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O Mercosulino 28/04/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

Jornal "Folha de S. Paulo" Caderno: Dinheiro Argentina enfrenta suspeita de espionagem econômica DE BUENOS AIRES O escândalo começou como uma malsucedida tentativa de espionagem no Ministério da Economia da Argentina. Mas não para de crescer. E agora arrastou para a esfera judicial a nata dos economistas portenhos. Cinco das mais renomadas consultorias econômicas argentinas -incluindo a Ecolatina- foram submetidas a buscas da polícia, anteontem, em Buenos Aires. Os agentes foram atrás de documentos que comprovem a suspeita de que os dados nos quais os consultores se baseiam para oferecer ao mercado suas análises são produto de espionagem. A hipótese de que informações de governo, de caráter sigiloso, estejam sendo negociadas ilicitamente no setor privado surgiu quando o assessor parlamentar Roberto Larosa foi detido, no dia 16, no Ministério da Economia. As câmeras de segurança registraram que Larosa abriu dois gabinetes que estavam trancados -o do secretário de Finanças e o do subsecretário de Orçamento. Quando foi detido, ele portava uma maleta com gravatas, lupa e lanterna. Em sua casa, a polícia apreendeu computadores e documentos, entre eles recibos de serviços prestados às consultorias alvo das buscas policiais. O que se pretende esclarecer é se os economistas sabiam ser informação sigilosa, obtida de forma ilícita. A Folha tentou ouvir a Ecolatina e as outras consultorias envolvidas no caso, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição. Chávez vem ao país fechar acordos nas áreas de economia e cultura DE CARACAS DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, da Venezuela, se reúnem hoje em Brasília para analisar a parceria entre a Petrobras e a PDVSA (estatal de petróleo venezuelana) na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e discutir alternativas à crise energética na Venezuela. Os presidentes devem assinar acordos também nas áreas de finanças, agricultura e cultura. Espera-se que a petroquímica Braskem assine dois acordos com a Pequivem, braço da estatal petroleira PDVSA. O Brasil deve assinar documento para reproduzir no país o elogiadíssimo Sistema Nacional de Orquestras Juvenis e Infantis da Venezuela, que há 35 anos combina projeto social com formação de músicos. Recessão A economia da Venezuela será afetada pela crise energética e pela falta de investimento privado, ainda que se espere que os números melhorem pela alta do gasto público no ano eleitoral. Chávez admitiu que seu país pode ter seu segundo ano consecutivo de recessão. O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que a economia encolha 2,2%, apesar da melhora do preço do petróleo. A notícia do PIB venezuelano não é boa para as exportações brasileiras. O Brasil teve saldo de US$ 3,01 no comércio com a Venezuela em 2009, 12% do superavit total da balança, fatia só menor que a da China (16%). (FLÁVIA MARREIRO e SIMONE IGLESIAS) Jornal "Correio Braziliense" Opinião Revolução tardia Cecília Sosa Advogada, foi a primeira mulher a presidir uma Suprema Corte na América Latina Alguns anos atrás seria inimaginável: os cidadãos da Venezuela, um país rico em petróleo, enfrentando racionamento de energia elétrica. Infelizmente, essa não é a única realidade que os venezuelanos enfrentam. A inflação em alta, a escassez de água, uma economia em queda livre e mais insegurança são alguns dos problemas que devastam a sociedade e a prosperidade futura. O número cada vez maior de venezuelanos se pergunta: como foi que chegamos até aqui? A resposta: Hugo Chávez e suas políticas equivocadas. O homem que chegou ao poder protestando contra o governo e erros passados se tornou símbolo dessa mesma ineficácia. Motivado por um desejo cada vez maior de "controlar tudo", nas palavras do jornal espanhol El País, Chávez se focou totalmente no trabalho de centralizar o poder sobre a sociedade venezuelana. Algumas de suas atitudes parecem engraçadas, como motivar os venezuelanos a tomar banhos de três minutos, mas as consequências são muito mais graves: a erosão da democracia, dos direitos civis mais básicos do país e a deterioração rápida do padrão de vida. Talvez o melhor exemplo do desejo de Chávez de ganhar poder absoluto na nação sejam os ataques contra os direitos de propriedade privada, reconhecida como direito fundamental pela Declaração Universal de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. Apesar disso, o nosso país presenciou o rápido crescimento do número de donos de propriedade particular —empresas e pessoas físicas — cuja propriedade foi nacionalizada, confiscada ou expropriada pelo governo. Empresas de açúcar a aço, de café a energia, grandes e pequenos, o governo adquiriu à força mais de 100 empresas privadas. A lista de empresas inclui nomes reconhecidos como Hilton, Cargill, Lafarge e Technint. Hoje, das 13 maiores empresas venezuelanas, apenas três ainda fazem parte do setor privado. A maioria dos grandes multinacionais que sofreu com o descaso do governo em relação à propriedade privada se calou. É o preço que pagam para ter alguma chance de receber alguma restituição do governo. Mas a maioria das vítimas da expropriação de propriedade são os venezuelanos, que, diferentemente das multinacionais estrangeiras, carecem de proteção jurídica no próprio país para lutar contra o confisco ilegal da sua propriedade pelo governo. O maior símbolo e a maior preocupação com o que praticamente representa a destruição da propriedade privada no país é a crescente fragilidade das justificativas das expropriações. No início, Chávez atacou os setores que considerou estratégico, uma lista de indústrias que não para de crescer. Depois, expandiu a lista e foi atrás de empresas que supostamente não seguiam os princípios de interesse nacional. Depois de desvalorizar a moeda nacional em 100%, recentemente mudou a justificativa e começou a atacar o que chama de "aproveitadores". A vítima mais famosa dos últimos tempos foi a empresa francesa Exito, um dos principais varejistas do país. A Assembleia Nacional, sob o controle absoluto de Chávez, age mais como o carimbo pessoal dele que um órgão legislativo. Hoje procura dar carta branca para expropriação de acordo com as vontades do presidente. Um projeto de "Lei de Propriedade Social" está tramitando na Casa a fim de outorgar poderes limitados ao Executivo para expropriar a propriedade privada quando se determina que não está no "interesse nacional". Além disso, o projeto de lei iria praticamente abolir o processo jurídico na tomada de propriedades, em que o Executivo será o único juízo para a resolução de disputas que podem terminar com a expropriação e decisão de conceder ou não alguma indenização. Mas a Assembleia Nacional já aprovou várias leis acelerando o processo de expropriação de terras urbanas e varejistas de alimentos, também eliminando o devido processo legal para os proprietários privados. Mas nem tudo está perdido ainda. Os venezuelanos estão cada vez mais insatisfeitos com um regime dedicado a controlar todos os aspectos das nossas vidas. Mesmo os venezuelanos que antigamente tinham alguma simpatia pelas promessas de Chávez estão percebendo que hoje as palavras estão vazias. Caderno: Mundo Conexão brasileira Dois suspeitos de pertencerem à facção PCC são presos e acusados da autoria de atentado contra um senador governista Viviane Vaz Atentados, disputas políticas, narcotráfico, guerrilhas de esquerda e a presença crescente de facções criminosas brasileiras. Para manter-se no poder, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, terá de resolver o difícil quebra-cabeças em que se transformou a região norte do país, sem deixar de fora nenhuma peça. Na semana passada, Lugo conseguiu que o Congresso decretasse estado de exceção em cinco departamentos (estados) na fronteira com Brasil e Bolívia, em resposta a ameaças do Exército do Povo Paraguaio(1) (EPP), suspeito de ter ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Na noite de segunda-feira, o senador governista Robert Acevedo sofreu um atentado na cidade de Pedro Juan Caballero, capital de Amambay, um dos departamentos sob medidas de emergência. Em um hospital da região, o senador apontou como