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Clipping Mercosul 05/05/2010 www.camara.gov.br/mercosul

Jornal “Folha de S. Paulo”


Caderno: Dinheiro


Uruguai prevê a entrada de um "forte banco brasileiro"
DA ENVIADA A MONTEVIDÉU

O presidente do Uruguai, José Mujica, anunciou em Montevidéu que, "em pouco tempo, um forte banco brasileiro" irá se instalar no país, para "viabilizar a relação comercial" bilateral. Segundo Mujica, a operação aguarda apenas "a aprovação do Banco Central do Uruguai".

O anúncio foi feito em declaração conjunta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após reunião em que ambos os mandatários repassaram a agenda bilateral.

Os bancos brasileiros estão em fase de expansão. Em abril, por exemplo, o Banco do Brasil anunciou a compra do argentino Patagonia pelo valor de US$ 479,6 milhões.

No encontro de ontem, Mujica citou também o objetivo de aplicar mecanismos de troca comercial em moedas locais, para "evitar a dependência de moedas duras de fora da região".

Afagando o braço de Mujica, Lula citou o superavit comercial do Uruguai em relação ao Brasil e disse: "Não vamos reclamar. É importante o desenvolvimento sustentável do Uruguai".

Entre os pontos em destaque na agenda bilateral, está a interconexão elétrica. Após dizer que precisa fazer nos oito meses que restam de mandato o que não fez em oito anos, Lula anunciou a realização de mais duas reuniões bilaterais com o Uruguai até a sua saída.


Jornal “Correio Braziliense”


Caderno: Mundo


Kirchner é eleito para dirigir bloco
Surpresa foi o apoio do Uruguai, que permitiu escolha do secretário-geral por unanimidade
Viviane Vaz

Reunidos em um luxuoso resort de golfe em Campana, a 60km de Buenos Aires, os presidentes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) decidiram ontem que o primeiro secretário-geral do bloco será o ex-presidente e deputado argentino Néstor Kirchner. A escolha não foi surpreendente, pois nenhum país apresentou candidatos para concorrer com o escolhido. A surpresa ficou por conta do presidente uruguaio, José Mujica, que deixou o caminho da “abstenção”, como vinha sinalizando anteriormente, e optou por apoiar Kirchner, para que fosse eleito por unanimidade.

“Sem pedir condições e sem que ninguém nos tenha imposto condições, acompanhamos o consenso pela unidade da América Latina e, com esse gesto, vamos continuar apostando na boa-fé do povo argentino”, declarou Mujica na hora do voto. Seu antecessor imediato, Tabaré Vázquez, vetou Kirchner em 2008 por causa de um conflito entre os dois países sobre a construção de uma fábrica de celulose na fronteira. A presidenta Cristina Kirchner, mulher do eleito, foi a única que se absteve — por “razões óbvias”, segundo explicou.

Apesar de Néstor Kirchner não exibir um histórico de destaque em reuniões de cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se declarou “100%” de acordo com a escolha. “A designação (do secretário-geral) é uma etapa mais de consolidação da Unasul. Kirchner tem experiência, conhece o continente, as diferenças políticas e ideológicas que temos no continente”, afirmou Lula, que viajou na companhia de seu assessor internacional, Marco Aurélio Garcia.

O ex-presidente argentino dirigirá a Unasul por dois anos, mas terá de encarar investigações na Argentina, como suspeito de participar de um esquema de subornos nas exportações para a Venezuela, durante seu mandato (2003 a 2007). O presidente venezuelano, Hugo Chávez(1), não comentou o caso e confirmou o apoio a Kirchner, dizendo que o argentino “move em todos o ânimo da cooperação”. Mesmo que seja inocentado, analistas políticos acreditam que Kirchner deve ficar somente um ano à frente da Unasul, pois deve ser novamente candidato à Presidência da Argentina em 2011.

Outros temas ocuparam a reunião dos 10 presidentes da Unasul — os mandatários do Peru, Alan García, e da Colômbia, Álvaro Uribe, não compareceram. Todos os países aprovaram a continuidade da ajuda ao Haiti e ao Chile, afetados por terremotos no início do ano. A respeito do Paraguai, o estado de exceção em cinco estados do norte do país e a atuação do narcotráfico na fronteira com o Brasil dominaram a pauta. A Argentina conseguiu mais uma vez o apoio do bloco a sua reivindicação de soberania sobre as ilhas Malvinas, contra o Reino Unido.

Quanto a Honduras, os presidentes não chegaram a consenso sobre o reconhecimento do presidente Porfírio Lobo. Lula liderou a oposição à legitimação de Lobo, argumentando que ele venceu uma eleição organizada por um governo golpista. Os chanceleres do Peru, José Antonio García Belaúnde, e da Colômbia, Jaime Bermúdez, defenderam o reconhecimento. Lula sugeriu ainda a volta do presidente deposto, Manuel Zelaya, a Honduras.

Os países-membros da Unasul também decidiram rechaçar a nova legislação do estado americano do Arizona que criminaliza imigrantes irregulares mediante o conceito de “dúvida razoável”. O bloco afirmou que a lei poderia significar a “legitimação de atitudes racistas na sociedade de destino e um risco latente de violência movida por ódio racial”.

1 - Olho no vizinho

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, confessa que não vê a hora de assistir à mudança de governo na vizinha Colômbia, que escolherá seu novo presidente em 30 de maio. Nos últimos anos, Chávez viveu às turras com o colega Álvaro Uribe, que o acusa de apoiar a guerrilha das Farc. “Estou ansioso, porque estou disposto… Não devemos alimentar entre nós o menor conflito, ao contrário, (devemos) discutir nossas diferenças”, disse Chávez. O governante venezuelano fez a afirmação na ausência de Uribe, que faltou ao encontro em nome da proximidade das eleições. O candidato preferido do presidente colombiano, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, vem perdendo pontos nas pesquisas e aparece com 26,7% das intenções de voto, atrás do candidato do Partido Verde, Antanas Mockus, que tem 38,7%. Mockus é favorito para vencer também o segundo turno.


Jornail do Brasil


Editorial


Uma boa política na vizinhança

É de se elogiar a iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de juntar esforços com o Paraguai para a aplicação de medidas conjuntas no combate ao narcotráfico na fronteira entre os dois países. O anúncio feito anteontem ao lado do presidente paraguaio Fernando Lugo, no limite que divide as cidades de Ponta Porã (MS), no Brasil, e Pedro Juan Caballero, uma região de intensa atuação de traficantes de drogas traz esperança para um problema há muito negligenciado pelos dois Estados.

A cooperação entre Brasil e Paraguai surge prontamente, pouco mais de uma semana após o atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo, que escapou da violência dos narcotraficantes. A mesma sorte não tiveram o segurança e o motorista do parlamentar, que morreram na emboscada. Acevedo credita o atentado às denúncias que tem feito, sobre os perigos do crescimento do narcotráfico na região. Segundo o senador, o comércio de drogas tem movimentado na fronteira entre o Brasil e o Paraguai algo em torno de US$ 50 milhões por ano e, se não for detido o quanto antes, poderá transformar a área em uma espécie de Ciudad Juárez, uma das cidades mais castigadas pela violência do narcotráfico no México.

Para que isso não ocorra, o plano de ação do governo brasileiro prevê a criação, até o fim do ano, de 11 bases da Polícia Federal e da Força Nacional, com 45 policiais em cada uma delas, ao longo da fronteira dos dois países. O custo estimado para os cofres públicos é de R$ 56 milhões, o que inclui ainda a compra de helicópteros, barcos e armamento.

É um investimento que vale a pena e talvez seja até pequeno, perto do desafio que o crime organizado ali incrustado representa para o Brasil e os países vizinhos, que também precisam colaborar nesta ação em conjunto. Sem a participação de todos os envolvidos, a tarefa é inútil. O tráfico de drogas na Tríplice Fronteira tem se desenvolvido como um câncer, aproveitando justamente as características peculiares da região, de difícil fiscalização e longe dos centros de poder e das grandes cidades dos países limítrofes.

Não obstante, localiza-se ali a nascente de boa parte do rio de mazelas que deságua nos maiores centros urbanos. Cortar essa fonte da criminalidade é fundamental. Especificamente em relação ao Paraguai, o enorme lago de Itaipu, por exemplo, apresenta quilômetros e quilômetros de fronteiras despovoadas e desguarnecidas, por onde há grande facilidade de locomoção de criminosos e de suas cargas. Carros roubados, produtos contrabandeados, drogas, armamento pesado, tudo passa sem que haja o controle, a fiscalização das autoridades competentes. É ali que deveria ser feito o trabalho de contenção, de prevenção. Depois de entrar em território brasileiro, os criminosos encontram rotas alternativas e planos de fuga que dificultam a ação da polícia.

Há muito tempo, a região da Tríplice Fronteira é um problema de segurança nacional para o Brasil e seus vizinhos. Mas ganhou importância para além das preocupações regionais desde que os Estados Unidos, após o 11 de Setembro, identificaram ali uma ameaça. Parte da comunidade muçulmana que vive na região seria responsável pelo levantamento de fundos para o Hezbollah, movimento que atua como partido político no Líbano, mas é tido como um grupo terrorista pelos americanos. Seja como for, mais um motivo para o Brasil e seus vizinhos tomarem pé da situação.


Jornal “Valor Econômico”


Caderno: Brasil


UE decide retomar negociação com Mercosul
Acordo comercial entre os dois blocos deverá gerar adicional de 9 bi de euros por ano em exportações
Assis Moreira, de Genebra

A União Europeia (UE) anunciou ontem que decidiu relançar a negociação com o Mercosul para um acordo de livre comércio "amplo e ambicioso" que estima poder gerar € 9 bilhões de exportações a mais por ano, sendo € 4,5 bilhões para cada lado.

A negociação será relançada formalmente no encontro de cúpula UE-Mercosul, em Madri, no dia 17. O objetivo é concluí-la rapidamente e evitar o constrangimento de repetidos fracassos para fechar o pacote, algo que vem desde 1995. Se fechado, será o maior acordo de livre comércio do mundo entre duas regiões, com 700 milhões de consumidores.

Sob pressão de países protecionistas, o presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, avisou que a decisão será acompanhada por várias condições e um acordo só será fechado se obtido "tudo direito". Inclui o compromisso do Mercosul por produção agrícola sustentável, "adequada proteção" para patentes e indicações geográficas que vão bem além das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Além disso, Bruxelas quer "completa liberalização" para um bom número de produtos e concessões para todos os setores industriais no Mercosul. Mas diz também que a "ampla cobertura" do acordo tomará em conta produtos e setores sensíveis dos dois lados, ou seja, não tem como haver liberalização de 100% do comércio, como pede a indústria europeia, porque a UE nesse caso teria de pagar uma fatura mais alta na agricultura.

Barroso prometeu, de outro lado, resolver "qualquer impacto negativo" com a abertura do mercado comunitário para o Mercosul, especificamente no setor agrícola. Na prática, acenou com mais ajuda aos agricultores. E o problema já pode começar, porque se for para dar subsídios, vai aumentar um problema que o Mercosul tenta justamente resolver na Rodada Doha de liberalização na OMC.

O comissário europeu de Comércio, Karel de Gucht, também concentrou a atenção no interesse dos agricultores, acenando com acesso "maior e ambicioso" igualmente para produtos agrícolas europeus. Isso inclui lácteos embutidos e outros produtos processados, de maior valor agregado.

