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Clipping Mercosul 12/05/20

12.05.2010

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Edição e Seleção
Humberto Napoli Licursi
Maria Elisabete da Costa
Paulo Affonso



Jornal do Senado


Caderno: Mercosul


Mercosul poderá ter selo para produtos orgânicos

Entre as questões apreciadas durante a 23ª Sessão do Parlamento do Mercosul, realizada nessa segunda-feira em Montevidéu, Uruguai, foi aprovada uma proposta do parlamentar brasileiro José Paulo Tóffano (PV-SP) que recomenda ao Conselho do Mercado Comum (CMC) a criação de um código de normas para a produção agropecuária orgânica no Mercosul.

De acordo com o projeto – que precisa receber o aval do CMC para, em seguida, ser apreciado pelos Parlamentos de cada um dos Estados partes – , os alimentos produzidos de acordo com o código de normas receberão o selo orgânico Mercosul.

O parlamentar afirma que uma certificação mundialmente reconhecida aumentaria o valor agregado da produção de alimentos orgânicos adequada ao modelo de agricultura familiar e à preservação do meio ambiente.

O Parlasul também aprovou proposta do parlamentar argentino Guillermo Jenefes, que recomenda ao CMC a harmonização dos programas e legislações nacionais dos Estados partes referentes à promoção e desenvolvimento de energias renováveis.

A proposta prevê que os Estados revertam suas matrizes energéticas e desenvolvam novos tipos de energia limpa, como a hidráulica, a eólica e a solar.

A iniciativa também procura estimular o uso de combustíveis renováveis ou biocombustíveis, como o biodiesel.


Em busca de acordo para exploração das Ilhas Malvinas

Os integrantes do Parlamento do Mercosul também aprovaram na segunda-feira uma proposta de disposição da Mesa diretora para criação de uma comissão especial que realizará gestões junto às autoridades da Argentina e da Inglaterra em busca de um acordo entre os dois países para exploração dos recursos naturais das Ilhas Malvinas.

Conforme a proposta, apresentada pelo parlamentar brasileiro Nilson Mourão (PT-AC), uma comissão do Parlamento do Mercosul, integrada por dois representantes de cada delegação que integra o bloco, fará contato com autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo dos dois países.

O assunto foi tema de debates na última sessão do Parlamento, quando se aprovou moção de repúdio à decisão unilateral do Reino Unido de explorar petróleo e gás na plataforma continental que circunda a região do arquipélago.

A Grã-Bretanha e a Argentina travam disputa histórica pelas Ilhas Malvinas, que resultou em guerra em 1982.


Jornal do Brasil


Editorial


Da velha hegemonia ao mundo dos Brics
Candido Mendes

Não nos estamos dando conta ainda do quanto a nova conjuntura internacional nos leva a bloqueio de entendimento, tão distinta de quando o Ocidente se via como a fala da razão e da humanidade. E aí está, sobretudo, essa presença da China, num repto desta presunção da universalidade dos consensos contemporâneos, que começa de fato a ser discutido. Pequim não repete os estilos de dominância, lidos como os clássicos imperialismos europeus ou americanos.

A recente Conferência de Córdoba da Academia da Latinidade, e através de estudos de sinólogos, como François Jullien, evidenciou como não deparamos, aí, uma mera convivência entre diferenças nacionais, como as europeias, por exemplo, ou da América Latina, mas diante da radical distância do outro. A visão de mundo chinesa não registra a dinâmica expansionista ocidental, mas um potencial de domínio e controle encerrado, multissecularmente, nas próprias fronteiras.

Nem se registra a adoção frontal de modelos econômicos e sociais como os que conhecemos, mas a transformação silenciosa e contínua de atitudes e condutas, no seio da coletividade. Não se podem prever, da forma clássica, desfechos de confronto internacional, na forma pela qual, por exemplo, se fala, ingenuamente, de um capitalismo chinês, ou do confronto urbano-rural no planejamento migratório que envolve o subcontinente.

Destaca-se, por aí mesmo, o confronto dos dois colossos populacionais do nosso tempo, tanto a China se entrega a uma mobilidade regulada e constante, frente ao caos da prosperidade hindu e da sua concentração de renda. Sobretudo, o confronto com Pequim, não obstante a democracia formal de Nova Délhi, vai à conservação multimilenar dos párias na vida coletiva deste país.

O Brasil traz a esses atores, que descentralizaram a hegemonia internacional, o único foco ocidental, de um gigantesco mercado interno, que conjuga, ao mesmo tempo, a sua prosperidade econômica ao crescente aperfeiçoamento democrático. Iriam ao mesmo tempo aos Brics essas dinâmicas nacionais, fora do clássico atrito de fronteiras europeu, num contraste que nos destaca da América espanhola. Ou, sobretudo, nessas desconstruções identitárias, fugidas para ressurreição do seu passado, como fazem as ditas Repúblicas bolivarianas.

Sobretudo, o que atentou a Conferência de Córdoba foi o quanto essa descentralização do poder internacional elimina por completo toda ideia de periferia frente aos novos focos emergentes. Talvez a diferença de impacto da crise de 2008 venha da quebra da velha hegemonia ocidental, independentemente de ter ou não posto em jogo o próprio modelo neoliberal. Os Brics sabem o que fazem do Estado, da redistribuição de renda, da cultura da produtividade ou de uma consciência de nações para si.

