitoral, pega mal. Para o bem do país, que precisa de um entorno próspero e estável, esperamos que as tensões geradas pela declaração atrapalhada possam logo ser desanuviadas. Tiro no pé dói Caderno: O Mundo Sem pista do EPP, Lugo recebe Lula no Paraguai País não sabe onde a guerrilha se esconde; presidentes debaterão segurança na fronteira Flávio Freire PEDRO JUAN CABALLERO, Paraguai. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega hoje à região de fronteira com o Paraguai (entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero), uma semana depois de o país vizinho ter entrado em estado de exceção e ainda sem que haja qualquer pista sobre a localização de guerrilheiros do Exército do Povo Paraguaio (EPP) - nos últimos meses o grupo assumiu atentados, sequestros e homicídios. Em meio à tensão que domina a região, Lula e o presidente Fernando Lugo estarão cercados por um forte esquema de segurança. A Polícia Federal colocará homens em pontos estratégicos da cidade brasileira, onde os dois permanecerão por seis horas. Na pauta do encontro, o reforço policial na fronteira e a emblemática questão da energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu, que abastece os dois países. A maior preocupação das autoridades é com o chamado "exército invisível" do EPP. Embora a polícia paraguaia já tenha estourado cativeiros e apreendido armas, nenhum guerrilheiro foi preso. Com uma infindável guerra contra o narcotráfico, as autoridades do Paraguai temem que haja uma ação coordenada entre o EPP e matadores de aluguel. Exército mantém 350 soldados nas ruas Na semana passada, o senador Robert Acevedo sofreu um atentado quando saía de sua casa. O segurança e o motorista do carro onde ele estava morreram. Dois homens numa caminhonete acertaram pelo menos 32 tiros no veículo. Acevedo disse que conseguiu escapar "por milagre". - Nossa preocupação é que o EPP coopte matadores de aluguel para fazer algum serviço na visita dos presidentes Lula e Lugo à fronteira - disse o diretor da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Nelson Lopez. Desde segunda-feira passada, o governo paraguaio determinou a permanência de 350 soldados do Exército nas ruas de Pedro Juan Caballero. O clima de tensão chegou a diminuir o ritmo dos sacoleiros brasileiros que vão à cidade em busca de produtos mais baratos. Ontem, pelo menos metade do comércio local não abriu as portas. Jornais dos Países Membros do Mercosul Argentina "Clarin" Opinión Argentina-Uruguay: tiempos decisivos Esta semana puede ser crucial para encauzar el conflicto por las pasteras. El gobierno de Cristina Kirchner tendrá que elegir entre la responsabilidad nacional y regional o una nueva sujeción de la política exterior a los cálculos domésticos. Por: Federico Merke y Vicente Palermo. POLITOLOGOS (CONICET) Comencemos por los cinco datos de la realidad que, a nuestro parecer, fijan restricciones y oportunidades. Primero, la Corte Internacional de Justicia falló sin darle la razón absoluta a ninguna de las partes. La Argentina tuvo razón en que Uruguay incumplió el tratado en su aspecto procedimental y Uruguay tuvo razón en que Botnia no contamina. Segundo, tanto Cristina Kirchner como José Mujica han dado señales de querer avanzar en la recomposición del diálogo y la cooperación a partir de un monitoreo conjunto del Río Uruguay. Esto quedó claro en la reunión mantenida el pasado miércoles en la Casa Rosada. Tercero, días atrás, la Asamblea de Gualeguaychú dio una clara señal de no estar dispuesta a abandonar sus reclamos. Para la Asamblea, Botnia es ilegal, el fallo "premió al violador", la CARU fue "cómplice" y Finlandia es un país "eco-genocida"; por lo tanto no aceptará el monitoreo de la planta y seguirá exigiendo su desmantelamiento. Cuarto, ahora que Uruguay despejó la dimensión legal, irá por la dimensión política, esto es poner fin al corte de la Ruta 136. Quinto, el próximo 4 de mayo, tendrá lugar la Cumbre de Presidentes de la UNASUR, de crucial importancia para el gobierno argentino, siendo que Néstor Kirchner aspira a su conducción. Se trata de un cuadro verdaderamente complejo, interno y externo, legal y político, y la Argentina está ante una encrucijada. Por un lado, el fallo de la Haya, la buena predisposición de ambos gobiernos y el deseo de Néstor Kirchner de asumir la Secretaría de la UNASUR trabajan a favor de recomponer el diálogo y la cooperación. Por otro lado, las demandas de la Asamblea y la presión de sectores del Uruguay para que el gobierno argentino restaure la libre circulación en la Ruta 136 se enfrentan y dificultan una salida negociada. Más allá de hacer un llamado al diálogo, la mesura y la racionalidad, queremos advertir que el gobierno argentino, según encamine sus pasos, podría acercarse peligrosamente a un nuevo conflicto con Uruguay. En el más corto plazo, existen por lo menos dos escenarios. El primero es el internacionalista y se basa en tres movidas. Primero, la Argentina negocia con Uruguay un estricto monitoreo conjunto sobre la base de una CARU fortalecida institucionalmente y con recursos humanos y materiales para cumplir rigurosamente con su labor. Esto parece haber sido acordado en la reunión