Bruxelas destaca que a negociação incluirá não apenas mercadorias, mas também serviços, investimentos, compras governamentais e desenvolvimento sustentável, o que significa produção, por exemplo, de etanol em bases que garantam a tranquilidade dos europeus.

O embaixador brasileiro na UE, Ricardo Neiva Tavares, considerou a decisão da UE "positiva", assegurando que vai negociar "em busca de um acordo equilibrado, considerando as assimetrias entre as duas regiões", numa sinalização de que Bruxelas precisará conter suas demandas.

A decisão da Comissão Europeia, que o Valor já indicava na semana passada que ocorreria, apesar da resistência dos produtores agrícolas, não foi fácil. França, Irlanda e países do Leste Europeu não queriam sequer voltar à mesa de negociação, sempre pela mesma razão: a negociação agrícola, na qual o Mercosul tem enorme vantagem comparativa, enquanto a UE mantém política protecionista.

Mas Barroso jogou com a "oportunidade importante", num momento em que se procura reforçar a economia mundial depois da mais dramática crise global dos últimos tempos.

Na prática, a UE tende a ganhar na negociação com o Mercosul, mais do que com outros acordos que já negociou com Coreia, Peru e Colômbia, onde apenas obteve o mesmo que os EUA já tinham conseguido. As empresas europeias passarão a ter preferências em relação a companhias dos Estados Unidos e China, dando-lhes uma vantagem competitiva no Mercosul. No caso do setor automotivo, a tarifa de importação é de 35%, mas a UE certamente obterá taxa menor, podendo levar os americanos a, por sua vez, correr mais tarde para também negociar com o Mercosul.

A industria europeia tem insistido que suas expectativas aumentaram com o acordo feito com a Coreia do Sul e depois com Peru e Colômbia, que liberaliza quase 100% do comércio. Para o Brasil, se os europeus querem isso, precisam pensar no tamanho da liberalização agrícola que precisarão fazer para compensar o Mercosul, ou seja, não tem muita discussão por aí.

Até recentemente, os europeus acusavam a Argentina de complicar as negociações do lado do Mercosul. Dessa vez, Buenos Aires mostra disposição de fechar o acordo. Outros negociadores dizem que o bloco está disposto a barganhar e refutam reclamações de europeus, de que a negociação até agora foi entre Bruxelas com cada um do Mercosul, e não exatamente com o bloco.


Setor agrícola europeu considera acordo "devastador"
De Genebra

O setor agrícola europeu denunciou oposição unânime a um acordo de liberalização com o Mercosul, que considera "devastador" para a o setor. Por sua vez, os agricultores brasileiros acham que a negociação é da maior importância também para resolver crescentes problemas regulatórios, que estão começando a dar mais prejuízos que barreiras tarifárias.

A UE diz que um acordo com o Mercosul incluirá um entendimento especial sobre padrões sanitários e fitossanitários, além de um "efetivo" e obrigatório mecanismo de solução de controvérsias para resolver as fricções comerciais entre as duas regiões.

"É ótimo retomar a negociação, todo o pacote de problemas na área regulatória é praticamente com a UE", disse Rodrigo Lima, do Instituto de Estudos de Comércio e Negociações Internacionais (Icone). Ele citou problemas de padrões não apenas para as carnes bovina e de frango, como para farelo e soja, entre outros, prejudicando o acesso à Europa.

O presidente da poderosa central europeia Copa, o irlandês Padraig Walshe, justamente denunciou ontem "condições trabalhistas duvidosas" no Mercosul, falta de equivalência nos padrões de segurança alimentar, bem-estar animal e ambientais que os europeus seguiriam. Além de mais produção intensiva no Brasil e desmatamento no Mercosul. Julga que uma liberalização com o Mercosul causará "gigantesco aumento" na importação de carnes bovina, de porco e de frango, além de trigo e sucos, provocando uma "contração substancial" da agricultura europeia. E repetiu que isso ameaçará 28 milhões de empregos na UE.

A reação dos agricultores europeus não é surpresa, mas ilustra a que ponto Bruxelas terá dificuldades para atender demandas do Mercosul por melhor acesso a produtos como carnes, diante da pressão de produtores da França e Irlanda, sobretudo.

Uma ilustração da dificuldade está na parte de carnes: em 2004, a UE ofereceu ao Mercosul cota de 100 mil toneladas de carne bovina, com tarifa menor, enquanto o bloco pediu 300 mil toneladas, três vezes mais. Para frango, tinha oferecido 75 mil toneladas, ante um pedido de 250 mil toneladas.(AM)


A negociação

Mercosul e União Europeia começaram a negociar há 15 anos. Os encontros começaram em 1995 e a negociação foi bloqueada em 2004 em meio a uma forte divergência sobre concessões agrícolas, do lado europeu, e industriais do lado do bloco econômico do Cone Sul.

A UE é o maior parceiro comercial do Mercosul, sendo o destino de 20,7% de suas exportações no ano passado. O bloco exportou € 35 bilhões para a União Europeia, numa queda de 27,1% em relação a 2008. Por sua vez, o Mercosul importou da União Europeia € 27,2 bilhões, numa queda de 18,8%. Segundo Bruxelas, nos últimos quatro anos até a crise ser deflagrada, as exportações europeias vinham aumentando 15% anualmente em direção do Mercosul.

A Comissão Europeia destaca o enorme potencial de crescimento do Mercosul. O PIB da região, de € 1,3 trilhão, é superior ao de países como a Coreia do Sul, Índia e Rússia. A expansão econômica tem variado de 4% a 6% no Brasil e de 6% a 9% na Argentina, enquanto está estagnada na Europa. O Mercosul é um parceiro mais importante para a União Europeia do que o Canadá e Coreia. A Europa tem mais de € 165 bilhões de investimentos no Mercosul. É mais do que os europeus investiram na China, Índia e Rússia juntos.

Kirchner supera veto e assume Unasul
Daniel Rittner, de Campana (Argentina)

Conhecido por sua aversão à diplomacia e impaciência nos encontros com chefes de Estado, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007) foi eleito ontem secretário-geral da União Sul-Americana de Nações (Unasul) para um mandato de dois anos. De olho na sucessão à Casa Rosada, e esperando usar a instituição como vitrine internacional, Kirchner conseguiu superar o veto do Uruguai à sua indicação.

"Sem pedir condições", conforme sublinhou o presidente José Mujica, o país retirou a negativa que vinha sendo dada por causa da instalação de uma fábrica de celulose às margens do rio da Prata. Os países-membros da Unasul apoiaram a candidatura, com exceção da Argentina, único que se absteve.

"Não vou fazer comentários", sorriu a presidente Cristina Kirchner, esposa de Néstor, que sediou a cúpula em Campana, a 70 quilômetros de Buenos Aires. Antes de fazer seu discurso, Kirchner deu um caloroso abraço no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele está 100% apto para ser um extraordinário secretário-geral", disse Lula.

Pesquisa divulgada pelo instituto Management & Fit coloca Kirchner na liderança à sucessão de Cristina, em outubro de 2011. Ele aparece com quase 20% das intenções de voto, à frente do atual vice-presidente Julio Cobos, rompido com o governo, e do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri. Mas os analistas são quase unânimes em dizer que o ex-presidente esbarra na forte rejeição para crescer e ser eleito em eventual segundo turno.


Chile e Colômbia pedem menos ideologia
De Campana

Chile e Colômbia, os dois países sul-americanos com governos classificados de centro-direita, pediram ontem a "desideologização" das reuniões de cúpula na região. Em sua estreia na arena internacional, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, dirigiu-se abertamente ao colega venezuelano Hugo Chávez: "Como dizem os franceses, viva a diferença! O importante é sabermos nos respeitar e superar essas diferenças."

A advertência ocorreu em tom cordial, já que ambos haviam tido uma reunião particular antes do encontro com os demais presidentes. Chávez concordou, no discurso que fez, em deixar as crenças ideológicas de lado e trabalhar pela unidade da região. "Basta com que nos respeitemos, que deixemos para trás declarações que não respeitam os povos, as personalidades ou as autoridades", afirmou.

O mais incisivo foi o chanceler da Colômbia, Jaime Bermúdez Merizalde - o presidente Álvaro Uribe não compareceu, por causa das eleições que definem seu sucessor, no fim de maio. Ele rompeu com as tradicionais louvas ao processo de integração regional e criticou a ausência de fatos concretos.

"A integração deve estar baseada em pressupostos objetivos, não somente em propósitos", afirmou o ministro colombiano. "Temos que nos mover pelo caminho da integração não ideologizada, senão, como se disse, separada da ideologia, mas respeitando os fundamentos essenciais da democracia: que haja independência institucional, direitos e garantias civis para todos os cidadãos, transparência efetiva, segurança para todos e uma política social não retórica, mas eficaz." (DR)


Jornal “O Estado de S.Paulo”


Caderno: Internacional


Honduras divide Unasul e ameaça cúpula de Madri
Ariel Palacios, Marina Guimarães, enviados especiais/Campana

Correa diz que, além de Lula, outros presidentes de países do bloco podem boicotar reunião com europeus por causa de convite a líder hondurenho

O presidente do Equador, Rafael Correa, declarou ontem que "não se pode ocultar o mal-estar majoritário" com o convite da Espanha para que o novo líder de Honduras, Porfirio Lobo, participe da cúpula de países da União Europeia e da América Latina. "Muitos presidentes da Unasul podem não comparecer (ao encontro que começa no dia 18, em Madri)", alertou Correa, que ocupa a presidência rotativa da União das Nações Sul-Americanas.

"Em Honduras há um conflito latente. O país está fora do sistema latino-americano. É uma leviandade convidar um governo que não é reconhecido por outros países", disse Correa, ao lado da presidente argentina, Cristina Kirchner.

Fontes diplomáticas envolvidas com a reunião em Campana revelaram ao Estado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou aos colegas da Unasul que não pretende comparecer à cúpula de Madri, caso Lobo esteja presente.

As mesmas fontes indicaram que o presidente chileno, Sebastián Piñera, apresentou uma proposta conciliadora. Ele teria concordado com Lula sobre Lobo, mas sugeriu que não era conveniente continuar criticando o novo presidente hondurenho por seu passado, mas sim "olhar para frente". Segundo as fontes, apenas Colômbia e Peru não seguiriam a posição de Lula.

Lobo tomou posse em janeiro, mas a maioria dos países da Unasul não reconhece sua eleição, que ocorreu após a destituição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho.

Segundo Correa, Lula apresentou uma moção para que Zelaya possa voltar ao país e ter restituída a totalidade de seus direitos políticos. O líder equatoriano, que mantém uma relação tensa com a imprensa, propôs ? e obteve respaldo ? que jornalistas fossem impedidos de acompanhar boa parte da reunião da Unasul.

A organização sul-americana também criticou a criminalização de imigrantes ilegais no Estado do Arizona, nos EUA. Segundo a Unasul, a lei permite a detenção de pessoas por considerações raciais e idiomáticas e pode legitimar atitudes racistas.

A Unasul também manifestou sua "solidariedade" ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que enfrenta nas últimas semanas uma escalada de ataques da suposta guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), que atua em cinco regiões do país - hoje, sob estado de exceção. Segundo a Unasul, a "violência criminosa" ameaça a população e o Estado paraguaio. A organização ressaltou que respaldará as medidas tomadas por Lugo "dentro do respeito aos direitos humanos e os valores democráticos".

