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O Mercosulino 19/08/2010 -www.camara.gov.br/representacaomercosul

Jornal “Correio Braziliense”


Caderno: Mundo


Venezuela censura imprensa

O jornal venezuelano El Nacional respondeu ontem com um protesto, estampado na primeira página, à decisão judicial que proibiu a publicação de uma foto que retratava violência. No lugar destinado à imagem, ficou apenas um espaço em branco preenchido na diagonal pela palavra “censurado”, impressa em tinta vermelha. “Estamos sob censura. Isso é inconstitucional e atenta contra a liberdade de expressão”, protestou Miguel Henrique Otero, editor do jornal, falando a uma emissora de rádio de Caracas.

A ordem do tribunal, emitida na véspera, veta “imagens, informações e publicidade de qualquer tipo de conteúdo com sangue, armas, mensagens de terror, agressões físicas que aticem conteúdos de guerra e mensagens sobre mortes e assassinatos”. Dias antes, o El Nacional, duro crítico do governo de Hugo Chávez, tinha estampado na capa uma polêmica foto que mostrava inúmeros corpos no necrotério.

“Se aqui houvesse uma foto, vocês veriam um pai chorando por um filho que morreu”, diz a legenda de um dos espaços em branco publicados na edição de hoje. Outra sentença do mesmo tribunal estende a medida a todos os meios impressos do país, que ficam proibidos de publicar por um mês “imagens violentas, sangrentas, grotescas, acontecidas ou não, que de uma forma ou outra vulnerem a integridade psíquica e moral das crianças”.

“Estão promovendo a censura à imprensa”, protestou em sua manchete o jornal Tal Cual, que também publicou nesta semana a polêmica foto do necrotério de Caracas. Segundo Eleazar Díaz, diretor do Ultimas Noticias, a sentença é “absurda e sem sentido”. Em editorial, o diário afirma que “o Estado venezuelano dá motivos aos que o acusam de restringir a liberdade de informar”. Caracas registra em média 50 mortes violentas por fim de semana. Com 16 mil homicídios em 2009, a Venezuela foi o país com a maior taxa na América do Sul.

A falta de segurança está no centro da campanha para a crucial eleição legislativa de 26 de setembro, em que o bloco chavista está ameaçado de perder a maioria. O próprio presidente se referiu à polêmica foto dos corpos no necrotério da capital, e classificou a decisão de publicá-la como “manipulação politiqueira e pornográfica da violência e da criminalidade”. O professor de comunicação Marcelino Bisbal, da Universidade Católica Andrés Bello, lembra que os atritos entre o governo e a imprensa se sucedem nos últimos meses, mas alerta: “Nunca vimos uma atitude como essa”. Ele chama a atenção para viés eleitoral da censura: “Chama a atenção que a proibição dos conteúdos que tenham a ver com violência e insegurança tenha sido ditada por um mês, justamente quando estamos em campanha”.


Caderno: Economia


América Latina exibe sua força
Puxada por Peru e Brasil, a região mostra ambiente favorável ao avanço econômico e sinaliza para um novo boom ocidental
Gabriel Caprioli

A despeito de instabilidades políticas localizadas, a América Latina continua firme no caminho da recuperação econômica. Atrás apenas da Ásia, puxada pelo vertiginoso crescimento da China, a região é a que mais cresce no mundo. Os países latino-americanos dão sinais concretos de que as décadas de atrofia ficaram no passado. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com o instituto alemão Ifo, mostra que a percepção sobre as melhoras é cada vez maior. O Índice de Clima Econômico (ICE), uma espécie de termômetro do ritmo da atividade, aumentou de 5,6 para 6,0 pontos entre abril e julho, o que sugere uma fase de bonança nessa parte do mundo ocidental.

A FGV considera o resultado “muito favorável”, já que é o mais alto desde julho de 2007. De acordo com Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, o desempenho positivo está calcado na avaliação do momento atual, considerado promissor pelos especialistas consultados. O indicador de situação atual avançou de 4,7 para 5,8 pontos. “A mesma expectativa que temos aqui de crescimento, bem acima dos últimos anos, também está presente em outros países, como Peru e Uruguai”, observou. A melhora global do indicador na região também foi influenciada, segundo Lia, pelo peso do Brasil e do México na pesquisa.