del miércoles entre ambos mandatarios. Segundo, la Argentina se compromete a liberar la Ruta 136 y garantizar el libre tránsito entre ambas orillas. Tercero, la Argentina obtiene el apoyo definitivo de Mujica a la candidatura de Néstor Kirchner como Secretario General de la UNASUR. En este escenario, la Argentina ganaría un mayor acceso a la información sobre lo que ocurre en Botnia, ganaría mayor legitimidad internacional mostrando su disposición a cumplir el fallo y a liberar el puente y ganaría proyección regional a través de un Secretario de la UNASUR argentino, que, más allá, deberá demostrar con creces que llegó para sumar. El segundo escenario es el nacionalista y se basa en tres movidas. Primero, la Argentina hace saber que no se dispondrá a poner fin al corte, aceptando, aunque con algún disgusto, la legitimidad del reclamo de la Asamblea. Segundo, como resultado, la Argentina no logrará el apoyo de Uruguay a la candidatura de Kirchner en la UNASUR. Tercero, aunque arriben a una declaración conjunta acerca de la necesidad de un estricto monitoreo, las burocracias irán bloqueando toda cooperación sustantiva escamoteando información, corriendo los plazos y discutiendo interminablemente procedimientos adecuados para el monitoreo. En este escenario, la Argentina ganaría apoyo de la Asamblea hacia adentro y, hacia afuera, ensayaría una suerte de discurso soberano, normativo pero anti-colonial. Las declaraciones de la presidenta Kirchner y el ministro Taiana apuntan al primer escenario, pero aún falta un trecho para convertir palabras en acción. La Asamblea no despeja el puente y la única forma de que Uruguay acepte la candidatura de Kirchner para la UNASUR es tener la garantía argentina de que pondrá fin al corte El gobierno de Kirchner pronto tendrá que elegir entre la responsabilidad nacional o la internacional, entre la legitimidad o el desprestigio internacional y entre la proyección doméstica o regional de poder. Será necesario ponderar cada decisión y definir con claridad el rumbo que desea tomar el gobierno para no sufrir el castigo al indeciso, que cuando quiso no pudo porque cuando pudo no quiso. Sección: El Pais Uruguay levantará el veto y Mujica iría por la abstención Así, facilitaría la elección de Kirchner y evitaría problemas en el frente interno. Por: Guillermo Pellegrino A un día del comienzo de la reunión de la Unión de Naciones Suramericanas (UNASUR), el gobierno uruguayo aún no anunció cómo se pronunciará en caso de que efectivamente se lleve a cabo la votación del secretario general del organismo. Una de las posibilidades que con mayor fuerza se está manejando por estas horas es la de la abstención, camino intermedio entre el veto -impuesto a Néstor Kirchner durante la gestión de Tabaré Vázquez- y el voto al ex mandatario argentino, que sería "la carta de cambio" que tiene para ofrecer el presidente José Mujica a Cristina Fernández, pensando en el levantamiento del corte del puente General San Martín. El tema del voto de Uruguay fue conversado días atrás entre Mujica, el canciller Luis Almagro y el vicecanciller Roberto Conde, y también será tratado hoy en la habitual reunión de Gabinete de los días lunes (a la que concurrirá Conde en lugar de Almagro, quien estará viajando a Buenos Aires para participar en la reunión extraordinaria de Ministros de Relaciones Exteriores del bloque regional) aunque muy factiblemente no se haga ningún anuncio al terminar la misma porque, según aseguró una fuente de cancillería a Clarín, "la decisión de votar a quien guíe los destinos de la UNASUR tiene que darse por consenso y, en caso de que se lleve a cabo, Mujica tendrá la última palabra, seguramente vinculada a cómo escudriñe el panorama". Con la variable de la abstención, Mujica, que tiene mucho mejor relación con el matrimonio Kirchner que la que tenía Tabaré, lograría "salir" de la incómoda situación que representa el veto de su antecesor y, por otro lado, lograría mantener algunos equilibrios internos ya que en el propio Frente Amplio (FA) y en los partidos tradicionales se han mostrado contrarios a que Uruguay lo vote a Kirchner. A las difundidas declaraciones del ex presidente colorado Julio María Sanguinetti quien dijo que ""sería muy triste estar negociando un cargo a cambio de temas de soberanía", en directa alusión al bloqueo del puente, se sumaron las que hizo a este diario otro referente de la oposición, el ex presidente blanco, Luis Alberto Lacalle. "No veo con buenos ojos que Uruguay vote a Kirchner", dijo. "En caso de tener en mis manos la decisión, yo la tiraría para más adelante. Además es factible que no se llegue a una instancia de votación porque es un organismo que aún no se ha constituido", añadió. Debe recordarse que el veto de Uruguay a la candidatura de Néstor Kircner se hizo efectivo el 23 de octubre de 2008, y fue en aquel momento motivo de un nuevo pico de tensión entre Buenos Aires y Montevideo. "La Nacion" Sección: Política Cuenta regresiva para que Kirchner asuma en la Unasur Los cancilleres ultiman los detalles para la elección del ex presidente Lucas Colonna LA NACION La cuenta regresiva comenzó a correr: hoy los cancilleres de los 11 países que