Encontro bilateral. Depois do encontro da Unasul, Lula foi para Montevidéu, onde se reuniu com o presidente uruguaio, José Mujica. Ambos discutiram acordos nas áreas de transporte e energia e anunciaram que estudam o uso das moedas locais no comércio bilateral. / COLABOROU ELDER OGLIARI, DE MONTEVIDÉU


Caderno: Economia


Europa volta a negociar acordo com Mercosul
Jamil Chade de Genebra e Raquel Landim de São Paulo

Após seis anos, discussão é retomada, mas setor agrícola europeu já teme desemprego

Sob protestos do setor agrícola e impondo duras condições até ambientais, a União Europeia decidiu ontem retomar as negociações para um acordo de livre comércio com o Mercosul. Segundo estimativas de Bruxelas, um acordo adicionaria 4,5 bilhões às vendas europeias. O processo estava suspenso há seis anos.

A decisão é ainda uma tentativa de salvar a cúpula Europa- América Latina, dia 17, em Madri. O presidente Lula ameaça boicotar a reunião por causa da presença do novo governo de Honduras. O anúncio oficial do relançamento das negociações será feito na cúpula.

A retomada das negociações foi decidida depois de quatro reuniões técnicas nos últimos meses. Conforme o Estado revelou, o Mercosul incluiu o setor automotivo e ampliou a oferta industrial para quase 90%. A Argentina, que bloqueava o acordo no passado, flexibilizou.

O bloco ofereceu ainda garantia aos europeus de participar de licitações governamentais. Em contrapartida, a UE deixou de vincular boa parte das cotas agrícolas às negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Ainda assim, o clima era de pessimismo até a última reunião. A resistência de França, Irlanda e países do Leste Europeu no setor agrícola levaram os europeus a fazer novas exigências.

A oposição desses países deve seguir forte. Ontem, imediatamente após anunciar a decisão, a UE foi atacada pelo setor agrícola, que alertou que 28 milhões de postos de trabalho estão ameaçados se a Europa abrir as fronteiras para o Mercosul.

Os interesses ofensivos acabaram prevalecendo, principalmente, por causa da insistência de Alemanha e Reino Unido em vender mais manufaturados para o Mercosul. A crise pesou na decisão. Os europeus constataram que a esperança de aumentar as exportações está nos países em desenvolvimento.

"Estamos aproveitando uma oportunidade. Ao tentarmos fortalecer a economia global após a recessão, um resultado positivo pode gerar benefícios reais em termos de crescimento e empregos", disse, ontem, em comunicado, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

Condições Ambientais. Mas a UE não deixou de dar seu recado. Barroso disse que o relançamento "está acompanhado por uma série de condições". A primeira é o estabelecimento de condições ambientais. A UE insiste em garantir que a produção agrícola que entra no bloco não promova o desmatamento. Outra condição é que o mercado do Mercosul seja de fato aberto. A Europa quer ainda proteção de patentes e de produtos típicos, como o queijo, frios e vinhos.

O Mercosul não se pronunciou ontem oficialmente, mas a avaliação do governo brasileiro é que os europeus reconheceram a importância do bloco. A decisão ressuscita uma negociação de livre comércio importante ainda no governo Lula, depois do fracasso da Alca e da OMC. A perspectiva, no entanto, é que dificilmente o acordo será concluído ainda este ano.

O setor privado brasileiro também recebeu a notícia com "bons olhos". Alguns setores, como agronegócio e têxteis, querem aumentar as vendas para a Europa, apesar da crise que o continente atravessa. "Os benefícios de uma negociação desse porte são de longo prazo. O cenário será outro", disse a gerente-executiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Soraya Rosar.

"A indústria precisa se internacionalizar e isso passa pela integração com as grandes economias", disse o diretor de relações internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mário Marconini.


Jornal ‘O Globo”


Opinião


O autoritário Kirchner e o vazio da Unasul
Rodrigo Botero Montoya

Entre os governantes que a Argentina teve desde a transição para a democracia, Néstor Kirchner se destaca como um personagem peculiar.

Exerce o poder ao estilo de um caudilho agreste tradicional e se considera o digno sucessor de Juan Domingo Perón. Tem duas predileções que se reforçam mutuamente: o poder político e o dinheiro. Logrou combinar sua atividade governamental em Santa Cruz, sua província, e em Buenos Aires com negócios que o fizeram multimilionário.

É provinciano nas duas acepções do termo: por sua origem e por sua visão do mundo. Tem pouco interesse pelo que acontece fora da Argentina ou pelas relações internacionais.

Durante seu governo houve uma manipulação lamentável da Cúpula das Américas, em Mar del Plata, cuja organização era responsabilidade do país anfitrião. Deixou deteriorar as relações diplomáticas com o Uruguai, permitindo que um grupo de piqueteiros interrompesse de forma ilegal o tráfego fronteiriço, invocando um pretexto ecológico.

A palavra “conciliação” não faz parte do seu vocabulário político.

Além de atuar como cogovernante da Argentina, vai assumir a Secretaria Executiva da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Não parece óbvia a necessidade de um nível adicional de institucionalidade regional aos que já existem: OEA; Cúpula das Américas; Grupo do Rio; Conferência IberoAmericana de Chefes de Estado e de Governo; Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal); e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Muito menos que se dote a Unasul de um custoso aparato burocrático.

Na lista de preocupações prioritárias da sociedade latino-americana, a carência de fóruns em que possam se reunir os governantes da região não ocupa um lugar proeminente.

Mais ainda, poderia argumentar-se que esses eventos são realizados com excessiva frequência. A julgar pelo conteúdo dos comunicados que se expedem ao término das deliberações, sua contribuição à unidade regional é modesta.

Isto para questionar a razão de ser da Unasul, como resposta a um vazio que seria urgente preencher no arcabouço institucional latino-americano.

Se se aceita, para discussão, que a Unasul responde a uma necessidade percebida, surge a indagação se Néstor Kirchner é o mais indicado para conduzir a entidade.

Para um país na esquina da América do Sul, com costas sobre dois oceanos, relações especiais com a América Central, assim como o Caribe insular, e uma larga tradição de amizade com o México, o esquema excludente da Unasul não tem sentido geopolítico nem diplomático. Até agora, essa entidade tem servido de cenário para que Chávez e seus assistentes organizem emboscadas contra a Colômbia. Se a existência da Unasul é um fato irreversível, o seu fortalecimento como organismo multinacional deve ser contemplado com um saudável ceticismo.

No que diz respeito à gestão de Kirchner à Secretaria Executiva da Unasul, o interesse nacional recomenda negar-lhe respaldo. Sua afinidade com o movimento narcoguerrilheiro é conhecida.

Recém-saído do governo, Kirchner foi a Villavicencio (Colômbia) para participar da farsa montada por Chávez para humilhar a sociedade civil colombiana e legitimar os delinquentes armados. Sua missão fracassou, ao se descobrir que o menino que as Farc ofereciam liberar, como parte de um espetáculo midiático, se encontrava em um centro estatal de atenção infantil.

A viabilidade de Néstor Kirchner como candidato presidencial na Argentina no próximo ano está por se determinar. Seus antecedentes autoritários, caráter truculento, falta de autoridade moral e antipatia pelos princípios da democracia liberal, o fazem pouco recomendável à Secretaria Executiva da Unasul.

RODRIGO BOTERO MONTOYA é economista e foi ministro da Fazenda da Colômbia.


Jornais dos Países Membros do Mercosul


Argentina”Clarin”


Editorial


El gesto de Mujica, una deuda
Ricardo Kirschbaum
EDITOR GENERAL DE CLARIN

Néstor Kirchner tuvo su día soñado. Terminó el largo trabajo de parto y el ex presidente es, desde ayer, secretario general de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur).

La unanimidad de su elección, además, le dio otro marco político, al cambiar José Mujica el voto uruguayo de la abstención al positivo. También el gesto oriental subrayó una deuda porque Mujica, seguramente, pagará un costo interno en su país por este viraje. Más no se podía pedir a un país que, aunque no se "disculpó" por la violación del Tratado del Río Uruguay, lo hizo de hecho al apoyar a Kirchner en la Unasur, abandonando el veto de Tabaré Vázquez por el bloqueo del puente internacional.

La respuesta argentina queda pendiente, entonces. Y está pendiente, también, por razones de política interna. El Gobierno de Cristina no quiere pagar ningún costo local, aun a riesgo de que la relación con Uruguay siga inestable por Gualeguaychú.

La pregunta, para Kirchner y para la política exterior argentina, es cómo seguirá la película una vez apagados los ecos de esta elección.

Si existen problemas para relacionarse con aquellos países, como Uruguay, con el que tenemos una relación de intimidad, qué se hará con otros con los que no hay coincidencias políticas.

Será interesante este nuevo escenario para Kirchner porque se trata de una materia que no ha practicado ni, que se sepa, haya demostrado una especial predilección. Más de una vez se ha dicho que la política externa lo aburre.

Este cargo en la Unasur es, para Kirchner, un escalón en su intento de recuperar imagen. Es decir, aparecer como gestor internacional y buscar acumular para la política interna, la única que verdaderamente le importa.


Sección: El Pais


Darían el visto bueno a la UNASUR, pero no al ex presidente
No tendrá efectos prácticos, pero los diputados de la oposición confían en reunir mayoría en la Comisión de Relaciones Exteriores para aprobar hoy una declaración de rechazo a la designación de Néstor Kirchner al frente de la UNASUR.

Con todo, ninguno puso objeciones para firmar el dictamen que habilite el ingreso de la Argentina en el organismo regional.

Ambos temas forman parte de la agenda que abordará la comisión que preside el peronista disidente Alfredo Atanasof y las resoluciones que se adopten deberán ser luego refrendadas en el recinto.

La Cámara baja no tiene atribución para frenar la nominación de Kirchner en su nuevo cargo, por lo que la declaración propuesta por el macrista Federico Pinedo, además de Patricia Bullrich y Fernando Iglesias, de la Coalición Cívica, es puramente testimonial.

En cambio, la aprobación del Estatuto de la UNASUR en Diputados significaría dar el último paso para formalizar el acceso del país al organismo regional, ya que hasta ahora sólo fue avalado por el Senado.

De allí que Atanasof dijera, con filosa ironía, que la designación de Kirchner con la venia de los presidentes de los países miembros fue "como ser electo presidente de un club del que uno no es socio". En defensa de Kirchner, el oficialista Ruperto Godoy propuso una declaración de apoyo a su designación. Sumó su voz el socialista K Ariel Basteiro. Mientras que Gerardo Milman (GEN) dijo: "Espero que ahora Kirchner no juzgue a todos los periodistas del continente".


“La Nacion”


Sección: Política


Ya se prepara para dejar su banca y concretar las primeras gestiones
Prevé tomarse licencia en el Congreso; debe reunirse en dos semanas con ministros de 12 países

Sus primeras horas en funciones las pasó en un total mutismo. Néstor Kirchner, ya con el galardón del cargo de secretario general de la Unasur que tanto había buscado durante dos años, hizo gala ayer de un dejo de timidez desconocido y se dedicó a escuchar sin pronunciar palabra durante las cuatro horas que duró el plenario de los presidentes.

Después de haber asumido como diputado en diciembre, y de haber asistido sólo a dos sesiones protocolares, una cuando juró y la otra cuando se inició el período de sesiones ordinarias, el ex presidente deberá resolver en las próximas horas si mantiene todos los cargos que actualmente ejerce.

Anoche se especulaba con que anunciará que dejará el Congreso para ocuparse de la Unasur y de su rol como presidente del PJ y virtual candidato presidencial. Fuentes que dialogaron ayer con Kirchner contaron a LA NACION que pedirá licencia a su banca de diputado. Lo cierto es que se alejará de la Cámara, en la que el kirchnerismo quedó en minoría, en poco tiempo.