responsáveis pelo ataque "o narcotráfico" e um deputado de seu próprio partido, Pedro González. Acevedo diz que sua cabeça foi posta a prêmio por US$ 500 mil, e sustenta que González seria "protegido da máfia do narcotráfico". O deputado, eleito por Amambay, refuta as acusações como "politicagem barata que não tem fundamento". Tudo pareceria uma violenta disputa política interna, não fosse a identidade dos principais suspeitos de cometer o atentado contra Acevedo: os brasileiros Eduardo da Silva, de 27 anos, e Marcos Cordeiro Pereira, 34. Segundo o Ministério do Interior paraguaio, os dois estão presos em Pedro Juan Caballero e podem ter ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), informação que a polícia paraguaia tenta confirmar. A promotora Lourdes Peña afirmou que o carro usado no ataque ao senador "é brasileiro, adquirido pelo banco Itaú e não tem denúncias de roubo". O veículo tinha placa (clonada) de São Paulo e em seu interior foram encontrados projéteis de alto calibre. Em declarações à Rádio Cardinal, o deputado González acusou Acevedo de se apoiar em rivalidades políticas para acusá-lo, e jurou não ter ligações com o chamado "barão da droga" de Santa Catarina, Jarvis Chimenes Pavão. O brasileiro, natural de Ponta Porã (MS), foi preso em janeiro pela Polícia Federal brasileira depois de refugiar-se no Paraguai e atuar no tráfico internacional por mais de 15 anos. Uma foto de González ao lado de Pavão foi divulgada no Paraguai, mas o deputado alega que se tratou do lançamento de um programa turístico que incluiria "uma fazenda" do brasileiro. O deputado, que sofreu atentado semelhante no mês passado, acha que os mafiosos "passaram dos limites" ao tentar matar o senador. Ontem, em uma conferência sobre combate às drogas no Rio de Janeiro com delegações de 91 países, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, afirmou que 90% da maconha produzida no Paraguai vem para o Brasil. "Somos corresponsáveis. Temos reforçado a soberania paraguaia", disse Correa, que destacou a importância da cooperação entre blocos regionais para vencer o problema do narcotráfico. Refúgio contestado A polícia paraguaia descartou qualquer relação do EPP com o atentado. Mas não faltam no país queixas contra o Ministério da Justiça brasileiro por ter concedido refúgio a três supostosguerrilheiros — Juan Arrom, Anuncio Martí e Víctor Colmán — acusados de sequestro no Paraguai. O governo de Lugo pediu à ONU que declare ilegal o status dos refugiados e levará o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA). Na próxima segunda-feira, ele se reunirá com o colega brasileiro em Ponta Porã (MS). A visita tinha sido inicialmente marcada para a próxima sexta-feira, mas foi adiada para depois da visita de Lula à Argentina e ao Uruguai, no fim de semana. 1 - Braço das Farc Datam de pelo menos uma década, segundo autoridades do Paraguai e da Colômbia, as relações entre o Exército do Povo Paraguaio (EPP) e as Farc. A origem do grupo guerrilheiro paraguaio está no Partido Pátria Livre (PPL), surgido no início da década e acusado por uma série de sequestros, entre eles o que terminou com a morte de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas, em . Integrantes do PPL figuram entre os nomes encontrados pela inteligência colombiana nos arquivos de correio eletrônico do computador que pertenceu a Raúl Reyes, responsável pelas relações internacionais das Farc, morto em 2008 no bombardeio a um acampamento no Equador. Para saber mais -Vizinhos dominam o "empório" Silvio Queiroz Não por acaso que Fernandinho Beira-Mar, capturado na Colômbia em 2001 e hoje fazendo turnê pelas prisões de segurança máxima no Brasil, começou no Paraguai sua carreira de narcotraficante internacional. Por uma conjunção de fatores que incluem a localização, a vizinhança e a história de fragilidade das instituições, o país tornou-se uma espécie de entreposto de negócios ilegais: drogas, armas, carros roubados, contrabando e pirataria de eletroeletrônicos, bebidas e outros produtos, sem falar em lavagem de dinheiro e suspeitas insistentes sobre redes de financiamento para terroristas do Oriente Médio, em especial a Al-Qaeda. Quando fugiu da penitenciária de Contagem (MG), em 1997, já então como um dos donos do atacado das drogas no Rio de Janeiro, Beira-Mar iniciou sua aventura paraguaia, até estabelecer-se na região de Capitán Bado, na fronteira do Brasil, com plantações de maconha. Foi a partir desse período que a erva produzida no país vizinho, atualmente com participação majoritária de brasileiros, passou a dominar os mercados do Rio, de São Paulo e outros dos principais centros. No "empório" do Paraguai, onde as máfias enredaram os tentáculos na vida política, Beira-Mar passou a operar negociações triangulares entre fornecedores de cocaína, principalmente da Colômbia, traficantes de armas e a guerrilha colombiana das Farc. Entre 1999 e 2000, em meio a uma pequena guerra com ex-sócios locais, o brasileiro migrou para a selva colombiana, onde foi capturado durante uma operação do Exército contra o comandante das Farc chamado de Negro Acácio, apontado como "dono" da cocaína na fronteira com Brasil e Venezuela. Acácio foi morto pelos militares em 2007, em um bombardeio realizado com aviões SuperTucano comprados da Embraer. Chávez e Lula falam de crises Escassez de energia na Venezuela e atritos com a Colômbia compõem a agenda em Brasília Em meio a uma crise energética e a mais um embate com a Colômbia, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, chega hoje a Brasília para reunir-se com o companheiro Lula. O visitante deve pedir ajuda para enfrentar os problemas de fornecimento de eletricidade, além de revisar assuntos bilaterais e regionais. Nos últimos dias, no entanto, o atrito com o presidente Álvaro Uribe, que acusa o vizinho de tentar interferir na eleição presidencial de maio — Chávez falou em perigo de guerra, caso vença o preferido de Uribe, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos —, tem roubado a atenção dos problemas internos da Venezuela. "É uma ofensa ao povo colombiano que um governo estrangeiro tente coagir sua livre vontade política para eleger o próximo presidente da República, com intimidações de guerra", protestou Uribe, em declaração divulgada por seu gabinete. A chancelaria de Bogotá reforçou o contra-ataque: "O governo da Colômbia considera inaceitáveis os comentários do governo da Venezuela sobre a campanha eleitoral colombiana, que violam o princípio básico universal de não intervenção nos assuntos internos de outros países". "Santos, se for presidente, poderá gerar uma guerra nesta parte do mundo", disparou Chávez no domingo, em seu programa semanal de TV, o Alô, presidente. Na noite de segunda, o presidente venezuelano negou ter preferências na sucessão de Uribe, mas alertou que, se Santos vencer, será ainda mais complicado retomar as relações bilaterais. Contatos diplomáticos e comerciais estão congeladas desde meados de 2009, quando Uribe fechou acordo para que os Estados Unidos possam operar em sete bases militares colombianas. Porém, o ex-ministro da Defesa garantiu que, se eleito, procurará Chávez para "aparar arestas". O líder venezuelano provocou o candidato, no último domingo, a pedir desculpas pelo bombardeio contra um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no Equador, em março de 2008 — incidente que levou também ao rompimento com Quito. "O senhor Santos é um lobo que mandou atacar e invadir o Equador (...) e diz que está orgulhoso", criticou. "Se quer ser presidente, tem que começar dizendo ‘me enganei’ e pedindo desculpas", ressaltou o presidente. Reunião No encontro de hoje, que faz parte das reuniões trimestrais mantidas desde 2007, Lula e Chávez devem abordar a evolução dos programas de cooperação nas áreas de indústria, agricultura, desenvolvimento urbano, serviços bancários e integração das fronteiras. Segundo comunicado do Itamaraty, os dois presidentes também pretendem estimular o intercâmbio de experiências sobre programas sociais. Os líderes devem ainda conversar sobre a próxima cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), prevista para 4 de maio, na Argentina. A agenda do encontro prevê a escolha de um secretário-geral permanente, cargo para o qual se candidata o ex-presidente