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Clipping Mercosul- 26/03/2010- www.camara.gov.br/mercosul

Jornal “Valor Econômico”


Caderno: Brasil


Brasil e Argentina dizem que superaram conflitos e preparam missão à China
Sergio Leo, de Brasília

O comércio entre Brasil e Argentina aparentemente superou o período de conflitos provocados pelas barreiras na troca de mercadorias e os dois países já discutem ações conjuntas de promoção comercial, a começar por uma missão de empresários para a China. Reunidos, ontem, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e o subsecretário de Política e Gestão Comercial do Ministério da Produção argentino, Eduardo Bianchi, garantiram que não há mais problemas de comércio em setores empresariais, apenas "questões pontuais" entre os dois países.

A reunião entre as equipes dos governos do Brasil e Argentina não foi, porém, isenta de tensões. Barral insistiu, sem sucesso, na necessidade de acabar com o sistema de licenças automáticas para importação. E ambos os países temem o uso político de barreiras não tarifárias como ações antidumping ou investigações sobre normas de origem. As autoridades argentinas e brasileiras, depois da reunião, de manhã, em que discutiram o comércio bilateral, preferiram apontar os avanços, como a recente eliminação de licenças prévias para comércio de pneus. Não há previsão, porém, de nenhuma outra medida do gênero.

As duas equipes verificaram que, em alguns setores nos dois países, houve "desvio de comércio" - concorrentes de fora do Mercosul ocuparam fatias de mercado antes preenchidas pelos sócios do bloco. Foi o caso, segundo Barral, das vendas de móveis argentinos ao Brasil: eles representavam até 7% do mercado brasileiro de importados e, entre 2008 e 2009, passaram a 1%, enquanto os móveis da China passaram de 25% para 40% de participação no mercado.

Os produtores brasileiros de papel viram sua fatia no mercado argentino cair de 34% para 30% no mesmo período, e a da China subir de 4% para 10%. Exportadores de malha fina do Brasil tinham 29% e têm, hoje, apenas 9%, mas os chineses que vendem o mesmo produto passaram de 56% do mercado para 78%. As autoridades do Brasil e da Argentina pretendem, hoje, analisar as razões da perda de participação nos mercados.

"Em alguns casos que notamos perda do lado argentino a razão foi aumento nos nossos custos, inclusive custos logísticos brasileiros, em outros casos, houve mudança no padrão de consumo, e ainda, o produto brasileiro recebeu tratamento que levou à perda de mercado", comentou Barral. "Tratamento", segundo o secretário, são as barreiras alfandegárias.

Esses obstáculos serão discutidos hoje com os representantes argentinos, que se disseram dispostos a mudar procedimentos, quando possível, para evitar discriminação contra os brasileiros. "Vamos analisar, pode ser competição, a demanda do mercado", disse Bianchi.

Decididas a evitar uma escalada protecionista no comércio bilateral, as autoridades argentinas e brasileiras esperam identificar oportunidades no mercado chinês para a promoção comercial conjunta. Barral e Bianchi disseram acreditar que há possibilidade de trabalhar juntos para venda de produtos alimentícios, certos calçados mais sofisticados e máquinas para nichos específicos. "Esperamos que seja a primeira atividade de promoção conjunta, para replicá-la em outros mercados", anunciou Barral, que espera lançar a missão comercial no segundo semestre deste ano.


Caderno: Internacional


Suíça critica Brasil por querer só poder no G-20
Assis Moreira, de Bloomberg

A presidente suíça: 'Não dá para colocar o Brasil no mesmo nível de Burkina Faso'
A presidente da Suíça, Doris Leuthard, atacou ontem a legitimidade do G-20, o grupo das maiores economias do mundo, acusou emergentes como o Brasil de só querer ter poder na cena internacional, sem assumir responsabilidades, e cobrou uma negociação para definir quem senta na mesa das decisões globais.