El ex presidente se movió ayer entre viejos conocidos. Pero igual prefirió guardarse en un lugar de simple recién llegado. Eso sí: a pesar de haber permanecido callado, ya tiene una tarea que cumplir en menos de 15 días. Deberá convocar uno por uno a los ministros de Economía de los 12 países miembros del bloque para que le informen cuánta plata giraron a Haití después de haber asumido el compromiso de ayudar con el envío de fondos tras el trágico terremoto. El primer desafío no le será difícil de cumplir a un hombre acostumbrado, incluso después de dejar el poder, a llamar a los funcionarios del gobierno de su esposa para que le informaran datos y cifras económicas.

A diferencia de Cristina, que se hospedó en el hotel de Los Cardales desde anteanoche, Kirchner permaneció en la quinta de Olivos y apareció por la cumbre a media mañana, junto con el gobernador bonaerense, Daniel Scioli, y el secretario general de la Presidencia, Oscar Parrilli. Desayunó un té en el lobby, sentado a una mesa para cuatro de cara al lago artificial que corona el complejo hotelero, pensativo y de pocas palabras. Menos si de hablar con los medios se trataba.

Una de las primeras medidas que deberá tomar Kirchner es conformar su equipo de trabajo en la Unasur.

En Puerto Madero

Según pudo saber LA NACION, se llevará con él a trabajar a su actual asesor ad honorem y vicejefe de Gabinete, Juan Manuel Abal Medina, a las oficinas que alquilará en Puerto Madero para desempeñar su nuevo rol. Otro de quien ya se habla como su virtual brazo político para las negociaciones con otros países es Rafael Follonier, director de la Unidad Presidente de la Casa Rosada. De buena llegada al chavismo, Follonier fue uno de los partícipes en el acuerdo con José Mujica para destrabar la negativa uruguaya a avalar la postulación de Kirchner en la Unasur.

Poco afecto en sus tiempos como presidente a los encuentros internacionales, Kirchner tendrá un primer desafío en poco tiempo. En 15 días debería viajar a España para la cumbre América latina-Unión Europea, que desde ayer quedó en duda por la resistencia de los países que integran el bloque regional al sucesor de Manuel Zelaya en Honduras, Porfirio Lobo, que asumió tras el golpe de Estado del año pasado.

Ayer, a pesar de haber asumido su cargo, Kirchner quedó fuera de la negociación que decidieron los mandatarios reunidos en Los Cardales para que el ecuatoriano Rafael Correa inicie gestiones con su par de España, José Luis Rodríguez Zapatero, para evitar que Lobo participe de ese encuentro.

La organización de la cumbre que se realizó ayer obvió un detalle no menor para el ex presidente: antes de que apareciera en el recinto de deliberaciones, Kirchner debió esperar 40 minutos en una sala contigua, hasta que lo llamaron para tomarle juramento. No tenía ni imágenes ni audio de lo que estaban hablando sobre él. No le gustó. Entró apurado, saludó a todos y tomó un papel que estaba frente a la silla destinada para él. Era el juramento que había escrito apenas minutos antes de asumir.


Las funciones del bloque regional

La Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) nació con otro nombre. El 8 de diciembre de 2004, en Cuzco, Perú, los mandatarios de la región crearon la Comunidad Sudamericana. Un conglomerado que pretendía lograr un objetivo siempre dificultoso para sus socios: acordar políticas comunes y ponerlas en práctica.

En aquella cumbre, que dio inicio al "bloque de los 12" ?en referencia a los países independientes sudamericanos que la integran?, no estuvo el entonces presidente Néstor Kirchner, renuente a apoyar una idea que había nacido en Brasil y que recibió especial apoyo de Eduardo Duhalde durante su mandato. Cinco años después, sin embargo, Kirchner ayer se convirtió en su secretario general.

Al comienzo, la idea brasileña tuvo problemas para ser asimilada con entusiasmo en algunos países. Algunos la aducían a sus objetivos "demasiado amplios". A grandes rasgos, se propone integrar la economía, el comercio, la diplomacia, el sistema financiero y la infraestructura de toda América del Sur. Un modelo que intenta parecerse al sistema de integración europeo.

Varias cumbres sumaron más respaldos, de acuerdo con las necesidades políticas de los miembros. El 17 de abril de 2007, los presidentes, reunidos en la isla de Margarita, le pusieron nombre definitivo: Unasur. Hablaban de integrar "las raíces comunes". El Tratado constitutivo se firmó en Brasilia, el 23 de mayo de 2008. La primera presidenta pro témpore fue la chilena Michelle Bachelet. Un año después asumió el ecuatoriano Rafael Correa.

El Consejo de Unasur es el órgano máximo integrado por los presidentes y define lineamientos básicos. El Consejo de Ministros operativiza esos lineamientos. Y el secretario general es el principal coordinador. Esa será la función de Kirchner.

LA UNASUR

Unidad regional. Es un proyecto de integración de los 12 países de América del Sur, que impulsó Brasil desde fines de los años 90.

El impulso de Duhalde. El ex presidente argentino fue uno de los que más trabajó para concretar la formación del grupo, en 2004.

Primera cumbre . En diciembre de 2004 los 12 países se reúnen en Cuzco, Perú, y firman su intención de crear lo que entonces se llamaba Comunidad Sudamericana de Naciones.

El gran ausente. Néstor Kirchner faltó a aquella cumbre. Adujo que no podía soportar la altura de Cuzco. Pero fuentes oficiales decían que no quería convalidar un proyecto que cimentaba el liderazgo de Brasil y que, encima, era alentado por Duhalde.

Chisporroteos . En 2008, se constituyó formalmente la Unasur. Ecuador propone a Kirchner como secretario general, pero Uruguay lo veta. Tampoco cae bien su nominación a Colombia y a Perú.

Acuerdo. Mujica levantó el veto uruguayo y se alcanza el consenso para elegir a Kirchner.


Una decisión que a Mujica le ocasionó duras críticas
Frente de conflicto interno en el Uruguay
Nelson Fernández
Corresponsal en Uruguay

MONTEVIDEO.- No le importa nadar contra la corriente y se tiene confianza para demostrar, si le dan tiempo, que algunos tragos amargos tienen compensación. El presidente José Mujica asumió ayer una decisión impopular, al despejar el camino para que Néstor Kirchner lograr acceder a la titularidad de la Unasur.

Decisión impopular, porque Kirchner tiene muy mala imagen entre los uruguayos, fundamentalmente por su desempeño en el conflicto por las plantas de celulosa y, en particular, por un sentimiento solidario con el ex presidente Tabaré Vázquez, al que se vio como víctima de enredos generados por el líder peronista.

Ayer se escucharon las primeras voces críticas de la decisión desde la oposición política. En el oficialismo no cayó bien el aval de Mujica a Kirchner pero se optó por el silencio: ya se sabía que el presidente uruguayo iba a cambiar la decisión de su antecesor. Los programas de radio habilitaron micrófono para los oyentes y se sucedieron críticas e ironías sobre la elección de Kirchner. Algunos compararon el pronunciamiento de ayer con el famoso voto "no positivo" del vicepresidente argentino Julio Cobos sobre las retenciones a exportaciones agrícolas.

El ex presidente Julio María Sanguinetti dijo que la decisión de Mujica es "deslucida" porque Uruguay cede ante la Argentina, pero ese país no ha hecho "ni carta de intenciones de curar heridas abiertas, ni declaración de propósitos".

Mujica y su canciller Luis Almagro, se preocuparon por hallar una fórmula que contemplara la intención de reconciliarse con la Argentina y el amplio rechazo que tiene Kirchner en el sistema político uruguayo. Entendieron que al quitar el veto que había interpuesto Vázquez en 2008, se permitía la designación de Kirchner pero sin que tuviera que votarlo expresamente.

El canciller Almagro dijo incluso que Uruguay no dio aval legislativo a la Unasur por lo que no estaba obligado a votar el secretario general.

La oposición salió al cruce del anuncio y planteó que no habrá reciprocidad argentina. El diputado del Partido Nacional, Javier García, dijo que el levantamiento del veto fue "una profunda equivocación", que "es un acto de ingenuidad" y opinó que "Kirchner no merece la confianza de los uruguayos".

El senador del Partido Colorado, Ope Pasquet, dijo que el aval a Kirchner es "una concesión unilateral e inapropiada" y anunció un llamado al canciller para que responda ante el Parlamento.

El politicólogo Adolfo Garcé, con investigaciones publicadas sobre el Movimiento Tupamaro que integra Mujica, dijo que el aval a Kirchner "es un paso muy arriesgado, (que) deja abierto un flanco para que lo cuestionen dentro de su partido y desde la oposición".

Eso fue admitido por el propio Mujica cuando lo anunció en Buenos Aires. Dijo que su decisión tendría costos políticos y aclaró que su postura era sin condiciones, como para dejar claro que no era un canje por el desbloqueo al puente cortado.

Mujica confía ahora que pase rápido el ruido político por su decisión y que el debate se concentre en temas que ha puesto a consideración de todos los partidos para acuerdos legislativos.

Aunque Kirchner esté mal visto por los uruguayos y la designación sea un trago amargo incluso para los oficialistas, el tema de la Unasur y la relación con Argentina no está en el centro de las preocupaciones de los uruguayos. La economía está creciendo y aumenta el consumo interno, pero una sensación de inseguridad está al tope del ranking de inquietudes.

EVITARON LA LLEGADA DE LOS ASAMBLEISTAS

PARANA.- Integrantes de la Asamblea Ciudadana Ambiental de Gualeguaychú denunciaron que la policía bonaerense no les permitió el paso en Zárate, cuando viajaban a Los Cardales para manifestarse en la cumbre de presidentes de la Unasur. No lograron llegar al lugar para protestar contra la pastera Botnia.


Una elección incómoda
Joaquín Morales Solá
LA NACION

Lula habló y no dijo casi nada. Hugo Chávez se siguió peleando con el viejo fantasma de Bush. Piñera se entusiasmó "más con el futuro que con el pasado" en una alusión elíptica y breve. Parecía caminar sobre arenas de vidrio. Mujica se sumó a un "consenso" vago e impreciso, porque no quería nombrar a Néstor Kirchner, y no lo nombró. El paraguayo Lugo recordó que existen diferencias entre los presidentes sudamericanos, pero las enterró en el acto. El canciller colombiano, Jaime Bermúdez, en un acto casi solitario de recordación, mencionó la necesidad de "respetar los derechos de la democracia". Alvaro Uribe no estaba y Alan García se quedó en Perú.

La elección de Néstor Kirchner como primer secretario general de la Unasur valió más por los silencios, las incomodidades, los giros idiomáticos y las referencias disfrazadas que por lo que realmente se dijo. No hizo falta que Mujica subrayara el "costo político" que deberá pagar en Uruguay por haber levantado el veto impuesto en su momento a Kirchner como referente sudamericano.

La decisión de vetarlo del entonces presidente Tabaré Vázquez contó con el apoyo explícito de todos los jefes políticos uruguayos, oficialistas y opositores. "Vengo de un país fieramente institucional, donde ningún presidente podría colocarse por encima del Congreso, el lugar donde están los representantes del pueblo", disparó Mujica, aparentemente ingenuo, seguramente pícaro. Sabía dónde hablaba y a quiénes les hablaba.