argentino Néstor Kirchner. Lula e Chávez tinham dito, no ano passado, que apoiariam o marido da atual presidenta, Cristina Kirchner. Jornal "Valor Econômico" Caderno: Brasil União Europeia adia definição sobre retomada de negociação com Mercosul Assis Moreira, de Genebra Foi a ultima reunião técnica antes da cúpula União Europeia-Mercosul em maio, em Madrid. E a UE continuou sem dizer ao Mercosul se aceita relançar a negociação do acordo de livre comércio birregional no mês que vem, refletindo sua dificuldade para fazer concessões na área agrícola. Depois de dois dias de discussões com o Mercosul, em Bruxelas, a UE vai agora consultar os Estados membros e seus comissários para decidir se retoma a negociação com o objetivo de concluí-la rapidamente. Para o Mercosul, a bola está do lado europeu. Declarações de fonte europeia sugerem que a retomada da negociação é o desfecho mais provável. "Os dois lados reafirmaram o compromisso de negociar um acordo de livre comércio ambicioso e equilibrado, e agora vão considerar as informações trocadas sobre suas expectativas para concordar nos próximos passos." Por sua vez, o diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Itamaraty, embaixador Evandro Didonet, disse que "o diálogo de Bruxelas foi bom e temos expectativa de que, com base nisso, a negociação possa ser relançada em maio". Mas misturou prudência e esperança: "Definitivamente, o caminho está aberto, mas sempre mantendo a precaução". Eoin O'Malley, representante da BusinessEuropa, a grande central das indústrias europeias, adotou um tom neutro: "Apoiamos o processo em vias de ser reaberto, e depois é preciso ver o que será de fato colocado sobre a mesa". Tarimbados negociadores em Bruxelas acreditam que somente dentro de dez dias é que a UE terá uma decisão a dar ao Mercosul. Os europeus parecem ter "dúvidas sinceras" sobre sua capacidade de fechar um acordo e sabem que não podem retomar a negociação só para fazer jogo de cena e ficar em cima do muro eternamente. Aceitar relançar a barganha significa que as concessões podem ser suficientes para fechar um acordo. Há cerca de um mês, em Buenos Aires, o Mercosul já tinha indicado que incluiria o setor automotivo na liberalização e daria acesso também a compras governamentais para as empresas europeias. A cobertura do acordo poderia chegar aos 90% até então demandados por Bruxelas. Na segunda-feira e ontem, em Bruxelas, houve troca de informações sobre as demandas, com cada lado indicando sempre vagamente o que pode atender ou não, mas sempre sem falar em cifras, conforme diferentes fontes. A União Europeia insiste que não dá para melhorar sua oferta para carnes (bovina e frango), refletindo a enorme oposição dos produtores da França, principalmente. A questão nem é que a França quer mais concessões na área industrial ou de serviços, mas a incapacidade e fragilidade política do presidente Nicolas Sarkozy , que teme descontentar o setor agrícola francês. Para se ter uma ideia da dificuldade que isso representa para a negociação, em 2004 Bruxelas ofereceu cota de 100 mil toneladas de carne bovina para o Mercosul, com tarifa menor, enquanto o bloco pediu 300 mil toneladas, três vezes mais. Para frango, tinha oferecido 75 mil toneladas, contra um pedido de 250 mil toneladas. Desde então, a demanda do setor produtivo brasileiro aumentou, enquanto os europeus insistem que não podem pagar mais, e mesmo o que pagar será em duas vezes, a segunda na Rodada Doha. Nos outros produtos para os quais o Mercosul pediu amplas cotas, com tarifa zero, a UE deu a entender que pode melhorar sua oferta de 2004, mas que já era bem abaixo do que o bloco do Cone Sul pedia na época. Tudo isso, porém, só será detalhado se a negociação for relançada. Ministro descarta acordo entre blocos ainda este ano Agência Brasil, de Brasília As negociações para um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) estão em "compasso de espera", segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Miguel Jorge. De acordo com ele, os países membros do bloco sul-americano apresentaram propostas de abertura no setor industrial e aguardam que os europeus indiquem compensações na área agrícola. O ministro afirmou que um acordo final "dificilmente" será fechado este ano. "Uma negociação como essa não é fácil. Não esperamos um acordo no curto prazo. Não há essa possibilidade. São negociações sempre muito difíceis", disse o ministro, após reunião com o ministro da Economia e Tecnologia da Alemanha, Rainer Brüderle, e uma comitiva empresarial alemã, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Em junho, representantes de países da América Latina e da União Europeia se reunirão em Madrid. O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero, conduzirá as discussões em nome da União Europeia. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, representará o Mercosul. Miguel Jorge negou que os argentinos estejam impondo dificuldades na busca de soluções para o impasse comercial. "Desconheço essa informação", disse ele, quando indagado se o governo argentino estaria dificultando um acordo. Em 2004, em Viena (Áustria), as negociações entre Mercosul e União Europeia foram interrompidas por falta de acordo. Os dois blocos reivindicam abertura em setores específicos. Os europeus, na área industrial. Os sul-americanos, no setor agrícola. Lula cobra Chávez por atraso em pagamentos Queixa de empresários brasileiros será um dos temas da reunião de presidentes, em Brasília Sergio Leo, de Brasília Venezuela voltou a atrasar pagamentos a empresas brasileiras e o tema volta, hoje, à mesa de discussões dos governos venezuelano e brasileiro, em visita que o presidente do país, Hugo Chávez, faz ao Brasil. Uma das principais prejudicadas é a Marcopolo, que cobra o pagamento pela venda de carrocerias produzidas na fábrica da empresa na Colômbia por encomenda do governo venezuelano. A empresa não quis falar ontem sobre o assunto por estar em "período de silêncio", devido à divulgação de resultados prevista para o dia 3. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a enviar emissários a Chávez para obter a garantia de pagamento de atrasados a firmas brasileiras. Desde o início deste ano, empresários brasileiros voltaram a recorrer ao governo brasileiro com queixas de atrasos nos pagamentos do Cadiv, sistema de câmbio de moedas usado na Venezuela para pagamentos de compromissos com o exterior. Segundo um alto funcionário brasileiro, os valores não são altos, mas o que preocupa, em Brasília, é o fato de que muitas das empresas afetadas são de médio porte. O não pagamento cria dificuldades de caixa para as companhias, que preferem não ser identificadas com temor de represálias do governo venezuelano. Em 2009, os atrasos, regularizados por ordem de Chávez, eram estimados em US$ 15 milhões. É um número pequeno, quando comparado às vendas do Brasil à Venezuela no primeiro trimestre, de quase US$ 778 milhões, mas gera atritos no setor privado. A Kepler Weber. empresa com sede em Panambi (RS), está sendo afetada pela demora da liberação do câmbio para os importadores venezuelanos, o que impede o embarque de silos para armazenagem de grãos produzidos pela empresa. Segundo o presidente da companhia, Anastácio Fernandes Filho, os clientes já haviam pago o adiantamento para a fabricação dos equipamentos, mas agora não conseguem concluir as operações. O executivo não revelou quantos silos estão parados nem o valor dos negócios. De acordo com ele, são cerca de 500 toneladas de aço em equipamentos prontos para embarcar há dois meses. De 2001 a 2008, antes dos entraves impostos pelo governo, a Venezuela comprava cerca de 2 mil toneladas por ano em produtos da Kepler. "A decisão do governo venezuelano fez muitos clientes adiarem investimentos", afirmou Fernandes Filho. A Calçados Pegada, de Dois Irmãos (RS), tem 10 mil pares de calçados prontos para embarcar para a Venezuela desde dezembro, mas o distribuidor local não consegue liberar o câmbio para fechar a operação, disse o responsável pelas exportações da empresa gaúcha, Rafael Schmidt. Esse volume equivale a US$ 250 mil e quase um mês de vendas externas da indústria. Apesar do atraso de pagamentos às empresas brasileiras, Chávez e Lula devem dar prioridade à agenda positiva bilateral, que