Candido Mendes é cientista político.


Caderno: Economia


UE e Mercosul sem liberalização

DA REDAÇÃO - Um grupo de oito países europeus afirmou terça-feira que a União Europeia não pode assinar um pacto de liberalização comercial com o bloco do Mercosul antes da conclusão da Rodada de Doha.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, informou na semana passada que retomaria as negociações com os países do Mercosul Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai mas enfrenta dura oposição de Estados do bloco europeu preocupados com o impacto sobre o setor agrícola.

Um pacto deste tipo levaria prejuízos ao setor rural europeu ao abrir o bloco de 27 nações para uma importação maior de produtos agrícolas oriundos da América do Sul, disseram numa declaração conjunta França, Irlanda, Grécia, Hungria, Áustria, Luxemburgo, Polônia e Finlândia.

As negociações para um acordo UE-Mercosul não podem, sob nenhuma circunstância, ser concluídas antes da finalização da Rodada de Doha, disseram os países na declaração, que será discutida numa reunião de ministros da Agricultura europeus em Bruxelas na próxima segunda-feira.

Os quatro países do Mercosul estariam entre os principais beneficiários das concessões agrícolas propostas pela UE nas negociações de Doha, atualmente paralisadas, e a Comissão precisa garantir que a UE não pague duas vezes, caso proponha fechar um acordo apenas com eles, argumentam os países.

É improvável que se rompa o impasse nas negociações entre UE e Mercosul, que vêm desde 2004, a menos que a Europa faça novas concessões na área da agricultura, o que seria inaceitável, acrescentaram.

A Comissão precisa esclarecer o ponto de partida proposto para a retomada das negociações, e fornecer uma análise detalhada sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais dos resultados antecipados das conversações, indicou a declaração.


Jornal “Valor Econômico”


Caderno: Brasil


Lula começa por Moscou viagem que testa seu prestígio
Raymundo Costa, de Moscou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa por Moscou, amanhã, viagem de uma semana a três países da Europa e dois do Oriente Médio que será um verdadeiro teste para seu prestígio pessoal e à confiança que a política externa brasileira construiu na comunidade internacional. Será uma das últimas das grandes viagens do presidente desde que o Itamaraty, com sua benção, retomou com intensidade a política Sul-Sul, em ritmo só comparável ao do período militar. Depois, Lula fará ainda uma longa viagem à África e deve encerrar seus oito anos de mandato com uma visita à China.

São dois os testes de Lula. O mais importante é o Irã, onde estará nos dias 16 e 17. Teerã está sob intensa pressão da comunidade internacional para abrir seu programa nuclear aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica.

O Irã recorre até a argumentos religiosos para assegurar que seu programa é pacífico. "Pela lei islâmica e por um decreto do líder espiritual a produção de armas de destruição em massa é proibida", diz o embaixador iraniano em Brasília. Moshen Shatrezadeh. Lula é contrário à aplicação de sanções econômica que devem ser impostas pela ONU e defende o diálogo entre Teerã e as grandes potências internacionais.

A viagem à Rússia tem um forte componente comercial. Mas Lula deve tratar da questão iraniana com o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e com o presidente, Dmitriy Medvedev, em conversas previstas para amanhã e depois. Os russos inicialmente tentaram ajudar o Irã, que os ignorou, mas agora devem apoiar a posição dos Estados Unidos e da França, seus parceiros no Conselho de Segurança da ONU, de aplicar sanções comerciais ao Irã.

Segundo o governo brasileiro, além dos negócios, a viagem de Lula ao Irã é uma oportunidade para o Brasil exercitar seu compromisso com a paz e demonstrar sua confiança no diálogo como sendo caminho adequado para a solução de problemas. No Palácio do Planalto afirma-se que Lula, como um ex-sindicalista, acredita na conversa "olho no olho". O Brasil já se satisfaz em mediar o diálogo entre Teerã e as grandes potências - só a China deve se abster de votar no Conselho de Segurança da ONU. Uma posição que países aliados, como a França, consideram "ingênua".

Isolada, Teerã elegeu o governo brasileiro como um parceiro confiável. As autoridades iranianas aceitariam, por exemplo, que o Brasil fosse o local para a troca de seu urânio semienriquecido por combustível nuclear, se os líderes mundiais aceitassem a proposta.

Outro problema foi a ameaça de Lula de não comparecer à 6ª Cúpula da União Europeia, América Latina e Caribe, em Madri, por causa da presença no encontro do presidente de Honduras, Porfírio "Pepe" Lobo, cuja eleição não foi reconhecida pelo Brasil. Honduras também está suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA) desde o ano passado por causa do golpe de Estado que depôs o presidente Manuel Zelaya. O impasse foi resolvido por um arranjo de agenda que impedirá Pepe de cruzar com o brasileiro, mas era Lula quem mais tinha a perder se não fosse à cúpula: a UE já admite fazer acordos com o Mercosul, e a reunião de Madri será uma oportunidade única de negociação.