La política tiene su dosis de hipocresía, pero Uribe y Alan García no podían llegar tan lejos; no podían, en fin, venir a aplaudir la designación de Kirchner, cuando antes habían aplaudido, escondidos y eufóricos, el veto de Tabaré Vázquez. Piñera no tiene historia presidencial y, por lo tanto, pudo disimular más fácilmente su aceptación. Pero es a Chile al que nunca le gustó la entronización de Kirchner; no le gustaba a la Concertación de Bachelet y menos le gusta a la derecha de Piñera.

¿Qué pasa entonces con Kirchner? El primer problema del ex presidente argentino es que nunca lo ilusionó la política exterior. No le agrada viajar al exterior, no entiende las diferencias culturales ni quiere entenderlas y, encima, hace política interna con las relaciones internacionales. Les agrega a éstas, además, una enorme cuota de ideología. El propio Chávez recordó ayer, en un discurso extrañamente breve, que Kirchner le gritó a Bush en Mar del Plata, en 2005: "No nos vengan a patotear". Chávez mismo no sabía si "patotear" es una palabra del lunfardo porteño o patagónico, según confesó. Patota es una palabra usada en casi todo el Cono Sur.

Chávez hizo bien en marcar esa fecha, porque fue cuando comenzó, evidentemente al menos, un significativo vuelco del ex presidente hacia las posiciones más radicales del presidente venezolano, del ecuatoriano Rafael Correa y del boliviano Evo Morales. Hasta entonces, Kirchner bregaba más por llevarse bien con Bush que con sus pares latinoamericanos. Incluso, Kirchner es hasta hoy el único presidente que visitó Venezuela y decidió recibir dos veces, no una, a la oposición antichavista. La primera fue en Caracas en febrero de 2004 y la segunda fue en la isla Margarita, varios meses después. Era Kirchner y no el embajador Eduardo Sadous el "anfitrión" de los antichavistas, según la falacia lanzada por el ministro Julio De Vido.

Un testigo de esos dos encuentros, el argentino-venezolano Adolfo Salgueiro, descendiente de Juan B. Justo, encargado ahora del buró internacional de la oposición en Venezuela, recuerda que Kirchner reconoció entonces, veladamente, algunos excesos de Chávez. Asegura que Kirchner les dijo entonces que "las ventajas económicas de la relación con Venezuela no serán razón para abjurar de los principios de democracia y pluralismo que me comprometí a sostener en la Argentina y también afuera". "Nuestras expectativas se diluyeron luego y ahora el sol brilla sobre la realidad", aseguró Salgueiro, irónicamente. Kirchner no los recibió nunca más.

La designación de Kirchner sucede en un momento en el que también brilla el enorme fuego del escándalo por presuntos sobornos en la relación entre argentinos y venezolanos. Chávez (con quien Cristina Kirchner tiene hasta más afinidad que su esposo) labró una relación tensa -y belicista también- con Colombia, se metió en las elecciones peruanas y bolivianas, y habló públicamente mal del anterior gobierno chileno. A Kirchner le tocará ser un árbitro imparcial en esos pasionales enredos sudamericanos.

El segundo problema de Kirchner es que nunca creyó en la Unasur, a la que consideró una "creación de Brasil", a la que "Duhalde fue funcional". Ese es el argumento real por el que no asistió a la reunión inaugural de la alianza, en Cuzco, aunque pretextó que sufría un extraño mal de alturas. "Yo corro cualquier riesgo por la unidad sudamericana", le respondió Lula, indirectamente, desde Brasilia.

¿Estaba equivocado Kirchner? Tal vez, no. Es cierto que la Unasur fue una idea de Brasil que comenzó con Fernando Henrique Cardoso y se concretó con Lula. Y también es cierto que Duhalde fue el dirigente sudamericano que más trabajó, en sus tiempos de secretario general del Mercosur, por esa unión de naciones. En el fondo, Kirchner no creía en la viabilidad de una unión de países tan diferentes, conducidos por líderes tan distintos. Tampoco en esto carecía de argumentos.

La mejor prueba de que la Unasur es un sueño más que un proyecto (para usar las diferencias semánticas que ayer destacó Piñera) es la situación del Mercosur. Nunca la unión de los cuatro países sudamericanos, el proyecto más viejo y avanzado de unión de países de América latina, estuvo tan mal como ahora. Brasil y la Argentina viven peleándose por asuntos comerciales. Uruguay y Paraguay recelan de aquellos dos países, los más grandes del Mercosur, porque se sienten relegados y, a veces, ofendidos. La Argentina y Uruguay tienen un pleito propio e irresuelto hasta ahora: la crisis por la papelera Botnia y el corte del puente binacional de Gualeguaychú-Fray Bentos. "El Mercosur es la alianza de Brasil y la Argentina. Punto", solía ningunear Kirchner.

El ex presidente tiene ahora en sus manos dos posibilidades. Una es la continuidad de su alianza de hecho con Chávez y Correa (este último fue el arquitecto obstinado de su designación), lo que abriría una crisis política tras otra en la Unasur y el probable abandono de la nueva organización regional por parte de algunos países. La otra es aprender el ejercicio de comprender al otro, de escucharlo, de armonizar posiciones y de aceptar que se puede pensar distinto sin cometer un delito. Aunque improbable, nada es imposible.


Paraguay “ABC”


Editorial


Un ignominioso agravio a la dignidad del pueblo paraguayo
Si todavía le sobra algún dejo de dignidad, el gobierno del presidente Lugo debe rechazar enérgicamente el chantaje con el cual el Gobierno brasileño pretende someter al Paraguay, ofreciéndole ahora financiamiento para la construcción de la red de transmisión de 500 kV, desde Itaipú hasta Villa Hayes, a través del Fondo de Convergencia Estructural del Mercosur (Focem). Como el Brasil nunca da puntada sin hilo, se puede maliciar que una vez más ha decidido asestar una traicionera puñalada por la espalda a nuestro país para obligarlo a aceptar el ingreso al bloque regional de Venezuela, nación con la que mantiene importantes negocios. El gobierno de Lugo debe dejar de lado esta vergonzosa tratativa. Esa actitud mendicante pone al Paraguay en el plano de un estado indigente y pedigüeño, que solo merece ser objeto de la compasión internacional y de la beneficencia que algunos estén dispuestos a concederle. Es paradójico. Lugo hace hoy lo mismo que condenó en el pasado. Aplica la misma política suplicante que objetaba a los colorados. La reivindicación de nuestra “soberanía energética” no debe ser nunca objeto de “canje” o negociación por parte de ningún gobierno.

Si todavía le sobra algún dejo de dignidad, el gobierno del presidente Fernando Lugo debe rechazar enérgicamente el chantaje con el cual el Gobierno brasileño pretende someter al Paraguay, ofreciéndole ahora financiamiento para la construcción de la red de transmisión de 500 kV, desde Itaipú hasta Villa Hayes, a través del Fondo para la Convergencia Estructural del Mercosur (Focem). Como el Brasil nunca da puntada sin hilo, se puede maliciar que una vez más ha decidido asestar una traicionera puñalada por la espalda a nuestro país para obligarlo a aceptar el ingreso al bloque regional de Venezuela, nación con la que mantiene importantes negocios petroquímicos.

Este “canje”, ya insinuado el pasado lunes por el presidente del Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tras el encuentro que mantuvo con su homólogo paraguayo en Ponta Porã, implica una inaceptable humillación a la República, cuya dignidad pretende comercializarse con una limosna que, de ser aceptada, elevará a la categoría de política de Estado la actitud mendicante de los gobernantes paraguayos de turno.

El gobierno de Lugo debe dejar de lado esta vergonzosa tratativa que mantiene con el Brasil en torno a si este país financiará la construcción de la mencionada red de transmisión por sí mismo o por la vía del Mercosur. Esa actitud mendicante pone al Paraguay en el plano de un Estado indigente y pedigüeño, que solo merece ser objeto de la compasión internacional y de la beneficencia que algunos estén dispuestos a concederle.

Nuestro país es un Estado soberano y no precisa que ninguna nación, potencia o imperio del mundo le arrime algunas migajas para brindar bienestar y prosperidad a sus ciudadanos. No somos un país pordiosero. Tenemos la dignidad, la gente y los recursos suficientes para honrar los compromisos internacionales que tengan que asumirse para encarar nuestras propias obras de desarrollo.

Es paradójico. Lugo hace hoy lo mismo que condenó en el pasado. Aplica la misma política suplicante que objetaba a los colorados. Justamente, haciendo ostentación de su rechazo a esa práctica, evitó respaldar públicamente el ingreso de Taiwán a las Naciones Unidas, cuando pronunció su primer discurso ante dicho foro internacional en setiembre de 2008.

La causa de la honra nacional exige que se retomen de inmediato las negociaciones con los organismos multilaterales de crédito que, a tenor incluso de las manifestaciones de los propios personeros de la actual administración del Estado, ya estaban dispuestos a conceder los fondos requeridos para la obra en cuestión.

El ingeniero Ricardo Canese, a la sazón coordinador de la Comisión de Entes Binacionales Hidroeléctricos del Ministerio de Relaciones Exteriores, confirmó en agosto del año 2009 que en el pasado nuestro país ya “había conseguido la seguridad de financiamiento del Banco Mundial (BM), del Banco Europeo de Inversiones (BEI) y del Banco Interamericano de Desarrollo (BID), en condiciones más ‘blandas’ que las ofrecidas por el BNDES del Brasil”.

Sostenía igualmente que, dado que Brasil se haría cargo de cubrir los costos de la red Itaipú-Villa Hayes, los fondos obtenidos de esas entidades financieras podrían “redireccionarse a otra red, que es prioritaria para la integración energética y el fortalecimiento del sistema eléctrico paraguayo, como es la red de 500 kV entre Carayaó y Ayolas/Yacyretá”.

Por su parte, algunas semanas atrás, la Administración Nacional de Electricidad (ANDE) informó que había retomado los contactos con las altas autoridades del Banco Mundial en Washington, a fin de reavivar las negociaciones que se habían realizado en lo atinente a la obtención de fondos para la construcción de la red de transmisión de 500 kV.

Estas son las vías adecuadas para actuar con dignidad y rechazar las extorsiones y humillaciones a las que el Brasil pretende someternos. El Presidente de la República debe cesar toda conversación con Brasil sobre el tema de la construcción de la red de transmisión e instruir a la Cancillería Nacional y el Ministerio de Hacienda que reinicien y apresuren las negociaciones con los organismos financieros internacionales.

Este indignante manoseo –que nuestro actual presidente tanto criticó a los gobiernos colorados– al que el Brasil y la incompetencia de Lugo nos exponen debe ser rechazado con todas las fuerzas de nuestras convicciones. Ni aceptamos chantajes para la construcción de la red de transmisión de 500 kV, ni precisamos que los países del Mercosur nos tengan lástima y acepten transitar caminos tortuosos para concedernos alguna limosna.

Brasil debe comprender, de una vez por todas, que Paraguay reclama y continuará reclamando lo que en justicia le pertenece: el pago de un precio justo por la energía que se genera, como socio condómino de la represa hidroeléctrica de Itaipú, y la libre disponibilidad de la energía que legítimamente le pertenece. La reivindicación de nuestra “soberanía energética” –el eslogan favorito utilizado por Lugo durante su campaña presidencial y hoy olvidado– no debe ser nunca objeto de “canje” o negociación por parte de ningún gobierno. Esta justa e imprescriptible exigencia del pueblo paraguayo se impondrá ante la historia, mal que les pese a las autoridades de nuestro país vecino y a los gobernantes entreguistas y mezquinos que se encuentren temporalmente al frente de la administración del Estado.