integran la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur) se darán cita en un hotel de Los Cardales para iniciar formalmente la cumbre de la entidad y allí ultimarán los detalles para la votación que ungirá a Néstor Kirchner como el titular del organismo regional. Los presidentes de estas naciones convalidarán mañana los acuerdos que alcancen hoy sus ministros negociadores, en un almuerzo que compartirán con Cristina Kirchner y con el ex presidente. Ayer, la diplomacia argentina decía contar con todos los respaldos para lograr la elección de Kirchner con comodidad. Pero podría haber muchos matices en la votación: de acuerdo con las versiones que surgieron del otro lado del Río de la Plata, el presidente uruguayo José Mujica transmitió a dirigentes del Frente Amplio que su país podría manifestar algún tipo de abstención. Mujica podría levantar el veto que dispuso Tabaré Vázquez sobre esta designación, pero se abstendría a la hora de los sufragios. De este modo, despejaría el camino para que otros países lo voten, y evitaría pagar el costo interno de respaldar a Kirchner, que cuenta con mucho rechazo en la opinión pública del vecino país. La agenda de la cumbre comenzará a las 15 de hoy. El canciller Jorge Taiana, presidirá junto con su par ecuatoriano, Ricardo Patiño, la reunión extraordinaria del Consejo de Ministros de Relaciones Exteriores del bloque, quienes trabajarán sobre los detalles finales de la agenda del plenario y analizarán los documentos que luego suscribirán los presidentes. Mañana por la mañana, la presidenta Cristina Kirchner inaugurará el plenario del Consejo Presidencial. Posteriormente, la Presidenta ofrecerá un almuerzo de honor a los jefes de Estado y de Gobierno y a las respectivas delegaciones. Por la tarde, los presidentes ya emprenderán el regreso a sus países. Hasta el momento, han confirmado su presencia los presidentes de Brasil, Uruguay, Ecuador, Paraguay, Chile, Bolivia y Venezuela. También asistirán los cancilleres de Perú (José Antonio García Belaúnde), Colombia (Jaime Bermúdez), Surinam (Lygia Kraag-Keteldijk) y de Guyana (Carolyn Rodrigues-Birkett). La agenda de la cumbre estará condicionada por la elección de Kirchner al frente de la entidad. El ex presidente podría pedir una licencia a su cargo actual de diputado nacional. Además, la Argentina pedirá a Ecuador que ceda la sede regional de la entidad a Buenos Aires, pues físicamente debía estar en Quito. Paraguay "ABC" Editorial Lugo y Lula deben impulsar acciones conjuntas contra el crimen y la violencia El combate contra el crimen organizado transnacional y la violencia en las extensas regiones fronterizas tiene que ser uno de los temas centrales en la agenda que aborden hoy los presidentes Fernando Lugo y Luiz Inácio Lula da Silva, en el encuentro que mantendrán en Ponta Porã. El reciente atentado sufrido por el senador liberal Robert Acevedo puso de manifiesto cuán vulnerables son aquellas zonas compartidas y cuánta la necesidad de cooperación mutua. La violencia acaecida en nuestro país no puede desvincularse de lo que pasa al otro lado de la línea fronteriza que nos separa del Brasil. Está claro, por ejemplo, que los grandes barones del narcotráfico brasileño se sirven la mayoría de las veces de la completa ausencia del Estado paraguayo en el norte de la República, para adquirir armas y generar un ingente lavado de activos y bienes. La reunión que mantendrán hoy Lugo y Lula en Ponta Porã es el momento y el lugar adecuados para que los presidentes declaren su más alta voluntad política de combatir el crimen y la violencia, y que ella quede evidenciada en un plan de acción que refleje de manera precisa, concreta y contundente esa decisión de hacer prevalecer al Estado por encima de los grupos que operan al margen de la ley. El combate contra el crimen organizado transnacional y la violencia en las extensas regiones fronterizas tiene que ser uno de los temas centrales de la agenda que aborden hoy los presidentes Fernando Lugo y Luiz Inácio Lula da Silva, en el transcurso del encuentro que mantendrán en Ponta Porã. El reciente atentado sufrido por el senador liberal Robert Acevedo puso de manifiesto cuán vulnerables son aquellas zonas compartidas y cuánta la necesidad de cooperación mutua. El fenómeno está adquiriendo ribetes inusitados y hasta trágicos en los departamentos de San Pedro, Concepción y Amambay, y las consecuencias del mismo pueden afectar incluso a la gobernabilidad democrática de nuestro país. Es evidente que la pobreza y la marginalidad, junto con el desinterés de los políticos de la zona –que prefirieron privilegiar su interés personal a la atención de los urgentes problemas sociales–, fueron el caldo de cultivo en el que se cebaron tanto la irregularidad y el crimen –contrabando, cultivo de marihuana, tráfico de drogas y de armas–, como el surgimiento de un grupo que reivindica la violencia como método de lucha política: el Ejército del Pueblo Paraguayo (EPP). Pero aunque esta es una realidad que acaece en nuestro país, no puede desvincularse de lo que pasa al otro lado de la línea fronteriza que nos separa del Brasil. Está claro que los grandes barones del narcotráfico