Confiáveis

No levantamento, o Brasil manteve-se no segundo lugar do ranking, ao passar de 7,0 para 7,4 pontos, superado apenas pelo Peru, onde o índice avançou de 7,1 para 7,5 pontos. O México avançou da nona para a oitava posição na lista e registrou 4,9 pontos. Na avaliação do economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, os investidores dos países emergentes mudaram nos últimos anos a percepção em relação aos países latino-americanos. “Não é mais uma visão homogênea. Agora, há um bloco confiável mais claro, formado por Brasil, Chile, Colômbia, Peru e México, e outro mais problemático, que inclui Venezuela e Equador”, considerou.

O mercado interno forte e dinâmico, em crescimento nos países “confiáveis”, diz Campos Neto, é um dos fatores que chamam a atenção dos investidores estrangeiros. Entretanto, ele ressalta que cada economia mantém suas particularidades. “Talvez o Chile, por exemplo, seja identificado como uma base de exportações, mas em se tratando de mercado interno, o Brasil é destaque absoluto.” O Chile, após recuperar-se de um terremoto que destruiu parte do país no início do ano, registrou crescimento de 6,5% no segundo trimestre, ante 1,5% de avanço no período imediatamente anterior. No ranking da FGV/Ifo, o país manteve a quarta colocação, com 6,8 pontos.

O número -6,0 pontos:

Índice do Clima Econômico (ICE) da América Latina, em alta, ao voltar ao patamar de julho de 2007


Jornal do Senado


Caderno: Mercosul


Pesquisa mostra que paraguaios rejeitam Venezuela no Mercosul

Estimulado por senadores brasileiros durante a última sessão do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu, o ingresso definitivo da Venezuela no bloco econômico pode enfrentar agora um novo obstáculo. Foi divulgada na terça-feira, em Assunção, pesquisa de opinião feita pela consultoria Ati Snead segundo a qual 47,4% dos paraguaios não querem a Venezuela como membro pleno do Mercosul.

De acordo com a pesquisa, apenas 27,7% apoiam a participação dos venezuelanos no bloco, enquanto 24,9% não responderam à pergunta. A divulgação do resultado ocorre no momento em que o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, avalia o reenvio ao parlamento de seu país do Protocolo de Adesão da Venezuela, retirado do Legislativo há um ano por causa do risco de rejeição da proposta pelos parlamentares.

O protocolo já foi aprovado pelos congressos de Argentina, Brasil e Uruguai — os três outros membros permanentes do Mercosul. No caso do Brasil, depois de um longo debate, em que parlamentares da oposição apontaram as ameaças à democracia na Venezuela como argumento contra o ingresso do país no bloco. Mas o protocolo só poderá entrar em vigor depois de ser ratificado também pelo congresso paraguaio.

— Com a opinião pública contrária, no Paraguai, haverá mais dificuldade no debate sobre a adesão da Venezuela — admitiu o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), ex-presidente do Parlamento do Mercosul e defensor do ingresso do novo sócio.

Durante a última sessão do Parlasul, no início de agosto, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que acabara de ser eleito presidente do órgão, defendeu a entrada da Venezuela no bloco. A adesão desse país — e a consequente participação de parlamentares venezuelanos no Parlasul, com direito a voz e a voto — tornaria mais fácil, a seu ver, a adoção do chamado critério de representação cidadã, que permitirá garantir maior número de vagas no parlamento aos países com maiores populações.

Até o momento, a aprovação desse critério esbarrou na resistência de outros países do bloco ao peso do Brasil em futuras votações do parlamento. O ingresso da Venezuela facilitaria a adoção do critério de proporcionalidade, por reduzir o poder da influência brasileira.


Jornal “Valor Econômico”


Caderno: Brasil


Indústria quer punição a importado da China
Comércio exterior: Setores de calçados e eletrônicos pedirão aplicação da nova resolução antidumping da Camex
Marta Watanabe, de São Paulo

Indústrias do setor de calçados e do segmento elétrico e eletrônico devem apresentar seus pleitos para aplicação da nova resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que estabelece punições para os casos em que a importação de produtos burla a aplicação do direito antidumping. Os pedidos de investigação serão apresentados assim que houver uma regulamentação da resolução pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Heitor Klein, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), acredita que o setor passou a ser alvo de triangulação de produtos acabados e de partes de calçados quando a sobretaxa antidumping começou a ser imposta sobre a importação de calçados chineses.

Desde setembro, alguns calçados chineses passaram a sofrer uma sobretaxa provisória de US$ 12,47 o par na importação. Em março, o direito antidumping tornou-se definitivo, com cobrança de US$ 13,85 por par vindo da China.