Sección: Política


Humillante manoseo a la dignidad de los paraguayos
Está claro que Lula no cumplirá una sola de las promesas que le hizo a Lugo el 25 de julio de 2009: ni el ajuste de la compensación en Itaipú ni la construcción sin costo para el Paraguay de una línea de 500 kV. Para aumentar el bochorno, el Presidente paraguayo se prestó a solicitar que sea el Mercosur el que se encargue de la línea de transmisión. Los otros mandatarios del bloque dieron apoyo verbal y enviaron el plan –de antemano, inaplicable– a la instancia técnica. Lugo puso al país en el rol de mendigo, al pedir que terceros se ocupen de algo que no les compete, para ocultar el fracaso de una negociación bilateral.
por José Cardozo, enviado especial.

El presidente Fernando Lugo logró apenas un compromiso de palabra por parte de sus colegas del Mercosur, para que una nueva línea de transmisión de Itaipú sea financiada con los fondos estructurales del bloque regional. Los presidentes de Argentina y de Uruguay prometieron al gobernante paraguayo que sus técnicos “analizarán el tema”, mientras que Lula anunció que estará en julio en Villa Hayes, para dar inicio oficial a las obras.

BUENOS AIRES (Enviado especial). Los presidentes de Brasil, Argentina, Paraguay y Uruguay se reunieron durante algunos minutos, ante una solicitud de Lugo para escuchar el planteamiento de la propuesta realizada por Lula da Silva de utilizar los recursos del Fondo de Convergencia Estructural del Mercosur (Focem) para financiar las obras de la línea de transmisión de 500 kV que debe ir de Itaipú hasta Villa Hayes.

Lula, en el acuerdo firmado en julio del año pasado en Asunción, se había comprometido a que su Gobierno, con dinero del tesoro brasileño, financiaría la obra, que tendría un costo aproximado a los US$ 450 millones. Sin embargo, en Ponta Porã, el lunes, dijo que no podrá cumplir esta parte del acuerdo y planteó que los recursos salgan de los fondos del Mercosur.

Este tema fue propuesto durante una charla informal realizada ayer con los presidentes de Argentina, Cristina Kirchner, y de Uruguay, José Mujica, al concluir la Cumbre de Unasur, realizada en la localidad de Campana (Buenos Aires), para elegir como nuevo secretario general a Néstor Kirchner. “Existe predisposición total de parte de Mujica y de Kirchner de apoyar la propuesta”, le manifestó Lugo a uno de sus colaboradores, al término del encuentro.

En la ocasión, los presidentes de Argentina y de Uruguay le dijeron a Lugo que elevarían el tema “a consideración de sus técnicos” para que analicen la factibilidad del proyecto.

Lugo estuvo acompañado en la reunión por el vicecanciller Jorge Lara Castro y por el asesor internacional de la Presidencia, Hugo Ruiz Díaz. El director paraguayo de Itaipú, Gustavo Codas, quien en Ponta Porã anunció que “de Buenos Aires vamos a venir con los 400 millones de dólares”, no integró la delegación paraguaya. La Presidenta argentina, al ser requerida sobre el tema, dijo escuetamente, durante la conferencia de prensa realizada al final de la reunión, que “los cuatro mandatarios del Mercosur hablamos de la construcción de una importante obra eléctrica en Paraguay”, pero no aclaró si su Gobierno respaldará la iniciativa.

Una fuente diplomática consultada al respecto indicó ayer que es muy poco lo que se puede avanzar si es que no se firmó ningún documento de compromiso. Las buenas intenciones de los presidentes, si es que no son plasmadas en documentos oficiales, tienen muy poca posibilidad de ser ejecutadas, y hasta donde pudimos conocer ayer, Lugo retornó a Asunción solamente con la promesa de sus colegas.

Lula da Silva, quien ya está en sus últimos meses de mandato, le prometió a Lugo que en julio estará en Villa Hayes para dar inicio a las obras de la famosa línea de transmisión, un proyecto que ya tuvo sus inicios durante el Gobierno de Duarte Frutos, a un costo mucho menor de los 450 millones de dólares, pero del que hasta ahora no se ha visto ni los cimientos.

Difícil aplicación

El Fondo de Convergencia Estructural del Mercosur fue creado ante la necesidad de garantizar a los países menos desarrollados del bloque una inserción plena en el proceso de integración. Está basado en un mecanismo de transferencia directa de recursos financieros y los socios mayores (Brasil y Argentina) son los que más aportan. El monto total anual del aporte de los cuatro países es de cien millones de dólares. Para que un país pueda hacer uso del dinero, sus proyectos deben ser aprobados por unanimidad por los cuatro miembros plenos del bloque. El Gobierno paraguayo considera que ayer se consiguió ese compromiso por parte de los presidentes. Está por verse si esto se traslada luego a un documento oficial.


Ofrecen otra línea de transmisión
PONTA PORÃ (Enviados especiales). Brasil ofreció otra línea de transmisión a Paraguay desde Itaipú hasta Salto del Guairá, dijo el presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, durante la conferencia de prensa luego del encuentro con su colega paraguayo, Fernando Lugo.

Lula aclaró que esta línea no será gratuita para el Paraguay y ofreció facilitar un préstamo del Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social (BNDES). Hasta el momento el Gobierno paraguayo no contestó la propuesta brasileña porque quedó confundido con la jugada de ajedrez que hizo Lula con el cambio de financiamiento de la línea de transmisión de 500 kV desde Itaipú hasta Villa Hayes.

Se desconoce cuánto costará la obra de Itaipú a Salto del Guairá, el monto del préstamo ofrecido, tasa de interés, años de gracia, etc.

Precio justo y libre disponibilidad

Los temas sustanciales de la renegociación del Tratado de Itaipú como el precio justo y la libre disponibilidad de energía que corresponde al Paraguay fueron olvidados en la reunión de Lugo y Lula. Al menos, ninguno de los dos mandatarios hablaron al respecto porque Brasil instaló como tema el cambio de la fuente de financiamiento de la línea de transmisión de 500 kV.

En el Congreso brasileño está congelada la reivindicación histórica paraguaya de una mayor compensación por cesión de energía de US$ 120 millones a US$ 360 millones, que fue acordada el 25 de julio de 2009 por los dos presidentes.


El fondo del Mercosur no alcanza para financiamiento

La construcción de la línea de transmisión de 500 kV, entre Itaipú y Villa Hayes, con dinero del Fondo de Convergencia Estructural del Mercosur (Focem), no pasa de ser otra grosera maniobra de Brasil para seguir dilatando la obra que el presidente Luis Inácio Lula da Silva había prometido llevar adelante sin costo para el Paraguay.

De acuerdo a la reglamentación para la distribución de recursos del fondo aprobado en junio de 2005 por los cuatro países miembros del bloque, al Paraguay anualmente le corresponden un máximo de 48 millones de dólares. Poco más del 10% de los 400 millones de dólares que se prevé demande la construcción de la línea de transmisión. Además, el Fondo tiene una vida limitada hasta el 2016 y está proyectado que nuestro país reciba como máximo hasta ese año 444 millones de dólares. De acuerdo con la previsión de entrega de fondos, de ese monto nuestro país en el 2006 debía recibir 24 millones de dólares, en el 2007 36 millones de dólares, en el 2008 48 millones de dólares y en el 2009 48 millones de dólares. Es decir que al Paraguay, de acuerdo con los papeles, ya se le tuvo que haber transferido 156 millones de dólares y solo le quedan 288 millones de dólares por recibir.

Aun en el caso de que todo ese dinero fuera destinado a la construcción de la línea de trasmisión, todavía sería insuficiente.

Para poder obtener ese dinero, además el país debe presentar un proyecto que contenga un estudio técnico, financiero, socioeconómico, ambiental y costo-beneficio o costo-eficiencia, según corresponda.

El Focem fue creado por el Consejo del Mercado Común, máximo organismo de decisión del Mercosur, en el 2005. Este fondo es de 100 millones de dólares anuales y está constituido con el 70% que aporta Brasil, 27% Argentina; 2% Uruguay y 1% Paraguay. Sus objetivos son financiar programas en regiones menos desarrolladas.


Unasur no existe aún, dice senador

El senador liberal Miguel Abdón Saguier, presidente de la comisión de Relaciones Exteriores, dijo ayer que el Senado analizará en su sesión de mañana la aprobación o no del tratado que crea la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur).

Destacó que este organismo “aún no existe jurídicamente” ya que para que tenga virtualidad debe ser aprobado por los Congresos de al menos 9 de los 12 países sudamericanos. Sin embargo, apuntó como llamativo que ya se estén eligiendo autoridades y tomando decisiones dentro del organismo.

Saguier consideró positivo que se creen organismos regionales si es para tratar algunos temas que preocupan actualmente, como el armamentismo en el que entran los gobiernos de algunos países, entre los que mencionó específicamente a Venezuela.

Galaverna sugiere que se estudie

El senador colorado Juan Carlos “Calé” Galaverna consideró que se debe estudiar la presencia de Paraguay en Unasur, ya que negarse a participar de una organización regional no sería lo más conveniente en estos momentos, más allá de quiénes lideran ese proyecto y de quién sería el “capo” de la organización.

Destacó que es difícil para el Paraguay no integrar este tipo de bloques, ya que somos un país muy dependiente, mediterráneo y con el menor desarrollo regional, frente a los demás.


“La Nacion”


Sección: Política


López Perito está en Brasil en busca de apoyo
El jefe de Gabinete fue a buscar cooperación para construir viviendas a familias pobres.

El secretario general de la Presidencia de la República, Miguel López Perito, se encuentra en Brasil, donde fue a gestionar cooperación técnica para un proyecto de saneamiento para viviendas. El objetivo es obtener apoyo de las Naciones Unidas y del gobierno brasileño para construir un módulo habitacional para familias que viven en la precariedad. El ministro visitará Brasilia y São Paulo, y retornará mañana al país.

“Es un proyecto que en principio pretende tener un impacto importante, no quiero dar cifras porque todavía eso depende de que se consigan los recursos. Pero nuestra idea es que se pueda llegar a un número importante de viviendas que hoy tienen problemas de saneamiento. Fundamentalmente inciden en los problemas de carencia de baño con agua y cocina con fogón elevado para la gente que generalmente cocina en el suelo”, comentó.

López Perito explicó que la idea es “construir un módulo habitacional muy elemental, pero que pueda alcanzar a muchas familias que hoy están con problemas de precariedad en materia de saneamiento”.

“Nosotros ahora vamos a reunirnos con la gente del Programa Mi casa, Mi vida del Brasil, vamos a pedir apoyo técnico. Estamos yendo con la gente del Programa de Naciones Unidas para el Desarrollo en coordinación con el PNUD de Brasil y vamos a estar haciendo una gira allá, conociendo un poco el alcance del proyecto, discutiendo algunos detalles técnicos y también vamos a ver qué posibilidades hay para conseguir apoyo económico para este proyecto”, añadió.

El secretario de Estado señaló que el plan también está siendo llevado adelante mediante la colaboración de la Embajada de Brasil en Paraguay.


Uruguay “ El Pais”


Sección: Política Nacional


Mujica: Ni voto, ni veto, ni abstención. Almagro. Uruguay dio su 'consenso', pero no a Kirchner; Uruguay 'no integra el acuerdo'

Mujica no votó, ni vetó, ni se abstuvo en la designación de Néstor Kirchner como cabeza de la Unasur. Sin mencionar al ex presidente argentino dijo que decidió "acompañar el consenso" del bloque y admitió que el paso le supone un costo político.