No fim do segundo mandato de governo o prestígio e o reconhecimento internacional de Lula e do país estão sendo questionados por causa do viés ideológico que passou a ser detectado em certas decisões. Lula, por exemplo, não condenou Cuba pela morte de um preso político que fazia greve de fome, é compreensivo com decisões ditatoriais de Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, e agora com Teerã e seu programa nuclear, que as autoridades iranianas asseguram ter fins pacíficos

Em contrapartida, Lula não foi à posse de um presidente eleito democraticamente, o chileno Sebastián Piñera, um reconhecido direitista, em março, sob a alegação de problemas de segurança causados pelo terremoto que causou cerca de 500 mortes - o Brasil foi um dos países que mais ajudaram no socorro às vítimas do sismo.


Caderno: Agronegócios


Biodiesel argentino ganha espaço na UE
Reuters

As exportações argentinas de biodiesel somaram 430 mil toneladas nos primeiros quatro meses de 2010, segundo estimativa divulgada pela publicação alemã "Oil World". Recorde para o período, os embarques praticamente dobraram em relação ao primeiro quadrimestre de 2009.

Apesar dos protestos dos produtores de biocombustíveis da Europa, que alegam que o biodiesel argentino é mais barato por causa de tarifas especiais, as vendas para aquele mercado mostram-se particularmente aquecidas neste ano. Do total estimado, apenas o Peru, com compras de cerca de 15 mil toneladas, desafiou o "monopólio" da União Europeia.

A Argentina adotou a mistura obrigatória de biodiesel em combustível fóssil no início deste ano, o que, previa-se, reduziria as exportações. Mas os preços elevados impulsionam os embarques.


Jornal “O Estado de S.Paulo”


Notas & Informações


Esse Mercosul não serve/Editorial

O governo argentino ameaça atacar de novo os parceiros do Mercosul com medidas protecionistas, desta vez contra a importação de alimentos com similares nacionais. As autoridades preveniram importadores e dirigentes de supermercados, antes de oficializar as novas barreiras. O Brasil será atingido, embora o objetivo da manobra, segundo se afirma em Buenos Aires, seja barrar a entrada de produtos europeus barateados pela desvalorização do euro.

Basta uma visita a um supermercado brasileiro para verificar grande variedade de produtos comestíveis importados, procedentes de vários países, inclusive da Argentina, em concorrência livre com similares nacionais. Seria um escândalo se, de repente, os supermercados fossem obrigados a expurgar de suas prateleiras os produtos estrangeiros por supostos danos aos produtores nacionais.

Por absurdo que pareça é exatamente o que o governo argentino pretende fazer, sem aviso nem mesmo aos parceiros do Mercosul. E não se trata de uma interdição nas alfândegas, apenas. A partir de 10 de junho, inspetores da Secretaria de Comércio da Argentina vão percorrer o comércio para uma varredura de alimentos estrangeiros.

Esse furor contra os alimentos importados, atingindo produtos brasileiros, amplia conflitos comerciais iniciados há muitos anos e agravados com a imposição de licenças prévias pela Argentina a partir da crise de 2008. Depois de gestões de governo e de empresários, as restrições foram amenizadas, isto é, enquadradas nas normas da OMC. Até essas normas foram atropeladas, quando as autoridades argentinas passaram a levar mais de 60 dias para conceder as licenças. O governo brasileiro, apesar de alguma reação, foi, como de costume, tolerante em relação à política do vizinho.

Agora, como não foram invocados motivos sanitários para a proibição dos alimentos ? a costumeira justificativa para a prática protecionista ?, o instrumento para fazer valer a proibição será o trancamento de licenças de importação. Hoje, a possibilidade de um comércio normal entre os maiores sócios do Mercosul parece mais distante. Fala-se em retaliação do governo brasileiro. Indústrias que sofrem no mercado interno a concorrência de produtos argentinos, como o vinho, podem ser encorajadas a pedir ao governo a adoção de barreiras que até agora o Brasil tem evitado. Seria uma saída ruim.

Pode-se até entender a preocupação dos argentinos com o euro. Mas não é admissível, nem compreensível, a imposição de barreiras a um parceiro de bloco. O intercâmbio com o Brasil vem evoluindo, nos últimos meses, com mais equilíbrio. De janeiro a abril, o Brasil vendeu à Argentina US$ 4,8 bilhões e importou US$ 4,3 bilhões. A situação nem de longe é parecida com a de 2008, quando o Brasil acumulou superávit de US$ 4,347 bilhões no comércio bilateral. Além disso, os alimentos representam pequena fração do valor do intercâmbio, no qual predomina o comércio de automóveis.

Como 73,9% dos consumidores argentinos são contrários à proibição de importação de alimentos, segundo pesquisa do site do La Nación, o mais provável é que o governo argentino, em mais um surto de nacionalismo demagógico, tenha cedido a pressões de produtores locais. Também criticou a medida a Câmara dos Importadores da República Argentina (Cira), que alertou para o risco de desabastecimento de certos produtos. Não se conhece uma relação oficial. A proibição pode atingir, segundo se estima, hortaliças, frutas, molho de tomate e outras preparações, cacau e chocolate. Mas é difícil calcular a extensão da lista.