Klein conta que no início da aplicação da medida de proteção os efeitos foram favoráveis para os fabricantes nacionais, com significativa redução dos desembarques originados da China. "Houve grande crescimento do mercado doméstico, principalmente até março. Os exportadores chineses, porém, foram muito ágeis e rapidamente o país passou a receber importações dos calçados por outros países."

Segundo levantamento da Abicalçados, de janeiro a julho deste ano houve uma redução de 60% nos volumes de pares importadores da China na comparação com os primeiros sete meses de 2009. No mesmo período, porém, houve elevação de 127% no número de pares originados do Vietnã e de 77% nos calçados comprados da Indonésia.

Da Malásia, houve importação de 12 mil pares de janeiro a julho do ano passado. Nos primeiros sete meses deste ano, essas compras saltaram para 3 milhões de pares. Para Klein, esses números indicam que houve triangulação na comercialização de calçados chineses. "A Malásia, por exemplo, não tem tradição e não é conhecida por ser grande produtora de calçados", argumenta.

Além da importação de calçados acabados por terceiros países, o setor também acredita que vem sendo alvo da importação de partes de calçados da China, que são apenas montados no Brasil. "O cabedal chega pronto e costurado, e o solado também. O que se faz no Brasil é somente colar uma parte na outra", diz Klein.

A Resolução nº 63 da Camex também prevê a aplicação da punição antidumping nesses casos. Pela medida, é necessário que a agregação no país seja superior a 25% do custo da manufatura. Caso contrário, a montagem de partes e peças importadas pode ser considerada como uma forma de burlar o direito antidumping. Para Klein, o percentual de 25% é suficiente para enquadrar, nas medidas de proteção, os casos que o setor tem detectado.

A indústria de calçados não é a única que está na expectativa de uma rápida regulamentação da nova medida da Camex. "Os fabricantes devem fazer uso da resolução o mais rápido possível", prevê Mário Roberto Branco, gerente de relações internacionais da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Dentro do segmento estão em vigor medidas de direito antidumping para ventiladores de mesa, ferros de passar e alto-falantes. Nos três casos, a proteção é aplicada para produtos originados da China.

Segundo ele, a entidade já recebeu queixas da importação de partes e peças de ferros de passar roupa chinesas unicamente para montagem no Brasil. Outra reclamação que chegou à associação, conta Branco, foi de fabricantes que detectaram um grande crescimento da compra de alto-falantes de Hong Kong e de Taiwan. Segundo ele, foi verificado que em Taiwan não há produção de alto-falantes. "A resolução vem a calhar e deve ampliar a proteção para a indústria brasileira."

Vera Kanas, advogada do escritório TozziniFreire, lembra que a medida antidumping, porém, não deverá ser estendida em toda e qualquer situação. Ela acredita que a futura regulamentação da nova resolução deverá estabelecer os procedimentos necessários, dando também aos importadores oportunidade de defesa.

"Esperamos que a regulamentação garanta uma aplicação equilibrada dos direitos", diz. Para ela, o limite de 25% estabelecido para agregação nacional, nos casos de partes, peças e componentes importados, pode ser muito ou pouco, dependendo do produto ou do setor. "É necessário que haja bom senso na aplicação da medida."


Jornal “O Estado de S. Paulo”


Caderno: Economia


Presença da China na região não preocupa EUA
Cláudia Trevisan, correspondente / Pequim

A crescente presença da China na América Latina não é fonte de preocupação para Washington nem ameaça os interesses dos Estados Unidos, afirmou ontem em Pequim o subsecretário de Estado americano responsável pela região, Arturo Valenzuela.

Segundo ele, o comércio e os investimentos da China na América Latina têm potencial para aumentar muito mais e desempenhar papel importante no crescimento dos países da região.

"A América Latina precisa crescer para superar problemas como desigualdade e grandes bolsões de pobreza e isso pode ser obtido com mais investimentos e mais comércio, além de reformas em cada país", declarou Valenzuela em entrevista coletiva na Embaixada dos Estados Unidos em Pequim.

O subsecretário participa na China da quarta sessão anual de conversas entre os dois países sobre a América Latina, no âmbito do Diálogo Estratégico mantido por Pequim e Washington.

Desde o início dos anos 2000, a China ampliou de maneira significativa seu comércio com a América Latina e desbancou os Estados Unidos do posto de maior parceiro de alguns países, entre os quais o Brasil. Pequim também fez acordos de livre comércio com Chile, Peru e Costa Rica e estreitou os laços com o venezuelano Hugo Chávez, um dos mais contundentes críticos dos Estados Unidos na região.