brasileño, responsables por la distribución de estupefacientes a lo largo y ancho del dilatado territorio de nuestro vecino, se sirven la mayor de las veces de la completa ausencia del Estado paraguayo en el norte de la República para adquirir armas y generar un ingente lavado de activos y bienes. En la consecución de sus oscuros intereses delictuales, el Primer Comando Capital o el Comando Vermelho han extendido sus tentáculos al venal mundo de la política regional, de la que muchas veces obtuvieron amparo y protección. Por lo tanto, la primera forma de afrontar la problemática es que los gobiernos de los dos países asuman y reconozcan la responsabilidad compartida que tienen en lo atinente a la lucha contra el crimen organizado transnacional y establezcan una estrategia bien concreta para adoptar acciones comunes y eficaces contra los delincuentes y los violentos. Dos áreas son prioritarias en este ámbito de la indispensable cooperación bilateral: el desarrollo de una labor de inteligencia compartida y el establecimiento de una fuerza conjunta que, respetando el ámbito soberano de cada Estado, facilite la represión del delito en todas sus manifestaciones y la persecución a los responsables de cometerlo en ambos lados de la frontera. Es un dato de la realidad que el crimen organizado transnacional es cada vez más sofisticado en la creación y el sostenimiento de los instrumentos que le permiten operar con mayor grado de eficacia y de impunidad. El fortalecimiento de los Estados en sus estructuras de combate al delito y su espíritu de cooperación debe ser directamente proporcional a la capacidad operativa de los delincuentes. La reunión que Lugo y Lula mantendrán hoy en Ponta Porã –precisamente uno de los epicentros en torno a los cuales gira gran parte de la ilegalidad de la región– es el momento y el lugar adecuados para que los presidentes declaren su más alta voluntad política de combatir el crimen y la violencia, y que ella quede evidenciada en un plan de acción que refleje de manera precisa, concreta y contundente esa decisión de hacer prevalecer al Estado por encima de los grupos que operan al margen de la ley. Paraguay y Brasil no pueden seguir tolerando que en varias ciudades o regiones de sus respectivos territorios, la institucionalidad del Estado esté siendo reemplazada por el poder de hecho de organizaciones delictuales. Hacerlo implicaría asestar un golpe mortal a la estabilidad, a la consolidación democrática y a la posibilidad de desarrollo de la población que habita en esas vastas zonas de los dos países. Sección: Política Lula definirá hoy ante Lugo si cumple en Itaipú Los presidentes de Paraguay, Fernando Lugo, y de Brasil, Lula da Silva, se reunirán este lunes en Ponta Porã, localidad fronteriza con Pedro Juan Caballero. El mandatario brasileño podría dar la "mala nueva" a su homólogo de que Brasil trataría de apelar a fondos estructurales del Mercosur para financiar la línea de transmisión de 500 kv en Paraguay. Sería sólo una burda maniobra dilatoria que provocaría más atrasos para el inicio de la obra, según el presidente de la UIP, Gustavo Volpe. Los gobernantes tratarían también asuntos de inseguridad y otros relacionados con "brasiguayos", además de Itaipú. Inseguridad fronteriza, la hidroeléctrica de Itaipú, la extradición de Arrom y Martí y la situación de los "brasiguayos" son los principales temas que analizarán hoy los presidentes de Paraguay y Brasil, Fernando Lugo y Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente. El encuentro se inicia en esta ciudad a las 8:00 y concluirá a las 14:00, aproximadamente. El Gobierno brasileño ofrecerá una vez más su colaboración para combatir la mafia fronteriza, tras haber expresado su preocupación por el atentado que sufrió el senador liberal, Roberto Acevedo. Lula y Lugo intentarán llegar a un acuerdo en esta materia para brindar una seguridad permanente en la zona fronteriza. El plan electoral del presidente Lugo, de recuperar la soberanía energética, está cada vez más complicado porque el Gobierno de Lula obstaculiza que nuestro país reciba más energía de Itaipú. El gesto de "hermano" de Lula en Asunción, el 25 de julio de 2009, de construir una línea de transmisión de 500 kv de Itaipú a Villa Hayes, sin costo para el Paraguay, ahora se está complicando porque el vecino país decidió someter a consideración del Mercosur la obra. A propósito, un cable de EFE, fechado ayer en Brasilia, da cuenta de que el portavoz de Lula adelantó que uno de los asuntos que se plantearán será la oferta brasileña para construir una línea de transmisión de 500 kilovoltios entre Itaipú y Asunción. El precio de esa obra había sido fijado inicialmente en unos 250 millones de dólares, que serían financiados por completo por Brasil, sin ningún coste para Paraguay. Baumbach dijo que ahora se pretende que las obras, cuyo coste situó entre 350 y 400 millones de dólares, sean financiadas por el Fondo de Convergencia Estructural del Mercosur (FOCEM), bloque que ambos países integran junto con Argentina y Uruguay. Eso supondrá que el proyecto tenga que ser aprobado por los cuatro países, aunque según dijeron a EFE fuentes oficiales, Brasil podría facilitar el trámite y aportar la mayoría o incluso la totalidad del dinero, a través de contribuciones especiales al FOCEM. Ingreso de Venezuela Dos lecturas se podrían tener del repentino cambio de postura de Brasil: 1. Que por motivos de política interna, Lula no quiere ceder con Itaipú en plena campaña electoral porque sus adversarios (como el candidato José Serra) pueden convertir el discurso sobre "la generosidad" brasileña en "fragilidad" y eso podría contribuir a que fracase la candidatura de la oficialista Dilma Rousseff. 