Da forma como têm evoluído as relações comerciais entre Brasil e Argentina, o Mercosul vem-se tornando um trambolho para o comércio exterior brasileiro. Como o bloco é oficialmente uma união aduaneira, o Brasil não pode firmar acordos de livre comércio sem a participação dos outros sócios. Mais uma vez se comprova que o melhor seria abandonar a união aduaneira e reduzir o Mercosul à condição de área de livre comércio. Até agora, o bloco não preenche sequer as condições para merecer essa denominação. Com um pouco mais de modéstia e realismo, seria possível achar o caminho de uma integração efetiva.


Caderno: Economia & Negócios


Ministro argentino defende barreira
Armando Bodou apoia veto a alimentos processados importados e disse que país precisa "deixar de ser ingênuo"
Ariel Palacios /correspondente/Buenos Aires
Fabíola Salvador /Brasília

BRASÍLIA - O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, defendeu ontem a aplicação de barreiras para impedir a entrada de produtos alimentícios importados similares aos elaborados na Argentina. "Precisamos cuidar do mercado interno e dos produtores argentinos", disse Bodou à rádio La Red.

Sem entrar em detalhes, Boudou sustentou que a medida era positiva: "Essa história de sermos bonzinhos, de abrir às portas ao mundo, e, por exemplo, não poder exportar limões aos Estados Unidos, é uma ideia muito romântica, mas é muito ingênua. Nós precisamos deixar de ser inocente nesses assuntos".

No Brasil, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, abandonou o tom diplomático ao falar do tema e classificou como "lobby" as notícias de que a Argentina vai barrar a compra de alimentos processados do Brasil. "Pode ser lobby de alguns produtores argentinos", disse.

Rossi reafirmou que o Brasil não foi comunicado oficialmente da decisão do governo argentino. Se a restrição for confirmada, ele disse que vai discutir o assunto com os demais ministros da Agricultura do Cone Sul em reunião no começo do próximo mês, em Mar del Plata.

Na semana passada, o secretário de Comércio da Argentina, Guillermo Moreno, emitiu uma ordem verbal aos supermercadistas, proibindo a entrada de produtos alimentícios não frescos que rivalizem com seus similares fabricados na Argentina. Esse seria o caso do presunto cru espanhol, que disputa o mercado interno com o presunto cru argentino. Mas ele não deu detalhes sobre alimentos importados que complementam a demanda interna argentina, como o milho brasileiro.

A barreira entraria em vigor em 1.º de junho. A partir do dia 10, os fiscais de Moreno percorrerão supermercados e comércios para verificar a aplicação da ordem. Os artigos alimentícios importados representam 3% dos produtos presentes nas gôndolas dos supermercados.

Críticas. O empresariado argentino disparou várias críticas à medida. Segundo a Coordenadoria das Indústrias de Produtos Alimentícios (Copal), que reúne as principais câmaras do setor, a barreira argentina contra os alimentos importados pode provocar retaliações comerciais de outros países.

"Toda medida de política comercial interna ou externa tem de respeitar os critérios dos tratados internacionais dos quais a Argentina faz parte, já que é uma das garantias necessárias para evitar represálias no comércio mundial", disse a entidade, em nota. Segundo a Copal, diversos países, como o Brasil, já avaliam retaliações à Argentina.

Os embaixadores dos países da União Europeia, preocupados com a ordem de Moreno, decidiram reunir-se para avaliar o impacto da medida e a aplicação de eventuais represálias.

A ordem verbal de Moreno foi encaminhada ao Instituto Nacional de Alimentos (Inal), subordinado ao Ministério de Saúde. A influência do secretário em um órgão de outro ministério levantou suspeitas de que a ordem teria sido respaldada pela própria presidente Cristina Kirchner.


Há caminhões brasileiros parados na fronteira, diz Fiesp
Raquel Landim

Empresários brasileiros já relatam que caminhões com alimentos processados estão parados nas fronteiras com a Argentina. De acordo com o diretor de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, pelo menos três empresas reclamaram do problema durante uma reunião de diretoria da entidade ontem.

"Não há ainda nenhum decreto, nada. Basta a palavra dele para que se torne lei?", questiona Giannetti da Fonseca. Ele se refere ao secretário de Comércio da Argentina, Guillermo Moreno, que informou verbalmente aos supermercadistas de seu país que vai proibir a entrada de alimentos processados que também sejam feitos localmente.

Moreno teria dito, no entanto, que a nova barreira só valeria a partir do dia primeiro de junho. Por isso, causou surpresa os relatos dos empresários brasileiros. O dirigente da entidade paulista não revelou quais empresas foram afetadas.

Em nota divulgada ontem à imprensa, a Fiesp disse que acompanha com preocupação "a ameaça protecionista" da Argentina no setor de alimentos. "Esperamos que não se concretize essa intenção do governo argentino que, até o momento, embora ainda não oficializada, já está causando prejuízos", disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.