No começo do ano, Pequim anunciou investimentos e linha de crédito de US$ 20 bilhões à Venezuela, o que deu fôlego ao regime de Chávez e garantiu mais uma fonte de suprimento de petróleo ao país asiático. Anteontem, o governo do Equador disse ter obtido financiamento de US$ 1 bilhão da China, para projetos de infraestrutura.

Nos últimos meses, a China acelerou investimentos diretos na América Latina, para garantir matérias-primas essenciais ao crescimento, como minério de ferro e cobre. Se os pouco mais de US$ 11 bilhões anunciados desde o início do ano se confirmarem, o país asiático poderá liderar o ranking dos maiores investidores estrangeiros no Brasil em 2010.

Mas esse movimento está apenas no começo, ressaltou Valenzuela, lembrando que o comércio da China com a América Latina corresponde a apenas 5% de suas exportações e importações totais, comparados a 40% dos Estados Unidos.


Jornais dos Países Membros do Mercosul


Uruguay “El Pais”


Sección: Economía


Relanzamiento del Mercosur puede dar impulso a nueva industrialización
Tema de análisis
Oportunidad. Argentina permite que las empresas uruguayas en varios rubros encuentren un mercado similar al local, pero diez veces más grande. El aporte de Brasil es acercar en distancia y costos la experiencia que significa vender a escala mundial
Peso. En 2009 las ventas hacia Argentina y Brasil representaron el 27% del total exportado por Uruguay.
HORACIO BAFICO/GUSTAVO MICHELIN

Si el comercio con Argentina y Brasil recupera la dinámica del pasado y no se repiten los errores, la industria tendrá la oportunidad de lograr mayor escala y hacer las primeras armas previo a exportarle al mundo.

El avance casi simultáneo del desbloqueo de los puentes del río Uruguay y los acuerdos de alto nivel gubernamental en el Mercosur, hacen pensar con optimismo que se abrió una nueva etapa en el proceso de integración. La región presenta múltiples facetas positivas para Uruguay, desde la disponibilidad y diversificación energética, pasando por el potencial para prestar servicios hasta llegar a la exportación de bienes. Este relanzamiento del Mercosur motiva el análisis sobre qué oportunidades se presentan para la industria exportadora.

Las posibilidades de que se desarrollen actividades industriales depende de la disponibilidad de capital, mano de obra y capacidad empresarial. En éste último caso, un factor muy importante es la experiencia, lo cual implica tiempo y oportunidades de aprendizaje principalmente para vender en nuevos mercados. En este sentido, el relanzamiento del Mercosur representa una gran oportunidad. El mercado argentino puede operar como una ampliación del mercado interno, generando una gran oportunidad para las empresas medianas en sus primeros intentos de exportación. A su vez Brasil integra el grupo de países conocido por la sigla BRIC (Brasil, Rusia, India y China), considerados los motores del crecimiento. La cercanía con un grande a escala mundial permite a las empresas locales la experiencia de venderle al mundo pero mucho más cerca.

Desde el punto de vista negativo hay que tomar en cuenta que Brasil y Argentina tienen sus intereses propios en materia de desarrollo industrial y la estructura del arancel externo común del Mercosur lo refleja. Siempre existe el temor a que el Mercosur nos condene a comprar tecnología regional (por ejemplo computadoras y teléfonos móviles) a precios más altos o con una calidad inferior.

CONCENTRACIÓN. La participación de los dos principales países vecinos en las exportaciones se ha encogido, dejando más espacio a las ventas hacia el resto del mundo. Se trata de una situación donde tiene mucho que ver la coyuntura de precios de las materias primas, pero también se genera por el hecho que el Mercosur se estancó en los últimos años. Mientras en 2009 las ventas a Argentina y Brasil representaron 27% del total, antes de la crisis en Brasil en 1999 representaban más del 50%.

En cuanto a los productos que Uruguay comercializa, de acuerdo con el análisis que realiza la Cámara de Industrias, el 37% del valor exportado en los siete primeros meses del año son productos primarios y el 40% manufacturas con insumos de origen agropecuario. Estos bienes se venden mayoritariamente al resto del mundo, salvo alguna excepción como el arroz que también es comprado en cantidades significativas por Brasil. Por lo tanto el fenómeno de alto precio de las materias primas y sus manufacturas está incidiendo en el comercio exterior. A partir de las cifras proporcionadas por Uruguay XXI realizamos una clasificación de los productos exportados de acuerdo con el mercado que predomina, separando Argentina y Brasil por un lado y el resto del mundo por otro. En aquellos productos en que no hay un predominio en los dos últimos años se consideró que enfrentan el mercado mundial indistintamente.