2. Que sea una jugada política brasileña para presionar a Paraguay para el ingreso de Venezuela al Mercosur. Pero se debe tener en cuenta que la decisión de la adhesión del país de Hugo Chávez está en el terreno legislativo, que actualmente está en contra de la política de Lugo. "Brasiguayos" Lula manifestará su preocupación a Lugo por la inseguridad de los "brasiguayos" que viven en territorio paraguayo. Para el Brasil, este tema es muy sensible dentro de su agenda bilateral con Paraguay. El presidente brasileño sabe que Lugo tiene buenas relaciones con las organizaciones campesinas y le pedirá, seguramente, que interceda para relajar la tirantez que sube de tono entre los propietarios de tierras brasileños y los campesinos paraguayos. "La Nación" Sección: Política Presidentes de Brasil y Paraguay discutirán temas candentes En un cuartel militar y bajo medidas de seguridad extremas, ambos mandatarios tratarán temas que generan conflicto. El presidente Fernando Lugo, acompañado de casi la mitad de su gabinete, se reunirá hoy con su homólogo brasileño Luiz Inácio "Lula" da Silva en la ciudad fronteriza de Ponta Porá. En la ocasión, ambos mandatarios analizarán el problema de la inseguridad en esta zona y repasarán los puntos acordados en el marco de la declaración conjunta firmada el pasado 25 de julio sobre el Tratado de Itaipú. El encuentro se desarrollará en un destacamento militar de la citada localidad brasileña, en medio de un fuerte despliegue de seguridad. La comitiva oficial está integrada por los ministros del Interior, Rafael Filizzola; Relaciones Exteriores, Héctor Lacognata; Hacienda, Dionisio Borda; Industria y Comercio, Francisco Rivas, y Efraín Alegre de Obras Públicas. Asimismo, estarán presentes el asesor en asuntos internacionales de la Presidencia de la República, Hugo Ruiz Díaz; el titular paraguayo de Itaipú, Gustavo Codas, y el embajador de Brasil en Paraguay, Eduardo Dos Santos. DECLARACIÓN La seguridad fronteriza y los acuerdos contemplados en una declaración conjunta firmada el pasado 25 de julio sobre el Tratado de Itaipú constituyen los puntos centrales de análisis en la agenda de ambos mandatarios. La jornada se concretará en la sede del Undécimo Batallón de Caballería Mecanizada de Ponta Porá, en medio de un fuerte dispositivo de seguridad. El presidente Lugo también convocó a casi la mitad de su gabinete para acompañarlo a la cita con su homólogo "Lula" da Silva, quien estará flanqueado por la misma cantidad de ministros y asesores, según fuentes palaciegas. La delegación presidencial arribará a Pedro Juan Caballero a las 9:00 y a las 9:30 se prevé el encuentro de ambos gobernantes en la línea fronteriza con Ponta Porá. Tras el saludo protocolar, ambos jefes de Estado se dirigirán al destacamento militar distante a unos escasos kilómetros de Pedro Juan Caballero, donde iniciarán las conversaciones acompañados de sus respectivos ministros. Al término del encuentro, Fernando Lugo y "Lula" da Silva harán los anuncios respecto a los compromisos asumidos en el documento firmado en julio del año pasado, según anunciaron los responsables de prensa de la sede gubernativa. Una agenda confusa Desde que se anunció el encuentro Lugo-"Lula", se han emitido informaciones poco claras. Tal vez será el apuro por concretar la reunión entre ambos mandatarios, justo un día antes del encuentro en Buenos Aires para Unasur. Tal vez, la prensa brasileña haya dedicado mucho espacio a la situación de crisis vivida luego del atentado contra el senador Acevedo en la frontera con el paraguay. Lo cierto es que desde que se anunció el encuentro entre ambos mandatarios, una verdadera "catarata" de especulaciones se han visto reflejadas en la prensa nacional y en la de Brasil. Uno de los temas más conflictivos, es el de la línea de Transmisión de 500 kv. La propia Cancillería paraguaya emitió el sábado un comunicado desde la Sicom en la que expresa que "desconoce la supuesta postura brasileña de dejar sin efecto costear la construcción de la línea de transmisión de 500 Kv de Itaipú a Villa Hayes, suscripto el año anterior por los presidentes Fernando Lugo y Luis Inácio "Lula" Da Silva. El ministro Héctor Lacognata estima que Brasil honrará su compromiso. "Estamos en comunicación permanente en ámbitos diplomáticos y técnicos de Brasil y Paraguay, en el trabajo de la propuesta a ser presentada a los presidentes de la República para el próximo 3 de mayo", indicó. Esto ha generado todo tipo de especulaciones. ¿Acaso el presidente Lugo se adelantó imprudentemente al anunciar que iba a traer "buenas noticias" de su encuentro con Lula? ¿Acaso Lula prometió al Paraguay lo que