Jornais dos Países Membros do Mercosul


Argentina “La Nacion”


Sección: Economía


Ofensiva diplomática contra el freno a los alimentos importados
Las restricciones del Gobierno serán analizadas mañana por agregados comerciales europeos
José Crettaz
LA NACION

El freno a la importación de alimentos que comenzará a aplicar el Gobierno en junio no le saldrá gratis al comercio exterior argentino. Al menos, eso es lo que pronostican fuentes empresariales de Brasil, uno de los países más afectados por la medida, que ya habla de aplicar "reciprocidad" para los productos nacionales en ese mercado.

Voceros del gobierno brasileño dijeron ayer al diario O Estado de São Paulo que "si la medida entra en vigor, habrá represalias comerciales contra la Argentina en los productos similares a los alcanzados por las restricciones". Según una fuente diplomática argentina, "los brasileños no son de reacciones inmediatas, pero cuando reaccionan lo hacen duramente". El funcionario recordó cuando, hace pocos meses, la Argentina aplicó licencias de importación a algunos productos brasileños y ese país respondió semanas después con la paralización de camiones con mercaderías argentinas en la frontera.

Por otro lado, el clima de inquietud entre los representantes comerciales extranjeros se acentuó ayer tras las declaraciones que el ministro de Economía, Amado Boudou, hizo en Nueva York: "Esto de ser buenitos y abrirnos al mundo y después no poder exportar limones a los Estados Unidos es una idea romántica, pero muy ingenua", lanzó, ante una consulta específica sobre el cierre de las importaciones de alimentos no frescos.

Los consejeros económicos de las embajadas de países integrantes de la Unión Europea (UE) se reunirán hoy para analizar el impacto de la decisión entre sus respectivas empresas. En ese grupo, los más afectados son España e Italia.

El tema también podría quedar incluido en la visita que los embajadores de la UE harán mañana a la Comisión de Relaciones Exteriores de la Cámara de Diputados, que preside Alfredo Atanasof (PJ Federal); esa reunión había sido acordada mucho antes de que se conociera el cambio en la normativa. La medida comercial adoptada por la administración Kirchner se conoce a pocos días de anunciarse la reapertura de negociaciones para la liberalización del comercio entre el Mercosur y la Unión Europea. Esa mesa de negociaciones estuvo paralizada durante seis años.

El más afectado

En Brasil afirman que un entredicho comercial en el capítulo de los alimentos afectaría más a la Argentina que a su principal socio comercial. Según datos de la consultora abeceb.com, la Argentina exporta cuatro veces más de lo que importa en los rubros afectados, por lo cual las represalias que podrían aplicarse podrían ser mucho más drásticas. Hacia Brasil se destina el 20% de este tipo de alimentos. En el primer trimestre de 2010, las ventas alcanzaron los US$ 190 millones. En tanto, Brasil abastece el 82% del cacao y el 74% del café y té que importa la Argentina. Además, el país vecino provee de preparaciones alimenticias diversas, como conserva de tomate y choclo en grano enlatado, entre otras.

"Es un atentado contra las reglas del Mercosur. El sector de los alimentos es el principal generador de superávit para la balanza comercial brasileña y merece una atención especial de nuestro gobierno", advirtió el presidente de la Asociación Brasileña de la Industria de los Alimentos (ABIA), Edmundo Klotz. Para el director de Relaciones Internacionales de la Confederación de Agricultura y Ganadería de Brasil, "si la Argentina sigue adelante con esta medida será una aberración en el Mercosur".

La Administración Nacional de Medicamentos, Alimentos y Tecnología Médica (Anmat) hizo pública ayer la nota enviada semanas atrás por el secretario de Comercio Interior, Guillermo Moreno. Además, el organismo, del que depende el Instituto Nacional de Alimentos (INAL), con el que Moreno prevé cerrar las importaciones, se desvinculó de las intenciones del funcionario. La Anmat recordó que su papel "es específicamente técnico", y que consiste en "evaluar la condición sanitaria de los productos de su competencia, entre ellos, los alimentos importados, siendo la Secretaría de Comercio quien define cuáles ingresan al país".

Por esta operatoria, según la Cámara de Importadores (CIRA), hay embarques frenados en el puerto. Por eso, una decena de directivos de segunda línea y socios de esa cámara fueron recibidos ayer por el interventor en la Anmat, Carlos Chiale, y la directora del INAL, María Luz Martínez, que explicaron cómo funciona ahora lo que antes era un trámite estrictamente técnico. "Vamos a acudir a la autoridad de aplicación en el comercio exterior, que es la ministra de Industria y Turismo, Débora Giorgi, y al propio secretario de Comercio Interior", señaló ayer el presidente de la CIRA, Diego Pérez Santisteban.


Paraguay “ABC”


Sección: Política


Reaccionan contra la Unasur

Como “una provocación” califica Fiorotto las advertencias a Paraguay desde Unasur por “algunos presidentes bolivarianos”. “Si tanto quieren ocuparse de otro país, tienen que decirle a Hugo Chávez que no persiga más a sus críticos, a los partidos políticos, que garantice la libertad de expresión y de prensa en Venezuela”, exhorta.