incluirá a assinatura de contrato para instalação d e uma fábrica de latas para alimentos na Venezuela. Os acordos de "integração produtiva" entre os dois países caminham lentamente, devido à forte burocracia no governo Chávez, que, recentemente, trocou pela segunda vez o ministro responsável pelas negociações com o Brasil. Os dois presidentes devem reafirmar a aliança dos dois governos e discutir a agenda da próxima reunião da Unasul, em Buenos Aires, dia 4 de maio. Lula espera obter sinais de aprovação de Chávez para o acordo militar recém-firmado entre Brasil e EUA, e ressaltar a diferença entre esse tipo de acordo de cooperação e o firmado entre EUA e Colômbia, que previa manutenção de tropas americanas em território colombiano. Ontem à noite, funcionários dos dois governos discutiam detalhes da agenda para as reuniões que Chávez e Lula manterão de manhã. Na pauta de discussões estão programas de cooperação bilateral nas áreas de indústria, agricultura, desenvolvimento urbano, universalização de serviços bancários e integração fronteiriça e medidas para "estimular o intercâmbio de experiências sobre programas sociais", segundo informou o Itamaraty. (Colaborou Sergio Bueno, de Porto Alegre) Jornal "O Estado de S.Paulo" Caderno: Internacional Paraguai prende 2 brasileiros por atentado a senador Violência. Ataque na segunda-feira à noite em região sob estado de exceção, na fronteira com o Brasil, deixou 2 mortos João Naves de Oliveira - O Estado de S.Paulo A polícia do Paraguai prendeu ontem dois brasileiros - Eduardo da Silva e Marcos Cordeiro Pereira - acusados de cometer o atentado que, na segunda-feira, feriu o senador paraguaio Robert Acevedo e matou seus dois guarda-costas na cidade de Pedro Juan Caballero, 500 quilômetros ao norte de Assunção, na fronteira com o Estado brasileiro do Mato Grosso do Sul. "Os dois detidos são de São Paulo. Temos informações de que a polícia brasileira já está realizando operações nas favelas dessa cidade" para descobrir seus antecedentes, disse o chefe de polícia do Departamento (Estado) de Amambay, Francisco Gonzales. Amambay é uma das cinco regiões paraguaias onde vigora o estado de exceção aprovado no sábado pelo Congresso, como forma de facilitar a ação das Forças Armadas contra o crime organizado e a guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), que, de acordo com a Justiça local, mantém relações com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e tem espalhado o terror no Paraguai com uma onda de assassinatos e sequestros para fim de extorsão. O EPP também teria vínculos com grupos que exploram o narcotráfico no Paraguai. O dois brasileiros presos estavam numa casa onde foram encontrados sete veículos, três deles com placas paraguaias adulteradas e alguns outros com placas de São Paulo. A polícia também encontrou uma caminhonete Ford Ranger incendiada na noite de ontem, com placa de São Paulo e cheia de cartuchos de fuzil em seu interior. A promotora paraguaia Lourdes Peña disse que o carro é clonado e provavelmente foi usado pelos criminosos na ação. Crime organizado. Para o juiz da 3.ª Vara Federal de Campo Grande, Odilon de Oliveira, que já condenou pelo menos 500 integrantes do crime organizado na fronteira Brasil-Paraguai, durante os mais de dez anos em que atuou na Justiça Federal de Ponta Porã - cidade do Mato Grosso do Sul separada apenas por uma avenida de Pedro Juan Caballero -, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) está por trás da ação. "Existem documentos provando que o brasileiro Nilton Cezar Antunes de Véron, preso em Assunção desde 2005, quando foi flagrado transportando 102 quilos de cocaína colombiana jurou matar o senador (Acevedo). Véron é um dos chefes do PCC no Paraguai. Meu amigo senador sabia de todo esse esquema, mas é um incansável combatente contra o crime organizado. Certamente os pistoleiros tentarão abatê-lo novamente", disse Oliveira. Acevedo, que é membro do governista Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), disse ontem, ainda no hospital, que os traficantes "puseram um preço de US$ 300 mil" por sua cabeça. Ele anunciou que abandonará a cidade "tão logo possa" porque ainda teme por sua vida. Além de político, Acevedo é dono de diversos postos de gasolina, empresas de importação de produtos eletrônicos e da emissora de rádio Amambay, a mais importante do departamento de mesmo nome, onde o crime ocorreu. Ele e seus seguranças foram atacados com rajadas de fuzil em plena tarde, no centro da cidade. O ministro do Interior do Paraguai, Rafael Filizzola, disse ontem que o atentado foi "um ataque da máfia contra o Estado", sem referir-se a nenhum grupo específico. Cálculo político. Um eventual sucesso do presidente paraguaio, Fernando Lugo, contra os líderes do EPP aplacaria as críticas da direita de que ele é leniente com os movimentos esquerdistas que ocupam fazendas, queimam plantações e roubam gado para pressionar por reforma agrária. Quando foi bispo no Departamento de San Pedro, Lugo manteve ligação com organizações camponesas locais cujos líderes apareceram mais tarde entre os membros do EPP. Uma vitória militar contra o grupo também seria vista como uma resposta forte a um dos pontos mais sensíveis da atual política paraguaia: a insegurança. Em Brasília, o deputado Doutor Rosinha, do PT - que é membro da Comissão de Relações Exteriores e da Comissão do Mercosul da Câmara dos Deputados -, afirmou nunca ter ouvido falar do EPP como um grupo guerrilheiro e questionou o fato de uma guerrilha de esquerda não ter atuado contra a ditadura paraguaia, nos anos 70 e 80. Para Rosinha, o EPP pode não passar de "um grupo imaginário montado pela direita para desestabilizar o governo de Lugo" no Paraguai. Lula mantém visita à região Tânia Monteiro Apesar de ter sido alertado por diplomatas e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança presidencial, em relação à "inconveniência" da ida a Ponta Porã, na fronteira do Brasil com o Paraguai, para se reunir com o presidente Fernando Lugo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o momento, está decidido a manter a viagem marcada para segunda-feira. A preocupação, que já existia em razão da presença na região de narcotraficantes e de guerrilheiros do Exército do Povo Paraguaio (EPP), aumentou ainda mais no Planalto depois do atentado na noite de segunda-feira contra o senador Robert Acevedo. As reuniões serão do lado brasileiro, mas o primeiro encontro e o aperto de mão entre os dois líderes será na divisa entre os dois países, em uma praça localizada em uma avenida chamada Brasil. Caderno: Economia Negociação UE-Mercosul perto do fiasco Raquel Landim - O Estado de S.Paulo Está perto do fracasso a nova tentativa de relançar as negociações entre Mercosul e União Europeia para um acordo de livre comércio. O clima entre os negociadores era pessimista após uma reunião de dois dias que terminou ontem em Bruxelas. O martelo deve ser batido até o dia 17 de maio, quando está prevista a reunião de cúpula das duas regiões em Madri. Segundo fontes ligadas ao grupo do Mercosul, os europeus endureceram sua posição e fizeram mais exigências. A avaliação é que se trata de uma estratégia para encobrir o fato que a União Europeia não tem condições políticas de fazer concessões em agricultura, por causa da resistência da França e outros países protecionistas. "A expectativa é positiva. Tivemos avanços", disse o diretor do departamento de relações internacionais do Itamaraty, Evandro Didonet. O embaixador não quis comentar as informações que os europeus estariam pressionando o Mercosul por mais concessões. Segundo ele, não está decidido se as negociações serão relançadas no encontro dos presidentes em Madri. Ontem os europeus fizeram três exigências adicionais ao Mercosul: elevar a abertura na indústria para quase 100%, incluir o transporte marítimo no setor de serviços, e garantir a proteção das indicações geográficas no pacote de propriedade intelectual. (Só seria considerado, por exemplo, presunto de Parma o produto feito nessa região da Itália). Na reunião anterior entre os dois blocos em Buenos Aires, o Mercosul já havia feito concessões. O bloco incluiu autopeças e aumentou a oferta na indústria para quase 90%. E, pela primeira vez, propôs garantir a participação das empresas