no podía cumplir?. Hoy, luego de la cumbre en la frontera "caliente", tendremos las respuestas. Línea de transmisión: los 500 Kv de la polémica La construcción de la citada línea de transmisión, está ahora bajo la lupa de analistas y medios. En los últimos días, se ha generado una polémica sobre el anuncio de que el Brasil no podrá solventar la construcción de la línea de transmisión de 500 Kv en territorio paraguayo, por lo que el presidente Luiz Inácio "Lula" da Silva propondrá alternativas a su colega Fernando Lugo, durante el encuentro de hoy, en Ponta Porã. El canciller Celso Amorim declaró que "todavía hay detalles técnicos" pendientes de resolver. Según refieren medios brasileños, tales "detalles técnicos" son en realidad la imposibilidad del Tesoro Brasileño de cargar con el costo cercano a US$ 450 millones sin el aval del Congreso Nacional, que tendría que aprobarlo a través de una ley. El diario "O Estado de São Paulo" publicó días pasados que "por orden de "Lula", que respetó las posturas de Itamaratiy y del Ministerio de Minas y Energía, el acuerdo firmado en julio pasado previó la instalación de la línea ‘sin costo’ para Paraguay", pero que "en los meses siguientes, el gobierno brasileño constató que sería imposible aprobar la ley en período preelectoral. También se dio cuenta de que la usina de Itaipú no podría ser tocada sin provocar un aumento en los precios de energía enviada a Brasil". Ante esta situación, Da Silva intentará convencer a Lugo de financiar la obra a través del Fondo de Convergencia Estructural del MERCOSUR (FOCEM), en tanto que el mismo gobierno decidió que el estatal Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "no va a financiar esa obra". Amorim remarcó que la construcción de la línea de transmisión es a corto plazo, "el punto más importante incluido en los 31 ítems de la revisión del Tratado de Itaipú, establecido entre Brasil y Paraguay el año pasado". "¿Cómo puede un país como Paraguay ser socio en igualdad de condiciones de la mayor hidroeléctrica del mundo y tener apagones? La línea de transmisión es la prioridad", agregó. Uruguay "La Republica" Sección: Política Uruguay no veta a Kirchner. Hoy y mañana. Cumbre de la Unasur en Buenos Aires elije a su secretario Este lunes 3 se reúnen los ministros y mañana lo hacen los presidentes de la la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) en el exclusivo Hotel Sofitel La Reserva Cardales, Ruta Panamericana Nº 9, Km 61, provincia de Buenos Aires. Víctor Carrato | El presidente José Mujica y el canciller Luis Almagro participarán de la cumbre. Este martes se llevará a cabo el plenario del Consejo Presidencial que comenzará a las 10.30 horas. Posteriormente, la presidenta argentina, Cristina Fernández, ofrecerá un almuerzo de honor a sus pares y las respectivas delegaciones. Por la tarde/noche, los presidentes emprenderán el regreso a sus países. La elección del secretario general del bloque y la actualidad política, social y económica de los países que lo integran, la situación institucional en Honduras, la continuidad de la ayuda regional a Haití luego del terremoto del 12 de enero, la asistencia y cooperación con Chile luego de terremoto y el tsunami del 27 de febrero serán algunos de los principales temas de la agenda. El gobierno uruguayo analizaba este fin de semana la posibilidad de abstenerse en relación a la candidatura del ex presidente argentino Néstor Kirchner a la secretaría de Unasur y no la vetará si una mayoría la respalda, según adelantó el canciller Almagro. El jueves pasado Mujica afirmó en una reunión con senadores del oficialismo que no vetará la candidatura de Kirchner y la apoyará si así lo hace la mayoría de los asistentes a la cumbre del martes, la decisión será personal, asumiendo las responsabilidades del caso. El canciller Almagro dijo a LA REPUBLICA que en la reciente reunión de Mujica con la presidenta argentina, Cristina Fernández, no se planteó el tema de la Unasur. La postulación de Néstor Kirchner había sido vetada por el ex presidente Tabaré Vázquez a raíz del conflicto por la planta de celulosa UPM, ex Botnia. Según se adelantó, el texto de la declaración conjunta de la Unasur incluirá un texto que afirma que [las delegaciones] "saludamos con beneplácito la elección del secretario general en cumplimiento del artículo 10, felicitamos al pueblo argentino y descontamos el éxito en el ejercicio de su función". Sin embargo, el canciller Almagro declaró que aún no se ha oficializado una candidatura a través de ninguna de las comunicaciones que se han recibido de Unasur en estos últimos 60 días. Almagro sostuvo que "la decisión soberana sobre lo que hacemos está en nosotros, sin condicionamientos de ninguna clase y sin que hubiera habido ninguna negociación sobre ningún punto en particular de la agenda bilateral". Agregó que la decisión sobre este tema se tomará cuando el tema se presente. La semana pasada, un alto vocero de la cancillería señaló a LA REPUBLICA que Uruguay se basará en aspectos jurídicos para no pronunciarse sobre el punto referido a la elección del secretario general de la Unasur y abstenerse. El artículo 26 del tratado de creación del organismo