El miembro de la Comisión de Relaciones Exteriores del Senado reaccionó airado ante una consulta relativa a las expresiones lanzadas la semana anterior en Unasur, Buenos Aires, donde los presidentes advirtieron estar atentos ante los intentos de desestabilización en Paraguay. “No hay intentos de desestabilización. Lo que existe es inutilidad del presidente Lugo y una previsión constitucional del juicio político”, declaró. “Lo único que falta es que vengan a decirnos qué tenemos que hacer y qué no. Si estamos amparados en la Carta Magna, cuando existe causal por mal desempeño de funciones, ¿cuál es el problema para enjuiciar a Lugo?, concluyó.


Sección: Internacionales


Brasileños critican trabas de Argentina

BRASILIA (EFE). La posibilidad de que Argentina aplique barreras comerciales a sus importaciones de alimentos fue recibida ayer con inquietud por empresarios brasileños, que hasta llegaron a plantear una posible “suspensión” del comercio con el país vecino.

“Sería un atentado contra las reglas del Mercosur”, declaró a periodistas el presidente de la Asociación Brasileña de la Industria de Alimentos (ABIA), Edmundo Klotz, quien recordó que el sector alimenticio es “el principal generador del superávit en la balanza comercial” de Brasil.

Klotz aseguró que si las barreras se concretan, Brasil deberá reaccionar y “será mucho más caro” para Argentina, un país que consideró que “no es tan importante como muchos piensan”, pero que la industria brasileña desea mantener como cliente.

Una posición incluso más dura adoptó el director de Comercio Exterior y Asuntos Internacionales de la Confederación de Agricultura y Pecuaria (CNA), Carlos Sperotto, quien llegó a plantear que Brasil “suspenda” el comercio con Argentina hasta que aclare qué tipo de barreras estudia para proteger a sus productores.

La inquietud en Brasil surgió ante una iniciativa del secretario de Comercio Interior argentino, Guillermo Moreno, quien planteó la posible aplicación de barreras comerciales a las importaciones de alimentos que se producen en su país.

Diarios brasileños se hicieron eco ayer de informaciones procedentes de Argentina, según las cuales las medidas entrarían en vigor el próximo 10 de junio y contarían con el respaldo del ministro de Economía argentino, Amado Boudou.

Fuentes oficiales dijeron que el Gobierno brasileño no se pronunciará sobre el asunto por el momento, aunque admitieron que existe “inquietud”. La Federación de Industrias del Estado de São Paulo (Fiesp) criticó la falta de transparencia y los trazos discriminatorios en la forma como la medida se está diseminando.


Faltan cuatro países para iniciar Unasur

QUITO (EFE). Ricardo Patiño, ministro de Relaciones Exteriores de Ecuador, país que ostenta la presidencia temporal de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), señaló ayer que recibió en Lima el instrumento de ratificación del tratado constitutivo de la Unasur por parte del Gobierno peruano. “Es muy importante porque es el quinto país que lo ratifica. Necesitamos que sean nueve para que entre en vigencia el tratado, aunque hay algo que decir: Unasur está en marcha, está funcionando, están constituidos siete consejos (...). Aunque el tratado no esté todavía en vigencia, sin embargo está vivo”, señaló.

El Tratado Constitutivo de la Unasur se suscribió el 23 de mayo de 2008 en Brasilia. Además de Perú lo han ratificado Bolivia, Ecuador, Guayana y Venezuela.


UE prevé asistencia de líderes de Unasur a cumbre de Madrid

CARACAS (AFP). Diplomáticos europeos en Caracas confiaron ayer en la asistencia de todos los presidentes de la Unasur a la cumbre euro-latinoamericana de la próxima semana en Madrid. “En principio todos los presidentes de la Unasur estarán presentes. El presidente Hugo Chávez, hasta donde sabemos, también. Y el ecuatoriano Rafael Correa, el boliviano Evo Morales”, declaró a un grupo de periodistas el embajador de España en Venezuela, Dámaso De Lario.

Oficialmente, el presidente venezolano aún no ha confirmado si asistirá a esta cumbre, que se celebra cada dos años. La semana pasada, varios países de la Unasur, con Brasil, Ecuador y Venezuela a la cabeza, anunciaron que boicotearían el encuentro de Madrid si acudía el presidente hondureño Porfirio Lobo.

Posteriormente, Lobo anunció que viajará a Madrid para participar únicamente en la cumbre de la UE con Centroamérica, pero no en la reunión del conjunto de América Latina con el bloque europeo para evitar “conflictos”.


Temen daño por Mercosur

BRUSELAS (EFE). Francia y siete países más han alertado contra el restablecimiento de las negociaciones de un acuerdo de asociación entre la Unión Europea (UE) y Mercosur (Brasil, Argentina, Paraguay y Uruguay) porque ven una amenaza para la agricultura europea.

En una declaración conjunta, este grupo de países ha afirmado que la reanudación de las discusiones entre la UE y Mercosur –que tratarán de impulsar la semana que viene en una cumbre en Madrid– es una “mala señal” para los agricultores y los ganaderos europeos.

Francia, Irlanda, Grecia, Hungría, Austria, Luxemburgo, Polonia y Finlandia han propiciado, con ese documento, que los ministros de Agricultura de la UE debatan el próximo lunes en Bruselas sobre los efectos de las conversaciones con el Mercosur en el sector agrario comunitario.