europeias nas licitações do governo. Uma fonte disse que "o espaço de movimento" do Mercosul nessa etapa do processo - antes do relançamento formal das negociações - acabou. Os europeus, porém, argumentam que já assinaram acordos com países como Peru e Colômbia eliminando as tarifas de importação em todo o setor industrial. Cotas. A UE melhorou um pouco a oferta agrícola na reunião de ontem. Pela proposta inicial, se as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial de Comércio fossem concluídas, a cota para o Mercosul vender sem tarifa no bloco ficaria menor. Os europeus retiraram essa condição para produtos como grãos, etanol ou lácteos, mas mantiveram para carne bovina, de frango e alho. Os técnicos do Mercosul avaliam que a negociação ainda está muito desequilibrada. "Não podemos abrir 100% do setor automotivo por uma cota de carnes dividida em duas etapas". disse uma fonte. Jornais dos Países Membros do Mercosul Argentina "Clarin" Sección: El Pais Alfonsín y Sarney, en una cena donde compartieron críticas a la gestión K El brasileño le dijo que Lula tuvo que defender el Mercosur frente a los Kirchner.Por: Eleonora Gosman No es una novedad hablar de la existencia de roces y desconfianzas entre los gobiernos de Brasil y de Argentina, acentuadas con frecuencia por ciertos estilos. Lo que es nuevo es la admisión de esa distancia. Fue lo que recogió el diputado radical Ricardo Alfonsín en una cena que tuvo como anfitrión al presidente del Senado brasileño José Sarney y como convidado al senador Eduardo Azeredo, del Partido Socialdemócrata de Brasil (PSDB). Sarney quería conocer de cerca el descendiente del hombre que más admiró: el ex presidente argentino Raúl Alfonsín, quien fue su amigo. Por eso, invitó a Ricardo a un acto que organiza el uruguayo Julio Sanguinetti para celebrar el fin de la dictadura militar de su país. Casi los únicos que quedan de la camada que piloteó la redemocratización del Cono Sur. Los argentinos que se sentaron a la mesa con los líderes políticos contaron a esta periodista que la prudencia no impidió que se dijeran cosas. Sarney subrayó los desafíos que el gobierno argentino, a partir sobre todo de Néstor Kirchner le impuso a Lula da Silva. Según la descripción del senador brasileño, Lula tuvo que tensar sus virtudes negociadoras para evitar un naufragio del Mercosur desde el mismo momento en que Kirchner asumió la Presidencia. De acuerdo al relato de Sarney, eso no varió: hoy continúa en los mismos términos, aunque atenuados por el hecho de que la Presidencia la ejerce una mujer. Alfonsín se mostró prudente y tomó nota. Aunque -fuentes de la delegación lo admitieron- explicó algunas de las causas de las fuertes críticas que la oposición suele hacerle al gobierno de Cristina, sobre todo en temas institucionales. Alfonsín llegó a Brasil invitado por la Organización de Estados Americanos (OEA) y el Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD) para debatir un documento sobre Democracia y Ciudadanía. Ese seminario contó con una presencia argentina tan activa como variada. Por el lado argentino estaban el senador oficialista Daniel Filmus; el ex embajador en Estados Unidos Jos Octavio Bordón; el ex vicepresidente y ex secretario del Mercosur, Carlos Chacho Alvarez; el ex ministro y ex senador radical Rodolfo Terragno; más el ex canciller del gobierno de Raúl Alfonsín, Dante Caputo. Del lado brasileño hubo una presencia sustantiva: el ministro Luiz Dulci, colaborador de Lula durante ocho años, el asesor especial del presidente brasileño Marco Aurelio García y el vicecanciller Antonio Patriota. No por acaso, ese foro sirvió para ratificar el papel de la libertad de información y la libertad de expresión como elementos vertebrales de la democratización. "La Nacion" Opinión Kirchner y la Unasur La falta de neutralidad hace del ex presidente argentino un mal candidato para un cargo que requiere un conciliador La Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) nació bajo el signo de la controversia. La definición misma de esa unidad adoptó, por lo menos en apariencia, el más superficial de los criterios: el de la mera espacialidad. América del Sur no es un sujeto histórico. Es, apenas, un sujeto geográfico. Esta peculiaridad podría ser inofensiva si no entrañara una exclusión. Pero la idea de América del Sur suele formularse en oposición a América del Norte. Y esa clasificación implica una amputación: la de México, país que está unido al resto de América latina por lazos históricos, lingüísticos, culturales y económicos. Con la segregación de México, la región pierde un aporte de extraordinaria riqueza. Quienes justifican ese recorte aducen que los mexicanos se han integrado a un bloque presidido por los Estados Unidos, el Nafta. Este diseño internacional, habitual en cierta literatura brasileña de tintes nacionalistas, propone la existencia de dos Américas, una con capital en Washington, y la otra, en Brasilia. Es una visión empobrecedora, que ignora que una de las muchas contribuciones de la sociabilidad mexicana al resto de los países de raigambre latina es su proximidad, tensa y osmótica, con los Estados Unidos, en especial con la comunidad de origen hispano que está cobrando un protagonismo creciente en ese país. Pero las limitaciones de la Unasur no son sólo conceptuales. También su construcción administrativa adolece de vicios inquietantes. El primero de ellos es su informalidad. Hasta ahora sólo cuatro países han ratificado el Tratado Constitutivo de esta liga: son Bolivia, Ecuador, Guayana y Venezuela. Brasil, Chile, Colombia, Paraguay, Perú, Surinam, Uruguay y la Argentina todavía no lo han hecho. Esta demora le da a la Unión una densidad apenas superior a la de un club de amigos. La postulación de Néstor Kirchner como secretario general del bloque, realizada por el presidente de Ecuador, Rafael Correa, viene a agudizar estas debilidades. Como presidente de la República, Kirchner no participó de la reunión fundacional de la Unasur, celebrada en Cuzco en diciembre de 2004, y se hizo representar por su vice, Daniel Scioli, en un gesto que sus colegas de entonces entendieron como un desaire. En aquel tiempo, los Kirchner menospreciaban la Unasur porque interpretaban, no sin razón, que era una criatura en cuyo nacimiento había tenido mucho que ver Eduardo Duhalde. Aquella ausencia de Kirchner confirmó el desdén del santacruceño por las relaciones internacionales. Si les prestó atención, fue sólo para atizar conflictos: desde el que se abrió con Chile por la reticencia a cumplir con la provisión de gas, hasta el que todavía no se cerró con Uruguay, por la instalación de una fábrica de pasta de celulosa en Fray Bentos. Este último episodio fue el motivo de que, a contrapelo de una secular tradición bilateral, el ex presidente Tabaré Vázquez vetara al ex mandatario argentino para coordinar la Unasur. Sin embargo, en la promoción de Kirchner hay algo más insólito y es que la comunidad regional renuncia con ella a la más mínima neutralidad. En principio, el aspirante a coordinar la Unasur es el enfático simpatizante de una corriente ideológica, de rasgos nacionalistas arcaicos, como la liga bolivariana que encabeza Hugo Chávez e integran Rafael Correa y Evo Morales. El vínculo de los Kirchner con el emir caribeño incluyó el imperdonable menosprecio de otras naciones, como Colombia. Durante su discurso de asunción de mando, la Presidenta maltrató a Alvaro Uribe pidiéndole impertinentes explicaciones por su política contra las FARC. Días después, su esposo recorrió la selva colombiana de la mano de Chávez con la intención de liberar rehenes. Estos episodios no serían más que demostraciones de mala praxis diplomática, de no existir el clima prebélico que el caudillo venezolano alienta contra Colombia. La Presidenta tuvo ocasión de experimentarlo hace pocos días, cuando asistió, en Caracas, a un interminable desfile militar, parodia de aquellos otros que embelesaban a los dictadores nacionalistas en los años cuarenta. Estos antecedentes deberían ser suficientes como para que la comunidad regional dude de la conveniencia de llevar a Kirchner a un cargo que demanda, antes que otra cosa, imparcialidad. Pero desde hace tres años, el vínculo del kirchnerismo con Venezuela está fundadamente sospechado de