continental dice que "el presente tratado constitutivo de la Unasur entrará en vigor 30 días después de la fecha de recepción del noveno instrumento de ratificación". Hasta hoy día son sólo 4 de los 12 países del continente que han ratificado su integración a la Unasur: Ecuador, Venezuela, Guyana y Surinam, aunque para su funcionamiento legal y jurídico, sólo sería necesaria la ratificación de 9 de las 12 naciones latinoamericanas (ver recuadro). Por su parte, el canciller colombiano, Jaime Bermúdez Merizalde, no rechaza la candidatura de Kirchner a la Unasur pero exige consenso. En nuestro país, el diputado del Partido Nacional Javier Garcia consideró que "sería un grave error" que Uruguay respalde la candidatura para el cargo de secretario general de la Unasur a Néstor Kirchner. "Estos cargos internacionales son para quienes tienden puentes y no para quienes los cortan", escribió el legislador en una carta que le envió al presidente Jose Mujica. García advirtió que si se concreta el apoyo la unidad nacional recibiría un duro golpe que ocasionaría divisiones en el país. Lula llega a ver a su amigo Mujica. Después de Unasur El presidente de Brasil, Luiz Inácio "Lula" da Silva visitará Uruguay luego de la cumbre de la Unasur en horario que aún no está confirmado, pero que seguramente será por la tarde del martes. En la Base Aérea Nº 1 (Carrasco) se llevará a cabo la ceremonia de arribo y posteriormente, la actividad se concentrará en la residencia presidencial de Suárez. Posteriormente se realizará una conferencia de prensa conjunta entre ambos mandatarios. Lula viajará acompañado por varios de sus ministros. Tras la reunión, los mandatarios participarán de una cena, tras la cual el jefe de estado brasileño retornará a su país. Lula y Mujica discutirán la consolidación de la Comisión Bilateral de Planificación Estratégica e Integración Productiva, pasarán revista a la extensa agenda bilateral y darán continuidad a las conversaciones que mantuvieron el 29 de marzo pasado en Brasilia, con motivo de la visita del mandatario uruguayo. Paralelamente se realizará el encuentro de empresarios y del sector público de ambos países sobre infraestructura y desarrollo, donde los grupos de trabajo discutirán sobre grandes proyectos como el puerto de aguas profundas en La Paloma y la construcción del centro de ferias y convenciones en Montevideo. Igualmente, analizaran la construcción de la hidrovía de la laguna Merín y puertos fluviales, la integración de las cadenas productivas, televisión digital, la interconexión eléctrica y ferroviaria, minería y los puentes sobre el río Jaguarao. Brasil es el principal aliado comercial de Uruguay. Durante la reciente crisis financiera mundial el monto de las exportaciones uruguayas para este país crecieron cerca del 20 por ciento. En 2009, Brasil exportó a Uruguay productos por un valor de U$S 1.360 millones, e importó artículos por un monto de U$S 1.240 millones, mientras en los tres primeros meses de 2010, el flujo comercial creció casi 30 por ciento con relación al mismo período del año pasado. Itamaraty destacó que en los últimos cuatro años aumentaron las inversiones de empresas brasileñas en nuestro país, especialmente en la rama del agronegocios, las finanzas y la energía. Con la inauguración de la oficina del Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social (Bndes) en Montevideo y la sustitución de la oficina del Bando do Brasil por una agencia bancaria, que deberá comenzar a operar en breve, se impulsará un mayor apoyo al comercio bilateral y a las empresas instaladas en Uruguay. Sección: Mundo El gobierno argentino está expectante por Unasur. Secretario general. Espera que se elija a Néstor Kirchner El voto dudoso es el de Uruguay. Buenos Aires | AFP El gobierno argentino tiene "buenas expectativas" de que el ex presidente Néstor Kirchner (2003-07) resulte ungido mañana secretario general de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur), reveló ayer el ministro del Interior, Florencio Randazzo. "No nos apuremos, esperemos a que se dé la reunión. Tenemos buenas expectativas pero somos muy prudentes", dijo en declaraciones radiales el ministro político del gobierno de Cristina Fernández, esposa y sucesora del candidato. La cumbre de la Unasur deliberará mañana martes en la localidad de Los Cardales (60 km al norte) con la participación de doce presidentes de la región, y tendrá una reunión preparatoria de cancilleres este martes. El temario incluye la moción del presidente de Ecuador, Rafael Correa, titular pro témpore de la organización, de ungir a Néstor Kirchner primer secretario general de la Unasur, formada en 2004 por Argentina, Bolivia, Chile, Perú, Brasil, Colombia, Guyana, Ecuador, Paraguay, Surinam, Uruguay y Venezuela. El canciller ecuatoriano, Ricardo Patiño, dijo el jueves en Quito que la postulación del ex presidente argentino cuenta con un amplio apoyo. El voto dudoso hasta último momento es el de Uruguay, debido al deterioro de las relaciones argentino­uruguayas durante la gestión de Néstor Kirchner, a causa de la instalación de una planta de celulosa, que acaba de dirimirse en la Corte Internacional de Justicia. En 2008, el