La declaración ha sido firmada con motivo de la cumbre de la UE-América Latina y Caribe, que se celebrará el este mes, en Madrid.


“La Nacion”


Editorial


CUIDADO CON UNASUR

Unasur, el organismo regional que no ha sido ratificado y que ya tiene hasta un secretario general, es tremendamente peligroso para la democracia paraguaya, ya que evidentemente responde a los intereses “bolivarianos”. Sin existir ya apareció incursionando en los asuntos internos de Paraguay, lo que permite suponer que cuando exista no cambiará de política.

Unasur es una vieja apetencia sudamericana, la de formar un organismo internacional que no incluya a Estados Unidos. Pretende reemplazar a la OEA, que fue heredera de la Unión Panamericana y que, por supuesto, incluye a Estados Unidos.

La formación requiere el aval del Congreso de las naciones y solamente algunas lo han conseguido. Paraguay no pertenece oficialmente al grupo, pero el Presidente ha asistido al nombramiento del secretario general en la Argentina y el canciller habla de Unasur como si ya se formara parte de él.

El Congreso estudiará el ingreso o no del país a ese organismo y es menester que se niegue a permitirlo.

¿En qué beneficiaría a Paraguay ser parte de Unasur? En nada, salvo que se considere beneficio pertenecer a un organismo ideológicamente contrario a la democracia y capaz de intervenir en los asuntos internos de los países que se resisten a caer bajo el imperio del “bolivarianismo” esa doctrina diseñada, impuesta y difundida por el dictador de Venezuela Hugo Chávez. Si se ingresa en Unasur, habrá que decir adiós a la independencia paraguaya, que dependerá de tiranos extranjeros, con capacidad para intervenir en los asuntos internos de Paraguay.

La pertenencia a la OEA no causó daños, porque esta institución no intervino jamás en los asuntos internos, aunque permitió las dictaduras del siglo XX. Pero la enemistad de los bolivarianos con la OEA se origina con el odio enfermizo contra Estados Unidos por la democracia y la libertad.

Ya en 1964, en Lima, con la fundación del Parlamento Latinoamericano se intentó apartar a Estados Unidos del destino sudamericano y los ideólogos de la izquierda fracasaron. Pero ahora, con la Venezuela de Chávez se retorna a lo mismo de entonces y se busca usar Unasur, que tendrá los mismos propósitos.

Unasur es intervencionista y Paraguay ha recibido ya un aviso de los modos de proceder del organismo que aún no ha nacido, con lo que debería examinar muy bien su conducta en este campo, para preservar su independencia, su democracia y su libertad.

Pertenecer al bando de Chávez significa pertenecer a una banda de forajidos, sin principios y capaz de todo. Significa perder la dignidad antes de perder lo demás. En esas bandas se sabe cuándo y cómo se entra, pero no se sale sino muerto.

El canciller ha mistificado lo ocurrido con Unasur y ha utilizado la retórica para desvirtuar la intervención reemplazando esa palabra por la de solidaridad; por solidaridad se previno a los paraguayos que no actúen contra el Gobierno, aunque tengan razón y la Constitución de su lado.


Uruguay “La Republica”


Sección: Política


Pasquet: 'reconducir' relación en el Mercosur y estudiar acuerdo chileno.
Lacalle. Cuestionó al Parlasur y dijo que 'se ha desviado y desvirtuado' el concepto de socio comercial por socio político
El senador Ope Pasquet propuso ayer que la Cancillería convoque a un grupo selecto de técnicos de todos los partidos políticos para que se expida sobre la posibilidad de Uruguay de "reconducir su relación con el Mercosur", y que la misma sea similar a la que hoy posee Chile.
Marcelo Márquez

Se trataría de "un grupo de estudio que trabaje seriamente, discretamente y en un plazo de seis meses pueda producir un estudio a fondo sobre dicha posibilidad", afirmó el senador de Vamos Uruguay.

El planteo fue efectuado en el marco de una deliberación sobre el Mercosur a través de una ponencia del senador Luis Alberto Lacalle, del Partido Nacional, que derivó en una profunda reflexión de varias horas en las que se reconoce que el bloque económico no atraviesa por un buen momento pero se difiere en los pasos a transitar.

Al término de la exposición del legislador colorado, el presidente del Senado, Danilo Astori tomó la palabra y consideró que la iniciativa puede ser analizada a través de la Comisión parlamentaria respectiva.

"Me parece que tenemos que buscar alternativas. Y hay alguna que se escucha siempre cada vez que se aborda este tema, y se dice 'mejor que nuestro acuerdo con el Mercosur es el acuerdo que tiene Chile'. Chile logra cierta clase de vinculación al estar asociado con el bloque pero evita ciertos constreñimientos como el arancel externo común, etc.,", fundamentó Pasquet.

Agregó que no está en la consideración de nadie "irse del Mercosur".