corrupción. No es un buen comienzo que la secretaría general de la Unasur se inaugure con un ex mandatario acusado en distintas instancias de la Justicia de los Estados Unidos por recibir dinero negro de Chávez para la campaña electoral de su esposa. Ese rasgo lamentable del vínculo bolivariano ha vuelto a aparecer con la denuncia de un embajador argentino sobre la exigencia de sobornos en el intercambio comercial entre los dos países. Tal como lo expresamos el 5 de este mes en estas columnas, la falta de neutralidad hace de Kirchner un mal candidato a ejercer una función multilateral que tiene también una dimensión doméstica todavía más preocupante. Los líderes de la región no están por poner la Unasur en manos de un ex presidente, sino en las de un candidato a presidente. Es ya una circunstancia inconveniente que un funcionario internacional encabece un partido político. Pero Kirchner está lanzado a conquistar la Presidencia en 2011. Su postulación y posterior designación al frente de la secretaría general podría ser entendida, entonces, como una intervención, sin duda involuntaria, en los asuntos internos de la Argentina. Esa posibilidad desmerecerá también a la entidad internacional, ya que estará dando sus primeros pasos de la mano de alguien a quien la lucha partidaria por el poder le impide ejercer una representación integral de su país. Frente a estas graves deformaciones, hay faltas a la seriedad que resultan detalles. Una es el hecho de que la secretaría general de la Unasur no se inaugure en su sede reglamentaria, la ciudad de Quito, sino en Buenos Aires, para facilitar a Kirchner su dedicación a la política argentina. Para los ciudadanos argentinos estas excentricidades, que bordean lo irregular, son el pan de cada día. Pero no deja de llamar la atención que la confusión del Estado con el partido, el abandono de la igualdad ante la ley, el espíritu de facción y la contaminación de lo público con lo privado, tan frecuentes en nuestro país, adquieran una extensión internacional en el preciso momento en que Kirchner descubre, al cabo de toda una vida política, la existencia del mundo exterior. Sección: Política Expectativa por la cumbre de Cristina Kirchner y Mujica Los presidentes se reúnen hoy en Olivos; el corte del puente, eje del debate Nelson Fernández Corresponsal en Uruguay MONTEVIDEO.- El presidente uruguayo, José Mujica, llega a Buenos Aires con ánimo conciliador, esperanzado en lograr un acuerdo por encima de las diferencias respecto de la planta de UPM (ex Botnia) y que permita mantener relaciones amistosas y de provecho para los dos países. La agenda de Mujica, explicaron a LA NACION en el gobierno uruguayo, no se limita al fallo de La Haya. Le importa el corte de puentes y que eso se solucione, pero le interesa especialmente que Uruguay pueda importar gas boliviano sin complicaciones o costos especiales al pasar por territorio argentino. También le preocupa que en el río Uruguay se hagan obras de dragado para mejorar la navegación. Y le importa que el comercio exterior no tenga trabas entre ambos países, al tiempo que le interesa sumar voces para reclamos internacionales. ¿Pedir disculpas como quiere el gobierno de Cristina Kirchner? Nada de eso mencionó ayer Mujica luego de que trascendió que la intención del gobierno argentino es que Uruguay se disculpe por el incumplimiento del tratado del río Uruguay. Dirigentes políticos que lo conocen bien comentaban que no hay que descartar algún gesto de ese tipo, si Mujica percibe que es una llave para destrabar el conflicto. Lo mismo ocurre con la votación de Néstor Kirchner para la Secretaría de la Unasur. Pero nadie salió a afirmar que Mujica está dispuesto a disculparse en público. El que habló fue el vicepresidente Danilo Astori, que fue consultado por la prensa local en el Palacio Legislativo. "Uruguay tiene que trabajar juntamente con la Argentina para mejorar esta relación. No hablo de disculpas, hablo simplemente de acatar un fallo, de una corte que tiene prestigio internacional a la cual se apeló para dirimir" el conflicto, dijo Astori. El presidente del Parlamento uruguayo agregó que, a su entender, "el presidente Mujica ha dado acabadas muestras de espíritu constructivo y humildad". Eso fue interpretado por algunos medios locales como una negativa a dar las disculpas pretendidas por la Casa Rosada, pero Astori no cerró la puerta a esa posibilidad. Sección: Exterior Atacan a un senador en Paraguay El legislador Robert Acevedo fue blanco de un atentado, que adjudicó a narcotraficantes ASUNCION.- Un día después de que comenzara a regir el estado de excepción en cinco departamentos de Paraguay, el senador oficialista Roberto Acevedo fue blanco de un grave atentado que dejó en evidencia la ola de inseguridad que reina en esa zona del país. El hecho ocurrió anteayer, en Pedro Juan Caballero, capital del departamento de Amambay, en la frontera con Brasil, cuando la camioneta en la que viajaba Acevedo recibió una ráfaga de disparos, en plena tarde y en una de las avenidas más concurridas de la ciudad. A raíz del ataque, el legislador resultó herido en el brazo, mientras que dos de sus guardaespaldas murieron en el acto. "Me salvé de milagro. Sólo tengo dos heridas de bala en el brazo derecho. No tengo dudas de que fue un ataque de los narcotraficantes, que le pusieron precio a mi cabeza: 300.000 dólares", dijo Acevedo, ex gobernador de Amambay, que es uno de los centros de la mafia del tráfico de marihuana y cocaína en la región. "Si quiero continuar vivo, tengo que dejar esta ciudad. Nos estamos pareciendo a ciudades de México como Tijuana o Juárez", agregó el senador del Partido Liberal Radical Auténtico, conocido por denunciar abiertamente a los presuntos contrabandistas y narcotraficantes que operan en esa región del país. Búsqueda El atentado se produjo en el segundo día de vigencia del estado de excepción decretado por 30 días por el presidente Fernando Lugo en los departamentos norteños de Amambay, San Pedro, Concepción, Alto Paraguay y Presidente Hayes, adonde fueron enviados unos 3000 militares y policías. La medida tiene como objetivo intensificar la búsqueda de los integrantes del Ejército del Pueblo Paraguayo (EPP), que, según la fiscalía, fue instruido por las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) para perpetrar secuestros y otros ilícitos en las regiones boscosas de esos departamentos. "Estos fugitivos deben ser capturados. Todos los que habitamos esta tierra tenemos derecho a vivir tranquilos", dijo Lugo, al fundamentar el estado de excepción. Tras el atentado contra Acevedo, el Ejecutivo emitió ayer un comunicado en el que afirmó que este tipo de ataques "no van a hacer mella en la voluntad del gobierno de combatir toda suerte de ilícitos y, al contrario, reforzará la convicción de perseguir a los delincuentes de cualquier signo y color con las instituciones establecidas por la Constitución y las leyes". Durante las investigaciones del caso, autoridades policiales detuvieron ayer, en Pedro Juan Caballero, a dos brasileños procedentes de San Pablo. Fuentes oficiales, además, reportaron el hallazgo de los cadáveres acribillados de dos hombres en Yby-Yaú, en el departamento de Concepción, vecino a Amambay. Agencias AP, EFE y AFP Paraguay "ABC" Sección: Pollítica Brasileños dicen que desestabilizan a Lugo BRASILIA (ANSA). El diputado brasileño conocido como Doctor Rosinha, miembro del Partido de los Trabajadores (PT) , del presidente Luiz Lula da Silva, expresó ayer "preocupación" por el accionar de "desestabilizadores" que, dijo, actúan contra el gobierno del presidente paraguayo, Fernando Lugo. "Hay preocupación con las consecuencias de las fuerzas que quieren desestabilizar al gobierno del presidente Fernando Lugo", declaró Rosinha en entrevista con ANSA. El Gobierno paraguayo decretó el estado de excepción en cinco departamentos del norte en respuesta al accionar de un grupo armado, denominado Ejército del Pueblo Paraguayo (EPP), supuestamente guerrilleros, aunque sobre el tema hay controversias e interpretaciones diferentes. "Tengo mis dudas si ese grupo es realmente de izquierda o un grupo imaginario montado por la derecha, creo que es un movimiento preocupante ", aseveró el congresista brasileño. En el caso de que "fueran verdaderamente