Coletivamente, as economias do G-20, reunindo desde EUA, Alemanha e Japão até Brasil, China, Índia, Argentina e Nigéria, respondem por 85% da produção mundial, 80% do comércio e dois terços da população mundial. O grupo se afirma como o novo diretório econômico e político do planeta.

Leuthard admite que a crise global precipitou a mudança no poder internacional, com os países emergentes reclamando mais espaço por causa de seu tamanho e de seu crescimento. São os motores da recuperação mundial, enquanto a Europa "ficará enroscada no seu endividamento e em seu desemprego".

Mas a Suíça se queixa de falta de "democracia" na formação do grupo e diz que não pode ser "negligenciada", já que estima ser a sétima maior praça financeira do planeta e o sétimo maior investidor mundial, com US$ 600 bilhões.

"É correto que só vinte [países] detenham o poder econômico e político, que coloca a agenda internacional e toma as decisões?", questionou. "É preciso discutir essa mudança no poder e pensar uma estrutura que integre mais. Defendemos o multilateralismo, que está em recuo."

Indagada pelo Valor por que a Suíça não criticara antes o G-8, então grupo formado só pelos ricos e que era o diretório do planeta, Leuthard retrucou que a questão é que os emergentes querem direitos sem obrigações.

"Não dá para colocar o Brasil no mesmo nível de Burkina Faso", criticou a representante helvética, ao acusar os emergentes de buscarem mais poder nos organismos financeiros internacionais ao mesmo tempo em que exigem "tratamento especial" que deveria ser limitado aos países mais pobres.

Ela insinuou que, nas negociações comerciais na OMC, o Brasil e outros se dizem defensores das nações mais pobres, mas querem proteger suas próprias indústrias e não abrir suas economias à concorrência estrangeira.

Ela alvejou também uma das prioridades do Brasil, que é o equilíbrio de poder nas instituições de Bretton Woods, como o FMI. "Querem mais poder, mas continuam pedindo linhas especiais de crédito", disse, mas sem especificar o Brasil.

A presidente suíça admitiu que os países europeus estão excessivamente representados no controle do FMI e que o ajuste de quotas precisava ocorrer, mas logo engatou que "é preciso aceitar que as principais economias (do mundo) são europeias", ou seja, têm direito de estar no comando

Para a Suíça, a noção mesmo de país em desenvolvimento deveria ser renegociado, para refletir a diferença entre paises que não têm hoje realidades bem diferentes.

Cada vez mais isolada, a Suíça não faz parte da União Europeia, mas faz 70% de seus negócios com o bloco europeu. O país segue na prática as regras da UE e sofre com a queda do euro, sem poder influenciar de dentro.

Na entrevista à imprensa internacional, num luxuoso hotel de Berna, a presidente suíça não usou firula diplomáticas para refletir o estado de desassossego em que se encontra a elite do país diante da ordem internacional que se desenha. Uma das prioridades do G-20 é desmantelar os paraísos fiscais, que acolhem trilhões de dólares de evasão fiscal e sangram finanças públicas em torno do mundo.

A presidente admitiu a impotência helvética diante da falta de proteção e de solidariedade quando quer defender seu sigilo bancário, uma das bases de sua prosperidade.

"As regras do jogo devem ser respeitadas para todos", disse ela, indicando que a Suíça aceitará novas regras na área fiscal, mas não como querem alguns concorrentes que, segundo os suíços, tampouco são exemplos para tentar dar lições à comunidade internacional.

"Dentro do G-20 há 9 que não assinaram as convenções-padrão da Organização Internacional do Trabalho." Os EUA são um deles.


Jornal “O Estado de S.Paulo”


Caderno: Economia & Negócios


Brasil e Argentina se unem contra produtos chineses
Governos dos dois países estudam medidas para conter o avanço dos produtos importados e promover exportações para a China
Edna Simão /BRASÍLIA

Mesmo com suas divergências na área comercial, os governos brasileiro e argentino resolveram se unir para promover seus produtos na China e impedir uma invasão ainda maior dos chineses em seus mercados. A decisão foi tomada durante a reunião bilateral Brasil-Argentina, que começou ontem e termina hoje, em Brasília.