La definición de Uruguay se concentró en este párrafo de Mujica: "Hemos decidido acompañar el consenso de los presidentes de América Latina para que se pueda dar este paso porque aspiramos a progresar con el conjunto de los pueblos de América Latina", expresó "Pero dentro de ello, en primer término con los pueblos argentinos, a los que consideramos no hermanos, sino algo más, y con los que hemos tenido un conflicto todavía sin resolver, pero apostamos a la buena fe de los pueblos argentinos", agregó.

El canciller Luis Almagro decodificó: "El Presidente no dijo apoyamos tal candidatura ni la rechazamos", explicó a El País. "Manifestó que Uruguay no se opone al consenso que se alcance y que hasta ese momento no estaba definido", agregó.

El ministro aclaró que en la Unasur las decisiones se toman por consenso y no hay votación, y que esto es lo que sucedió. Señaló asimismo que Uruguay "no es aún estado parte" de Unasur -falta la ratificación parlamentaria del tratado- por lo que no participaba en temas institucionales del bloque, como es el caso de la designación del secretario general.

Almagro incluso señaló que el discurso de Mujica fue previo a que existiera el consenso, "fue pronunciado antes de que existiera ese consenso".

En medios oficiales se admitió que el discurso de Mujica fue "algo enigmático".

No obstante, la información oficial de la página web de la Presidencia de la República presentó ayer el tema bajo el título "Unanimidad. Ex - Presidente argentino Néstor Kirchner llega por consenso a la Secretaría de Unasur".

Varios medios del país vecino y de las agencias internacionales interpretaron la posición de Mujica como un cambio de actitud respecto a la anunciada abstención y como un apoyo pleno.

Por la unidad. El mandatario uruguayo ambientó previamente su definición. "No nos gusta hacernos los distraídos porque somos responsables de la decisión que toma nuestro país".

Mujica admitió el complejo trance: "A este Presidente le cuesta el paso que da". Aclaró que se trata de una decisión que tomó "sin condiciones" y que apostaba a la "buena fe del pueblo argentino".

"Hemos decidido priorizar América del Sur para que ésta pueda intentar darse una representación continental que, sin comprometer la soberanía de cada uno de los países, le pueda decir al mundo: `Aquí estamos. Somos. Luchamos por intereses y tradiciones que son en común`" dijo.

Más adelante manifestó: "Ningún Presidente del Uruguay puede pasarle por arriba a las prerrogativas que tiene su Parlamento. Y cada vez que alguien lo ha hecho, mal nos ha ido. Muy mal", señaló.

Costo político. Admitió que su paso afrontaba "contradicciones muy fuertes" en Uruguay. "A este Presidente políticamente le cuesta el paso que da. Como le cuesta también, seguramente, al gobierno argentino", dijo. "Porque los gobiernos no hacen lo que quieren, apenas lo que pueden".

Y aclaró que daba ese paso "sin condiciones, sin pedir condiciones" y sin que nadie haya puesto condiciones a Uruguay. "Y vamos a continuar en esa política, apostando a la buena fe, en nombre de nuestra pequeña nación, de nuestro pequeño pueblo", concluyó.

El mandatario uruguayo señaló que hacía "votos" para que los parlamentos, aprueben el tratado de la Unasur.

El Parlamento uruguayo no lo ha hecho y el acuerdo sólo fue internalizado por Ecuador, Bolivia, Venezuela y Guyana. En Argentina, en tanto, fue aprobado en el Senado mientras dominaba el oficialismo, pero está trancado en Diputados, donde el gobierno perdió la mayoría.

Tras el anuncio de la designación, que tuvo una sola abstención -la de su esposa Cristina-, Kirchner juró por el cumplimiento del cargo.

Aún se ignora si dejará su banca en Diputados y la presidencia del Partido Justicialista. El presidente de Ecuador, Rafael Correa, señaló en su discurso que era un cargo de "tiempo completo".

Correa, el brasileño Lula Da Silva y el presidente de Bolivia Evo Morales elogiaron la figura de Kirchner y su idoneidad para desempeñar la secretaría general de la Unasur.

Honduras. En tanto, los países del bloque no llegaron a un acuerdo sobre el reconocimiento del gobierno de Porfirio Lobo en Honduras, aceptado por Colombia y Perú.

Correa y la presidenta argentina anunciaron tras la reunión, un principio de acuerdo para no acudir a una cumbre de la Unión Europea y América Latina que se realizará en Madrid a mediados de mayo si en el viejo continente se invita a Lobo.

"Hay un malestar mayoritario que impedirá que muchos presidentes de Unasur vayan a la cumbre de España. Nos sentimos desestimados, porque hubo un golpe de Estado en Honduras", señaló Correa.

Fernández aclaró que "esta fue una discusión que se tuvo, pero no fue una propuesta del ex presidente Kirchner.

"Hubo una moción de Lula y se planteó el retorno de Zelaya a su país con todos sus derechos políticos", agregó.


“La Republica”


Sección: Política


Uruguay se sube al 'estribo' de Brasil. Visita fugaz.
Mujica quiere más y mejores relaciones 'económicas, sociales y políticas'

El presidente de la República, José Mujica, aseguró ayer que Uruguay tiene la decisión política de "viajar en el estribo de Brasil todo lo que pueda, debido a que se trata de la décima potencia economía del mundo, se encuentra en pleno crecimiento y nuestro país tiene que darse cuenta y ubicarse frente a esa realidad".

Mujica y su par brasileño, Luiz Inácio Lula Da Silva mantuvieron ayer en Suárez un encuentro en el cual firmaron varios acuerdos, luego de ello realizaron una conferencia de prensa.

En ese marco, Mujica calificó a Lula Da Silva como "el presidente largamente más prestigioso de América Latina y del mundo". Agradeció por lo mucho que aportó y dijo que en este país "se lo quiere mucho".

"Este pequeño Uruguay de hoy tiene la decisión política de viajar en el estribo de Brasil todo lo que pueda porque es la décima economía del mundo y está en pleno crecimiento y nosotros nos tenemos que dar cuenta y ubicarnos frente a esa realidad".

Mujica acotó que se está estudiando el mecanismo que permita comercializar "con nuestras propias monedas y salir de la dependencia de las monedas duras de fuera de la región".

"Esperamos que en poco tiempo un fuerte banco brasileño se instale en nuestra plaza, cuando el BCU así lo autorice, para viabilizar más la relación comercial. En el comercio exterior hoy Brasil es nuestro principal cliente por eso nos parece correcto exitoso y vamos a perseverar en la línea de mejorar en todo lo posible las relaciones económicas, sociales y políticas con Brasil", puntualizó Mujica.

Acuerdos

Lula se comprometió con el presidente de la República, José Mujica, a cerrar una serie de acuerdos de integración física y productiva entre ambos países antes de que culmine su administración en ocho meses.

Durante una visita fugaz de Lula Da Silva a Montevideo, los mandatarios firmaron varios acuerdos de integración.

Mujica y Lula Da Silva arribaron a la residencia presidencial de Suárez y Reyes a la hora 19:20, más tarde de lo previsto inicialmente, debido a demoras en el vuelo proveniente de Argentina donde ambos participaron de la reunión de la Unasur en la cual se designó al ex presidente Argentino, Néstor Kirchner como secretario general del bloque.

En el encuentro participaron los ministros Luis Almagro (Relaciones Exteriores), Roberto Kreimerman (Industria) y Tabaré Aguerre (Ganadería) sus pares brasileños y sendas delegaciones de empresarios. Luego de la reunión los mandatarios brindaron una conferencia de prensa.

Lula Da Silva expresó su "enorme satisfacción" de estar en Uruguay con su "querido compañero José Pepe Mujica".

El mandatario recordó que durante la visita que Mujica le realizó el pasado 29 de marzo, decidieron crear una comisión bilateral para discutir las necesidades estratégicas de una política de integración entre Brasil y Uruguay.

Añadió que posteriormente en Montevideo una reunión de empresarios brasileños y uruguayos y también de ministros fue el primer acercamiento, luego de aquella cumbre, con el cometido de que dicha comisión bilateral comenzara a elaborar las propuestas concretas y objetivas en el marco del desarrollo de integración.

"La relación comercial entre ambos países está avanzando de forma excepcional y estamos con un pequeño superávit a favor de los compañeros de Uruguay", remarcó el mandatario brasileño. A la vez consideró como "extremamente importante que la economía uruguaya tenga un crecimiento sustentable para que Uruguay pueda competir de forma más justa en el Mercosur y en América del Sur".

Lula Da Silva agregó que de apoco existe el convencimiento de que el Mercosur es el gran compañero comercial y que también se ha aprendido a diversificar las relaciones comerciales para no generar dependencias de otros país.

Añadió que es importante tener en cuenta que Brasil por ser la mayor economía de América del Sur y el país más desarrollado en la región "tiene la obligación de transformarse en un gran mercado receptor de productos no sólo agrícolas, sino también manufacturados y producidos en el Mercosur", agregó que esa es la forma de contribución que pretende su gobierno para América del Sur, la Unasur y el Mercosur.

Integración

Lula Da Silva enumeró los proyectos de integración que están en marcha entre ambos países. En tal sentido dijo que la "integración productiva se presenta de forma extraordinaria, porque varias empresas brasileñas y uruguayas establecieron proyectos de inversión e intercambio de conocimientos tecnológicos para producir y facilitar la importación de productos industriales producidos en Uruguay", como por ejemplo automóviles y autopartes.

Pero remarcó que su mayor preocupación es "la integración física del continente y sobre todo de Brasil y Uruguay", en ese marco subrayó la interconexión eléctrica como un elemento preponderante.

Asimismo subrayó la decisión de que la empresa Petrobrás participe en la prospección del mar territorial uruguayo y "pueda encontrar petróleo aquí".

En el mismo sentido remarcó la importancia del analizar la viabilidad de construir el puerto de aguas profundas en La Paloma. "Sabemos lo que ello representa para la integración y el Uruguay".

Por otro lado, resaltó que Uruguay tiene interés en recuperar las vías férreas y aseguró que su gobierno está dispuesto a "participar en ese proceso de integración con financiamiento".

Asimismo dijo que su administración estudia la viabilidad de reactivación del ramal ferroviario brasileño a partir de la ciudad de Santa Ana do Livramento.

Las partes también han comenzado a analizar el proyecto de hidrovía para el desarrollo del noreste uruguayo. "Obra que fue incluida en el programa de aceleración del crecimiento económico que lanzamos este año".

A la vez el mandatario brasileño dijo que ambos países trabajarán unidos para alcanzar en los próximos días un acuerdo comercial entre el Mercosur y la Unión Europea.

"El mundo entero sabe que nosotros sufrimos menos con la crisis mundial porque fuimos más responsables, además saben que nuestro sistema financiero es más sólido y que nuestra política fiscal es más responsable y que, por tanto, esperamos que el siglo XXI sea el de América del sur", puntualizó Lula Da Silva.

En tres meses los presidentes volverán a reunirse en la ciudad fronteriza de Santana do Livramento y luego habrá otro encuentro en Uruguay para comprobar que los acuerdos se realicen.

Luego Mujica ofreció una cena a la delegación brasileña en la residencia de Suárez. El mandatario brasileño partió de regreso a su país próximo a la hora 23:00.


Oposición convocaría a Almagro a dar explicaciones sobre Unasur.
Repercusiones. Designación de Néstor Kirchner al frente de la Unasur

Desde la oposición hubo distintas reacciones respecto a la posición de Uruguay ante la designación de Néstor Kirchner. No se descarta una convocatoria del canciller Almagro al Parlamento.