de izquierda, es un grupo condenado al aislamiento político, y yo les preguntaría por qué se levantan en armas contra un gobierno de centroizquierda como el de Lugo, y no hicieron nada cuando había una dictadura", cuestionó Rosinha. A su entender, Lugo actuó correctamente frente a esta situación, pues "tomó medidas con rapidez". Integrante del Parlasur y miembro de las comisiones del Mercosur y Relaciones Exteriores de la Cámara baja, Rosinha es uno de los especialistas en integración regional del PT. El estado de excepción fue declarado en departamentos fronterizos con Brasil, y, según la prensa brasileña, Paraguay exigirá a Brasilia la extradición de personas acusadas de pertenecer a organizaciones armadas paraguayas. Sección: Internacionales Gobierno argentino espera disculpas de José Mujica BUENOS AIRES (EFE). La presidenta argentina, Cristina Fernández, espera una disculpa de su homólogo uruguayo, José Mujica, en la reunión que mantendrán hoy para avanzar en la salida al conflicto surgido por la instalación de una papelera en el río que comparten ambos países, dijeron a Efe fuentes oficiales. Fernández recibirá a Mujica en la quinta presidencial de Olivos, en las afueras de Buenos Aires, una semana después de que la Corte Internacional de Justicia de La Haya dictara un fallo en el que reconoció que Uruguay violó el tratado bilateral sobre el uso del río al autorizar unilateralmente la instalación de la papelera, pero no obligó a su desmantelamiento y ni dictó compensaciones a favor de Argentina. "Una disculpa de Mujica por la violación del tratado bilateral supondría un gesto que serviría para iniciar una nueva etapa en las relaciones y mejorar la confianza política entre los dos países", dijeron fuentes gubernamentales consultadas por Efe. Las citadas fuentes subrayaron su confianza en el éxito de la reunión de hoy, en la que los presidentes estarán acompañados de sus respectivos cancilleres, y subrayaron la "muy buena" relación que mantienen Fernández y Mujica. Las mismas fuentes admitieron que, tal como denuncia Uruguay, los bloqueos en el paso fronterizo que mantienen desde hace más de tres años organizaciones ecologistas argentinas en protesta por la construcción de la planta papelera de la empresa finlandesa Botnia constituye uno de los principales escollos en la negociación. "La Nación" Sección: Política Jorge Sameck dijo que "Lula" no firmaría acuerdo por Itaipú Director brasileño de Itaipú expresó que "todos los que vienen después tienen que cumplir con lo asumido" Ciudad del Este. El director brasileño de Itaipú, Jorge Samek, "abrió el paraguas" con relación a la posibilidad de que durante el gobierno de Luis Ignacio "Lula" da Silva, el Congreso del Brasil ya no apruebe el acuerdo del 25 de julio del 2009, entre los presidentes de Paraguay y Brasil. Mencionó que la firma no es de "Lula", es del presidente de la República del Brasil, recordando que el Tratado de Itaipú "no era de los dos Presidentes que firmaron el 26 de abril de 1973, sino que pasó a ser de la República Federativa del Brasil y de la República del Paraguay". Fue en respuesta a la consulta sobre la preocupación existente en Paraguay, porque el Congreso del Brasil no aprobó hasta ahora el acuerdo que contempla algunos beneficios . La declaración de Sameck fue realizada en una entrevista con La Nación, poco antes del acto realizado en Itaipú el lunes. "SERÁ EN EL OTRO" Samek dijo que "todos los que vienen después tienen que cumplir con las cuestiones asumidas por gobiernos anteriores", dando a entender que si no se logra durante este gobierno el acuerdo legislativo brasileño, queda la alternativa del siguiente. Agregó que es un asunto sobre el cual no puede haber un retroceso. Ante la reverencia de si está señalando que si no es con este gobierno, será en el otro, Samek confirmó "sin dudas". Ante la pregunta si no es mucho tiempo, el director brasileño de Itaipú señaló que el ingreso de Venezuela al Mercosur tardó tres años para su aprobación en el Congreso del Brasil, con lo que no dio muchas esperanzas de que el acuerdo sea aprobado antes de culminar este periodo a fin de año. El titular de Itaipú por Brasil, argumentó que la democracia funciona así y que "el Poder Legislativo tiene la posibilidad de poder analizar con todas las partes del poliedro; la derecha, la izquierda, centro derecha, centro izquierda, comunistas y, se hace un gran debate para que el Ejecutivo sepa si puede o no ejecutar". Asimismo, dijo que el Ejecutivo de su país hizo su parte, que están haciendo un trabajo para mostrar cómo es importante para la integración ese paso. "Creo que estamos venciendo pero hay resistencia, que es natural del proceso democrático. Pero, tengo la absoluta certeza que a partir de la reunión de los Presidentes el 3 de mayo, muchas cosas buenas continuarán ocurriendo para una integración mejor", expresó finalmente. Uruguay "El Pais" Sección: Política Nacional Mujica no pedirá perdón a Cristina y va a la cita con la agenda abierta. Sendos aprietos. Cómo levantar el corte y el voto a Kirchner en el tapete E. DELGADO / A. NOGUEIRA El gobierno no prevé que el presidente José Mujica pida disculpas a su par argentina Cristina Fernández, e intentará que se concrete a la brevedad el monitoreo conjunto del río Uruguay. Reiterará que el levantamiento del bloqueo es prioritario La reunión de hoy miércoles entre los mandatarios de Uruguay y Argentina se inicia en cancha marcada. Uruguay hizo saber su "prioridad" en el levantamiento del corte; Argentina hizo trascender que quiere que Mujica pida "perdón". Fuentes del gobierno señalaron que no está planteado un pedido de disculpas a Argentina por la violación al estatuto del Río Uruguay señalado en el fallo de la Corte de La Haya. "Ese tema no figura en la agenda uruguaya", expresaron. Agregaron que si esto es planteado por el gobierno del vecino país, también éste debería pedir disculpas por otros temas. Ayer el gobierno argentino hizo trascender en diversos medios que Cristina Fernández espera un pedido de disculpas de Mujica por el incumplimiento de Uruguay al estatuto del río Uruguay. La única reacción oficial fue del vicepresidente Danilo Astori, quien desestimó un pedido de perdón. "Uruguay tiene que trabajar conjuntamente con Argentina para mejorar esta relación. No hablo de disculpas, hablo simplemente de acatar un fallo, de una corte que tiene prestigio internacional a la cual se apeló para dirimir", dijo ayer al ser consultado en el Parlamento. La agenda del encuentro será extensa y variada y encerrará dos temas muy complejos: cómo hará el gobierno de Cristina Fernández para levantar el corte y qué señales dará en este senti- do -para judicializar el proble- ma, por ejemplo- y cómo maneja Uruguay el voto a Néstor Kirchner para la Secretaría de la Unasur. El gobierno considera que un punto central para superar el diferendo con Argentina es concretar el monitoreo conjunto del río Uruguay -algo a lo que autoridades de ambos países se mostraron favorables- e impulsará que esto se logre a la brevedad a través de la Comisión Administradora del Río Uruguay (CARU). El presidente viajará en helicóptero hasta la quinta presidencial argentina de Olivos. Al igual que en su anterior visita relámpago a Buenos Aires, Almagro sería quien al regreso realice una conferencia de prensa para comunicar lo ocurrido. Perdón. Ayer varios medios argentinos (Clarín, La Nación, Página 12) dieron a conocer al unísono trascendidos gubernamentales muy similares: que Cristina Fernández espera una "disculpa" de Mujica. Clarín informó citando, "fuentes diplomáticas ligadas a la preparación del encuentro" entre los presidentes, que "el Gobierno hizo saber que la presidenta argentina tiene `expectativas` de que su par uruguayo `pida disculpas` por la violación que hizo su país del Tratado del Río Uruguay al permitir la instalación de la pastera Botnia". Según esas fuentes "La Haya habló expresamente de la mala fe de Uruguay en la negociación. Está clara ahora la buena voluntad de ambos gobiernos, la buena relación entre Cristina y Mujica. Las disculpas no son una imposición, sino algo que debería surgir como un reconocimiento para que se amplíe la confianza política y empezar a negociar de buena fe". Clarín relacionó este mensaje con el enviado