A preocupação, segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria (Mdic), Welber Barral, é que o Brasil está perdendo participação de mercado na Argentina para produtos chineses e o mesmo está acontecendo com o vizinho no território nacional. "Queremos ter uma agenda mais ofensiva em relação à China sobre desvio de comércio", afirmou Barral.

Os técnicos brasileiros e argentinos querem encontrar explicações para o avanço dos chineses em seus mercados e, se necessário, propor medidas para simplificar procedimentos no comércio exterior e facilitar o acesso a financiamentos. Segundo Barral, o Brasil pode estar perdendo mercado argentino por redução da competitividade dos produtos, questões logísticas (como barreiras na fronteira) ou mudança do padrão de consumo dos nossos vizinhos.

Papel e tecidos. O Brasil diminuiu participação nos segmentos de papel e tecidos e malhas. No caso do papel, a presença dos produtos brasileiros no mercado argentino caiu de 34% para 30%. Já a dos chineses passou de 4% para 10%. No segmento de tecidos e malhas, a situação é ainda mais preocupante. A participação brasileira despencou de 29% para 9%. Esse mercado foi capturado pelos chineses, cuja participação na Argentina passou de 56% para 78%.

O mesmo problema está sendo sentido pelos argentinos. No setor de móveis, por exemplo, a presença deles no mercado brasileiro caiu de 7% para 1%, sendo que os chineses ganharam mercado, saindo de 25% para 40%.

Exportações. Barral destacou ainda que as duas economias estão empenhadas em aumentar suas vendas para os chineses. Para isso, farão missões e feiras de promoção conjuntas na China. A ideia é vender produtos mais elaborados - alimentos e calçados - para os chineses. As missões setoriais serão organizadas pela empresas de promoção Apex e Proargentina.

Licenças. Durante a reunião bilateral, os representantes dos governos tentam ainda resolver as arestas que vem prejudicando o comércio entre os dois países. O principal atrito ocorre com as chamadas licenças não-automáticas de importação, ou seja a necessidade de autorização prévia para importar. Os argentinos começaram primeiro a exigir esse tipo de licença de vários produtos exportados pelo Brasil. No ano passado, o governo brasileiro passou a fazer exigências semelhantes.

Barral fez questão de dizer que "não há problemas setoriais, mas sim pontuais" em algumas empresas. "Tratamos todos os casos e novos estão sendo apresentados. O compromisso é tentar resolver o mais rápido possível. A melhor solução seria eliminar as licenças", afirmou Barral, lembrando que no mês passado o procedimento deixou de ser exigido para a entrada de pneus.


Jornais dos Países Membros do Mercosul


Paraguay: “La Nación”


Sección: Economía


Destacaron progresos en el vínculo con Brasil

El Comité de Monitoreo del Comercio Bilateral entre la Argentina y Brasil destacó ayer en Brasilia el aumento del intercambio comercial en el primer trimestre de 2010. "El intercambio entre ambos países creció un 44 por ciento en el primer bimestre de este año con respecto al mismo período de 2009", destacó desde la capital brasileña el secretario de Industria argentino, Eduardo Bianchi.

El funcionario también subrayó "la existencia de un importante progreso en la integración productiva binacional", tras el primer día de reunión que mantuvo con el viceministro de Desarrollo de Brasil, Iván Ramalho.

En tanto, el secretario de Turismo, Enrique Meyer, manifestó que implementará acciones para captar una porción mayor de turistas procedentes de Brasil.

"Se implementarán acciones específicas para captar a los nuevos consumidores brasileños", dijo Meyer en el acto inaugural del 33er. Encuentro comercial entre entes turísticos de ambos países. En ese sentido, agregó que "entre marzo y noviembre de 2010 la Argentina continuará y aumentará sus políticas de promoción en el país vecino".

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