El senador del Partido Nacional Sergio Abreu le quitó relevancia a la decisión del gobierno de Uruguay de "acompañar el consenso" en torno al ex presidente de Argentina Nestor Kirchner a la Secretaría General de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) y dijo que lo mira desde otro escenario político.

Para Abreu la Unasur "no existe" y no tiene las ratificaciones necesarias por los países que la integran para funcionar, ni siquiera Argentina la ha ratificado, según dijo a LA REPUBLICA, y cuestionó que se haya elegido de presidente a quien hoy no es su socio.

"Yo lo miro desde un escenario político un poco más amplio, más que como un tema puntual porque Uruguay tiene que mirar como replantea su relación con Argentina en toda su dimensión, sea con el dragado de los canales, la integración energética, los temas comerciales y sus trabajos, con lo que proyecta una renovación de la relación bilateral", dijo a este matutino el senador nacionalista Sergio Abreu al ser consultado sobre el hecho.

El legislador blanco señaló que la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) a su entender "es una organización que no existe" y que para funcionar "necesita de nueve ratificaciones y que hoy tiene solo cuatro. Ni siquiera Argentina la ha ratificado", dijo al descalificar la desginación del ex presidente de dicho país Nestor Kirchner para su presidencia, "yo no conozco un club que tenga de presidente de la institución a quien no es socio. De manera que ese tema no es de gran importancia", expresó y agregó "le doy más importancia a la visita del presidente de Brasil, que al propio voto en la Unasur".

Agregó que a su entender no es un tema que deba ser calificado, pero que sí debe ser analizado a través de "un espectro mucho más amplio y con una visión estratégica que es la inserción de Uruguay en la región y en particular en el ámbito del cono Sur", agregó.

El ex canciller de la República señaló le preocupan otros temas, e hizo referencia al levantamiento del corte del puente General San Martín, dijo en ese sentido que Argentina debe cumplir con lo que se comprometió pero que ese tema "no debe ser moneda de cambio para votar o no al señor Kirchner".

En ese sentido Abreu opinó que son dos temas independientes uno es el cumplimiento del fallo por parte del gobierno de Cristina Fernández de Kirchner y otro es pedir la ratificación de una conducta violatoria de derechos humanos básicos como lo es la libre movilidad de las personas y "no deben ser moneda de cambio".

El senador se refirió al problema del corte de puentes y dijo que su levantamiento es un tema que le corresponde a Argentina desde hace mucho tiempo, y que luego del fallo de la Corte Internacional de La Haya "le corresponde mucho más".

Ope Pasquet: "Fue un error"

El senador Colorado Ope Pasquet al ser consultado por LA REPUBLICA cuestionó la decisión del presidente José Mujica, dijo que acompaña "el consenso" de América Latina en torno a la designación de Néstor Kirchner a la presidencia de la Unasur.

"A juzgar la información que tenemos este paso constituye un error, porque de los varios temas que conforman la agenda bilateral de Uruguay y Argentina no sabemos nosotros hasta dónde hay un acuerdo acerca de los temas que interesan a nuestro país, y nosotros le otorgamos lo que le interesa a Argentina".

"Nos parece que una organización balanceada hubiese requerido un acuerdo sobre todos los puntos, los que interesan a ambos países y no esta concepción unilateral que nuestro país está haciendo y posterga nuestras reivindicaciones para un futuro indefinido. Nos preguntamos si en ese futuro no se cumple con lo que Uruguay pretende en la carta negociadora, podrá esgrimir después que ya entregó lo que podía entregar a la primera de cambio".

Pasquet recordó que hay varios temas que interesan a ambos gobiernos y a nuestro país el levantamiento del corte en el puente internacional, el dragado del Canal Martín García y el peaje del gas que viene desde Bolivia hacia Uruguay por territorio argentino. Al gobierno argentino lo que le interesaba era la designación de Kirchner en la Unasur".

"No hay un acuerdo global que cubra todos los puntos. Lo que le interesa a Uruguay quedó para ser visto algún día cuando cambien las circunstancias, hoy por hoy no hay nada. Y nosotros ya le concedimos lo que le interesaba al gobierno de Cristina Fernández".

El senador Colorado reclamó la presencia del ministro de Relaciones Exteriores, Luis Almagro, se dirija al Parlamento para informar sobre tal decisión. "Que se nos diga qué fue lo que se conversó y acordó entre los presidentes en la reunión de Olivos el miércoles próximo pasado entre ambos mandatarios", reclamó.

Por su parte el senador del Partido Independiente, Pablo Mieres indicó que el canciller, Luis Almagro le comunicó el pasado lunes a su partido político la postura del gobierno uruguayo de "no votar ni vetar" la candidatura de Kirchner.

"Entendemos que el gobierno no votó a Kirchner y respaldamos la abstención pero no estamos a favor de Kirchner", dijo Mieres.

Acotó que como abstención la posición es entendible en la medida que luego del fallo del tribunal de La Haya se abre una nueva etapa y "mantener el veto sería como cerrar las puertas a esa nueva relación diplomática", pero votar por Kirchner "sería negativo porque fue una persona nefasta para los intereses del Uruguay".

De todas maneras discrepó con la forma en que Mujica expresó la postura uruguaya ante la Unasur, dijo que "no fue una exposición feliz porque se da para una interpretación ambigua y en política internacional hay que ser claros y precisos".


“El Observador”


Sección: Actualidad


La cumbre de Unasur y Kirchner.
El ex presidente de Argentina nunca mostró vocación por la política exterior; mantiene su liderazgo político del PJ
ROSENDO FRAGA

La Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) es una iniciativa de la diplomacia brasileña que tiene su inicio en 2001, al conmemorarse los 500 años de la llegada de los portugueses a Brasil. El entonces presidente Fernando Henrique Cardoso convocó a sus 11 colegas sudamericanos para participar de la conmemoración.

La idea es que los 12 países que están al sur del canal de Panamá constituyen una entidad geográfica y política propia, diferenciada de Centroamérica, México y Caribe, donde la influencia de EEUU es y seguirá siendo creciente.

Pese a las resistencias iniciales de algunos países de la región –Argentina, Chile y Uruguay–, que no se mostraron inicialmente entusiasmados y temían quedar bajo la hegemonía brasileña, tres años después, en diciembre de 2004 y ya con Lula en la Presidencia de Brasil, al conmemorarse los 180 años de la batalla de Ayacucho que puso fin a la guerra de la independencia hispanoamericana, se firmó en Perú el acta constitutiva de lo que primero fue la Cumbre de Presidentes de América del Sur. Varios no estuvieron presentes, entre ellos el de Argentina, Néstor Kirchner.

Brasil es la mitad de los 12 países de América del Sur en territorio, PBI y población, y esta iniciativa le permite presentarse ante el mundo encabezando un espacio geográfico y un bloque de países que duplica su magnitud, frente a las otras potencias BRIC, Rusia, China e India, que son países-continente.

En los cinco años siguientes, con sutileza y persistencia, la diplomacia brasileña fue consolidando la iniciativa y seduciendo a los reacios, como era el caso de Argentina. Las cumbres primero fueron anuales, pero luego fueron pasando a ser semestrales y las cumbres de presidentes se fueron transformando en algo más permanente, adquiriendo la denominación de Unasur. Esta denominación, en la imagen internacional, se asemeja a la Unión Europea o la Unión Africana. Pero este desarrollo se hizo manteniendo un bajo nivel de institucionalización y esta es una diferencia esencial con los dos casos mencionados. Es así como han pasado más de cinco años del inicio de esta Unión y solo cuatro de los 12 países miembros han ratificado en sus respectivos parlamentos la pertenencia a Unasur. Curiosamente no lo han hecho Brasil, gestor de la iniciativa, ni Argentina, que desde hace más de dos años viene pretendiendo ocupar la secretaría general, que será el órgano permanente. Unasur realizó reuniones periódicas de cancilleres y ministros de Defensa, y en este campo creó algunas estructuras de estudio y análisis que no implicaron compromiso militar alguno para los países miembros.

Políticamente jugó un rol cuando, a comienzos de 2009, se produjo el conflicto entre Colombia por un lado y Venezuela y Ecuador por otro, y lo hizo con cierto éxito. Intentó repetirlo frente a la crisis de Honduras, pero en este caso sin la misma eficacia, al imponerse la política de Washington de reconocer al gobierno electo tras el régimen de facto.

Mientras tanto, el Mercosur pareció ir perdiendo prioridad relativa para la diplomacia regional brasileña. En este caso la institucionalización es mucho mayor. Tanto es así que Venezuela sigue teniendo postergada su pertenencia como socio pleno, porque el Senado paraguayo continúa sin convalidar la incorporación. Las recientes declaraciones del candidato opositor brasileño, José Serra, proponiendo transformarlo en una suerte de zona de libre comercio de toda América del Sur, en los hechos podrían convertirlo en una suerte de versión económica de Unasur.

Fue el presidente de Ecuador (Correa) quien, en 2008, propuso al ya ex presidente Kirchner para la secretaría general. Se trata de un cargo permanente como el que tiene también el Mercosur y que fue ocupado sucesivamente por dos argentinos: el ex presidente Eduardo Duhalde primero y el ex vicepresidente Carlos Álvarez después. Pero este secretario general queda por debajo del presidente pro témpore, que es uno de los presidentes de los países del grupo y que ocupa el cargo cada seis meses, tomando como modelo en esto a la Unión Europea.

Tres fueron los presidentes que entonces se opusieron a la elección de Kirchner: Uribe de Colombia, Alan García de Perú y Vázquez de Uruguay. Se consideraba entonces que esta elección debía ser por unanimidad y por esta razón se dilató casi dos años.

Ahora ha pasado a asumirse que la unanimidad debe ser solo consenso y que una opinión adversa puede no invalidar el procedimiento de elección. Cabe señalar que los dos presidentes que siguen en funciones y no apoyaban la nominación del ex presidente argentino, Alan García y Uribe, no participarán de esta Cumbre de Buenos Aires y han delegado la representación en sus cancilleres. En el ámbito sudamericano, Argentina viene adoptando una cierta posición de equilibrio entre Brasilia y Caracas. No integra el ALBA liderado por Chávez; tampoco está entre los países cercanos a EEUU y además no genera los resquemores que por dimensión origina a veces Brasil. Pero la aptitud diplomática del ex presidente argentino no parece la más adecuada para una gestión que deberá buscar consensos y evitar conflictos.

Desde la perspectiva argentina, la pregunta es por qué Kirchner, que nunca mostró inclinación por la política exterior y los asuntos internacionales, busca ahora la secretaría general de Unasur, que lo obliga a viajar por la región y tener que ocuparse de temas y cuestiones que no son su fuerte.

Para dar señales claras de que esta nueva función no altera su rol político interno, anticipó que no renunciará a su banca de diputado nacional –que de hecho no ejerce– y que solo pedirá licencia. En cuanto a la conducción del PJ, se reunió con gobernadores y dirigentes del partido el último fin de semana, dejando en claro que seguirá siendo el líder partidario y ejercerá como tal.

Quizá, Kirchner, como le sucede siempre, tras el rechazo inicial redobló la apuesta y hoy logra la elección en Unasur, que acaso sea más una consecuencia de su personalidad política que la resultante de una estrategia de política exterior.

El mandato del flamante secretario general de esta Unión dura varios años y se prolonga en el próximo período presidencial argentino, lo que puede crear algunas situaciones singulares en la política argentina.

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