ex presidente uruguayo Tabaré Vázquez vetó la candidatura de Kirchner, pero ahora Uruguay considerará "no votar ni vetar" esa postulación, dijo a la AFP una fuente cercana al gobierno de José Mujica. Venezuela "El Universal" Opinión Buenos Aires para Unasur La reunión de Argentina dará pie a que encaminemos la más importante experiencia unitaria Francisco Arias Cárdenas El 4 de mayo se realizará en la ciudad de Buenos Aires, la Cumbre Presidencial de los países miembros de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur). La consolidación de la Unidad ha venido dando pasos indetenibles en los días recientes. Cada encuentro, cada actividad bilateral y colectiva del presidente Chávez ha significado fortalecimiento de una integración de países del Sur que nos incluye de una manera importante como gestores y participantes. Sin prepotencia y sin condicionamientos. Posiblemente una marca singular que nos ha permitido actuar con perfil propio esté contenido en tres principios de la profunda raigambre nacional que rescató de verdad nuestro gobierno de la propia historia. Son los conceptos de soberanía, de independencia y de solidaridad latinoamericana. Tres conceptos sobre los cuales ha surgido una diplomacia efectiva, distinta a la tradicional, tan apegada a los modales e intereses del imperio, impulsando por vez primera los propósitos de una integración al servicio de nuestras naciones. Las experiencias organizativas no excluyentes en que hemos avanzado son realidades que aparecían como lejanas hace algunos años. Los más escépticos no tienen otra alternativa que reconocer los avances que identifican nuestro discurso de fraternidad con hechos concretos: ALBA, Mercosur, Comunidad de Estados Latino Americanos y Caribeños (CELAC). Son nuevos esquemas que se encuentran en sintonía plena, militante con esos conceptos. La reunión de Argentina para la elección del secretario de la Unasur, probablemente el ex presidente Néstor Kirchner, única candidatura presentada, dará pie a que logremos encaminar con nuevos bríos la más importante experiencia unitaria de nuestras naciones.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Mercosulino 06/08/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

06.08.2010 Jornal "Folha de S. Paulo" Caderno: Dinheiro Diplomata questiona adesão ao livre comércio O diplomata brasileiro Victor do Prado, chefe de gabinete-adjunto do diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, questionou ontem a "real utilidade" dos tratados regionais de livre comércio (TLCs) que vêm se multiplicando nos últimos anos. "Sempre dá boa foto [acordo de livre comércio], mas saber se vai ser utilizado na prática é outra história." Prado cita estudo de 2009 do Banco de Desenvolvimento da Ásia que mostra que só 22% das 609 empresas pesquisadas na região usam as preferências tarifárias estabelecidas nos acordos. "Quando vejo que o Mercosul fez acordo com o Egito, pergunto-me quem vai usar essas preferências." Acordos são pouco eficazes porque, com exceção da proteção à agricultura, as principais barreiras às importações nos países desenvolvidos atualmente são não tarifárias e não estão incl

O Mercosulino 15/09/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

15.09.2010 Jornal do Senado Caderno: Mercosul Parlasul acompanhará eleições no Brasil e na Venezuela Venezuela ainda não respondeu ao Parlasul autorizando a presença dos observadores O Parlamento do Mercosul (Parlasul) deverá enviar observadores para acompanhar as próximas eleições na Venezuela e no Brasil. Eles são integrantes do Observatório da Democracia estabelecido há dois anos pelo parlamento, com os objetivos de promover o intercâmbio de experiências e a cooperação em matéria eleitoral entre os países do bloco, além de contribuir para o cumprimento do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul. Em correspondência enviada ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), atual presidente do Parlasul, indicou como observadores das eleições brasileiras, marcadas para 3 de outubro, 11 parlamentares de Argentina, Paraguai e Uruguai. Um deles será o argentino Claudio Lozano,

O Mercosulino 30/07/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

30.07.2010 segunda-feira, 26 Jornais dos Países Membros do Mercosul Paraguay "ABC" Opinión Hegemonía de Brasil y Argentina sobre Paraguay Gracias a la gentileza del Banco Itaú tuve la oportunidad de asistir a la conferencia del profesor Fernando Cardoso en la que abordó el tema vinculado a la ubicación del Brasil en el contexto regional. El privilegio de escuchar a un maestro en el pensamiento económico, social y político, reconocido y admirado en su país y en el mundo por su orientación, que enfatiza el desarrollo social sobre las reglas de la economía clásica, fue para mí muy breve, por lo que no me resulta fácil reproducirlas en mi mente, pese al deseo insatisfecho de profundizar sus ideas, expresadas con la sencillez que supone el dominio de los temas y la notoria experiencia del conferencista para exponerlas. No obstante, mi atención se detuvo cuando hábilmente descartó la posibilidad de que la política del Brasil sea vista como hegemónica en la re