el domingo por Almagro a través de El País y el lunes tras el Gabinete de Seguridad: que es prioritario para Uruguay considerar el levantamiento del bloqueo. Y señaló, preparando el terreno: "Cristina no estaría en condiciones de garantizarle a Mujica que la ruta que desemboca en el puente internacional vaya a ser despejada". También citó al senador entrerriano Pedro Guastavino quien dijo que el Gobierno "no va a usar la fuerza" para desalojar a los asambleístas tras una reunión a la que asistió el lunes junto al gobernador de Entre Ríos, Sergio Uribarri, y el intendente de Gualeguaychú Juan José Bahillo, con el jefe de Gabinete, Aníbal Fernández. Aporte blanco. En medio del complejo momento diplomático el Partido Nacional envió ayer a Mujica, al canciller Almagro y al secretario de la Presidencia, Alberto Breccia un documento elaborado por el Directorio del Partido Nacional en 2007, entregado por Jorge Larrañaga al entonces presidente Tabaré Váz-quez, sin demasiados resultados. El líder de Alianza Nacional dijo que el documento es "un aporte del Partido Nacional", que plantea una ruta de salida al conflicto con Argentina. "La idea es crear un nuevo estatuto del Río Uruguay, reformulando la CARU", explicó Larrañaga a El País. Dijo que se propone una "coordinación permanente entre los Estados" y apuntar a un tratado "que involucre a Brasil y no solo a Argentina y Uruguay, para el desarrollo de la subcuenca". La propuesta nacionalista también propone un "alto comisionado" como organismo de contralor y un "ombudsman con independencia técnica, que regule los intereses colectivos". También se sugiere facilitar ámbitos de participación de la sociedad civil con financiamiento de Naciones Unidas e identificar "proyectos de desarrollo regional sostenible". Relativizar. Por su parte, el senador y ex canciller Sergio Abreu también planteó al gobierno diversos puntos de vista. Abreu señaló a El País que, a su juicio, Uruguay debe plantear a Argentina una agenda completa de todos los temas pendientes (dragado del canal Martín García, las trabas comerciales, los peajes del gas boliviano, la planta de regasificación) junto a los dos temas más complejos: el levantamiento del corte y el posible voto uruguayo a Kirchner para la Unasur. El legislador estima que todos estos asuntos deben derivarse a una comisión binacional de alto nivel. "La relación se destraba en el marco de una agenda amplia en la que se relativicen los temas más ríspidos", estimó. También estima que debe plantearse un protocolo ambiental para el río Uruguay, aunque en este punto Abreu difiere con el planteo del presidente del directorio nacionalista, senador Luis Alberto Lacalle, y del documento de 2007 de incluir a Brasil. Considera que "no es viable" el país norteño "se asuma como Estado platense". Hay dos fallos. Abreu considera que Uruguay debe plantear que ambos países acepten los "dos" fallos: el de La Haya y el del Tribunal del Mercosur que cuestionó el mantenimiento del corte de la ruta internacional. Para el ex canciller, la solución al corte del puente no va a venir de una decisión inmediata del gobierno argentino, que puede desencadenar que se multipliquen los piqueteros, sino "emitir una señal de que va a buscar una salida que contemple ambos fallos, seguramente por la vía jurisdiccional y que la haga cumplir la Gendarmería argentina". Sobre el voto a Kirchner en la Unasur Abreu dijo que Uruguay puede decir que está dispuesto a votar a Kirchner, pero reclamar que se vote por orden alfabético, de manera que Uruguay y Venezuela sean los últimos y "se sepa que opinan otros países que se han escudado de opinar por el veto de Uruguay" al ex presidente argentino. Abreu: "Se puede judicializar el corte y que intervenga la Gendarmería argentina". Sección: Economía La UE define si avanza en TLC. Mercosur espera respuesta del bloque en mayo Culminó ayer en Bruselas una reunión técnica entre representantes del Mercosur y una comisión asesora de la Unión Europea que definió la agenda que contendría la negociación bilateral para un futuro acuerdo de libre comercio (TLC). Fuentes oficiales de Uruguay que participaron de esa reunión, contaron a El País que ahora solamente resta que los 27 países que integran la Unión Europea (UE) acepten esa bases para así relanzar la negociaciones entre ambos bloques. "El Mercosur ya resolvió que apoya el relanzamiento de las negociaciones con las bases acordadas, ahora resta conocer la posición de los países de la UE", dijeron las fuentes. Se estima que la UE tendrá una postura definitiva para la próxima cumbre UE-América Latina y El Caribe prevista para el 18 y 19 de mayo próximo en Madrid. Los informantes revelaron que previo a este encuentro en Bruselas se realizaron dos reuniones reservadas en Lisboa para seguir avanzando en la agenda del acuerdo. "El bloque Mercosur ya hizo concesiones, estamos esperando una reunión los próximos días para ver qué concesiones hará la Unión Europea``, dijo a periodistas el ministro brasileño de Desarrollo, Industria y Comercio Exterior, Miguel Jorge. En la reunión de Bruselas se avanzó en uno de los capítulos que más interesa al Mercosur como la agricultura. Ahí, según las fuentes, se ajustaron algunos detalles como la desgravación arancelaria de la mayoría de los productos agrícolas que exporta la región. Mientras que otras mercaderías que no ingresaron en esa "canasta básica" deberán definirse en qué tiempo llegan a 0% los aranceles en un plazo máximo de diez años. También en Bruselas las partes abordaron otros temas como los bienes industriales, servicios, compras gubernamentales, propiedad intelectual, entre otros. Según las fuentes, si bien hoy el contexto internacional es diferente a 2004 cuando se estancaron las negociaciones entre ambos bloques por los efectos de la crisis, "el gran paso para que se avance en un acuerdo comercial sigue estando del lado de la Unión Europea, donde conviven muchos países con intereses dispares". "La negociación está parada hace seis años, no se puede retomar rápidamente, es una negociación que no es fácil``, explicó Jorge, quien abordó el tema tras un encuentro con el ministro alemán de Economía y Tecnología, Rainer Bruderle. En base a AP "El Observador" Sección: Economía Escaso avance entre Mercosur y la UE. DELEGACIONES DE LOS BLOQUES DISCUTEN CONDICIONES PARA REABRIR LAS NEGOCIACIONES COMERCIALES Las delegaciones del Mercosur y la Unión Europea reunidas en Bruselas registraron ayer escasos avances en un nuevo acercamiento para definir si se reabrirá la negociación para alcanzar un acuerdo comercial entre los dos bloques. La cita buscaba allanar el camino para definir el rumbo de las negociaciones de cara al próximo mes. El director de asuntos internacionales del Ministerio de Ganadería (MGAP), Mario Piacenza, dijo a El Observador que los esfuerzos por sentar las bases para una nueva negociación aún no están dando frutos. El Mercosur tiene especial interés en poner sobre la mesa el capítulo de exportación agrícola en caso que se logre reabrir la negociación, mientras que los países de la UE tienen intereses diversos por las medidas proteccionistas que aplican algunos de sus miembros. "En esta cuarta reunión analizamos si está el compromiso de las dos partes de hablar de esos temas comerciales, pero hablar en serio. No podemos largar la negociación y que fracase, hay que estar muy seguros", dijo Piacenza desde Bruselas. El jerarca indicó que el interés mayor de la delegación del Mercosur es que en aquellos productos que no queden incluidos en el tratamiento general de aranceles alcancen una mejor cuota que la que se manejó en 2004, antes de que se rompieran las negociaciones. Los productos comprendidos en aquel momento eran las carnes bovina, ovina, de cerdo y de ave, así como el arroz, algunos granos, trigo, sorgo, azúcar y etanol, entre otros. "Para volver a negociar tenemos que partir de esa base mostrando una actitud y compromiso que no lleve al fracaso. Desde el Mercosur estamos tratando de poner más, la Unión Europea es quien tiene la pelota en la cancha", indicó Piacenza. El jerarca estimó que a mediados de mayo tendrá que definirse en la VI Cumbre América Latina, el Caribe y la Unión Europea si habrá negociación o no.

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