En 2009 el 67% de las exportaciones fueron de productos cuya venta se ha concentrado en los mercados del resto del mundo, el 25% corresponde a las especializadas hacia los países vecinos y el 8% restante son productos que se venden indistintamente en cualquier parte del mundo.

Una característica de las ventas fuera de la región es que se trata de menor cantidad de rubros, pero por valores más altos. Aquellos rubros cuyas exportaciones totales en un año superan US$ 50 millones representan el 78% cuando tienen como destino el resto del mundo. Si se orientan hacia los vecinos sólo cubren el 58%.

DIVERSIFICACIÓN. En gran medida la diferenciación del resto del mundo se produce por las exportaciones hacia Argentina que son más atomizadas y distribuidas entre varios productos. Con este destino, los rubros arancelarios cuyas exportaciones superan individualmente los US$ 50 millones representan tan sólo el 29% de total.

En este caso, además de las similitudes culturales y de idioma, hay un nivel de especialización que lleva a que varios de estos productos difícilmente se puedan colocar en otros mercados. Dentro de los principales rubros que compra Argentina a nuestro país se encuentran: automotores y autopartes, plásticos, papel, detergentes, electrodomésticos, vestimenta y otros textiles. Se trata en general de empresas con una escala de producción inferior a las que comercializan con el resto del mundo. En tal sentido, el mercado argentino opera para estas empresas como una ampliación del mercado interno. Es aproximadamente diez veces mayor al uruguayo, pero sin alcanzar la dimensión de una potencia económica, cuya demanda sea muy difícil de abastecer. Lo que permite a las pequeñas empresas dar los primeros pasos en materia de exportaciones.

También sobre la base de la información de Uruguay XXI analizamos las importaciones provenientes de Argentina. Estas también son muy diversificadas: las 20 mayores partidas representan el 37% del total, siendo los principales rubros plásticos, automóviles, maquinaria, insecticidas, residuos de la molienda, maíz, papel, laminados de hierro y detergentes.

La observación conjunta de lo que se exporta e importa hacia un país permite concluir el grado de integración de las economías. En el caso en que exista un flujo de ida y vuelta de productos similares, hay una señal de que los aparatos productivos de los países son similares y están integrados. Este comercio entre las mismas ramas con Argentina es destacable en la industria automotriz, de plásticos, papel, químicos y detergentes, elaborándose determinados productos de la rama en cuestión en un país, y el resto en otros.

Una nueva etapa del Mercosur y la recuperación del volumen de negocios perdidos en la última década puede traer aparejado más comercio intra-rama de actividad proporcionando a las empresas uruguayas el acceso a una escala diez veces superior a la que tiene cuando enfrenta solamente el mercado interno.

APRENDIZAJE. En los últimos años, nuestro vecino del norte adquirió la dimensión de potencia económica y política mundial. Ello lo convierte en un mercado particular que por tamaño, características y exigencia de la demanda se asemeja a cualquier otro mercado del mundo. La ventaja para las empresas uruguayas es que está al otro lado de la frontera, lo que facilita el intercambio y la concreción de negocios. Incluso la integración está llevando a una creciente participación de grandes empresas brasileñas en nuestro mercado.

Esta situación puede tener un impacto positivo para el desarrollo industrial en nuestro país, posibilitando que se alcance gradualmente el nivel de desarrollo y crecimiento para tener dimensión mundial.

Al analizar las principales exportaciones a Brasil se observan productos que se comercializan fundamentalmente en la región (malta, envases plásticos, caucho, detergentes, metalúrgicos), otros que se venden en todos los mercados (arroz, lácteos, grasas y aceites) y otros cuyo destino principal está fuera de la región (carne).

Las importaciones desde Brasil muestran un patrón clásico, siendo rubros distintos a los exportados. Desde este punto de vista se asemeja al comercio con el resto del mundo, exportándose productos en los que el país cuenta con ventajas comparativas, e importándose aquellos en los que no se tienen. Los más importantes son automóviles, maquinaria y equipos, plásticos, yerba, metalúrgicos, papel, laminados, azúcar e insecticidas.

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