Para el legislador "esta idea nunca termina de ser analizada en rigor y con profundidad. Creo que sería buena cosa que el Ministerio de Relaciones Exteriores tomara la iniciativa y formara un grupo de estudios integrado por personas designadas por los partidos políticos, reclutadas del ámbito académico, un grupo reducido, selecto, con figuras de primerísimo nivel en lo nacional para que estudiasen a fondo esta posibilidad"

En ese sentido, algunas de las incógnitas a develar serían: "¿Qué costos tendrían para Uruguay tratar de reconducir su relación con el Mercosur y llevarla al término como los que vinculan a Chile con el Mercosur?, ¿sería viable este camino? Puede ocurrir que se entienda que no lo sea. ¿Qué repercusiones tendría esto en nuestra relación con Brasil, Argentina y Paraguay?, ¿qué costos económicos tendría para el país', ¿en cuánto tiempo podría realizarse?".

Pasquet abogó por una suerte de "libro blanco" sobre las alternativas al Mercosur, como esos informes que el gobierno británico suele producir en los asuntos de mayor interés nacional.

"Desvirtuado"

Lacalle realizó un exhaustivo informe sobre todo el proceso del Mercosur y enfatizó que se trató de un acuerdo comercial y no político ideológico.

Su mayor discrepancia, a la que calificó de inconstitucional, refiere a la creación del Parlamento del Mercosur, en el que "no fue consultado el espectro político" y que no se ha procedido a reformar la Constitución para elegir a quienes nos representen.

También marcó distancia con el ingreso de Venezuela, estimando que hubiese sido mucho más correcto apostar a Bolivia.

El senador nacionalista sostuvo que "se ha desviado y desvirtuado" el concepto de socio comercial por socio político, y además discrepó con la excesiva bilateralidad de parte de Argentina y Brasil y el no respeto a los laudos arbitrales que han perjudicado a Uruguay.

Insistió con su idea de "pausa y reflexión" porque "no podemos seguir edificando un Mercosur sobre ladrillos que están flojos. Se pone un ladrillo, no queda firme, le ponemos otro encima, y el destino es sabido: va a quedar como una cáscara vacía, vamos a estar atado a lo que le convenga a Brasil fundamentalmente, y cuando llegue el momento de que entren las bicicletas, entren los neumáticos, entre la losa sanitaria, se abran los puentes, nosotros estamos simplemente como una figura decorativa".


“El Pais”


Editorial


El voto en Unasur
HEBERT GATTO

Previamente a su valoración despejemos confusiones semánticas respecto a lo acontecido en Buenos Aires, que no se atenúan responsabilidades distorsionando deliberadamente el relato. En la instancia Uruguay apoyó directamente a Néstor Kirchner para secretario general de la Unasur para lo cual resulta irrelevante que no se haya votado formalmente. Por el contrario, la adhesión a su nominación fue tan cálida y espontánea que no requirió contar brazos. Uruguay, si pretendía abstenerse, así debió expresarlo, al no hacerlo acompañó la unanimidad.

Max Weber distinguió entre la ética de la convicción -sigue tus verdades aunque perezcas con ellas-, y la ética de la responsabilidad: medita las consecuencias de tus actos, buscando siempre minimizar el daño. Adjudicó la primera a Kant y la segunda a los políticos, cuyas decisiones afectan directamente a terceros, lo que conlleva un plus de responsabilidad. Aun cuando Weber se equivocó en sus atribuciones -de hecho Kant nunca fue un dogmático desinteresado de los efectos de las acciones humanas-, el sentido de la distinción resulta claro: en ocasiones el interés de la comunidad exige soslayar convicciones individuales.

Todo sugiere que en el encuentro posterior al fallo de La Haya, entre la presidenta Fernández y nuestro mandatario, se acordó el vital dragado de los canales fluviales, se destrabaron bloqueos, como el que afectaba los créditos del Mercosur para la futura planta gasificadora así como se consiguió la habilitación para instalar sobre territorio argentino los gasoductos provenientes de Bolivia. Probablemente también se convino que nuestro país no presionaría a su vecino por el corte en Arroyo Verde, otorgándole tiempo para convencer -o doblegar- a sus enardecidos piqueteros. ¿Este paquete, justificaba nominar a Kirchner? La respuesta no es sencilla, nada más difícil que trocar principios por ventajas materiales y más cuando esa permuta debe resistir el escrutinio público, como aquí sería el caso. Vedada la democracia secreta, como también decía Kant, nada que no pueda argumentarse públicamente puede ser pactado entre estados.

No tengo dudas que a los uruguayos nos duele elegir para un organismo internacional, aun si se trata de uno tan fantasmal como el Unasur, a un señor que ha hecho del empellón y el desaire el sustituto del diálogo.

Alguien que ningún mérito ha exhibido, como para que el país modifique su anterior veto y lo convierta en el nuevo promotor de la integración latinoamericana.

Por eso, frente a este cúmulo de dificultades y en defensa de nuestra dignidad, quizás pudimos abstenernos. Ni votar ni vetar. Por más que, aun adoptando este gesto intermedio, no era simple la posición del Presidente, consciente de lo mucho que el país se jugaba en las difíciles relaciones con su vecino sumado al riesgo de aislamiento. De hecho si alguien podía intentar aflojar definitivamente la tensión con Argentina, ese era Mujica y este era el momento.

Lo hizo asumiendo todos los riesgos y consciente de pagar un precio; le faltó más franqueza y elegancia en sus justificaciones posteriores.

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